Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • JUAN VICTOR DE LIMA MAIA
  • FENOLOGIA MORFOMETRIA E DIETA DE Coccyzus melacoryphus ATRAVES DE AMSOTRAS OPORTUNISTAS PRESENTE NO SEMI- ÁRIDO NORDESTINO BRASILEIRO

  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRTON TORRES CARVALHO
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MAURO PICHORIM
  • Data: 23/02/2024

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  • O Coccyzus melacoryphus é uma ave Cuculiforme migratória que está presente na Caatinga durante o período chuvoso para realizar sua reprodução e permanece ausente durante o período seco. O estudo investigou a mortalidade por atropelamento de Coccyzus melacoryphus. Foram registrados 115 casos, sendo coletados 81 espécimes frescos. analisados morfologicamente, com ênfase na variação na cor do anel ocular, sexo, presença de mudas, placa incubatória e ovos. As análises estatísticas incluíram a taxa de atropelamento, comparada entre três áreas próximas a unidades de conservação, utilizando o teste de Kruskal-Wallis. A correlação entre a pluviometria mensal e o número de aves atropeladas foi avaliada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson. Os resultados mostraram que a variação da cor do anel ocular não indicou dimorfismo sexual. A muda de penas ocorreu simultaneamente ao período reprodutivo, com correlação entre atropelamentos e precipitação pluviométrica. A reprodução ocorreu de fevereiro a junho, com 15 aves apresentando placa incubatória e cinco fêmeas ovos. Houve sobreposição de atividades de alto custo energético, como reprodução e muda de penas. O estudo destaca a importância da sazonalidade e do ambiente na fenologia reprodutiva e comportamental de C. melacoryphus, contribuindo para a compreensão dos impactos das estradas na biodiversidade local.


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  • O Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817) está amplamente distribuído na América do Sul, além de ser encontrado em todas as regiões do Brasil é uma espécie migratória no hemisfério austral, que migra para a Caatinga durante o regime de chuvas, uma vez que eventos ambientais influenciam o período de reprodução, aproveitando a disponibilidade de insetos para nidificar e realizar seu ciclo reprodutivo, porém é escasso informações sobre seu padrão de migração e morfometria. Dessa forma recolheu-se 95 espécimes de Coccyzus melacoryphus que morreram por colisão com veículos e com redes de transmissão, nos estados do Rio Grande do Norte e Ceara, respectivamente. Em laboratório, realizou-se a morfometria dos espécimes e a obtenção do conteúdo estomacal. As medidas foram utilizadas para verificar se existe diferenças de tamanho em relação ao sexo e a dieta foi analisada para verificar a composição da dieta dessa espécie quando esta presente na Caatinga.

2
  • ANDRÉA SOARES MARINHO
  • DIETA E MATERIAIS PLÁSTICOS NO CONTEÚDO ESTÔMACAL E BRÂNQUIAS DO PEIXE-VOADOR (Hirundichthys affinis) E DA SARDINHA-BANDEIRA (Opisthonema oglinum) EM UMA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : GUELSON BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINE VIEIRA FEITOSA
  • EMANUELLE FONTENELE RABELO
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • Data: 29/02/2024

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  • Um fator de contaminação do ambiente marinho são os microplásticos, partículas de plástico que medem entre um e cinco milímetros e tem gerado preocupações ao mostrar uma presença consistente e crescente em ambientes marinhos e de água doce, tendo sido confirmada a sua absorção em populações selvagens de numerosos organismos marinhos em todos os níveis tróficos coletados em seu habitat natural. Esses poluentes podem afetar o homem ao ingerir água ou peixe, motivo pelo qual há preocupação quanto à escalada deste problema e o seu potencial de impactar negativamente a biodiversidade, que ainda não foram amplamente avaliados. O objetivo deste estudo é identificar, quali-quantitativamente, através de extração e análises das substâncias encontradas nas unidades de coleta, a presença de materiais plásticos no conteúdo gastrointestinal da sardinha-bandeira (Opisthonema oglinum) e do peixe-voador (Hirundichthys affinis) obtidos na RDSEPT/RN. Concluiu-se que a absorção de microplásticos ainda é pequena no ambiente marinho. A musculatura dos animais não provoca contaminação, pois os microplásticos são, em sua maioria, fibras e de tamanho não significativo, o que sugere ser, ainda, incipiente falar em contaminação direta da cadeia trófica. A ingestão de microplástico para as espécies peixe-voador e sardinha bandeira é significativamente influenciada pela dieta dos respectivos peixes, não tendo sido ainda não alcançada pelo consumidor final dessas espécies na RDSEPT-RN.


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  • Um fator de contaminação do ambiente marinho são os microplásticos, partículas que medem entre um e cinco milímetros e tem gerado preocupações ao mostrar uma presença consistente e crescente em ambientes marinhos e de água doce, tendo sido confirmada a sua absorção em populações selvagens de numerosos organismos marinhos em todos os níveis tróficos coletados em seu habitat natural. Esses poluentes podem afetar o homem ao ingerir água ou peixe, motivo pelo qual há preocupação quanto a escalada deste problema e o seu potencial de impactar negativamente a biodiversidade, que ainda não foram amplamente avaliados. O objetivo deste estudo é identificar, quali-quantitativamente, através de extração e análises das substâncias encontradas nas unidades de coleta, a presença de materiais plásticos presentes no conteúdo gastrointestinal da sardinha-bandeira (Opisthonema oglinum) e do peixe-voador (Hirundichthys affinis) obtidos na RDSEPT/RN.

3
  • ADRIANA MARIA ALVES
  • Distribuição espaço-temporal da Pseudo-orca (Pseudorca crassidens) e suas interações com as variáveis ambientais e operacionais da pesca comercial de atuns com espinhel.

  • Orientador : HUMBERTO GOMES HAZIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • HUMBERTO GOMES HAZIN
  • RODRIGO SANT'ANA
  • Data: 29/02/2024

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  • A Pseudo-Orca (Pseudorca crassidens) é frequentemente encontrada em mares tropicais, embora hajam registros da espécie em altas latitudes. Desde o início da pesca com espinhel, interações entre a pesca e estes cetáceos são observadas, porém os padrões de ocorrência espacial e temporal ainda são pouco conhecidos ou quase inexistente. No presente trabalho foram analisados dados de presença e ausência da Pseudo-Orca na pesca de atuns e afins e suas relações entre as variáveis ambientais e operacionais na pesca comercial espinheleira brasileira. As informações obtidas foram provenientes de 14 embarcações da frota comercial sediadas em Natal-RN, no período compreendido entre janeiro de 2020 a agosto de 2023, totalizando 2.148 lançamentos de pesca (41 viagens de pesca). A taxa de avistamento foi estimada utilizando a formula TA = dias de avistamento/dias de pesca*100 para diferentes escalas de tempo e em grades de 1 × 1 grau. Os modelos mistos generalizados aditivados foram utilizados para avaliar o efeito de variáveis espaciais, temporais, ambientais e operacionais na presença da espécie. As Pseudos-Orcas ocorreram em 200 lançamentos, representando 9,3% da taxa de avistamento (TA), sendo esta ocorrência explicada pela interação do espaço (lon,lat), Ano e CPUE atuns variando entre os meses e barcos de pesca. Embora os avistamentos tenham ocorrido durante todo o ano, foram mais frequentes no segundo trimestre, particularmente no mês de junho, onde foram observadas as maiores taxas de avistamento concentradas em duas áreas, sendo a primeira nas latitudes 0ºN e 5ºN e entre as longitudes de 33ºW a 22ºW e a segunda 0ºN e 5ºN e 35ºW a 40ºW.


  • Mostrar Abstract
  • A Pseudo-orca (Pseudorca Crassidens) é frequentemente encontrada em tropicais, embora há registros da espécie em altas latitudes. Desde o início da pesca com espinhel interações entre a pesca e estes cetáceos são observadas, porém os padrões de ocorrência espacial e temporal ainda são pouco conhecidos ou quase inexistente. No presente trabalho foram analisados dados de presença e ausência da Pseudo-Orca na pesca de atuns e afins e suas relações entre as variáveis ambientais e operacionais na pesca comercial espinheleira brasileira. Os dados foram provenientes da FISHFIND no período de janeiro de 2020 a agosto de 2023, totalizando 2.148 lançamentos de pesca (41 viagens de pesca). A taxa de avistamento foi estimada utilizando a formula TA = dias de avistamento/dias de pesca*100 para diferentes escalas de tempo e em grades de 1 × 1 grau. Os modelos mistos generalizados aditivados foram utilizados para avaliar o efeito de variáveis espaciais, temporais, ambientais e operacionais na presença da espécie. As Pseudos-Orcas ocorreram em 200 lançamentos, representando 9,3% da taxa de avistamento (TA), sendo esta ocorrência explicada pela interação do espaço (lon,lat), Ano e CPUE atuns variando entre os mês e barcos de pesca. Embora os avistamentos tenham ocorrido durante todo o ano, foram mais frequentes no segundo trimestre, particularmente no mês 6, onde foram observadas as maiores taxas de avistamento concentradas em duas áreas, sendo a primeira nas latitudes 0ºN e 5ºN e entre as longitudes de 33ºW a 22ºW e a segunda 0ºN e 5ºN e 35ºW a 40ºW.

2023
Dissertações
1
  • ROMANA AGUIAR ANDRADE
  • BAIXA EXIGÊNCIA NA SELEÇÃO DE SÍTIOS DE OVIPOSIÇÃO COMO DETERMINANTE DO SUCESSO DA INVASÃO DE LAGARTIXAS DOMÉSTICAS.

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRTON TORRES CARVALHO
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • ZAIDA ORTEGA DIAGO
  • Data: 27/02/2023

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  • A seleção de sítios de nidificação é fundamental para o sucesso reprodutivo das espécies ovíparas. Contudo, o conhecimento sobre como os animais selecionam seus sítios reprodutivos ainda apresenta lacunas que limitam a compreensão das regras gerais que moldam esse comportamento. Neste sentido, um sistema em que ainda carece entendimento são as espécies que não constroem seus ninhos (escavados ou esculpidos), mas apenas utilizam cavidades naturais para deposição dos ovos, como é o caso de muitos lagartos. Neste trabalho, avaliamos como as dimensões estruturais e o microclima de sítios localizados em cavidades de árvores influenciam a seleção dos sítios de oviposição de um lagarto exótico amplamente distribuído, Hemidactylus mabouia. Especificamente, hipotetizamos que a escolha dos sítios de oviposição pelas fêmeas levaria em conta: 1) propriedades estruturais dos sítios de oviposição relacionadas a vulnerabilidade dos ovos à predação; e/ou 2) condições microclimáticas dos sítios associadas à estabilidade do processo de incubação dos ovos. Assim, esperamos que sítios de oviposição mais próximos do nível do solo e com aberturas mais estreitas (menos acessíveis a predadores), bem como sítios com menor variação de temperatura e umidade (climaticamente mais estáveis) seriam mais utilizados pelas fêmeas. Ao longo de um ano, monitoramos semanalmente a dinâmica de uso e condições microclimáticas de 55 cavidades em 19 árvores. Os sítios apresentaram altura de
    66,9 ± 41,3 cm (0 - 131 cm; n = 55) do nível do solo e abertura de 20,4 ± 11,9 mm (6,1 – 57,6 mm; n = 54). O coeficiente de variação de temperatura nos sítios foi de 4,0% ± 0,6% (2,9 – 5,35%; n = 39) e da umidade foi de 9,4% ± 0,9% (6,7-10,8%; n = 39). Em 27 sítios registramos pelo menos uma desova ao longo do monitoramento, totalizando 127 ninhadas de H. mabouia. A abertura e altura dos sítios e a variação de temperatura nas cavidades das árvores não influenciaram a escolha dos sítios de oviposição. Entretanto, cavidades com menor variação de umidade foram utilizados com mais frequência pelas fêmeas. Estes
    resultados revelam que esta condição microclimática constitui um fator importante na seleção dos locais para ovipositar em H. mabouia, ao passo que também evidencia baixa influência dos demais critérios estudados no processo de seleção de sítios em cavidades de árvores. A estabilidade climática possui importância na proteção do embrião quanto ao dessecamento e desenvolvimento embrionário e pode ser diferencial para a sobrevivência da prole de espécies sem cuidado parental. Nossos achados contribuem para a compreensão dos critérios de seleção dos sítios de oviposição em espécies que nidificam em cavidades de árvores de forma geral. Além disso, discutimos as implicações dos hábitos generalistas de H. mabouia no contexto da invasão biológica em áreas naturais, com foco no padrão de exigência na seleção de sítios reprodutivos.


  • Mostrar Abstract
  • A seleção de sítios de nidificação é fundamental para o sucesso reprodutivo das espécies ovíparas. Contudo, o conhecimento sobre como os animais selecionam seus sítios reprodutivos ainda apresenta lacunas que limitam a compreensão das regras gerais que moldam esse comportamento nos animais. Neste sentido, um sistema em que ainda carece entendimento são as espécies que não constroem seus ninhos (escavados ou esculpidos), mas apenas utilizam cavidades naturais para deposição dos ovos, como é o caso de muitos lagartos. Neste trabalho, avaliamos como a estrutura e o microclima das cavidades de árvores influenciam a seleção dos sítios de oviposição de um lagarto exótico amplamente distribuído, Hemidactylus mabouia. Ao longo de um ano, monitoramos semanalmente o uso de 55 cavidades em 19 árvores, registrando um total de 127 ninhadas de H. mabouia. As dimensões estruturais e a variação de temperatura nas cavidades das árvores não influenciaram a escolha dos sítios de oviposição. Entretanto, cavidades com menor variação de umidade foram utilizados com mais frequência. Estes resultados revelam que esta condição microclimática constitui um fator importante na seleção dos locais para ovipositar em H. mabouia. Nossos achados contribuem para a compreensão dos critérios de seleção dos sítios de oviposição em espécies que nidificam em cavidades de árvores de forma geral. Além disso, discutimos as implicações dos hábitos generalistas de H. mabouia no contexto da invasão biológica, sugerindo que as baixas exigências na seleção de sítios reprodutivos podem constituem um fator determinante para o sucesso de invasão de outros lagartos exóticos.

2
  • FRANCISCA LUANA DA SILVA SOUSA
  • DESVENDANDO O SOM DO CHOCALHO DA CASCAVEL SUL-AMERICANA: COMO AS EMISSÕES SONORAS VARIAM ENTRE AS SUBESPECIES DE CROTALUS DURISSUS?

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLA PEREIRA FAGUNDES DE FRANÇA
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • LUCAS RODRIGUEZ FORTI
  • Data: 28/02/2023

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  • Espécies que se comunicam por sinais acústicos podem apresentar dialetos que variam ao longo de sua distribuição geográfica. Os sons produzidos pelos chocalhos das Cascavéis (Crotalus e Sistrurus) constituem as emissões sonoras mais conhecidas entre as serpentes, tendo sido descritas bioacusticamente para muitas espécies. No entanto, a ocorrência de variação geográfica na exibição sonora do chocalho, sobretudo nas espécies de ampla distribuição, permanece um tema inexplorado. Neste trabalho investigamos como os sons dos chocalhos variam entre as subespécies da Cascavel sul-americana, Crotalus durissus, testando a hipótese de que haveria variação geográfica nas emissões acústicas dos chocalhos. Gravamos 87 indivíduos de C. durissus, pertencentes a seis subespécies (C. d. cascavella, C. d. collilineatus, C. d. durissus, C. d. marajoensis, C. d. ruruima e C. d. terrificus), distribuídas em diferentes ecorregiões da América do Sul. Descrevemos as emissões sonoras através dos seguintes parâmetros acústicos: taxa de emissão (%), frequência fundamental (Hz), frequência dominante (Hz), amplitude de frequências (Hz). Avaliamos também parâmetros morfofisiológicos dos indivíduos emissores: comprimento rostro-cloacal (mm), temperatura corpórea (ºC), sexo (fêmeas e machos), altura do primeiro lóbulo do segmento proximal do chocalho (mm). A exibição sonora das subespécies de C. durissus não apresentou diferenças geográficas consideráveis, pelo menos entre as subespécies mais amplamente distribuídas (C. d. cascavella, C. d. collilineatus e C. d. terrificus). No entanto, a frequência fundamental de C. d. terrificus foi mais alta que das subespécies com distribuição mais restrita (C. d. durissus, C. d. marajoensis e C. d. ruruima. Independente da subespécie, o som dos chocalhos de C. durissus foi melhor predito pelos parâmetros morfológicos dos indivíduos emissores. O comprimento rostro-cloacal influenciou negativamente a taxa de emissão, a frequência fundamental e a frequência dominante. Já a altura do primeiro lóbulo do segmento proximal do chocalho influenciou negativamente a frequência dominante e positivamente a amplitude de frequências. Estes resultados revelaram que os parâmetros acústicos do chocalho da Cascavel sul-americana não diferem substancialmente entre as subespécies, mas é primariamente determinado pelo tamanho corpóreo e pelas dimensões do chocalho dos emissores. Nossos achados ampliam o conhecimento sobre a bioacústica do gênero Crotalus, além de contribuir para a compreensão comunicação acústica em serpentes de forma geral.



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  •  

    A comunicação acústica evoluiu em diversos grupos animais, podendo ser oriunda de variados mecanismos de produção sonora e apresentar diversas funções comportamentais. Especificamente em serpentes, esses sinais sonoros podem ser por emissões orais, nasais, cloacais e pela vibração da cauda. A produção de som em serpentes através da vibração da cauda é bem conhecida entre Cascavéis (Crotalus e Sistrurus). No entanto, apesar de algumas espécies já terem suas emissões acústicas descritas, muitas espécies permanecem não estudadas, como a Cascavel Sul-Americana, Crotalus durissus. Neste trabalho caracterizamos bioacusticamente o som produzido pelo chocalho da Cascavel do Nordeste brasileiro, Crotalus durissus cascavella. Gravamos 19 indivíduos em quatro diferentes núcleos de pesquisa com animais peçonhentos do Nordeste. Analisamos os seguintes parâmetros acústicos: frequência fundamental, frequência dominante, amplitude de frequências e taxa de emissão do chocalho. Também analisamos parâmetros morfométricos do chocalho (altura e largura do primeiro lóbulo do segmento) e parâmetros morfo-fisiológicos dos indivíduos (comprimento e temperatura corpóreos). Nossos achados revelaram que a exibição sonora de C. d. cascavella segue o padrão observado em outras espécies congenéricas. Observamos ainda que nenhum parâmetro acústico foi influenciado pelo tamanho ou temperatura corpóreos dos indivíduos emissores. Contudo, evidenciamos que amplitude de frequências foi negativamente influenciada pelo número de segmentos no chocalho. Esta descrição inédita do som produzido pelo chocalho de C. d. cascavella amplia o conhecimento sobre a bioacústica do gênero Crotalus, além de contribuir para a compreensão da extensão de emissão sonora em serpentes.   

