ATROPELAMENTO DE MAMÍFEROS SILVESTRE NA CAATINGA BRASILEIRA: PAISAGEM, SAZONALIDADE E HOTSPOTS
Atropelamento. Infraestrutura lineares. Fauna. Semiárido. Mamíferos.
As estradas causam diversos impactos sobre a fauna, sendo o atropelamento responsável pelo declínio populacional de vertebrados silvestres, ameaçando à persistência de populações de diversas espécies de mamíferos. Os atropelamentos podem estar relacionados à diversos fatores, desde características físicas das estradas, como a presença e/ou ausência de curvas, aclives, declives, intensidade de tráfego, proximidade com Unidades de Conservação (UC), características da paisagem e sazonalidade das regiões onde as estradas estão inseridas. Nesse contexto, o estudo objetiva identificar principais hotspots de atropelamento e a relação dos atropelamentos com as características da paisagem e sazonalidade (período seco e chuvoso) para mamíferos silvestres em trechos de estradas localizadas no Seridó, região de clima semiárido. Ao todo, foram percorridos 6.192,52 quilômetros de estradas em 53 saídas de campo, entre setembro de 2013 a dezembro de 2014. Imagem de satélite e dados do mapbiomas foram usados para as análises de classificação do solo. Buffers de 1km, 5km e 10km foram criados ao redor da estrada monitorada para apontar as vaiáveis da paisagem associadas aos atropelamentos. O Teste K-Statistics 2D e o 2D HotSpot foram usados para indicar agregações e os hotspots de atropelamentos. Modelos lineares foram gerados para as variáveis da paisagem, submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito da sazonalidade. Ao todo foram registrados 527 de atropelamentos de mamiferos silvestres, sendo as espécies Cerdocyon thous, Euphractus sexcinctus e Procyon cancrivorus as mais registradas, além de obtermos dados de atropelamento de espécies vulneráveis a extinção, como Leopardus emiliae, Puma yagouaroundi. No geral, o efeito das estradas foi negativo em áreas mais alteradas, como agropecuária, solo exposto e infraestrutura urbana. Já em relação a sazonalidade, com exceção da C. thous, as espécies foram mais atropeladas no período chuvoso.