     




3
  • PAULA DAYANE SILVA MAIA
  • INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ENTRE A CIANOBACTÉRIA Microcystis aeruginosa E DUAS ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS SUBMERSAS

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATA DE FÁTIMA PANOSSO
  • ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • LAIS SAMIRA CORREIA NUNES
  • Data: 29/05/2023

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  • As altas concentrações de nitrogênio e fósforo em ecossistemas aquáticos estão entre as principais causas do desenvolvimento excessivo da proliferação de cianobactérias que favorecem o aumento da produtividade primária. Estudos relatando os efeitos alelopáticos de macrófitas sobre o fitoplâncton em ambientes naturais ainda são escassos, em razão de outros fatores, como limitação por luz e nutrientes, competição e herbivoria. O objetivo desse trabalho foi avaliar se as macrófitas aquáticas submersas, Egeria densa Planck e Ceratophyllum demersum L. limitam o crescimento da cianobactéria Microcystis aeruginosa. Foi utilizado nesse experimento ramos das macrófitas aquáticas submersas E. densa e C. demersum e a cepa tóxica da cianobactéria M. aeruginosa. Para avaliar se as duas espécies de macrófitas inibem o crescimento de M. aeruginosa nós realizamos um experimento utilizando as duas espécies e uma macrófita artificial. Os experimentos foram realizados com o auxílio de duas câmaras de germinação com condições laboratoriais controladas, temperatura de 28±2 °C, fotoperíodo 12:12h de ciclos claro/escuro e iluminação de 162 μmol m-2s-1. Os experimentos foram realizados em 3 etapas, cada etapa teve duração de 15 dias. Foram utilizados sete tratamentos com cinco réplicas cada. Os tratamentos visaram expor a cepa de M. aeruginosa à diferentes biomassas de macrófitas aquáticas (10 e 30 gramas de Massa Seca) e as amostras para quantificar a densidade das cianobactérias foram realizadas a cada três dias. Foi verificada a redução da biomassa de M. aeruginosa cultivada com E. densa e C. demersum, independentemente da biomassa das macrófitas. Já a redução da biomassa da cianobactéria não ocorreu nos tratamentos com a planta artificial. A biomassa de M. aeruginosa foi inibida desde o terceiro dia de experimento com as macrófitas até o final do experimento. E. densa e C. demersum reduziram significativamente as concentrações de fósforo total e nitrogênio total, apesar disso, este fator provavelmente não possa ter sido o mais importante para explicar a inibição do crescimento de M. aeruginosa, uma vez que nos tratamentos com apenas M. aeruginosa e com plantas artificiais foi observada pouca diminuição desses nutrientes. Foi observado nos tratamentos contendo plantas artificiais, em comparação com o controle, que as plantas artificiais inibiram o crescimento de M. aeruginosa em 13,8% e 14,9%, provavelmente devido ao sombreamento causado pelas plantas de plástico que podem ter diminuído disponibilidade de luz e, portanto, o crescimento da cianobactéria. A presença física das macrófitas aquáticas submersas inibiram o crescimento da cianobactéria M. aeruginosa nos primeiros dias de experimento, independentemente da biomassa das macrófitas, revelando a sensibilidade da cianobactéria em coexistir com essas duas espécies de macrófitas. A partir dos nossos resultados, tanto a alelopatia quanto o sombreamento parecem ser mecanismos potencialmente importantes que direcionam as interações ecológicas entre a cianobactéria M. aeruginosa e as macrófitas aquáticas E. densa e C. demersum.


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  • A elevada frequência e o esperado aumento de florações de cianobactérias nos próximos anos em reservatórios do semiárido brasileiro é devido a ocorrência de eutrofização antrópica e às mudanças climáticas característica dessa região. O objetivo geral desse trabalho foi avaliar experimentalmente se as macrófitas aquáticas submersas, Egeria densa Planch e Ceratophyllum demersum L. limitam o crescimento da cepa tóxica da cianobactéria Microcystis aeruginosa, produtora de microcistina. Ramos jovens e apicais de Egeria densa e Ceratophyllum demersum foram coletados no reservatório de Santa Cruz, localizado no município de Apodi, Estado do Rio Grande do Norte. Os cultivos foram realizados oito dias antes do início dos experimentos, para aclimatação dos vegetais, foram cultivados em unidades experimentais retangulares contendo 2L de solução nutritiva modificada e proposta por Hoagland & Arnon, diluída a 10%. As culturas de M. aeruginosa foram mantidas em frascos Erlenmayer de 250 mL e 150 mL em solução nutritiva de Hoagland & Arnon, diluída a 10%. Foram determinados sete tratamentos com cinco réplicas cada. Os tratamentos foram montados a fim de expor a cepa de M. aeruginosa à diferentes biomassas de macrófitas aquáticas. Os controles negativos foram realizados utilizando plantas artificiais, com o intuito de verificar se essas plantas causam interferência no crescimento das cianobactérias por meio do sombreamento. Cada experimento teve duração de 15 dias, as amostras foram coletadas para quantificar a biomassa das cianobactérias a cada três dias: 0, 3, 6, 9, 12 e 15. A densidade celular de M. aeruginosa foi inibida a partir do terceiro dia de convivência com ambas as macrófitas aquáticas, em todas as densidades, até o final dos experimentos, atingindo uma densidade celular zero a partir do sexto dia. Nos tratamentos com a planta artificial, independentemente da quantidade utilizada, a densidade celular aumentou acentuadamente até o 12° dia de experimento. Esses resultados, eram esperados, visto que, dois fatores principais poderiam influenciar no crescimento das cianobactérias, luz e o potencial alelopáticos das macrófitas. Nossos resultados mostraram que, ambas as espécies de macrófitas aquáticas utilizadas nesse estudo, comprometeram o crescimento de M. aeruginosa logo nos primeiros dias de experimento. Nos tratamentos com macrófitas também ocorreu diminuição das concentrações de ortofosfato, fósforo total e amônia.

4
  • MAURÍLIO KAIQUE BARRETO
  • FLUXO DE GASES DO EFEITO ESTUFA (CH4, CO2, N2O) EM MONOCULTIVOS DE CARCINICULTURA

  • Orientador : GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • HERBSTER RANIELLE LIRA DE CARVALHO
  • RODRIGO SÁVIO TEIXEIRA DE MOURA
  • Data: 29/05/2023

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  • A principal causa do aquecimento global advém do acúmulo de gases que absorvem a radiação infravermelha na atmosfera terrestre, fenômeno conhecido como efeito estufa. As atividades realizadas em ecossistemas aquáticos, como a aquicultura, também têm contribuído para o acúmulo desses gases. O dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (NO2) são os principais gases de efeito estufa (GEE) emitidos a partir das atividades antrópicas. Desta forma, conhecer a dinâmica de emissão de GEE é de extrema importância para a avaliação da sustentabilidade ambiental da carcinicultura. Neste contexto, é de relevância quantificar o fluxo de gases de efeito estufa provenientes de atividades produtivas como a carcinicultura, visando com isto, obter estimativas das emissões geradas por estes empreendimentos. Diante do exposto, este trabalho objetiva avaliar a dinâmica de fluxo de GEE em sistemas de monocultivos de camarão marinho (Litopenaeus vannamei). A pesquisa foi realizada em duas empresas, na fazenda Futura Aquicultura do Brasil, localizada no município de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, Brasil e, na Fazenda Sítio Pitú, localizada no município de Jaguaruana, no estado do Ceará, Brasil, ambas localizadas no semiárido brasileiro. Com a finalidade de mensurar a produção de gases do efeito estufa, foram monitorados três cultivos de camarão. A dinâmica da emissão difusiva e ebulitiva dos gases CO2, CH4, e N2O foi monitorada nos períodos diurno (06h00) e noturno (18h00) de acordo com as campanhas de amostragem de cada cultivo. O presente trabalho demonstrou que as tecnicas de manejo das fazendas, o tamanho dos viveiros, as reações físico-químicas e as densidades de estocagens podem controlar os fluxos de gases. Além disso, dependendo da intensidade desses fatores, a aquicultura pode atuar como um sumidouro de gases de efeito estufa


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  • A principal causa do aquecimento global advém do acúmulo de gases que absorvem a radiação infravermelha na atmosfera terrestre, fenômeno conhecido como efeito estufa. Adicionalmente, atividades relizadas em ecossistemas aquáticos, como a aquicultura também têm contribuído para o acúmulo desses gases. O dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (NO2) são os principais gases de efeito estufa (GEE) emitidos a partir das atividades humanas. Desta forma, conhecer a dinâmica de emissão de GEE é de extrema importância para a avaliação da sustentabilidade ambiental da aquicultura. Neste contexto, é de relevância quantificar o fluxo de gases de efeito estufa provenientes de atividades produtivas como a carcinicultura, visando com isto, obter estimativas das emissões gerados por estes empreendimentos. Diante do exposto, este trabalho objetiva avaliar a dinâmica de fluxo de GEE em sistemas de monocultivos de camarão marinho (Litopenaeus vannamei). A pesquisa foi realizada em duas empresas, na fazenda Futura Aquicultura do Brasil, localizada no município de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, Brasil e, na Fazenda Pitú, localizada no município de Jaguaruana, no estado do Ceará. Com a finalidade mensurar a produção de gases do efeito estufa foram monitorados três cultivos de camarão. A dinâmica da emissão difusiva e ebulitiva dos gases CO2, CH4, e N2O foi monitorada nos períodos diurno (06h00) e noturno (18h00) de acordo com as campanhas de amostragem de cada cultivo. O presente trabalho demonstrou que as tecnicas de manejo da fazenda, o tamanho dos viveiros, as reações físico-químicas e a densidde de estocagem podem controlar os fluxos de gases. Além disso, dependendo da intensidade desses fatores, a aquicultura pode atuar como um sumidouro de gases de efeito estufa.

2022
Dissertações
1
  • RAUL DOS SANTOS
  • ATROPELAMENTO DE MAMÍFEROS SILVESTRES NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: PAISAGEM, SAZONALIDADE E HOTSPOTS

  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • EVELINE DE ALMEIDA FERREIRA
  • CECÍLIA BUENO MOACYR DE LIMA E SILVA
  • Data: 08/03/2022

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  • As estradas causam diversos impactos sobre a fauna, sendo o atropelamento responsável pelo declínio populacional de vertebrados silvestres, ameaçando à persistência de populações de diversas espécies de mamíferos. Os atropelamentos podem estar relacionados à diversos fatores, desde características físicas das estradas, como a presença e/ou ausência de curvas, aclives, declives, intensidade de tráfego, proximidade com Unidades de Conservação (UC), características da paisagem e sazonalidade das regiões onde as estradas estão inseridas. Nesse contexto, o estudo objetiva identificar principais hotspots de atropelamento e a relação dos atropelamentos com as características da paisagem e sazonalidade (período seco e chuvoso) para mamíferos silvestres em trechos de estradas localizadas no Seridó, região de clima semiárido. Ao todo, foram percorridos 6.192,52 quilômetros de estradas em 53 saídas de campo, entre setembro de 2013 a dezembro de 2014. Imagem de satélite e dados do mapbiomas foram usados para as análises de classificação do solo. Buffers de 1km, 5km e 10km foram criados ao redor da estrada monitorada para apontar as vaiáveis da paisagem associadas aos atropelamentos. O Teste K-Statistics 2D e o 2D HotSpot foram usados para indicar agregações e os hotspots de atropelamentos. Modelos lineares foram gerados para as variáveis da paisagem, submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito da sazonalidade. Ao todo foram registrados 527 de atropelamentos de mamiferos silvestres, sendo as espécies Cerdocyon thous, Euphractus sexcinctus e Procyon cancrivorus as mais registradas, além de obtermos dados de atropelamento de espécies vulneráveis a extinção, como Leopardus emiliae, Puma yagouaroundi. No geral, o efeito das estradas foi negativo em áreas mais alteradas, como agropecuária, solo exposto e infraestrutura urbana. Já em relação a sazonalidade, com exceção da C. thous, as espécies foram mais atropeladas no período chuvoso.


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  • As estradas causam diversos efeitos negativos sobre a fauna, sendo o atropelamento um dos principais impactos fatais às comunidades de vertebrados silvestres, apresentando grande ameaça à persistência de populações de diversas espécies de mamíferos. Os atropelamentos podem estar relacionados a diversos fatores, desde características físicas das estradas, como a presença e/ou ausência de curvas, aclives, declives, intensidade de tráfego, até características da paisagem e sazonalidade das regiões onde as estradas estão inseridas. Logo, este estudo teve como objetivo identificar hotspots de atropelamento de mamíferos silvestres em trechos de estradas localizadas no Seridó, região de clima semiárido, buscando relacionar os atropelamentos às características da paisagem e ao efeito da sazonalidade. A extensão do percurso monitorado foi de aproximadamente 116, 84 km. Os monitoramentos ocorreram com intervalos médios de 21 dias. Ao todo foram 52 saídas de campo ao logo de 4 anos de coleta sistemática. Foram usadas imagens de satélite para classificação do uso do solo e dados de estação meteorológica foram usados para classificar a sazonalidade. Buffers de 1km, 5km e 10km foram criados ao redor da estrada monitorada, para apontar as vaiáveis da paisagem associadas aos atropelamentos. O Teste K-Statistics 2D e o 2D HotSpot foram usados para indicar agregações e os hotspots de atropelamentos, e gerados modelos lineares múltiplos para as variáveis da paisagem, submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito entre períodos (seco e chuvoso). Ao todo foram registrados 454 atropelamentos de espécies silvestres, sendo as espécies Cerdocyon thous, Euphractus sexcinctus e Procyon cancrivorus as mais registradas. Foram registrados dados de atropelamento de espécies vulneráveis à extinção, como Leopardus emiliae e Puma yagouaroundi. O período chuvoso foi concentrou maior quantidade de hotspots de atropelamento. A urbanização e as áreas úmidas se mostram importantes para explicar os atropelamentos, estando em quase todos os modelos selecionados pelo AICc. A C. thous teve relação negativa com agropecuária, infraestrutura urbana e vegetação densa, e positiva com áreas úmidas. Já E. sexcinctus teve relação positiva para vegetação espaçada e negativa para áreas urbanas, aos passos que P. cancrivorus apresentou relação negativa para vegetação espaçada e áreas urbanas e positiva para vegetação densa, corpos hídricos e solo exposto. As espécies foram mais atropeladas no período chuvoso, exceto C. thous que não apresentou diferenças relacionadas à sazonalidade.

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  • HERMÓGENES PEREIRA DA COSTA SEGUNDO
  • AVALIAÇÃO DOS EFEITOS ECOTOXICOLÓGICOS DA MISTURA DOS METAIS CÁDMIO, NÍQUEL E CHUMBO AO MICROCRUSTÁCEO Ceriodaphnia dubia

  • Orientador : GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATA FRACACIO FRANCISCO
  • ANDRÉA NOVELLI
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • Data: 14/03/2022

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  • Comunidades aquáticas são usualmente expostas à diversos metais na forma de misturas complexas, as quais podem ser tóxicas tanto para a biota aquática quanto para os seres humanos. Assim, a análise da toxicidade destes metais isoladamente pode não oferecer uma estimativa precisa do impacto destes poluentes em um cenário realista, já que os mesmos estão em contato com o meio ambiente na forma de misturas diversas. Neste estudo, foram realizados testes de ecotoxicidade aguda com os metais cádmio, chumbo e níquel isoladamente, em misturas binárias (Cd+Pb, Cd+Ni, Pb+Cd, Pb+Ni, Ni+Cd e Ni+Pb) e em misturas ternárias (Cd+Ni+Pb) com o objetivo de testar a hipótese de que os metais em mistura oferecem efeito ecotoxicológicos diferente de quando isolados. Os valores de CE50;48h gerados a partir dos testes de ecotoxicidade aguda com os metais isolados foram 33,26 µg/L (28,68 µg/L – 38,56 µg/L), 2,36 mg/L (1,88 mg/L – 2,95 mg/L) e 0,29 mg/L (0,24 mg/L – 0,35 mg/L) para os metais cádmio, chumbo e níquel, respectivamente, sendo o cádmio o mais tóxico. Em misturas com Pb e Ni, não houve mudança significativa na ecotoxicidade do Cd, sendo encontrada para Cd+Ni a CE50=40,38 µg/L (32,75 µg/L – 49,79 µg/L) e para Cd+Pb a CE50=40,12 µg/L (35,13 µg/L – 45,82 µg/L). Quanto a ecotoxicidade da mistura Pb+Cd (CE50= 5,91 mg/L; 5,42 mg/L – 6,44 mg/L), possivelmente não houve efeito aditivo, ou seja, apresentou o mesmo padrão que foi encontrado nas misturas de Cd, não havendo diferença significativa entre as CE50 das misturas e do metal isolado. não houve aumento nem diminuição da ecotoxicidade da mistura, e comparada a toxicidade do chumbo isoladamente não houve mudança significativa, apresentando o mesmo padrão ocorrido nas misturas de Cd. Para os testes com as misturas Pb+Ni, Ni+Pb e Ni+Cd, não foi possível calcular os valores da CE50 em função de uma maior redução da ecotoxicidade, provavelmente ocorreram efeitos antagônicos, visualizados a partir da diminuição da porcentagem de imobilidade dos organismos nos testes com estas misturas em relação aos testes com os metais chumbo e níquel isoladamente. Nas misturas ternárias Cd+Ni+Pb possivelmente houveram efeitos antagônicos, onde não foi possível obtermos as CE50 das misturas, porém foi possível visualizar na porcentagem da imobilidade de organismos comparada com a imobilidade nos testes com metais isolados que a ecotoxicidade reduz em misturas ternárias.


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  • Comunidades aquáticas são usualmente expostas à diversos metais na forma de misturas de múltiplos metais, os quais podem ser tóxicos tanto para a biota aquática quanto para os seres humanos. Porém, a análise da toxicidade destes metais isoladamente pode não oferecer uma estimativa precisa do impacto destes metais em um cenário realista, já que os metais estão em contato com o meio ambiente na forma de misturas de diversos metais. Neste estudo, foram realizados testes de ecotoxicidade aguda com os metais cádmio, chumbo e níquel isoladamente e em seguida, em misturas binárias (Cd+Pb, Cd+Ni, Pb+Cd, Pb+Ni, Ni+Cd e Ni+Pb) com o objetivo de testar a hipótese de que estes metais, quando em mistura no ambiente aquático, têm maior efeito tóxico sobre organismos zooplanctônicos do que quando isolados. Os valores de CE50;48h gerados a partir dos testes de ecotoxicidade aguda com os metais isolados foram 33,26 µg/L (28,68 µg/L – 38,56 µg/L), 2,36 mg/L (1,88 mg/L – 2,95 mg/L) e 0,29 mg/L (0,24 mg/L – 0,35 mg/L) para os metais cádmio, chumbo e níquel, respectivamente, em que a maior toxicidade entre os três metais isolados foi a do cádmio. Para a toxicidade aguda nos testes em misturas, não houve mudança significativa entre a toxicidade das misturas Cd+Ni (CE50=40,38 µg/L; 32,75 µg/L – 49,79 µg/L) e Cd+Pb (CE50=40,12 µg/L; 35,13 µg/L – 45,82 µg/L) em relação ao cádmio isolado. Quanto a toxicidade da mistura Pb+Cd (CE50= 5,91 mg/L; 5,42 mg/L – 6,44 mg/L) e a toxicidade do chumbo isoladamente não houve mudança significativa, ambos apresentaram a mesma toxicidade, enquanto para os testes com as misturas Pb+Ni, Ni+Pb e Ni+Cd, não foi possível calcular as suas CE50 pois provavelmente ocorreram efeitos antagônicos, pois houve uma diminuição da toxicidade destas misturas em relação a toxicidade dos metais chumbo e níquel isoladamente nas concentrações testadas, já que a imobilidade destes testes em misturas diminuiu em relação aos testes com os metais chumbo e níquel isoladamente.

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  • MARCOS ADELINO ALMEIDA FILHO
  • O QUE AS RÃS FÊMEAS PROCURAM NOS MACHOS? O CANTO DE ANÚNCIO NÃO REFLETE O INVESTIMENTO GONADAL E O ARMAZENAMENTO DE GORDURA EM physalaemus albifrons NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • PAULO NOGUEIRA DA COSTA
  • Data: 31/03/2022

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  • O canto de anúncio em anuros pode fornecer informações honestas sobre a qualidade do macho emissor e ser utilizado pelas fêmeas para selecionar os parceiros reprodutivos. Alguns atributos dos machos, como o tamanho corpóreo, tendem a ser relacionados com parâmetros acústicos e podem ser revelados para as fêmeas através do canto de anúncio. No entanto, apesar de testículos maiores propiciarem maior produção de espermatozoides e corpos de gordura mais pesados viabilizarem maiores atividades metabólicas, não se sabe como o investimento gonadal e a reserva energética estão relacionados com os parâmetros acústicos dos cantos. Neste trabalho, avaliamos a relação entre a performance acústica, a condição gonadal e o armazenamento de gordura na rã Physalaemus albifrons, testando a hipótese de que o canto de anúncio constitui um bom preditor da qualidade do macho em termos de investimento gonadal e reserva energética. Gravamos vocalizações de 45 machos de P. albifrons em lagoas temporárias em uma área semiárida de Caatinga durante os meses de fevereiro e março de 2020. Todos os espécimes foram coletados, eutanasiados, fixados e posteriormente medidos quanto ao comprimento rostro-cloacal, comprimento dos testículos e a massa dos corpos de gordura. Analisamos parâmetros temporais (duração do canto e taxa de repetição) e espectrais (frequência fundamental e frequência dominante) de 30 cantos de anúncio de cada macho. O comprimento testicular e a massa dos corpos de gordura não foram relacionados com nenhum dos parâmetros acústicos do canto de anúncio de P. albifrons. Nossos resultados evidenciaram que o investimento gonadal e a reserva de gordura dos machos de P. albifrons não são revelados às fêmeas através do canto de anúncio. Estes achados sugerem que a seleção de parceiros sexuais pelas fêmeas desta pequena rã neotropical, se existir, não ocorre a partir de propriedades individuais no desempenho vocal dos machos, contribuindo para o entendimento das estratégias reprodutivas de anuros em ambientes secos altamente sazonais.


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  • O canto de anúncio é uma vocalização emitida por anuros machos primariamente para atrair fêmeas para reprodução. Estes sinais acústicos podem fornecer informações importantes sobre a qualidade do emissor, podendo ser utilizados pelas fêmeas para selecionar os machos. Por exemplo, as propriedades acústicas temporais e espectrais destes cantos podem revelar honestamente o tamanho corpóreo do macho emissor. Contudo, as relações entre os atributos do canto, o investimento gonadal e a estocagem de gordura permanecem pouco compreendidas. Enquanto o grau de desenvolvimento dos testículos pode afetar a produção de espermatozoides, o armazenamento de gordura pode influenciar na construção de ninhos de espuma, dois requisitos essenciais para o sucesso reprodutivo de muitos anuros. Dessa forma, avaliamos a relação entre a performance acústica, a condição gonadal e a reserva energética na rã Physalaemus albifrons, testando a hipótese de que o canto de anúncio constitui um bom preditor da qualidade do macho, especificamente em termos de produção de espermatozoides e armazenamento de gordura. As vocalizações de machos de P. albifrons foram gravadas em lagoas temporárias de três áreas de Caatinga, duas no Rio Grande do Norte e uma no Ceará, durante os meses de janeiro a março de 2020. Noventa e quatro machos de P. albifrons foram gravados e coletados. Todos os espécimes foram eutanasiados, fixados e posteriormente medidos quanto ao comprimento rostro-cloacal, volume dos testículos e a massa dos corpos de gordura. Foram analisados os parâmetros temporais (duração do canto e taxa de repetição) e espectrais (frequência fundamental e frequência dominante) de 30 cantos de anúncio de cada macho. A mediana de cada parâmetro acústico foi então relacionada com as variáveis preditoras (comprimento rostro-cloacal, volume do testículo e massa do corpo de gordura). A duração do canto esteve relacionada positivamente com o volume testicular e com a reserva de gordura. Os demais parâmetros acústicos não estiveram relacionados com o tamanho do testículo ou massa dos corpos de gordura. Estes resultados sugerem que a reserva de gordura e o investimento gonadal podem ser indiretamente revelados às fêmeas através da duração do canto de anúncio. Dessa forma, fêmeas que selecionem machos emitindo cantos com maior duração apresentam maior probabilidade de fecundar e proteger seus ovos.

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  • IVINNA KARINY DA COSTA VIEIRA
  • ESTRATÉGIAS ECOLÓGICAS DE PLANTAS DA CAATINGA AO LONGO DE UM GRADIENTE DE INTENSIDADE E TEMPO DE PASTEJO

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARILDO DE SOUZA DIAS
  • CRISTINA BALDAUF
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 26/04/2022

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  • A herbivoria por animais silvestres e domesticados é um dos maiores motores da
    dinâmica global da vegetação, uma vez que influencia a estrutura e o funcionamento das
    populações e comunidades vegetais. Nesse contexto, a criação animal pode causar
    diversos impactos negativos às comunidades vegetais. Tendo em vista a importância
    socioeconômica da pecuária, bem como os possíveis impactos ecológicos do pastejo, o
    objetivo desse trabalho é compreender a estruturação da comunidade vegetal de uma
    floresta tropical sazonalmente seca (FTSS) em resposta ao pastejo de caprinos a partir
    do modelo LHS (leaf-height-seed) de descrição das estratégias ecológicas das plantas.
    Com base nas premissas desse modelo, nossa hipótese é que nas áreas sob alta
    intensidade de pastejo, os indivíduos apresentarão maior área foliar específica, ao passo
    que tenderão a possuir menores valores de altura e massa de sementes. O estudo foi
    desenvolvido em três municípios no estado do Rio Grande do Norte (Angicos, Lages e
    Pedro Avelino), os quais estão localizados na região nordeste brasileira e cuja principal
    atividade econômica é a caprinocultura. Nestes municípios foram selecionadas 15
    fazendas visando obter um gradiente de carga animal e tempo de pastejo. Em cada
    fazenda foram realizadas medições da altura e área foliar específica de todas as espécies
    dos estratos arbóreo-arbustivo e herbáceo. Também foram obtidos dados da massa da
    semente através do banco de dados TRY e literatura especializada. Visando analisar as
    relações entre a caprinocultura e as estratégias das espécies realizamos uma Análise de
    Componentes Principais (PCA) para cada fator estudado (carga animal e tempo de
    pastejo) e para cada estrato (arbóreo e herbáceo). A seguir, usamos análise de regressão
    linear múltipla utilizando carga animal e o pastejo como variáveis preditora e os escores
    de cada espécie no primeiro eixo da PCA como variável resposta. Nossos resultados não
    evidenciaram associações entre as estratégias ecológicas e a carga animal/tempo de
    pastejo, contrariando nossa hipótese. É possível que a carga animal do gradiente
    estudado, apesar de refletir a intensidade de pastejo comumente encontrada na Caatinga,
    não seja alta o suficiente para favorecer uma única estratégia. A pecuária nesse bioma é
    realizada de forma extensiva, o que acarreta uma carga menor por unidade de área em
    relação aos outros biomas mundiais nos quais ocorre criação de caprinos. Assim, a
    presença de diferentes estratégias pode ser um efeito positivo de um distúrbio
    moderado, o qual promoveria a diversificação da comunidade ao permitir e sustentar
    uma variação das características. Considerando os resultados obtidos, o pastejo não
    representa um distúrbio capaz de moldar as estratégias ecológicas na Caatinga, o que
    pode ser considerado interessante do ponto de vista da conservação, uma vez que
    implica na não homogeneização funcional das características da comunidade vegetal.


  • Mostrar Abstract
  • A herbivoria por animais silvestres e domesticados é um dos maiores drivers da dinâmica global da vegetação, uma vez que influencia a estrutura e o funcionamento das populações e comunidades vegetais. Nesse contexto, a criação animal pode causar diversos impactos negativos às comunidades vegetais. Tendo em vista a importância socioeconômica da pecuária, bem como os possíveis impactos ecológicos do pastejo, o objetivo desse trabalho é compreender as estratégias ecológicas das plantas de uma floresta tropical sazonalmente seca (FTSS) em resposta ao pastejo a partir do modelo LHS (leaf-height-seed). Com base nas premissas desse modelo, nossa hipótese é que nas áreas sob alta intensidade de pastejo, os indivíduos apresentarão maior área foliar específica, ao passo que tenderão a possuir menores valores de altura e peso de sementes. O estudo foi desenvolvido em três municípios no estado do Rio Grande do Norte (Angicos, Lages e Pedro Avelino), os quais estão localizados na região nordeste brasileira e cuja principal atividade econômica é a caprinocultura. Nestes municípios foram selecionadas 15 fazendas visando obter um gradiente de carga animal e tempo de pastejo. Em cada fazenda foram realizadas medições da altura e área foliar especifica de todas as espécies dos estratos arbóreo-arbustivo e herbáceo. Também foram obtidos dados da massa da semente através de banco de dados e literatura especializada. Visando analisar as relações entre a caprinocultura e as estratégias das espécies realizamos uma Análise de Componentes Principais (PCA) para cada fator estudado (carga animal e tempo de pastejo) e para cada estrato (arbóreo e herbáceo). Nossos resultados não evidenciaram associações entre as estratégias ecológicas e a carga animal/tempo de pastejo, contrariando nossa hipótese. É possível que a carga animal do gradiente estudado, apesar de refletir a intensidade de pastejo comumente encontrada na Caatinga, não seja alta o suficiente para favorecer uma única estratégia. A pecuária nesse bioma é realizada de forma extensiva, o que acarreta uma carga menor por unidade de área em relação aos outros biomas nos quais ocorre criação de caprinos. Assim, a presença de diferentes estratégias pode ser um efeito positivo de um distúrbio moderado, o qual promoveria a diversificação da comunidade ao permitir e sustentar uma variação dos traços. Considerando os resultados obtidos até o momento, o pastejo não representa um distúrbio capaz de moldar as estratégias ecológicas em florestas secas, o que pode ser considerado interessante do ponto de vista da conservação, uma vez que implica na não homogeneização funcional dos traços da comunidade vegetal.

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  • RODOLFO RAFAEL PASCOAL DA PENHA
  • RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE ARANHAS MEDIANDO A COEXISTÊNCIA ENTRE INVERTEBRADOS EM CUPINZEIROS.

  • Orientador : DANIELA FARIA FLORENCIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CASSIANO SOUSA ROSA
  • DANIELA FARIA FLORENCIO
  • EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 27/05/2022

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  • A teoria da coexistência entre espécies destaca a capacidade de diferentes organismos interagir entre si, e a predação se mostra um importante mecanismo capaz de promover a coexistência entre as espécies, uma vez que o predador pode controlar populações mais numerosas ou alterar o comportamento das presas. Os cupinzeiros são estruturas que favorecem o aumento na riqueza e abundância de outros organismos, sendo a coexistência em cupinzeiros um fenômeno comum, entretanto, os mecanismos que explica essa coexistência são pouco compreendidos. As aranhas são predadoras, frequentemente, encontradas em cupinzeiros, dessa forma, testamos as hipóteses: (i) quanto maior o número de espécies de aranhas presentes no cupinzeiro, maior será o número de coabitantes em ninhos de cupins e, (ii) a abundância de aranhas possibilita maior número de coabitantes no cupinzeiro. Foram amostrados 36 cupinzeiros em dois fragmentos de Caatinga na região Oeste do Rio Grande do Norte. Foram amostradas 30 morfoespécies de coabitantes distribuídas em 10 ordens. A riqueza de espécies encontradas nos cupinzeiros variou de um, quando somente o cupim construtor estava presente a 15 morfoespécies. A riqueza de aranhas variou de zero a quatro morfoespécies diferentes e a abundância foi de 19 indivíduos em um único cupinzeiro. Corroborando a nossa hipótese, quanto maior o número de espécies de aranhas maior foi o número de coabitantes em cupinzeiros. Assim, pode-se observar um efeito positivo no número de coabitantes em função da riqueza de aranhas, bem como a abundância de aranhas que foi relevante para uma maior riqueza de coabitantes, isso porque essas predadoras influenciam na redução da população de cupins ou podem estar influenciando o comportamento de isolamento dos mesmos, gerando mais espaços ociosos no cupinzeiro. Concluímos que tanto a riqueza e abundância de espécies de aranhas pode ser considerado um importante mecanismo mediador da coexistência.


  • Mostrar Abstract
  • A teoria da coexistência entre espécies destaca a capacidade de diferentes organismos interagir entre si em um gradiente de influência mútua positiva ou negativa, inúmeros estudos buscam compreender seus mecanismos. Dentre eles podemos citar a diferenciação no uso de recursos alimentares como alternativa as interações competitivas, o mutualismo e a predação. A predação se mostra um importante mecanismo capaz de promover a coexistência entre diferentes espécies, uma vez que o predador pode controlar populações mais numerosas ou alterar o comportamento das presas. Os cupinzeiros são estruturas construídas por cupins que modificam o ambiente e favorece o aumento na riqueza e abundância de outros organismos. A coexistência em cupinzeiros é um fenômeno comum, entretanto, os mecanismos que explica essa coexistência são pouco compreendidos. As aranhas são predadoras, frequentemente, encontradas em cupinzeiros, dessa forma o objetivo desse trabalho é de investigar a importância das aranhas na coexistência entre invertebrados em cupinzeiros. Para tanto, testaremos as hipóteses (i) de que quanto maior o número de espécies (riqueza) de aranhas maior será a riqueza de invertebrados coexistindo nos cupinzeiros; (ii) a abundância de aranhas possibilita maior riqueza de coabitantes no cupinzeiro. Esse estudo foi realizado em fragmentos de Caatinga localizados na região Oeste do Rio Grande do Norte. Foram amostrados 36 cupinzeiros. As análises envolveram Modelos Lineares Generalizados (GLM) com análises de resíduos, distribuição de erro Poisson corrigidas para sobre dispersão com quasi-Poisson. Amostramos os cupins construtores: Microcerotermes strunckii; Nasutitermes corniger; Nasutitermes macrocephalus; Constrictotermes cyphergaster e uma espécie de cupim inquilino Inquilinitermes fur. Foram amostradas 30 morfoespécies de coabitantes, distribuídas em 10 ordens A riqueza de espécies encontradas nos cupinzeiros variou de um, quando somente o cupim construtor estava presente a 15 morfoespécies. A riqueza de aranhas variou de zero a quatro mofoespécies diferentes e a abundância foi de 19 indivíduos em um único cupinzeiro. Corroborando a nossa hipótese, quanto maior o número de espécies de aranhas maior foi o número de coabitantes em cupinzeiros (F1,34 = 16,1; P= 0,0003). Assim é possível observar um efeito positivo no número de coabitantes em função do número de aranhas, para a hipótese de abundância de aranhas destacasse abundância de aranhas possibilita uma maior riqueza de coabitantes, isso porque influencia na redução da população de cupins ou influenciando o comportamento de isolamento dos mesmos, gerando mais espaços ociosos no cupinzeiro (F1,34 = 60.5; P= 0.0008). Com isso podemos destacar que tanto a riqueza e abundância de espécies de aranhas pode ser considerado um importante mecanismo mediador da coexistência.

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  • ITAINARA TAILI DA SILVA FREITAS
  • CARACTERIZAÇÃO DE LESÕES, DENSIDADE ÓSSEA, MICROBIOTA E ENDOPARASITAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DE ANIMAIS SILVESTRES MORTOS POR ATROPELAMENTO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO.

  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • FABIANO SÉLLOS COSTA
  • JOAO MARCELO AZEVEDO DE PAULA ANTUNES
  • Data: 27/05/2022

  • Mostrar Resumo
  • Um dos fatores antropogênicos que mais impactam na biodiversidade terrestre são as rodovias. Além dos efeitos barreira e depleção, as estradas também são cenários dos atropelamentos de fauna, causa mais comum de perda de biodiversidade de vertebrados silvestres na atualidade. Apesar disso, os cadáveres desses animais podem ser utilizados como amostras oportunistas, ótimas fontes de informações acerca da dinâmica populacional, um dos principais objetivos da Ecologia de Estradas. Por outro lado, apesar do crescente interesse e produção acadêmica nessa área da Ecologia, ainda são poucos os estudos que se utilizam desse tipo de amostragem oportunista, especialmente na Caatinga. Sendo assim, esse estudo teve como objetivo primário a descrição de lesões sofridas por animais silvestres mortos por atropelamento em estradas do Rio Grande do norte, através de necropsia e tomografia computadorizada quantitativa, ou virtopsia, além de descrever os valores de densidade óssea das espécies estudadas. Descreveu-se também a microbiota e presença de endoparasitas gastrointestinais dos espécimes coletados. O conhecimento da microbiota bacteriana do trato gastrointestinal das espécies abrange o importante tema no emergente tópico One health, que aponta a resistência bacteriana a antimicrobianos como um grave problema mundial de saúde pública. E por fim, o estudo dos endoparasitas gastrointestinais que afligem os animais silvestres possibilita o conhecimento acerca das relações entre parasitas e hospedeiros e ajuda a entender as variações que ocorrem na dinâmica populacional das estruturas das comunidades de vertebrados. Prover uma base de dados acerca das principais lesões encontradas em animais frequentemente atropelados serve com auxílio aos profissionais de resgate e reabilitação de fauna silvestre, que contribuem com a conservação das espécies a nível individual. Além disso, os dados gerados acerca de Ecologia de Estradas servem como base para a implementação de medidas de mitigação contra os atropelamentos de fauna silvestre, contribuindo para a conservação das espécies a nível populacional.


  • Mostrar Abstract
  • Um dos fatores antropogênicos que mais impactam na biodiversidade terrestre são as rodovias. Além dos efeitos barreira e depleção, as estradas também são cenários dos atropelamentos de fauna, causa mais comum de perda de biodiversidade de vertebrados silvestres na atualidade. Apesar disso, os cadáveres desses animais podem ser utilizados como amostras oportunistas, ótimas fontes de informações acerca da dinâmica populacional, um dos principais objetivos da Ecologia de Estradas. Por outro lado, apesar do crescente interesse e produção acadêmica nessa área da Ecologia, são poucos os estudos acerca das lesões sofridas por animais atropelados. Com isso, esse estudo realizou a caracterização de lesões em animais atropelados em estradas do Rio Grande do norte, através de necropsia e tomografia computadorizada quantitativa (TCQ), também chamado virtopsia. Através da TCQ foi aferida a densidade óssea e comparada à quantidade de lesões e escore corporal. Nos 24 espécimes coletados, das Classes Ave, Réptil e Mamífero, foram encontradas 88 lesões de quatro tipos em 15 diferentes ossos, com uma média de 3,25 lesões por ave e 3,75 lesões por réptil e mamíferos, sem diferença estatística entre as médias (p>0,05). Houve diferença estatística entre as médias de densidade óssea de répteis e mamíferos (p0,05). Prover uma base de dados acerca das principais lesões encontradas em animais frequentemente atropelados serve com auxílio aos profissionais de resgate e reabilitação de fauna silvestre, que contribuem com a conservação das espécies a nível individual. Além disso, os dados acerca de Ecologia de Estradas gerados servem como base para a implementação de medidas de mitigação contra os atropelamentos de fauna silvestre, contribuindo para a conservação das espécies a nível populacional.

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  • AYKO REINALDO SHIMABUKURO
  • DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS ATROPELADOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE E PERFIL DA ESTRADA

  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • LUCAS RODRIGUEZ FORTI
  • CECÍLIA BUENO MOACYR DE LIMA E SILVA
  • Data: 30/05/2022

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  • O atropelamento é um dos impactos mais significativos que as estradas oferecem a fauna. Esse impacto pode ser ainda mais crítico próximo à Unidades de Conservação (UC), abrigo de diversos vertebrados. Dentre eles os mamíferos são mais ameaçados, pois suas populações são menos densas e podem ser reduzidas através dos atropelamentos. O objetivo deste estudo foi realizar o levamento de mamíferos silvestres e domésticos atropelados em estradas do entorno do Parque Nacional da Furna, buscando compreender se os atropelamentos são influenciados pela sazonalidade e/ou perfil da estrada. Ao todo, foram percorridos 8.279,2 quilômetros de estradas em 79 saídas para mamíferos silvestres (2013-2021) e 6.288 quilômetros deestradas em 60 saídas para mamíferos domésticos (2015-2021). As estradas monitoradas foram classificadas de acordo com perfil, onde: a) BR - estrada federal, pavimentada, com acostamento e alto fluxo de veículos; b) RN – estrada estadual, pavimentada, sem acostamento e médio fluxo de veículos e; c) ET – estrada de terra, sem pavimento, sem acostamento e baixo fluxo de veículos. O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito da sazonalidade e dos perfis de estradas para todos os mamíferos. Modelos lineares foram gerados e submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). Este estudo registrou 437 mamíferos atropelados, sendo 253 silvestres, 148 domésticos e 36 não identificados. A taxa de mortalidade geral foi de 0,052 ind./km/dia. Cerdocyon thous, Didelphis albiventris e Galea spixii, foram os mamíferos silvestres mais afetados, e, dentre os domésticos, Felis silvestris catus e Canis lupus familiaris. Não houve diferenças nos atropelamentos entre as estações do ano. Mamíferos com porte médio são mais atropelados. Estradas com alto fluxo de veículos, pavimentadas e com acostamento favorecem os atropelamentos quando comparadas com estradas com baixo fluxo de veículos e sem pavimento.


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  • O atropelamento é um dos impactos mais significativos que as estradas oferecem à fauna. Este
    impacto pode ser ainda mais crítico próximo às Unidades de Conservação (UCs), abrigo de
    diversos vertebrados. Dentre eles os mamíferos são os mais ameaçados, pois suas populações
    são menos densas e podem ser reduzidas através dos atropelamentos. O objetivo deste estudo
    foi realizar o levantamento de mamíferos silvestres e domésticos atropelados em estradas do
    entorno do Parque Nacional da Furna Feia, buscando compreender se os atropelamentos são
    influenciados pela sazonalidade e/ou perfil da estrada. O levantamento utilizou dados de oito
    anos (2013-2021) para silvestres e de seis anos (2015-2021) para domésticos. A extensão
    percorrida por monitoramento foi 120,6km, com intervalo de aproximadamente 21 dias,
    totalizando 73 saídas para silvestres e 54 para domésticos. As estradas monitoradas foram
    classificadas de acordo com perfil, onde: a) BR - estrada federal, pavimentada e com
    acostamento; b) RN – estrada estadual, pavimentada e sem acostamento e; c) ET – estrada de
    terra, sem pavimento e sem acostamento. Ao todo, 8,825,5km foram percorridos. Foram
    registrados 404 mamíferosatropelados, sendo 260 silvestres e 131 domésticos. A taxa de
    mortalidade geral foi de 0,045 ind./km/dia. Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) foi o silvestre
    mais atropelado (66,5%). Dentre os domésticos, Felis silvestris catus (gato doméstico - 46,5%)
    e Canis lupus familiaris (cachorro doméstico - 31,5%) foram os mais atropelados. Não houve
    diferenças nos atropelamentos entre as estações do ano, apesar de serem observadas maiores
    taxas de atropelamentos no período seco. De modo geral, silvestres e domésticos de porte médio
    foram os mais atropelados no perfil BR, seguido por RN e por último ET.

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  • JANETHY DO NASCIMENTO PEREIRA
  • BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Donax striatus (LINNAEUS, 1758) (MOLLUSCA: BIVALVIA) NA PRAIA DE GADO BRAVO, TIBAU-RN

  • Orientador : GUELSON BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA DE ALMEIDA ROCHA BARREIRA
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • INES XAVIER MARTINS
  • Data: 04/07/2022

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  • distribuição em zonas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico. No Brasil, é encontrado
    na faixa litorânea de areia, enclausurado em zonas entre-marés de praias arenosas varridas pelas
    ondas em posição vertical ao substrato. O seu padrão de zoneamento neste habitat varia de uma
    região para outra. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a biologia reprodutiva de Donax
    striatus na praia de Gado Bravo no Rio Grande do Norte. A metodologia empregada foi baseada
    na pesquisa de campo para coleta de dados com abordagem quali-quantitativa por inclusão de
    análises macroscópica e microscopia. Foram utilizadas amostras morfométricas de exemplares
    segmentados em classes etárias por tamanho para estimativa da maturidade reprodutiva. Foram
    aplicadas estatística frequentista e análise descritiva em dados biométricos. Para um melhor
    direcionamento desta pesquisa foram elaboradas as seguintes hipóteses: I - A desova da espécie
    Donax striatus é contínua ao longo do ano na praia de Gado Bravo no Rio Grande do Norte. IIExiste um período definido de desova da espécie Donax striatus na praia de Gado Bravo no Rio
    Grande do Norte. Verificamos que a espécie Donax striatus não foi possível diferenciar o sexo
    macroscopicamente. Os machos não tiveram destaque neste trabalho porque apresentaram em
    menor quantidade, desta forma focamos nas fêmeas. Existem indícios que, a desova das fêmeas
    é contínua ao longo do ano na praia de Gado Bravo no Rio Grande do Norte. O que sugere
    ainda a importância de estabelecer ações que possam mitigar potenciais impactos para
    exploração desta espécie de bivalve, especialmente no mês de abril, que apresentou não
    somente exemplares fêmeas em estágio de maturação, assim como o índice de condição
    apresentou correlação negativa para a fase de desova. Também concluímos que a primeira
    maturação para as fêmeas coletadas foi de 7,9 mm de comprimento.


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  • O Donax striatus é um molusco bivalve marinho, pertencente à família Donacidae, com ampla distribuição em zonas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico. No Brasil, é encontrado na faixa litorânea de areia enclausurados em zonas entre-marés de praias arenosas varridas pelas ondas, em posição vertical ao substrato. Entretanto, seu padrão de zoneamento dentro deste habitat varia de uma região para outra. Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa é caracterizar a biologia reprodutiva de Donax striatus, no litoral oeste do Rio Grande do Norte. A metodologia empregada vem sendo a pesquisa de campo para coleta e análise de dados com abordagem quali-quantitativa baseada em morfometria macroscópica e microscópica. Como também análise de classes etárias por tamanho, para estimativa da maturidade reprodutiva. As análises estatísticas realizadas serão do tipo descritivo. Para um melhor direcionamento desta pesquisa foi estabelecida a seguinte hipótese: a desova da espécie Donax striatus é continua ao longo do ano ou existe um período definido no litoral Oeste do Rio Grande do Norte? Os resultados preliminares indicam que para essa espécie, ainda não é possível distinguir sexo e estágios de maturação claramente, apenas por observações externas das gônadas e do manto. O que denota, que se faz necessário estabelecer um procedimento histológico específico para a identificação desta espécie.

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  • MURIANNY KATAMARA SILVA DE OLIVEIRA
  • OCORRÊNCIA DE CUPINS ARBORÍCOLAS EM FRAGMENTOS DE CAATINGA, NO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : DANIELA FARIA FLORENCIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CASSIANO SOUSA ROSA
  • DANIELA FARIA FLORENCIO
  • REJANE TAVARES BOTREL
  • Data: 26/08/2022

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  • Os cupins são importantes detritívoros e contribuem na ciclagem de nutrientes, na estruturação do solo, no aumento da umidade do solo, no aumento na disponibilidade de matéria orgânica decomposta. Os ninhos desses insetos são arquitetados com túneis e galerias, sendo sua estrutura construída com solo, matéria orgânica, fluídos fecais e salivares, classificados de acordo com o seu local de estabelecimento sendo denominados como: epígeo, hipógeo e arborícola, sendo este último o mais comum em áreas de Caatingas. Entretanto, estudos sobre cupins arborícolas ainda são escassos, principalmente quanto a relação deles com as árvores que hospedam os ninhos. Com isso este trabalho teve como objetivos investigar se algumas espécies arbóreas possuem maior probabilidade de hospedar ninhos de cupins arborícolas e avaliar o efeito das estruturas das árvores sobre a ocorrência de cupins arborícolas em fragmentos de Caatinga. Para tanto, testamos as seguintes hipóteses: i) Quanto maior o diâmetro da árvore, maior a chance de hospedar ninhos de cupins arborícolas; ii) Árvores mais altas possuem mais chances de hospedar um ninho; iii) As árvores com cascas mais grossas, possuem mais chances de hospedar um ninho. O estudo foi realizado em fragmentos de Caatinga hiper xerófila, composta por espécies arbóreas e arbustivas. Amostramos 21 árvores que hospedaram ninhos de cupins e as quatros árvores mais próximas, com DAP mínimo de 0,75 m, totalizando 115 árvores. De cada árvore, aferimos dados do diâmetro do caule, altura da árvore e amostras das cascas. Coletamos representantes das castas estéreis dos ninhos estudados. A análise de dados envolveu Modelagem Linear Generalizada Mista (GLMM), sob distribuição de erros binomial. A nidificação de Nasutitermes corniger, Constrictotermes cyphergaster, Nasutitermes macrocephalus; envolveu 17 espécies arbóreas. Considerando a relação entre a ocorrências de ninhos e as árvores, foi possível verificar que as espécies arbóreas Cenostigma pyramidale, Combretum leprosum e a Anadenanthera colubrina para a nossa área de estudo foram mais nidificadas que outras. Corroborando a nossa hipótese, árvores com diâmetros maiores tiveram mais chances de hospedar ninhos de cupins, por outro lado, a ocorrência dos ninhos não foi explicada, pela altura da árvore, pela espessura da casca ou pela espécie da árvore. Dessa forma os nossos resultados sugerem que o diâmetro do caule das árvores como uma característica estrutural da planta importante para dá suporte a um cupinzeiro, uma vez que pode oferecer a estes insetos maior condições para que os ninhos sejam instalados.


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  • Os cupins são conhecidos pelas evidentes estruturas ou ninhos que eles constroem para abrigar sua colônia. Construídos com material como solo, saliva e fezes os ninhos dos cupins são altamente arquitetados com túneis e galerias. Sua nidificação é classificada de acordo com o local de seu estabelecimento, sendo ele classificado como: epígeo, hipógeos ou ninhos subterrâneos e arborícolas. Na caatinga, os cupins arborícolas são os mais, frequentemente, encontrados. Por exemplo, Constrictotermes cyphergaster (Silvestri, 1901), que é uma espécie de cupim arborícola que usa troncos de árvores como base para o desenvolvimento dos seus ninhos. Contudo esse trabalho teve como objetivo estudar a ocorrência de cupins arborícolas em fragmentos de Caatinga, onde testamos as hipóteses: i) Quanto maior o diâmetro da árvore, maior as chances de hospedar um ninho arborícola; ii) Árvores com alturas maiores possuem mais chances de hospedar um ninho; iii) Quanto menor a espessura da casca maior a chance de hospedar um ninho. O estudo foi no período de outubro e dezembro, sendo realizado em fragmentos de Caatinga hiper xerófila, composta por espécies arbóreas e arbustivas, situadas nos municípios de Olho D’Água Do Borges e em Apodi, ambas no estado do Rio Grande do Norte. Selecionamos 21 árvores que hospedavam ninhos de cupins e as quatros árvores mais próximas, com no mínimo 0,15 m de circunferência na altura do peito, ao todos amostramos 115 árvores. De cada árvore aferimos dados da circunferência do caule, altura da árvore, amostras das cascas. De cada ninho coletamos amostras das castas estéreis da colônia (operários e soldados). As amostras de cupins foram rotuladas e preservadas em vidros contendo álcool 80%. A análise estatística envolveu a Modelagem Linear Generalizada Mista (GLMM) acrescidos por uma análise de resíduos para verificar a qualidade do modelo. O modelo mínimo adequado utilizado foi (Presença/ausência de ninho ~ Diâmetro da Árvore + (1|Ninhos), family=binomial), que foi realizado por meio do lme4 e DHARMa utilizamos o software R 4.1.0. Amostramos três espécies de cupins arborícolas e todas pertencentes a subfamília Nasutitermitinae. Amostramos o total de 17 espécies arbóreas, sendo que apenas oito abrigavam ninhos. A hipótese de que quanto maior o diâmetro da árvore maiores são as chances de encontrar um cupinzeiro foi corroborada (X2 = 14,039; gl= 1,3; p = 0,0002,) onde as árvores que apresentaram ninhos de cupins possuem diâmetro médio de 0,33 m, a enquanto as árvores que não abrigavam os ninhos apresentaram o diâmetro médio de 0,17m. Esse resultado sugere a importância de árvores com diâmetro do caule maiores para a sustentação desses ninhos de cupins arborícolas.

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  • VINÍCIUS MELO SEIXAS
  • LEVANTAMENTO E APLICAÇÃO DE SENSORIAMENTO REMOTO NA PESCA DE ATUNS EM CARDUMES ASSOCIADOS NO ATLÂNTICO SUL EQUATORIAL.

  • Orientador : HUMBERTO GOMES HAZIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINE VIEIRA FEITOSA
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • HUMBERTO GOMES HAZIN
  • Data: 30/08/2022

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  • No presente trabalho foram avaliadas as informações sobre a pesca oceânica brasileira, com a pesca de atuns em cardumes associados, atuando no Atlântico Sul Equatorial, no período de 2020 a 2021. Baseado em 6 embarcações da frota de pesca da Associação de Proprietários de Barcos de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte, cadastradas ao longo do período de estudo, foram observados os fatores ambientais e espaço-temporal nos quais foram aplicados modelos estatísticos GAM. Os resultados observados confirmam a importância das variáveis testadas (espaço-tempo e ambientais) na pesca dos atuns em cardumes associados no Atlântico Sul Equatorial. Observou-se, também, que as probabilidades de concentração de capturas estão atreladas às anomalias de alturas do mar, onde mostraram bastantes influências nos aumentos na intensidade de captura, diferente da temperatura de superfície do mar não se mostraram muito influentes nas produções. Outro fator interessante observado foi que as produções tiveram uma elevação nas bordas dos giros oceânicos. Com base neste estudo foi possível a aplicação de sensoriamento remoto na pesca de atuns e afins em cardumes associados na frota sediada no porto de Areia Branca.


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  • O consumo de pescado e tem seu valor como meio de consumo e renda para várias populações pelo mundo, então é importante analisar alguns aspectos que envolvem essa temática. Segundo relatório publicados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura – FAO, em 2020, que a produção de peixes deve aumentar para 204 milhões de toneladas até para o ano de 2030, cerca de 15 % a mais do que foi produzido em 2018 e a pesca de atuns atingiram seus níveis mais alto em 2018, cerca de 7,9 milhões de toneladas. Sendo que 600.000 toneladas de atuns e afins são capturadas no oceano atlântico, com isso se insere a pesca de atuns em cardumes associados na pesca no município de Areia Branca-RN que apresente uma característica peculiar de modalidade de pesca que utilização da embarcação como dispositivo atrator de cardumes para intensificar a produção pesqueiras, então a determinação padrões de variabilidade temporal da distribuição da abundância relativa local da produção de atuns em cardumes associados e relacionar dados de captura com as informações ambientais obtidas por sensoriamento remoto. Por fim, para análise modelos aditivos generalizados para determinar locais de abundância de produção para determinar informações que possam evitar colapso na produção e reduzindo risco de extinção de espécies mais vulneráveis.

2021
Dissertações
1
  • GRAZIELLA MACÊDO BATISTA
  • EFICIÊNCIA DE TERMORREGULAÇÃO DO LAGARTO NOTURNO Hemidactylus agrius (GEKKONIDAE) NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • MICHAEL HRNCIR
  • ZAIDA ORTEGA DIAGO
  • Data: 22/03/2021

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  • A compreensão sobre a biologia térmica de ectotérmicos tem avançado muito nas últimas décadas, com o advento dos índices de termorregulação. Os lagartos tem sido historicamente bons modelos de estudo para investigar este assunto, entretanto, o conhecimento sobre a biologia térmica de lagartos noturnos ainda é escasso. De modo geral, assume-se que lagartos noturnos se aquecem por tigmotermia, termorregulando ativamente através da seleção de substratos previamente aquecidos. Contudo, pouco se sabe como o comportamento de termorregulação varia entre diferentes espécies e hábitats e, sobretudo, como as estratégias de termorregulação de lagartos noturnos variam entre os períodos de atividade (durante à noite) e de inatividade (durante o dia). Neste contexto, avaliamos como ocorre à regulação da temperatura corporal e qual a eficiência de termorregulação em um lagarto noturno neotropical de ambiente semiárido. Especificamente, endereçamos as seguintes perguntas: como a temperatura corporal é influenciada pelas temperaturas ambientais? e como a eficiência de termorregulação varia entre os períodos de inatividade e atividade? Para tanto, utilizamos o lagarto noturno Hemidactylus agrius como modelo de estudo, testando as hipóteses de que esta espécie seja: i. tigmotérmica; e ii. termorreguladora durante o período de atividade noturna e termoconformadora ao longo do dia. Coletamos dados de temperaturas corporais e temperaturas preferenciais de 80 lagartos adultos provenientes do município de Mossoró-RN, além de temperaturas do substrato e do ar no entorno dos indivíduos. Também obtivemos 28.236 dados de temperaturas operativas, através de modelos térmicos de PVC e dataloggers. Corroboramos a hipótese de tigmotermia, constatando que os indivíduos de H. agrius tiveram suas temperaturas corporais explicadas substancialmente pelas temperaturas do substrato e do ar à sua volta, principalmente durante o período diurno. As temperaturas corporais e operativas foram mais elevadas durante o período de inatividade, enquanto as temperaturas preferenciais foram mais altas durante o período noturno. O índice de acurácia de termorregulação foi maior durante o dia, já o índice de qualidade térmica do hábitat foi maior no período noturno. Os índices de eficiência de termorregulação revelaram que H. agrius termorregula ativamente em ambos os turnos, mas sobretudo durante o dia, não suportando a hipótese de que esta espécie seria termorreguladora apenas durante o período de atividade. Nossos achados contribuem para o conhecimento sobre a biologia térmica da espécie-alvo, além de reforçar a ideia de que a seleção de refúgios térmicos adequados durante o período de inatividade é fundamental para a regulação da temperatura corporal de lagartos noturnos.


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  • A compreensão sobre a biologia térmica de ectotérmicos tem avançado muito nas últimas décadas, com o advento dos índices de termorregulação. Os lagartos tem sido historicamente bons modelos de estudo para investigar este assunto, entretanto, o conhecimento sobre a biologia térmica de lagartos noturnos ainda é escasso. De modo geral, assume-se que lagartos noturnos se aquecem por tigmotermia, termorregulando ativamente através da seleção de substratos previamente aquecidos. Contudo, pouco se sabe como o comportamento de termorregulação varia entre diferentes espécies e hábitats e, sobretudo, como as estratégias de termorregulação de lagartos noturnos variam entre os períodos de atividade (durante à noite) e de inatividade (durante o dia). Neste contexto, avaliamos como ocorre à regulação da temperatura corporal e qual a eficiência de termorregulação em um lagarto noturno neotropical de ambiente semiárido. Especificamente, endereçamos as seguintes perguntas: como a temperatura corporal é influenciada pelas temperaturas ambientais? e como a eficiência de termorregulação varia entre os períodos de inatividade e atividade? Para tanto, utilizamos o lagarto noturno Hemidactylus agrius como modelo de estudo, testando as hipóteses de que esta espécie seja: i. tigmotérmica; e ii. termorreguladora durante o período de atividade noturna e termoconformadora ao longo do dia. Coletamos dados de temperaturas corporais e temperaturas preferenciais de 80 lagartos adultos provenientes do município de Mossoró-RN, além de temperaturas do substrato e do ar no entorno dos indivíduos. Também obtivemos 28.236 dados de temperaturas operativas, através de modelos térmicos de PVC e dataloggers. Corroboramos a hipótese de tigmotermia, constatando que os indivíduos de H. agrius tiveram suas temperaturas corporais explicadas substancialmente pelas temperaturas do substrato e do ar à sua volta, principalmente durante o período diurno. As temperaturas corporais e operativas foram mais elevadas durante o período de inatividade, enquanto as temperaturas preferenciais foram mais altas durante o período noturno. O índice de acurácia de termorregulação foi maior durante o dia, já o índice de qualidade térmica do hábitat foi maior no período noturno. Os índices de eficiência de termorregulação revelaram que H. agrius termorregula ativamente em ambos os turnos, mas sobretudo durante o dia, não suportando a hipótese de que esta espécie seria termorreguladora apenas durante o período de atividade. Nossos achados contribuem para o conhecimento sobre a biologia térmica da espécie-alvo, além de reforçar a ideia de que a seleção de refúgios térmicos adequados durante o período de inatividade é fundamental para a regulação da temperatura corporal de lagartos noturnos.

2
  • PAMELLA BÁRBARA COUTINHO SOARES
  •  

    OS PARASITOS AFETAM O CANTO DOS SAPOS? RELAÇÃO ENTRE A CARGA PARASITÁRIA E A QUALIDADE DO CANTO DE UMA RÃ NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO


  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • KARLA MAGALHÃES CAMPIÃO
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 23/03/2021

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  • O canto de anúncio é emitido por machos de anuros como forma de atrair parceiras sexuais, e este é considerado um sinal para seleção de potenciais parceiros de qualidade. Os parâmetros acústicos dos cantos de anúncio podem sofrer influência de fatores abióticos e bióticos, como temperatura, umidade, interações com espécies simpátricas. Especificamente, o parasitismo pode afetar negativamente a qualidade da emissão sonora, tendo em vista o elevado investimento energético requerido pela atividade de vocalização. Entretanto, os efeitos do parasitismo no comportamento acústico de anuros ainda são pouco conhecidos, existindo grandes lacunas de conhecimento para muitas espécies e regiões geográficas. Desta maneira, buscamos compreender como a carga parasitária influencia os parâmetros vocais do canto de anúncio de uma pequena rã (Anura:Leptodactylidae), localmente abundante no semiárido brasileiro. Gravamos as vocalizações de 47 machos de Physalaemus albifrons (Spix 1824) em três localidades no domínio Caatinga e descrevemos os seguintes parâmetros acústicos com base em 30 cantos por indivíduo: a duração do canto, o intervalo entre cantos, a taxa de repetição, a frequência fundamental e a dominante, a amplitude de frequências e o número de harmônicos. Posteriormente, os indivíduos gravados foram dissecados e avaliados quanto à presença de helmintos em seus tratos digestórios, pulmões, fígado e rins. Não houve influência da ocorrência (presença/ausência) nem da intensidade total de infecção por parasitos sobre os parâmetros acústicos avaliados. Contudo, covariáveis morfológicas e ambientais, tais como tamanho corpóreo e a umidade relativa do ar estiveram negativamente relacionadas a alguns parâmetros vocais. Concluímos que a carga parasitária não provocou prejuízos na comunicação acústica em P. albifrons no semiárido brasileiro, implicando que os cantos de anúncio de anuros parasitados podem ser potencialmente tão atraentes quanto aqueles de machos não acometidos por parasitos. Nossos achados contribuem para o entendimento dos efeitos do parasitismo sobre o comportamento acústico de anuros, reforçando a ideia de que em sistemas específicos os parasitos não necessariamente implicam em prejuízos para seus hospedeiros.


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  • O canto de anúncio é emitido por machos de anuros como forma de atrair parceiras sexuais, e este é considerado um sinal para seleção de potenciais parceiros de qualidade. Os parâmetros acústicos dos cantos de anúncio podem sofrer influência de fatores abióticos e bióticos, como temperatura, umidade, interações com espécies simpátricas. Especificamente, o parasitismo pode afetar negativamente a qualidade da emissão sonora, tendo em vista o elevado investimento energético requerido pela atividade de vocalização. Entretanto, os efeitos do parasitismo no comportamento acústico de anuros ainda são pouco conhecidos, existindo grandes lacunas de conhecimento para muitas espécies e regiões geográficas. Desta maneira, buscamos compreender como a carga parasitária influencia os parâmetros vocais do canto de anúncio de uma pequena rã (Anura:Leptodactylidae), localmente abundante no semiárido brasileiro. Gravamos as vocalizações de 47 machos de Physalaemus albifrons (Spix 1824) em três localidades no domínio Caatinga e descrevemos os seguintes parâmetros acústicos com base em 30 cantos por indivíduo: a duração do canto, o intervalo entre cantos, a taxa de repetição, a frequência fundamental e a dominante, a amplitude de frequências e o número de harmônicos. Posteriormente, os indivíduos gravados foram dissecados e avaliados quanto à presença de helmintos em seus tratos digestórios, pulmões, fígado e rins. Não houve influência da ocorrência (presença/ausência) nem da intensidade total de infecção por parasitos sobre os parâmetros acústicos avaliados. Contudo, covariáveis morfológicas e ambientais, tais como tamanho corpóreo e a umidade relativa do ar estiveram negativamente relacionadas a alguns parâmetros vocais. Concluímos que a carga parasitária não provocou prejuízos na comunicação acústica em P. albifrons no semiárido brasileiro, implicando que os cantos de anúncio de anuros parasitados podem ser potencialmente tão atraentes quanto aqueles de machos não acometidos por parasitos. Nossos achados contribuem para o entendimento dos efeitos do parasitismo sobre o comportamento acústico de anuros, reforçando a ideia de que em sistemas específicos os parasitos não necessariamente implicam em prejuízos para seus hospedeiros.

3
  • MATHEUS OLIVEIRA FORTALEZA
  • O EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE COLETA NA AVALIAÇÃO POPULACIONAL DE Ocypode quadrata (J. C. Fabricius, 1787) (BRACHYURA-OCYPODIDAE)

  • Orientador : CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALLYSSON PONTES PINHEIRO
  • CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • EMANUELLE FONTENELE RABELO
  • Data: 26/03/2021

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  • O caranguejo Ocypode quadrata (J. C. Fabricius, 1787) é uma espécie comum e abundante em ecossistemas de praias arenosas tropicais e subtropicais. Habita tocas semipermanentes escavadas, mantidas e protegidas pelos próprios animais. Estes organismos apresentam sensibilidade a mudanças ambientais, tais como clima, marés e fotoperíodos. São importantes bioindicadores de impactos antrópicos em praias, apresentando um importante papel na cadeia trófica desses ambientes. Mesmo sendo uma espécie de vasta distribuição geográfica, informações de sua biologia, como a dinâmica populacional ainda são pouco conhecidas em regiões como o Nordeste do Brasil. O presente trabalho buscou avaliar, a partir de métodos distintos, aspectos da biologia populacional (estrutura populacional, razão sexual, maturação morfológica) de O. quadrata, correlacionando-os entre si. O estudo foi desenvolvido ao longo de sete meses na Reserva Extrativista da Praia do Canto Verde, no estado do Ceará. Foram empregados os métodos de Busca Ativa, através de captura manual dos organismos em atividade, Pitfalls, com iscas instaladas próximas da abertura das tocas, medição contagem e Escavação de tocas. Os indivíduos capturados foram analisados quanto à biometria e sexo, sendo marcados e, posteriormente devolvidos à praia. A Praia do Canto Verde apresentou uma população mais estável com uma amplitude de tamanhos de indivíduos de 5,70 mm a 50,70 mm de largura de carapaça. O tamanho de maturação de largura de carapaça observado foi 26,1 mm para macho e 25,2 mm para fêmeas, sendo maior que o de outras populações localizadas em regiões mais ao sul do país. A busca ativa e o pitfall se mostraram eficientes na coleta de organismos, o método de escavação diferiu dos outros, sendo o menos eficiente principalmente na captura de adultos. O uso conjunto das metodologias foi fundamental para obtenção de maiores informações populacionais, propiciando a obtenção de resultados mais confiáveis para a espécie em questão.


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  • O caranguejo Ocypode quadrata (J. C. Fabricius, 1787) é uma espécie comum e abundante em ecossistemas de praias arenosas tropicais e subtropicais. Habita tocas semipermanentes escavadas, mantidas e protegidas pelos próprios animais. Estes organismos apresentam sensibilidade a mudanças ambientais, tais como clima, marés e fotoperíodos. São importantes bioindicadores de impactos antrópicos em praias, apresentando um importante papel na cadeia trófica desses ambientes. Mesmo sendo uma espécie de vasta distribuição geográfica, informações de sua biologia, como a dinâmica populacional ainda são pouco conhecidas em regiões como o Nordeste do Brasil. O presente trabalho buscou avaliar, a partir de métodos distintos, aspectos da biologia populacional (estrutura populacional, razão sexual, maturação morfológica) de O. quadrata, correlacionando-os entre si. O estudo foi desenvolvido ao longo de sete meses na Reserva Extrativista da Praia do Canto Verde, no estado do Ceará. Foram empregados os métodos de Busca Ativa, através de captura manual dos organismos em atividade, Pitfalls, com iscas instaladas próximas da abertura das tocas, medição contagem e Escavação de tocas. Os indivíduos capturados foram analisados quanto à biometria e sexo, sendo marcados e, posteriormente devolvidos à praia. A Praia do Canto Verde apresentou uma população mais estável com uma amplitude de tamanhos de indivíduos de 5,70 mm a 50,70 mm de largura de carapaça. O tamanho de maturação de largura de carapaça observado foi 26,1 mm para macho e 25,2 mm para fêmeas, sendo maior que o de outras populações localizadas em regiões mais ao sul do país. A busca ativa e o pitfall se mostraram eficientes na coleta de organismos, o método de escavação diferiu dos outros, sendo o menos eficiente principalmente na captura de adultos. O uso conjunto das metodologias foi fundamental para obtenção de maiores informações populacionais, propiciando a obtenção de resultados mais confiáveis para a espécie em questão.

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  • FRANCISCO DE OLIVEIRA ROSSETTI NETO
  • ONDE A LUZ DA LUA NÃO IMPORTA: ATIVIDADE DO LAGARTO NOTURNO Hemidactylus agrius AO LONGO DO CICLO LUNAR EM FLORESTAS TROPICAIS SAZONALMENTE SECAS

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MARA CÍNTIA KIEFER
  • Data: 27/10/2021

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  • O ciclo lunar influencia o comportamento de muitos animais noturnos. Algumas espécies aumentam (filia lunar) e outras diminuem (fobia lunar) seus níveis de atividade em noites mais claras e, geralmente, répteis escamados (Squamata) noturnos apresentam comportamento fóbico-lunar, buscando evitar a predação por predadores primariamente orientados pela visão. Contudo, a maioria dos estudos sobre influência lunar na atividade de lagartos e serpentes foi realizada com espécies de ambientes desérticos e, portanto, ainda não se sabe qual padrão ocorre em ambientes climaticamente menos extremos e estruturalmente mais complexos, como as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, investigamos como lagartos noturnos do semiárido brasileiro são influenciados pelo ciclo lunar, utilizando como modelo a lagartixa Hemidactylus agrius, espécie de ampla distribuição no domínio Caatinga e com elevada abundância local. Testamos a hipótese mais suportada pela literatura, de que a atividade de répteis escamados noturnos seria negativamente influenciada pela luminosidade refletida pela lua (fobia lunar), esperando encontrar um maior número de indivíduos ativos durante as noites mais escuras. A atividade dos lagartos foi mensurada por meio de buscas ativas limitadas por tempo em três áreas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas, nos municípios de Assú e Mossoró no estado do Rio Grande do Norte e no município de Russas no estado do Ceará. Ao todo, registramos 113 indivíduos de H. agrius ativos ao longo de 64 buscas-ativas (270,4 horas-pessoa de esforço amostral). Nossos resultados revelaram que indivíduos de H. agrius estiveram ativos independente da porcentagem iluminada da face lunar e da quantidade de luz refletida pela lua que chega ao solo, não corroborando a hipótese de fobia lunar. O padrão de atividade observado, variando independentemente do ciclo lunar, pode ser explicado por processos extrínsecos (complexidade estrutural da vegetação e estratégia de forrageio dos predadores) e intrínsecos da espécie-alvo (alta acuidade visual e hábitos alimentares generalistas), que podem atuar juntos ou isoladamente. Se por um lado, a complexidade vegetacional das florestas secas pode prover condições adequadas para atividade de H. agrius mesmo em noites mais claras, a pressão predatória exercida por predadores primariamente orientados por sinais químicos, como serpentes e artrópodes, pode comprometer uma maior atividade de H. agrius em noites mais escuras. Nossos achados contribuem para a compreensão da influência da luz refletida pela lua sobre a atividade de lagartos noturnos, revelando que nas Florestas Tropicais Sazonalmente Secas do semiárido brasileiro, a atividade de H. agrius não segue o padrão esperado de fobia lunar.


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  • O ciclo lunar influencia o comportamento de muitos animais noturnos. Algumas espécies aumentam (filia lunar) e outras diminuem (fobia lunar) seus níveis de atividade em noites mais claras e, geralmente, répteis escamados (Squamata) noturnos apresentam comportamento fóbico-lunar, buscando evitar a predação por predadores primariamente orientados pela visão. Contudo, a maioria dos estudos sobre influência lunar na atividade de lagartos e serpentes foi realizada com espécies de ambientes desérticos e, portanto, ainda não se sabe qual padrão ocorre em ambientes climaticamente menos extremos e estruturalmente mais complexos, como as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, investigamos como lagartos noturnos do semiárido brasileiro são influenciados pelo ciclo lunar, utilizando como modelo a lagartixa Hemidactylus agrius, espécie de ampla distribuição no domínio Caatinga e com elevada abundância local. Testamos a hipótese mais suportada pela literatura, de que a atividade de répteis escamados noturnos seria negativamente influenciada pela luminosidade refletida pela lua (fobia lunar), esperando encontrar um maior número de indivíduos ativos durante as noites mais escuras. A atividade dos lagartos foi mensurada por meio de buscas ativas limitadas por tempo em três áreas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas, nos municípios de Assú e Mossoró no estado do Rio Grande do Norte e no município de Russas no estado do Ceará. Ao todo, registramos 113 indivíduos de H. agrius ativos ao longo de 64 buscas-ativas (270,4 horas-pessoa de esforço amostral). Nossos resultados revelaram que indivíduos de H. agrius estiveram ativos independente da porcentagem iluminada da face lunar e da quantidade de luz refletida pela lua que chega ao solo, não corroborando a hipótese de fobia lunar. O padrão de atividade observado, variando independentemente do ciclo lunar, pode ser explicado por processos extrínsecos (complexidade estrutural da vegetação e estratégia de forrageio dos predadores) e intrínsecos da espécie-alvo (alta acuidade visual e hábitos alimentares generalistas), que podem atuar juntos ou isoladamente. Se por um lado, a complexidade vegetacional das florestas secas pode prover condições adequadas para atividade de H. agrius mesmo em noites mais claras, a pressão predatória exercida por predadores primariamente orientados por sinais químicos, como serpentes e artrópodes, pode comprometer uma maior atividade de H. agrius em noites mais escuras. Nossos achados contribuem para a compreensão da influência da luz refletida pela lua sobre a atividade de lagartos noturnos, revelando que nas Florestas Tropicais Sazonalmente Secas do semiárido brasileiro, a atividade de H. agrius não segue o padrão esperado de fobia lunar.

5
  • ANA CLÁUDIA ARAÚJO DA SILVA
  • PADRONIZAÇÃO DO CULTIVO DA ESPÉCIE Ceriodaphnia cornuta Sars (1885) PARA ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS SOB CONDIÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DE AMBIENTES AQUÁTICOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • ALINE FERNANDA CAMPAGNA FERNANDES
  • CARLOS EDUARDO ALVES SOARES
  • CLARISSE MARIA RISPOLI BOTTA
  • Data: 29/12/2021

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  • No Brasil existe uma lacuna de conhecimento na prospecção e padronização de espécies nativas com potencial para uso na ecotoxicologia, sobretudo em regiões semiáridas. O uso de espécies zooplanctônicas autóctones com protocolos padronizados garante a confiabilidade e a reprodutibilidade dos mesmos, haja vista sua representatividade ecológica, que possibilita com mais eficiência antecipar e diagnosticar os efeitos nocivos de agentes tóxicos em ambientes aquáticos. Este trabalho teve como objetivo estabelecer um protocolo padronizado para o cultivo laboratorial e ensaios ecotoxicológicos com a espécie Ceriodaphnia cornuta em condições físicas e químicas semelhantes às de ambientes dulcícolas do semiárido. Para tanto, foram realizadas amostragens da comunidade zooplanctônica nos reservatórios de Umari, Santa Cruz, Mendubim e Armando Ribeiro Gonçalves para capturar e isolar a espécie selecionada por critérios ecotoxicológicos e representatividade ecológica do semiárido. Posteriormente, foram estabelecidos e realizados testes ecotoxicológicos em diferentes faixas de pH, dureza, temperatura e luminosidade com base na ecologia e biologia da espécie nativa e nas condições dos recursos hídricos de regiões semiáridas, bem como adaptado de normas já padronizadas. Concluiu-se que o cultivo de C. cornuta em condições semelhantes ao semiárido tem a maior sobrevivência e reprodução quando esta é cultivada em água com pH entre 7.5 a 7,9, com dureza 66mg de CaCO3/L, em temperatura de 25ºC e luminosidade entre 3000 a 3500lux. Portanto, o uso da espécie nativa C. cornuta se mostra promissora como organismo-teste para análise da qualidade de ambientes dulcícolas do semiárido brasileiro.


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  • No Brasil existe uma lacuna de conhecimento na prospecção e padronização de espécies nativas com potencial para uso na ecotoxicologia, sobretudo em regiões semiáridas. O uso de espécies zooplanctônicas autóctones com protocolos padronizados garante a confiabilidade e a reprodutibilidade dos mesmos, haja vista sua representatividade ecológica, que possibilita com mais eficiência antecipar e diagnosticar os efeitos nocivos de agentes tóxicos em ambientes aquáticos. Este trabalho teve como objetivo estabelecer um protocolo padronizado para o cultivo laboratorial e ensaios ecotoxicológicos com a espécie Ceriodaphnia cornuta em condições físicas e químicas semelhantes às de ambientes dulcícolas do semiárido. Para tanto, foram realizadas amostragens da comunidade zooplanctônica nos reservatórios de Umari, Santa Cruz, Mendubim e Armando Ribeiro Gonçalves para capturar e isolar a espécie selecionada por critérios ecotoxicológicos e representatividade ecológica do semiárido. Posteriormente, foram estabelecidos e realizados testes ecotoxicológicos em diferentes faixas de pH, dureza, temperatura e luminosidade com base na ecologia e biologia da espécie nativa e nas condições dos recursos hídricos de regiões semiáridas, bem como adaptado de normas já padronizadas. Concluiu-se que o cultivo de C. cornuta em condições semelhantes ao semiárido tem a maior sobrevivência e reprodução quando esta é cultivada em água com pH entre 7.5 a 7,9, com dureza 66mg de CaCO3/L, em temperatura de 25ºC e luminosidade entre 3000 a 3500lux. Portanto, o uso da espécie nativa C. cornuta se mostra promissora como organismo-teste para análise da qualidade de ambientes dulcícolas do semiárido brasileiro.

2020
Dissertações
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  • ANTONIA DUCIENE FEITOSA LIMA
  • DISTRIBUIÇÃO DE ESPADARTE NO ATLÂNTICO SUL E EQUATORIAL E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANEJO ESPACIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO

  • Orientador : HUMBERTO GOMES HAZIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • HUMBERTO GOMES HAZIN
  • MARCELO AUGUSTO BEZERRA
  • Data: 30/01/2020

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  • A pesca industrial oceânica é alvo de grandes polêmicas, pairando entre o fornecimento essencial de alimentos e o impacto causado por ela. E apesar das estatísticas apontarem declínio na captura de algumas espécies, essa pesca ainda é vista como alternativa de exploração de recursos pesqueiros. Desta forma estudos que relacionem a estrutura populacional das espécies capturadas com as variáveis operacionais e ambientais, contribuem diretamente para gestão desses recursos. Seguindo essa linha, o presente estudo visou contribuir com conhecimentos técnico-científicos sobre a pesca e a ecologia do espadarte, provenientes das frotas espinheleiras brasileiras, que operam no Atlântico Sul e Equatorial, correspondente aos anos 2010 a 2016, no intuito de promover a exploração sustentável desse importante recurso pesqueiro oceânico, a partir da avaliação do potencial utilização de estratégias de manejo espacial como instrumento de gestão. A metodologia empregada para avaliar a relação das variáveis explicativas e resposta foi o método Modelo Aditivo Generalizado Misto (GAMMs). A utilização desse modelo revelou ser uma ferramenta estatística muito útil, indicando que todas as variáveis testadas do modelo final foram altamente significativas. Os resultados indicam, que o espadarte ocorre geralmente entre as latitudes de 10ºN a 30ºS e entre longitudes de 20º a 50ºW. Acompanha preferencialmente a faixa de temperatura inferior a 25°C, nas profundidades menores que 60 metros, com tendência crescente abaixo de 20 metros. Para índice de iluminação lunar, apresentou melhores tendências a uma intensidade intermediária de iluminação, com ocorrência na fase crescente. Em relação ao efeito da Clorofila, foi menos significativa quando comparada as demais variáveis testadas, com relação oposta entre o efeito e a quantidade de clorofila. Os resultados gerados nesse estudo, sobre as interações operacionais e ambientais com a CPUE do espadarte, sugerem áreas e épocas que podem ser utilizadas por frotas pesqueiras e por instituições governamentais como ponto de partida para estratégias de manejo do espadarte.


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  • A pesca industrial oceânica é alvo de grandes polêmicas, pairando entre o fornecimento essencial de alimentos e o impacto causado por ela. E apesar das estatísticas apontarem declínio na captura de algumas espécies, essa pesca ainda é vista como alternativa de exploração de recursos pesqueiros. Desta forma estudos que relacionem a estrutura populacional das espécies capturadas com as variáveis operacionais e ambientais, contribuem diretamente para gestão desses recursos. Seguindo essa linha, o presente estudo visou contribuir com conhecimentos técnico-científicos sobre a pesca e a ecologia do espadarte, provenientes das frotas espinheleiras brasileiras, que operam no Atlântico Sul e Equatorial, correspondente aos anos 2010 a 2016, no intuito de promover a exploração sustentável desse importante recurso pesqueiro oceânico, a partir da avaliação do potencial utilização de estratégias de manejo espacial como instrumento de gestão. A metodologia empregada para avaliar a relação das variáveis explicativas e resposta foi o método Modelo Aditivo Generalizado Misto (GAMMs). A utilização desse modelo revelou ser uma ferramenta estatística muito útil, indicando que todas as variáveis testadas do modelo final foram altamente significativas. Os resultados indicam, que o espadarte ocorre geralmente entre as latitudes de 10ºN a 30ºS e entre longitudes de 20º a 50ºW. Acompanha preferencialmente a faixa de temperatura inferior a 25°C, nas profundidades menores que 60 metros, com tendência crescente abaixo de 20 metros. Para índice de iluminação lunar, apresentou melhores tendências a uma intensidade intermediária de iluminação, com ocorrência na fase crescente. Em relação ao efeito da Clorofila, foi menos significativa quando comparada as demais variáveis testadas, com relação oposta entre o efeito e a quantidade de clorofila. Os resultados gerados nesse estudo, sobre as interações operacionais e ambientais com a CPUE do espadarte, sugerem áreas e épocas que podem ser utilizadas por frotas pesqueiras e por instituições governamentais como ponto de partida para estratégias de manejo do espadarte.

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  • MICHAEL PRATINI SILVA DE SOUZA
  • ASSEMBLEIAS DE CUPINS (BLATTODEA: ISOPTERA) EM DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO NO SEMIÁRIDO NORDESTINO.

  • Orientador : DANIELA FARIA FLORENCIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA FARIA FLORENCIO
  • ANA PAULA ALBANO ARAÚJO
  • EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
  • Data: 30/01/2020

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  • O domínio fitofisionômico da Caatinga, além de ser um dos menos estudados quanto a biodiversidade, também é um dos que mais sofrem com distúrbios de origem antrópica, sobretudo com forte modificação na cobertura do solo. Esses tipos de distúrbios podem impactar as comunidades de cupins, tanto na redução da riqueza e ocorrência, quanto em processos de alterações na composição das comunidades. Desse modo, tivemos como objetivo investigar a resposta das comunidades de cupins ao longo do gradiente de alteração ambiental. Além de investigar quais variáveis ambientais (estruturais, químicos e físicos) poderiam explicar os padrões de diversidade observados. Foram testadas as seguintes hipóteses: H1: A riqueza e a ocorrência de cupins seriam maiores em áreas de Caatinga preservada, visto que se configuram como habitats mais adequados a ocorrência e a sobrevivência deste grupo; H2: A composição da comunidade de cupins varia entre as coberturas do solo, sendo que em áreas de Caatingas as comunidades serão mais semelhantes, pois estão em níveis menores de distúrbios se comparado com as outras coberturas, enquanto que ás áreas de cultivos também será mais semelhante entre si, e as áreas de solo exposto não se agrupariam com os outros grupos. Esse trabalho foi realizado no Parque Nacional da Furna Feia e em sua zona de amortecimento localizados entre Mossoró e Baraúnas, estado do Rio Grande do Norte. Entre setembro e dezembro de 2018, amostramos 20 áreas, que estavam distribuídas em seis diferentes coberturas do solo: Caatinga preservada, Caatinga em regeneração, Caatinga com utilização recente, Cultivo permanente, Cultivo temporário e solo exposto. Em dois transectos/área foram realizadas: amostragem da comunidade de cupins; amostragem da estrutura do ambiente e variáveis químicas e físicas do solo. Foi estimada a riqueza de cupins para cada cobertura com base no estimador não-paramétrico Chao 2. Para investigar a relação da riqueza e ocorrência com a mudança na cobertura do solo, realizamos uma análise com Modelos Lineares Generalizados (GLM), com análises de contraste entre modelos com amalgamento de coberturas. Para investigar a resposta das comunidades de cupins entre as diferentes coberturas de solo foi utilizado a Análise Multivariada de Variância Permutacional (PERMANOVA). Para averiguar a taxa de explicação das variáveis ambientais sobre a diversidade de cupins foi realizado um teste de Mantel. Com o objetivo de identificar o efeito das variáveis ambientais na riqueza e ocorrência de cupins entre as diferentes coberturas do solo, foi realizado um com Modelo Linear Generalizado Misto (GLMM). Todas as análises foram conduzidas no programa estatístico R (R Development Core Team, 2019). Foram encontradas dez morfoespécies de cupins, distribuídas em sete gêneros e duas famílias, foram registradas para as vinte áreas estudadas (Tabela 1), totalizando 55 ocorrências. A riqueza de cupins apresentou, como esperado, redução quanto aos ambientes de Caatinga em relação às áreas de cultivo e de solo exposto. Entretanto, não foi observada redução na ocorrência. As comunidades observadas nas diversas coberturas estudadas foram similares. A riqueza aumentou com o aumento da acidez potencial e da necromassa, enquanto que diminuiu com a diminuição do P e do pH. Quanto para ocorrência de cupins, podemos perceber que esta aumentou com o aumento da acidez potencial e da necromassa, enquanto que diminuiu com a diminuição do pH, P, Argila, N, Mg e Na. O presente estudo também pode servir de base para futuros pesquisas de monitoramento da comunidade de cupins do PNFF e nas áreas agrícolas da região, além do que poderíamos propor algumas práticas que poderiam auxiliar na manutenção das comunidades de cupins: (i) adaptação de práticas menos intensas de manejo, de solo; (ii) redução das áreas de solo exposto nas paisagens agrícolas e transformação destas em áreas em Caatinga seminatural.


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  • O domínio fitofisionômico da Caatinga, além de ser um dos menos estudados quanto a biodiversidade, também é um dos que mais sofrem com distúrbios de origem antrópica, sobretudo com forte modificação na cobertura do solo. Esses tipos de distúrbios podem impactar as comunidades de cupins, tanto na redução da riqueza e ocorrência, quanto em processos de alterações na composição das comunidades. Desse modo, tivemos como objetivo investigar a resposta das comunidades de cupins ao longo do gradiente de alteração ambiental. Além de investigar quais variáveis ambientais (estruturais, químicos e físicos) poderiam explicar os padrões de diversidade observados. Foram testadas as seguintes hipóteses: H1: A riqueza e a ocorrência de cupins seriam maiores em áreas de Caatinga preservada, visto que se configuram como habitats mais adequados a ocorrência e a sobrevivência deste grupo; H2: A composição da comunidade de cupins varia entre as coberturas do solo, sendo que em áreas de Caatingas as comunidades serão mais semelhantes, pois estão em níveis menores de distúrbios se comparado com as outras coberturas, enquanto que ás áreas de cultivos também será mais semelhante entre si, e as áreas de solo exposto não se agrupariam com os outros grupos. Esse trabalho foi realizado no Parque Nacional da Furna Feia e em sua zona de amortecimento localizados entre Mossoró e Baraúnas, estado do Rio Grande do Norte. Entre setembro e dezembro de 2018, amostramos 20 áreas, que estavam distribuídas em seis diferentes coberturas do solo: Caatinga preservada, Caatinga em regeneração, Caatinga com utilização recente, Cultivo permanente, Cultivo temporário e solo exposto. Em dois transectos/área foram realizadas: amostragem da comunidade de cupins; amostragem da estrutura do ambiente e variáveis químicas e físicas do solo. Foi estimada a riqueza de cupins para cada cobertura com base no estimador não-paramétrico Chao 2. Para investigar a relação da riqueza e ocorrência com a mudança na cobertura do solo, realizamos uma análise com Modelos Lineares Generalizados (GLM), com análises de contraste entre modelos com amalgamento de coberturas. Para investigar a resposta das comunidades de cupins entre as diferentes coberturas de solo foi utilizado a Análise Multivariada de Variância Permutacional (PERMANOVA). Para averiguar a taxa de explicação das variáveis ambientais sobre a diversidade de cupins foi realizado um teste de Mantel. Com o objetivo de identificar o efeito das variáveis ambientais na riqueza e ocorrência de cupins entre as diferentes coberturas do solo, foi realizado um com Modelo Linear Generalizado Misto (GLMM). Todas as análises foram conduzidas no programa estatístico R (R Development Core Team, 2019). Foram encontradas dez morfoespécies de cupins, distribuídas em sete gêneros e duas famílias, foram registradas para as vinte áreas estudadas (Tabela 1), totalizando 55 ocorrências. A riqueza de cupins apresentou, como esperado, redução quanto aos ambientes de Caatinga em relação às áreas de cultivo e de solo exposto. Entretanto, não foi observada redução na ocorrência. As comunidades observadas nas diversas coberturas estudadas foram similares. A riqueza aumentou com o aumento da acidez potencial e da necromassa, enquanto que diminuiu com a diminuição do P e do pH. Quanto para ocorrência de cupins, podemos perceber que esta aumentou com o aumento da acidez potencial e da necromassa, enquanto que diminuiu com a diminuição do pH, P, Argila, N, Mg e Na. O presente estudo também pode servir de base para futuros pesquisas de monitoramento da comunidade de cupins do PNFF e nas áreas agrícolas da região, além do que poderíamos propor algumas práticas que poderiam auxiliar na manutenção das comunidades de cupins: (i) adaptação de práticas menos intensas de manejo, de solo; (ii) redução das áreas de solo exposto nas paisagens agrícolas e transformação destas em áreas em Caatinga seminatural.

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  • RAYRAN ARAÚJO PRAXEDES
  • RIQUEZA DE ESPONJAS E SUA FAUNA ASSOCIADA EM DOIS RECIFES DE ARENITO DO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • INES XAVIER MARTINS
  • SIMONE NUNES BRANDAO
  • Data: 31/01/2020

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  • As esponjas desempenham diversas funções no ambiente marinho e uma delas é conferir micro-habitats para outros organismos, servindo de abrigo contra predadores, auxiliando na reprodução, além de fornecer alimento para inúmeras espécies. Apesar da região Nordeste compreender o maior registro da espongiofauna para o litoral brasileiro, com mais de 290 espécies, as espécies de entremarés do Rio Grande do Norte ainda são pouco conhecidas. Sendo assim, este estudo realizou o levantamento da fauna de esponjas e descreveu a composição de sua fauna associada em dois recifes de arenito do litoral semiárido do Rio Grande do Norte, assim como as relações entre fatores bióticos (morfologia e volume) e abióticos (sazonalidade). As coletas foram realizadas trimestralmente nas praias de Baixa Grande e Ponta do Mel por meio de busca ativa. As esponjas foram identificadas até o menor nível taxonômico possível e a fauna associada foi categorizada e quantificada. Ao total foram coletados 82 indivíduos de esponjas distribuídos em 21 espécies, sendo três espécies consideradas dominantes e sete consideradas raras. Um total de 1.567 indivíduos de fauna associada foram encontrados distribuídos em 7 filos diferentes e classificados em generalistas ou especialistas. O grupo de fauna associada mais representativo foi Echinodermata, seguido de Annelida e Mollusca. A espécie Haliclona (Reniera) implexiformis apresentou a maior riqueza de filos na composição de sua fauna associada, seguida de Haliclona (Soestella) caerulea e Tedania (Tedania) ignis. As espécies que apresentaram apenas um filo associado foram Amphimedon viridis e Haliclona (Soestella) sp. 2. Quatro espécies de esponja não apresentaram nenhum organismo associado. A variação sazonal não apresentou influência sob a riqueza dos filos entre as estações seca e chuvosa, entretanto, influenciou em sua abundância, mostrando que existe uma flutuação sazonal na epi e endofauna associadas às esponjas. O presente trabalho adiciona a ocorrência de 13 espécies de esponjas para a costa do Rio Grande do Norte, além de revelar a interação dessas espécies com uma vasta fauna associada, provendo assim, informações importantes ecologia e conservação de abientes marinhos do Nordeste brasileiro.


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  • As esponjas desempenham diversas funções no ambiente marinho e uma delas é conferir micro-habitats para outros organismos, servindo de abrigo contra predadores, auxiliando na reprodução, além de fornecer alimento para inúmeras espécies. Apesar da região Nordeste compreender o maior registro da espongiofauna para o litoral brasileiro, com mais de 290 espécies, as espécies de entremarés do Rio Grande do Norte ainda são pouco conhecidas. Sendo assim, este estudo realizou o levantamento da fauna de esponjas e descreveu a composição de sua fauna associada em dois recifes de arenito do litoral semiárido do Rio Grande do Norte, assim como as relações entre fatores bióticos (morfologia e volume) e abióticos (sazonalidade). As coletas foram realizadas trimestralmente nas praias de Baixa Grande e Ponta do Mel por meio de busca ativa. As esponjas foram identificadas até o menor nível taxonômico possível e a fauna associada foi categorizada e quantificada. Ao total foram coletados 82 indivíduos de esponjas distribuídos em 21 espécies, sendo três espécies consideradas dominantes e sete consideradas raras. Um total de 1.567 indivíduos de fauna associada foram encontrados distribuídos em 7 filos diferentes e classificados em generalistas ou especialistas. O grupo de fauna associada mais representativo foi Echinodermata, seguido de Annelida e Mollusca. A espécie Haliclona (Reniera) implexiformis apresentou a maior riqueza de filos na composição de sua fauna associada, seguida de Haliclona (Soestella) caerulea e Tedania (Tedania) ignis. As espécies que apresentaram apenas um filo associado foram Amphimedon viridis e Haliclona (Soestella) sp. 2. Quatro espécies de esponja não apresentaram nenhum organismo associado. A variação sazonal não apresentou influência sob a riqueza dos filos entre as estações seca e chuvosa, entretanto, influenciou em sua abundância, mostrando que existe uma flutuação sazonal na epi e endofauna associadas às esponjas. O presente trabalho adiciona a ocorrência de 13 espécies de esponjas para a costa do Rio Grande do Norte, além de revelar a interação dessas espécies com uma vasta fauna associada, provendo assim, informações importantes ecologia e conservação de abientes marinhos do Nordeste brasileiro.

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  • JOSÉ ROBÉRIO DE SOUSA ALMEIDA
  • RELAÇÃO ATRIBUTO FUNCIONAL-AMBIENTE NA ASSEMBLEIA DE PEIXES DE UM RIO INTERMITENTE DA REGIÃO SEMIÁRIDA DO BRASIL.

  • Orientador : JORGE IVÁN SÁNCHEZ BOTERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE FERNANDA CAMPAGNA FERNANDES
  • JORGE IVÁN SÁNCHEZ BOTERO
  • RAFAEL PEREIRA LEITÃO
  • Data: 18/02/2020

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  • Um dos grandes desafios da Ecologia é compreender quais processos definem os padrões de diversidade, especialmente entre comunidades locais. Em áreas semiáridas com estações úmida e seca bem marcadas, comunidades de peixes experimentam sucessivas contrações/expansões de habitats. Estes eventos influenciam diretamente o contínuo longitudinal do rio, selecionando espécies com características que favorecem sua sobrevivência nessas condições. A partir dessa premissa, este estudo avaliou a potencial filtragem ambiental na estruturação funcional da assembleia de peixes de um rio da região semiárida do Brasil durante o ano 2013, quando o período de seca foi mais prolongado. O Rio Apodi/Mossoró é originalmente, intermitente com magnitude de inundação definido pelo volume de chuvas. Seu fluxo natural foi alterado pela construção de 618 barramentos, de capacidade 4,7 milhões de m3, com objetivos de irrigação e abastecimento de água, o que lhe conferiu a perenização da porção jusante da Barragem Santa Cruz do Apodi. Assim, para testar a hipótese “a relação entre atributos funcionais e condições ambientais é diferente nos períodos de seca e chuva na assembleia de peixes do rio Apodi”, avaliamos a relação atributo-ambiente nas estações seca e chuvosa. Para tal, medidas lineares de todas as espécies de peixes coletadas foram obtidas e bases bibliográficas foram consultadas para compor atributos funcionais relacionados a uso do hábitat, locomoção, alimentação e reprodução. Posteriormente, para testar a resposta das características funcionais da assembleia de peixes às condições ambientais nas estações seca e úmida, foi utilizada uma análise de ordenação RLQ. Para avaliar a significância estatística da relação entre atributos funcionais e ambiente foram realizadas permutações com dois modelos nulos e uma análise fourth-corner que avaliou associações individuais entre atributos e ambiente. Em total foram registradas 21 espécies de peixes, avaliadas seis variáveis ambientais e 18 atributos funcionais. As assembleias de cada ponto amostrado não foram aleatórias, indicando dependência das características ambientais (modelo 2, p=0,02). A análise RLQ mostrou uma relação entre atributos funcionais e variáveis ambientais (p=0,02). A análise de fourth-corner revelou duas associações significativas entre atributos funcionais e variáveis ambientais. As características funcionais dos peixes se relacionaram às condições ambientais, mas não foram obtidas diferenças entre as assembleias do período chuvoso e seco.


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  • Um dos grandes desafios da Ecologia é compreender quais processos definem os padrões de diversidade, especialmente entre comunidades locais. Em áreas semiáridas com estações úmida e seca bem marcadas, comunidades de peixes experimentam sucessivas contrações/expansões de habitats. Estes eventos influenciam diretamente o contínuo longitudinal do rio, selecionando espécies com características que favorecem sua sobrevivência nessas condições. A partir dessa premissa, este estudo avaliou a potencial filtragem ambiental na estruturação funcional da assembleia de peixes de um rio da região semiárida do Brasil durante o ano 2013, quando o período de seca foi mais prolongado. O Rio Apodi/Mossoró é originalmente, intermitente com magnitude de inundação definido pelo volume de chuvas. Seu fluxo natural foi alterado pela construção de 618 barramentos, de capacidade 4,7 milhões de m3, com objetivos de irrigação e abastecimento de água, o que lhe conferiu a perenização da porção jusante da Barragem Santa Cruz do Apodi. Assim, para testar a hipótese “a relação entre atributos funcionais e condições ambientais é diferente nos períodos de seca e chuva na assembleia de peixes do rio Apodi”, avaliamos a relação atributo-ambiente nas estações seca e chuvosa. Para tal, medidas lineares de todas as espécies de peixes coletadas foram obtidas e bases bibliográficas foram consultadas para compor atributos funcionais relacionados a uso do hábitat, locomoção, alimentação e reprodução. Posteriormente, para testar a resposta das características funcionais da assembleia de peixes às condições ambientais nas estações seca e úmida, foi utilizada uma análise de ordenação RLQ. Para avaliar a significância estatística da relação entre atributos funcionais e ambiente foram realizadas permutações com dois modelos nulos e uma análise fourth-corner que avaliou associações individuais entre atributos e ambiente. Em total foram registradas 21 espécies de peixes, avaliadas seis variáveis ambientais e 18 atributos funcionais. As assembleias de cada ponto amostrado não foram aleatórias, indicando dependência das características ambientais (modelo 2, p=0,02). A análise RLQ mostrou uma relação entre atributos funcionais e variáveis ambientais (p=0,02). A análise de fourth-corner revelou duas associações significativas entre atributos funcionais e variáveis ambientais. As características funcionais dos peixes se relacionaram às condições ambientais, mas não foram obtidas diferenças entre as assembleias do período chuvoso e seco.

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  • KEROLEN ROSA DAS NEVES
  • EVENTOS CLIMÁTICOS DE LARGA ESCALA AFETAM A PRODUÇÃO DA PESCA DE CAMARÕES OCEÂNICOS NO SUL DO BRASIL

  • Orientador : CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS EDUARDO ROCHA DUARTE ALENCAR
  • CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 27/02/2020

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  • Efeitos das mudanças climáticas têm sido observados em várias partes do mundo, entre eles, destaca-se o aquecimento anormal dos oceanos. Essa condição pode afetar a abundância e a distribuição das espécies, consequentemente alterar a produtividade da pesca em vários lugares do mundo. Com base em dados mensais oriundos da pesca comercial entre 2000-2018 (18 anos), este estudo investigou a variabilidade temporal das capturas de duas espécies de camarões de origem subantártica (Artemesia longinaris e Pleoticus muelleri) no Atlântico Sul Subtropical (Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Sul do Brasil) e sua relação com índices climáticos dominantes na América do Sul. Os Modelos Aditivos Generalizados Mistos revelaram que a temperatura teve um efeito positivo crescente na abundância relativa do A.longinaris, sendo que as melhores capturas foram explicadas com valores acima de 22° C. Um padrão oposto foi observado para P. muelleri, as maiores capturas ocorreram em águas frias com temperaturas inferiores a 20 °C. Além disso, A.longinaris foi influenciado positivamente, enquanto que P.muelleri negativamente por índices climáticos associados a eventos quentes, como: a fase positiva do Modo Meridional do Atlântico e negativa do Índice de Oscilação do Sul (El Niño). Por meio da técnica de Bootstrap em associação com os GAMMs identificamos que A. longinaris, aumentou sua abundância em anos associados a eventos quentes de El Niño intenso (2015-2016). Antagonicamente, houve uma menor abundância de P. muelleri em anos de El Niño intenso. É possível que as flutuações da abundância relativa de ambas as espécies no período de 2000-2018 estejam associadas a aspectos climáticos que podem interferir no ciclo de vida e abundância dos camarões estudados. Nossos resultados demonstram que a temperatura da água é um importante modulador da produtividade dos camarões oceânicos A. longinaris e P. muelleri. Além disso, que seu efeito não se restringe apenas à variação sazonal, mas que também provoca flutuações interanuais na produção pesqueira desses camarões. Neste contexto, em um cenário de aquecimento global, a distribuição e abundância das espécies dependerá de sua tolerância térmica. Sob tais circunstâncias, provavelmente a abundância natural do camarão P. muelleri será reduzida, o que deve trazer consequências na teia trófica e na economia da pesca no Sul do Brasil.


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  • Efeitos das mudanças climáticas têm sido observados em várias partes do mundo, entre eles, destaca-se o aquecimento anormal dos oceanos. Essa condição pode afetar a abundância e a distribuição das espécies, consequentemente alterar a produtividade da pesca em vários lugares do mundo. Com base em dados mensais oriundos da pesca comercial entre 2000-2018 (18 anos), este estudo investigou a variabilidade temporal das capturas de duas espécies de camarões de origem subantártica (Artemesia longinaris e Pleoticus muelleri) no Atlântico Sul Subtropical (Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Sul do Brasil) e sua relação com índices climáticos dominantes na América do Sul. Os Modelos Aditivos Generalizados Mistos revelaram que a temperatura teve um efeito positivo crescente na abundância relativa do A.longinaris, sendo que as melhores capturas foram explicadas com valores acima de 22° C. Um padrão oposto foi observado para P. muelleri, as maiores capturas ocorreram em águas frias com temperaturas inferiores a 20 °C. Além disso, A.longinaris foi influenciado positivamente, enquanto que P.muelleri negativamente por índices climáticos associados a eventos quentes, como: a fase positiva do Modo Meridional do Atlântico e negativa do Índice de Oscilação do Sul (El Niño). Por meio da técnica de Bootstrap em associação com os GAMMs identificamos que A. longinaris, aumentou sua abundância em anos associados a eventos quentes de El Niño intenso (2015-2016). Antagonicamente, houve uma menor abundância de P. muelleri em anos de El Niño intenso. É possível que as flutuações da abundância relativa de ambas as espécies no período de 2000-2018 estejam associadas a aspectos climáticos que podem interferir no ciclo de vida e abundância dos camarões estudados. Nossos resultados demonstram que a temperatura da água é um importante modulador da produtividade dos camarões oceânicos A. longinaris e P. muelleri. Além disso, que seu efeito não se restringe apenas à variação sazonal, mas que também provoca flutuações interanuais na produção pesqueira desses camarões. Neste contexto, em um cenário de aquecimento global, a distribuição e abundância das espécies dependerá de sua tolerância térmica. Sob tais circunstâncias, provavelmente a abundância natural do camarão P. muelleri será reduzida, o que deve trazer consequências na teia trófica e na economia da pesca no Sul do Brasil.

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  • JOSÉ BATISTA DE SOUSA
  • EFEITOS DA CAPRINOCULTURA E DESMATAMENTO NA COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE FUNCIONAL DE COMUNIDADES VEGETAIS DA CAATINGA

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • RODRIGO FERNANDES
  • LUIS ALBERTO BERMEJO ASENSIO
  • Data: 20/03/2020

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  • A caprinocultura é uma atividade bastante difundida na maior parte das florestas secas tropicais do mundo. Desenvolve-se principalmente convertendo florestas em áreas para pastagens o que pode refletir negativamente na estrutura, composição e funcionamento dos ecossistemas. Contudo, a criação de animais e o desmatamento também podem ser compatíveis com a diversidade e composição funcional, sendo essa compreensão ainda limitada. Assim, essas práticas podem contribuir para a manutenção de processos como ciclos biogeoquímicos e serviços ecossistêmicos, como o provisionamento de biomassa. Apesar de importantes, são poucos os estudos que medem o impacto direto de caprinos em comunidades vegetais, especialmente em regiões semiáridas brasileiras, que detém uma das maiores densidades populacionais humanas do mundo em terras secas. Geralmente, na Caatinga, a pecuária de caprinos é desenvolvida de forma extensiva, onde os animais são suportados basicamente por pastagens nativas, o que motivou a realização desse trabalho. Assim, nosso objetivo foi avaliar os efeitos de um gradiente de pastejo de caprinos e desmatamento sobre a composição e diversidade funcional em comunidades vegetais. O estudo foi desenvolvido em quinze (15) propriedades rurais localizadas nas cidades de Pedro Avelino, Angicos e Lajes, situadas na Mesorregião Central do Rio Grande do Norte. Foram realizadas entrevistas para obtenção de informações das propriedades bem como das características do rebanho que serviram para o cálculo da carga animal. Em seguida, foram realizados levantamentos fitossociológicos e coletas de folhas das comunidades vegetais para mapeamento dos traços funcionais. Para as herbáceas foram medidos os traços de altura, área foliar e área foliar específica, e para as arbóreas/arbustivas, além dos traços mencionados anteriormente, tiveram a quantificação de nitrogênio, fósforo e taninos foliares. A composição funcional das áreas foi verificada através do CWM, média dos traços ponderada pela comunidade (do inglês, Community Weighted Mean) e a diversidade funcional quantificada através do índice de entropia quadrática de Rao sendo testados aos modelos de Análise de Covariância (ANCOVA) em que o tempo de descanso e a carga animal foram as covariáveis preditoras. Herbáceas e arbustivas-arbóreas somaram um número amostral de 14.198 indivíduos pertencentes a 27 famílias e 85 espécies. As famílias Fabaceae e Poaceae foram as mais abundantes para arbóreas e herbáceas, respectivamente. Resultados significativos foram encontrados para a diversidade funcional, área foliar específica e teor de nitrogênio (p<0.05) apenas para o estrato lenhoso. Houve maior diversidade funcional em áreas com menor intervalo de descanso após desmatamento (i.e., desmatamento recente) e em áreas com elevada pressão animal. Área foliar específica apresentou correlação positiva e os teores de nitrogênio correlacionaram-se negativamente com a intensidade de pastejo, mantendo-se em concentrações mais baixas sob o pastejo elevado. Entretanto, área foliar específica e quantidades de nitrogênio não diferiram entre os tipos de desmatamento. Assim, o presente estudo sugere que a caprinocultura afeta a comunidade, visto que a carga animal encontrada elevou a diversidade funcional bem como induziu mudanças na composição funcional do estrato lenhoso. Além disso, nenhum efeito significativo foi encontrado para as herbáceas. Portanto, sugere-se ser possível manter a criação animal extensiva sem causar impactos negativos na funcionalidade da comunidade herbácea local, pelo menos a curto prazo, haja vista que esta atividade possui uma relevante importância para os produtores rurais do semiárido nordestino. Considera-se ainda importante que outros estudos venham a ser realizados avaliando outras variáveis que possam refletir igualmente na diversidade e traços funcionais.

     

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  • A caprinocultura é uma atividade bastante difundida na maior parte das florestas secas tropicais do mundo. Desenvolve-se principalmente convertendo florestas em áreas para pastagens o que pode refletir negativamente na estrutura, composição e funcionamento dos ecossistemas. Contudo, a criação de animais e o desmatamento também podem ser compatíveis com a diversidade e composição funcional, sendo essa compreensão ainda limitada. Assim, essas práticas podem contribuir para a manutenção de processos como ciclos biogeoquímicos e serviços ecossistêmicos, como o provisionamento de biomassa. Apesar de importantes, são poucos os estudos que medem o impacto direto de caprinos em comunidades vegetais, especialmente em regiões semiáridas brasileiras, que detém uma das maiores densidades populacionais humanas do mundo em terras secas. Geralmente, na Caatinga, a pecuária de caprinos é desenvolvida de forma extensiva, onde os animais são suportados basicamente por pastagens nativas, o que motivou a realização desse trabalho. Assim, nosso objetivo foi avaliar os efeitos de um gradiente de pastejo de caprinos e desmatamento sobre a composição e diversidade funcional em comunidades vegetais. O estudo foi desenvolvido em quinze (15) propriedades rurais localizadas nas cidades de Pedro Avelino, Angicos e Lajes, situadas na Mesorregião Central do Rio Grande do Norte. Foram realizadas entrevistas para obtenção de informações das propriedades bem como das características do rebanho que serviram para o cálculo da carga animal. Em seguida, foram realizados levantamentos fitossociológicos e coletas de folhas das comunidades vegetais para mapeamento dos traços funcionais. Para as herbáceas foram medidos os traços de altura, área foliar e área foliar específica, e para as arbóreas/arbustivas, além dos traços mencionados anteriormente, tiveram a quantificação de nitrogênio, fósforo e taninos foliares. A composição funcional das áreas foi verificada através do CWM, média dos traços ponderada pela comunidade (do inglês, Community Weighted Mean) e a diversidade funcional quantificada através do índice de entropia quadrática de Rao sendo testados aos modelos de Análise de Covariância (ANCOVA) em que o tempo de descanso e a carga animal foram as covariáveis preditoras. Herbáceas e arbustivas-arbóreas somaram um número amostral de 14.198 indivíduos pertencentes a 27 famílias e 85 espécies. As famílias Fabaceae e Poaceae foram as mais abundantes para arbóreas e herbáceas, respectivamente. Resultados significativos foram encontrados para a diversidade funcional, área foliar específica e teor de nitrogênio (p<0.05) apenas para o estrato lenhoso. Houve maior diversidade funcional em áreas com menor intervalo de descanso após desmatamento (i.e., desmatamento recente) e em áreas com elevada pressão animal. Área foliar específica apresentou correlação positiva e os teores de nitrogênio correlacionaram-se negativamente com a intensidade de pastejo, mantendo-se em concentrações mais baixas sob o pastejo elevado. Entretanto, área foliar específica e quantidades de nitrogênio não diferiram entre os tipos de desmatamento. Assim, o presente estudo sugere que a caprinocultura afeta a comunidade, visto que a carga animal encontrada elevou a diversidade funcional bem como induziu mudanças na composição funcional do estrato lenhoso. Além disso, nenhum efeito significativo foi encontrado para as herbáceas. Portanto, sugere-se ser possível manter a criação animal extensiva sem causar impactos negativos na funcionalidade da comunidade herbácea local, pelo menos a curto prazo, haja vista que esta atividade possui uma relevante importância para os produtores rurais do semiárido nordestino. Considera-se ainda importante que outros estudos venham a ser realizados avaliando outras variáveis que possam refletir igualmente na diversidade e traços funcionais.

     
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  • JÉSSICA REGIANE DE OLIVEIRA MORAIS
  • IMPACTOS DE SECA PROLONGADA NA DIVERSIDADE TAXONÔMICA E FUNCIONAL DA FAUNA DE PEIXES DE UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : RODRIGO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDO MAYER PELICICE
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 27/07/2020

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  • Os ecossistemas do semiárido brasileiro estão sujeitos a escassez hídrica decorrentes das estações secas que ocorrem naturalmente na região. Nos últimos anos, episódios de seca supra sazonais têm sido recorrentes na região, o que ocasionou a redução no nível de água dos ecossistemas aquáticos e consequentemente alterações nas assembleias de peixes residentes. O reservatório de Santa Cruz, localizado na bacia do rio Apodi-Mossoró, teve seu volume de água reduzido em aproximadamente 80% do total devido à seca supra sazonal que ocorreu entre os anos de 2010 à 2017. Nesse contexto, este estudo se propôs investigar o efeito da redução gradual do volume de água do reservatório de Santa Cruz na diversidade taxonômica e funcional das assembleias de peixes locais. Para mensurar a diversidade taxonômica foram utilizados: a abundância (CPUE), a riqueza de espécies, o índice de diversidade de Shannon e o índice de equidade de Pielou. A composição funcional das assembleias foi verificada através da, média ponderada da comunidade (CWM, Community Weighted Mean) para cada traço funcional e a diversidade funcional quantificada através dos seguintes índices: FD (índice de diversidade funcional) e FDis (índice de dispersão funcional). Utilizamos modelos de mínimos quadrados generalizados (GLS) para verificar a influência da variável preditora (volume de água do reservatório) sobre as variáveis resposta (diversidade de taxonômica e diversidade funcional). Nossos resultados demostraram que a intensificação da redução do volume de água produziu repostas unimodais na maioria dos índices de diversidade taxonômica e funcional. A abundância de indivíduos (CPUE) seguiu uma tendência de redução seguida de incremento ao longo do gradiente de distúrbio, enquanto que o índice de diversidade de Shannon, a equidade de Pielou e dispersão funcional (FDis) apresentaram uma tendência inversa. A composição funcional mudou ao longo do gradiente de distúrbio, resultando na redução da abundância relativa de espécies migradoras, e de maior tamanho corporal e fecundidade e um aumento na abundância relativa de espécies onívoras, sedentárias e de menor tamanho corporal. Nossos resultados suportam as predições da hipótese de distúrbio intermediário e produzem evidências que a redução do volume d’água atua como um filtro ambiental seletivo, que direciona a alternância nos padrões de dominância dentro da comunidade através da substituição de espécies especialistas por oportunistas adaptadas às novas condições do ambiente.


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  • Os ecossistemas do semiárido brasileiro estão sujeitos a escassez hídrica decorrentes das estações secas que ocorrem naturalmente na região. Nos últimos anos, episódios de seca supra sazonais têm sido recorrentes na região, o que ocasionou a redução no nível de água dos ecossistemas aquáticos e consequentemente alterações nas assembleias de peixes residentes. O reservatório de Santa Cruz, localizado na bacia do rio Apodi-Mossoró, teve seu volume de água reduzido em aproximadamente 80% do total devido à seca supra sazonal que ocorreu entre os anos de 2010 à 2017. Nesse contexto, este estudo se propôs investigar o efeito da redução gradual do volume de água do reservatório de Santa Cruz na diversidade taxonômica e funcional das assembleias de peixes locais. Para mensurar a diversidade taxonômica foram utilizados: a abundância (CPUE), a riqueza de espécies, o índice de diversidade de Shannon e o índice de equidade de Pielou. A composição funcional das assembleias foi verificada através da, média ponderada da comunidade (CWM, Community Weighted Mean) para cada traço funcional e a diversidade funcional quantificada através dos seguintes índices: FD (índice de diversidade funcional) e FDis (índice de dispersão funcional). Utilizamos modelos de mínimos quadrados generalizados (GLS) para verificar a influência da variável preditora (volume de água do reservatório) sobre as variáveis resposta (diversidade de taxonômica e diversidade funcional). Nossos resultados demostraram que a intensificação da redução do volume de água produziu repostas unimodais na maioria dos índices de diversidade taxonômica e funcional. A abundância de indivíduos (CPUE) seguiu uma tendência de redução seguida de incremento ao longo do gradiente de distúrbio, enquanto que o índice de diversidade de Shannon, a equidade de Pielou e dispersão funcional (FDis) apresentaram uma tendência inversa. A composição funcional mudou ao longo do gradiente de distúrbio, resultando na redução da abundância relativa de espécies migradoras, e de maior tamanho corporal e fecundidade e um aumento na abundância relativa de espécies onívoras, sedentárias e de menor tamanho corporal. Nossos resultados suportam as predições da hipótese de distúrbio intermediário e produzem evidências que a redução do volume d’água atua como um filtro ambiental seletivo, que direciona a alternância nos padrões de dominância dentro da comunidade através da substituição de espécies especialistas por oportunistas adaptadas às novas condições do ambiente.

2019
Dissertações
1
  • RENATA KELI DA SILVA
  • ACUMULAÇÃO DE METAIS PESADOS (Zn, Cu, Pb, Cr,Cd, Ni) EM PENAS E ATIVIDADE MUTAGÊNICA EM CÉLULAS SANGUÍNEAS DE AVES NO NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE FERNANDA CAMPAGNA FERNANDES
  • BERNARDO VAZ
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • Data: 21/02/2019

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  • Os estuários consistem em ambientes de transição, onde ocorrem interações dinâmicas entre as águas dos rios e dos mares, sistemas terrestres e aquáticos. São áreas altamente produtivas e importantes para a alimentação e reprodução tanto de espécies de aves residentes quanto migratórias. Adicionalmente, esse ambiente apresenta relevância social e econômica, atuando principalmente como fonte de recursos alimentares para populações locais. Uma preocupação atual está associada ao impacto causado por metais lançados nesses ambientes e como podem vir a afetar a saúde de organismos silvestres que o habitam. O presente estudo teve por objetivo mensurar as concentrações de metais pesados (Zn, Cu, Pb, Cr, Cd e Ni) em penas de aves em uma área de mangue (Porto do Mangue- RN), comparando sua relação com a ocorrência de micronúcleos e anormalidades nucleares em células sanguíneas, bem como avaliar as concentrações dos metais dependendo o status de deslocamento, dieta e sazonalidade. O trabalho também avaliou a influência da sazonalidade sobre parâmetros químicos de amostras de água e sedimento. As amostragens foram realizadas entre novembro de 2013 e maio de 2015. Os resultados monstraram que as concentrações dos parâmetros químicos da água e sedimento variaram em função da época do ano, estando influenciados pelo aporte de água pluvial e fluvial. A concentração de Zn em penas apresentou uma relação positiva com a ocorrência de micronúcleos, indicando possível efeito genotóxico desse metal. Os metais não estiveram relacionados com a ocorrência de anormalidades nucleares. As médias de ocorrências de micronúcleos e anormalidades não diferiram suas concentrações em função do status de deslocamento, dieta e sazonalidade. As concentrações de Zn, Cu, Pb e Cr diferem dependendo do status de deslocamento das espécies, sendo as concentrações de Zn e Cu maiores em aves migratórias e de Pb e Cr maiores em aves residentes, apontando para a exposição dessas espécies a fontes distintas de poluição. A concentração de metais apresentaram diferenças entre as guildas de alimentação, podendo estar relacionadas a diferenças nos itens alimentares que compõem a dieta, métodos de forrageamento e localização do forrageamento. As concentrações dos metais em penas também diferiram entre os períodos de seca e chuva, podendo estar relacionado à sazonalidade dietética e/ou padrão de muda de penas das espécies avaliadas. Ainda, as concentrações de metais obtidos neste trabalho se assemelham a concentrações verificadas em outros estudos em áreas costeiras, no entanto, concentrações de Pb e Cd causaram preocupação, visto que esses metais não possuem função nos organismos e podem causam toxicidade em baixas concentrações.


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  • Os estuários consistem em ambientes de transição, onde ocorrem interações dinâmicas entre as águas dos rios e dos mares, sistemas terrestres e aquáticos. São áreas altamente produtivas e importantes para a alimentação e reprodução tanto de espécies de aves residentes quanto migratórias. Adicionalmente, esse ambiente apresenta relevância social e econômica, atuando principalmente como fonte de recursos alimentares para populações locais. Uma preocupação atual está associada ao impacto causado por metais lançados nesses ambientes e como podem vir a afetar a saúde de organismos silvestres que o habitam. O presente estudo teve por objetivo mensurar as concentrações de metais pesados (Zn, Cu, Pb, Cr, Cd e Ni) em penas de aves em uma área de mangue (Porto do Mangue- RN), comparando sua relação com a ocorrência de micronúcleos e anormalidades nucleares em células sanguíneas, bem como avaliar as concentrações dos metais dependendo o status de deslocamento, dieta e sazonalidade. O trabalho também avaliou a influência da sazonalidade sobre parâmetros químicos de amostras de água e sedimento. As amostragens foram realizadas entre novembro de 2013 e maio de 2015. Os resultados monstraram que as concentrações dos parâmetros químicos da água e sedimento variaram em função da época do ano, estando influenciados pelo aporte de água pluvial e fluvial. A concentração de Zn em penas apresentou uma relação positiva com a ocorrência de micronúcleos, indicando possível efeito genotóxico desse metal. Os metais não estiveram relacionados com a ocorrência de anormalidades nucleares. As médias de ocorrências de micronúcleos e anormalidades não diferiram suas concentrações em função do status de deslocamento, dieta e sazonalidade. As concentrações de Zn, Cu, Pb e Cr diferem dependendo do status de deslocamento das espécies, sendo as concentrações de Zn e Cu maiores em aves migratórias e de Pb e Cr maiores em aves residentes, apontando para a exposição dessas espécies a fontes distintas de poluição. A concentração de metais apresentaram diferenças entre as guildas de alimentação, podendo estar relacionadas a diferenças nos itens alimentares que compõem a dieta, métodos de forrageamento e localização do forrageamento. As concentrações dos metais em penas também diferiram entre os períodos de seca e chuva, podendo estar relacionado à sazonalidade dietética e/ou padrão de muda de penas das espécies avaliadas. Ainda, as concentrações de metais obtidos neste trabalho se assemelham a concentrações verificadas em outros estudos em áreas costeiras, no entanto, concentrações de Pb e Cd causaram preocupação, visto que esses metais não possuem função nos organismos e podem causam toxicidade em baixas concentrações.

2
  • CAMILA TÂMIRES ALVES OLIVEIRA
  • DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE METAIS NA ÁGUA, SEDIMENTOS E MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM UM RIO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • EVELINE DE ALMEIDA FERREIRA
  • MARCICLEIDE LIMA DA SILVA
  • Data: 22/02/2019

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  • A poluição dos rios por metais é preocupante devido a sua persistência no ambiente, pela incorporação e ampliação biológica na cadeia alimentar e pelos efeitos tóxicos aos organismos, incluindo seres humanos. Visando analisar a atual situação de poluição por metais no rio Apodi-Mossoró, este trabalho foi estruturado em dois capítulos, no qual, o primeiro trata das concentrações de metias nos compartimentos abióticos, água e sedimentos, e o segundo, aborda a utilização de macrófitas aquáticas como biondicadoras. Os objetivos do primeiro capítulo foram avaliar os níveis de concentração dos metais Cu, Fe, Mn, Zn, Cd, Cr, Ni e Pb na água e sedimentos do rio Apodi-Mossoró; averiguar quais as variáveis físico-químicas afetam a disponibilidade e distribuição de metais; e inferir sobre as possíveis fontes desses elementos usando técnicas de análises estatísticas multivariadas. Para isto, coletamos amostras de água e sedimentos em 14 locais de amostragem ao longo do rio Apodi-Mossoró, situado no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Os resultados demonstraram níveis mais elevados de metais nos sedimentos do que na água. O metal Fe foi o elemento com maiores valores detectados, enquanto o Cd apresentou menores concentrações nos dois compartimentos estudados. Nenhuma das variáveis físico-químicas da água, como nutrientes, pH, condutividade elétrica, salinidade, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido, carbono orgânico e inorgânico demonstraram influência sobre a concentração de metais na água rio. Dentre as propriedades avaliadas nos sedimentos, apenas a matéria orgânica influenciou na distribuição dos contaminantes metálicos. Através de técnicas multivariadas foi possível identificar que Fe, Mn e Cr possivelmente se originaram, a partir de vazamentos de fluidos de motor de veículos, desgaste de freios e pneus, ressuspensão do pó da estrada e de resíduos domésticos e industriais. Os objetivos do segundo capítulo foram determinar as concentrações de metais em quatro espécies de macrófitas aquáticas; avaliar através do Fator de Bioconcentração (BioConcentration Factor - BCF) a capacidade das plantas aquáticas em acumular contaminantes metálicos; e examinar através do Fator de Translocação (Translocation factor -TF) a habilidade de Eichhornia crassipes em translocar metais da raiz para a parte aérea. Para isso, coletamos amostras de água, sedimentos e macrófitas aquáticas em 10 locais de amostragem. A bioacumulação foi avaliada para as espécies Salvinia molesta, Pistia stratiotes, Ludwigia helminthorrhiza e Eichhornia crassipes. Os BCFs demonstratram que as quatro espécies de plantas aquáticas acumularam maiores concentrações de Cu, Mn e Zn. Os TFs demonstraram que E. crassipes absorve e transporta o Ni da raiz para a parte aérea, entretanto retém Fe, Mn e Cr nas raízes. O presente estudo sugere que as macrófitas aquáticas podem ser utilizadas como bioindicadoras da poluição ambiental de ecossistemas aquáticos, devido sua capacidade de acumular metais.


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  • A poluição dos rios por metais é preocupante devido a sua persistência no ambiente, pela incorporação e ampliação biológica na cadeia alimentar e pelos efeitos tóxicos aos organismos, incluindo seres humanos. Visando analisar a atual situação de poluição por metais no rio Apodi-Mossoró, este trabalho foi estruturado em dois capítulos, no qual, o primeiro trata das concentrações de metias nos compartimentos abióticos, água e sedimentos, e o segundo, aborda a utilização de macrófitas aquáticas como biondicadoras. Os objetivos do primeiro capítulo foram avaliar os níveis de concentração dos metais Cu, Fe, Mn, Zn, Cd, Cr, Ni e Pb na água e sedimentos do rio Apodi-Mossoró; averiguar quais as variáveis físico-químicas afetam a disponibilidade e distribuição de metais; e inferir sobre as possíveis fontes desses elementos usando técnicas de análises estatísticas multivariadas. Para isto, coletamos amostras de água e sedimentos em 14 locais de amostragem ao longo do rio Apodi-Mossoró, situado no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Os resultados demonstraram níveis mais elevados de metais nos sedimentos do que na água. O metal Fe foi o elemento com maiores valores detectados, enquanto o Cd apresentou menores concentrações nos dois compartimentos estudados. Nenhuma das variáveis físico-químicas da água, como nutrientes, pH, condutividade elétrica, salinidade, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido, carbono orgânico e inorgânico demonstraram influência sobre a concentração de metais na água rio. Dentre as propriedades avaliadas nos sedimentos, apenas a matéria orgânica influenciou na distribuição dos contaminantes metálicos. Através de técnicas multivariadas foi possível identificar que Fe, Mn e Cr possivelmente se originaram, a partir de vazamentos de fluidos de motor de veículos, desgaste de freios e pneus, ressuspensão do pó da estrada e de resíduos domésticos e industriais. Os objetivos do segundo capítulo foram determinar as concentrações de metais em quatro espécies de macrófitas aquáticas; avaliar através do Fator de Bioconcentração (BioConcentration Factor - BCF) a capacidade das plantas aquáticas em acumular contaminantes metálicos; e examinar através do Fator de Translocação (Translocation factor -TF) a habilidade de Eichhornia crassipes em translocar metais da raiz para a parte aérea. Para isso, coletamos amostras de água, sedimentos e macrófitas aquáticas em 10 locais de amostragem. A bioacumulação foi avaliada para as espécies Salvinia molesta, Pistia stratiotes, Ludwigia helminthorrhiza e Eichhornia crassipes. Os BCFs demonstratram que as quatro espécies de plantas aquáticas acumularam maiores concentrações de Cu, Mn e Zn. Os TFs demonstraram que E. crassipes absorve e transporta o Ni da raiz para a parte aérea, entretanto retém Fe, Mn e Cr nas raízes. O presente estudo sugere que as macrófitas aquáticas podem ser utilizadas como bioindicadoras da poluição ambiental de ecossistemas aquáticos, devido sua capacidade de acumular metais.

3
  • ALCÉSTER DIEGO COELHO LIMA
  • SIMPATRIA MEDIADA PELO TAMANHO CORPóREO: COEXISTêNCIA DE TRêS SERPENTES CONGENéRICAS NO SEMIáRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : DANIEL CUNHA PASSOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • DANIELA FARIA FLORENCIO
  • PAULO CESAR MATTOS DOURADO DE MESQUITA
  • Data: 22/02/2019

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  • A coexistência de espécies requer mínimas distinções entre elas e geralmente envolvem diferenças morfológicas, porém estudos sobre esse tema tendo serpentes como modelo de estudo, ainda são escassos para muitos ambientes. Com base nisso, avaliamos a influência da dissimilaridade morfológica sobre a ecologia trófica e reprodutiva de três espécies de serpentes simpátricas no semiárido brasileiro (Erythrolamprus mossoroensis, E. poecilogyrus e E. viridis). Para isso, analisamos exemplares de coleções científicas, onde registramos medidas morfométricas dos espécimes, bem como inspecionamos seus conteúdos estomacais e gônadas. Nossos resultados revelaram que as espécies diferiram em sua morfologia tanto interespecificamente como intersexualmente. O volume das presas consumidas foi influenciado pelo tamanho das serpentes, embora não tenha diferido entre as espécies. Todas as espécies apresentaram relação positiva entre o tamanho das fêmeas e o tamanho da prole, bem como entre o tamanho da ninhada e o volume dos ovos. Assim, uma vez que as espécies foram segregadas por distinções morfológicas e que o as dimensões corpóreas influenciaram sua ecologia trófica e reprodutiva, é provável que estas diferenças morfológicas possam explicar a coexistência destas espécies no semiárido brasileiro. Nossos achados contribuem para explicar a coexistência de serpentes congenéricas em simpatria, bem como ampliam o conhecimento ecológico sobre serpentes na Caatinga.


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  • A coexistência de espécies requer mínimas distinções entre elas e geralmente envolvem diferenças morfológicas, porém estudos sobre esse tema tendo serpentes como modelo de estudo, ainda são escassos para muitos ambientes. Com base nisso, avaliamos a influência da dissimilaridade morfológica sobre a ecologia trófica e reprodutiva de três espécies de serpentes simpátricas no semiárido brasileiro (Erythrolamprus mossoroensis, E. poecilogyrus e E. viridis). Para isso, analisamos exemplares de coleções científicas, onde registramos medidas morfométricas dos espécimes, bem como inspecionamos seus conteúdos estomacais e gônadas. Nossos resultados revelaram que as espécies diferiram em sua morfologia tanto interespecificamente como intersexualmente. O volume das presas consumidas foi influenciado pelo tamanho das serpentes, embora não tenha diferido entre as espécies. Todas as espécies apresentaram relação positiva entre o tamanho das fêmeas e o tamanho da prole, bem como entre o tamanho da ninhada e o volume dos ovos. Assim, uma vez que as espécies foram segregadas por distinções morfológicas e que o as dimensões corpóreas influenciaram sua ecologia trófica e reprodutiva, é provável que estas diferenças morfológicas possam explicar a coexistência destas espécies no semiárido brasileiro. Nossos achados contribuem para explicar a coexistência de serpentes congenéricas em simpatria, bem como ampliam o conhecimento ecológico sobre serpentes na Caatinga.

4
  • ÉRICA EMANUELA DE MEDEIROS E SILVA
  • INTEGRANDO FENOLOGIA DA FRUTIFICAÇÃO E CONSUMO DE FRUTOS POR VERTEBRADOS SILVESTRES EM UMA ÁREA PROTEGIDA DE CAATINGA NO NORDESTE BRASILEIRO.

  • Orientador : VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS BARROS DE ARAÚJO
  • REJANE TAVARES BOTREL
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 25/02/2019

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  • O clima da Caatinga é altamente sazonal, mas ainda se sabe pouco sobre a influência desta sazonalidade nas interações entre plantas e animais frugívoros nesta região. Este estudo teve como objetivo descrever e avaliar a fenologia da frutificação de espécies vegetais zoocóricas e o uso deste recurso por vertebrados silvestres em um remanescente protegido de floresta tropical sazonalmente seca no nordeste do bioma Caatinga. Quatro objetivos específicos foram propostos: (i) descrever a variação sazonal mensal da frutificação de espécies zoocóricas neste remanescente florestal ao longo de cinco anos consecutivos, (ii) avaliar a influência da intensidade da precipitação pluviométrica na sazonalidade de frutificação destas espécies, (iii) identificar os períodos de ausência de produção de frutos zoocóricos para a fauna silvestre ao longo do período de um ano, e (iv) avaliar a importância relativa de cada espécie de frutos na dieta de aves e mamíferos, por meio de análises de amostras fecais. A área de estudo compreendeu o Parque Nacional da Furna Feia, estado do Rio Grande do Norte, Brasil, e as expedições à esta área ocorreram mensalmente, entre janeiro de 2013 e junho de 2018. Em cada expedição foi realizada a quantificação de indivíduos/espécie em frutificação, utilizando o método de trilhas e a coleta de amostras de fezes para descrever a dieta frugívora de vertebrados de médio e grande porte. Os padrões da fenologia da frutificação das espécies zoocóricas foram avaliados por meio de estatística circular, e a relação entre sazonalidade da frutificação e a precipitação pluviométrica foi avaliada por meio de testes de regressão linear simples. Amostras de fezes foram triadas para identificação das sementes encontradas nestas amostras. A fenologia da frutificação de 643 indivíduos, distribuídos em 11 espécies vegetais zoocóricas, foi monitorada e analisada. Durante a estação chuvosa, Sideroxylon obtusifolium, Cereus jamacaru, Ziziphus joazeiro, Commiphora leptophloeos e Bromelia laciniosa exibiram período de frutificação restrito, i.e., alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cynophalla flexuosa também frutificou, mas apresentou amplo período de frutificação, i.e., baixa sazonalidade. Na estação seca Myracrodruon urundeuva, Licania rigida e Maytenus rigida exibiram alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cissus sp. e Phoradendron quadrangulare também frutificaram, apresentando baixa sazonalidade em frutificação. Registrou-se assincronia parcial entre o período de frutificação das espécies investigadas, o que proporcionou disponibilidade de frutos zoocóricos ao longo de todos os meses do ano. No entanto, na estação seca registrou-se menor número de indivíduos em frutificação, indicando ser este um período crítico para a fauna dependente de frutos na Caatinga. A intensidade da precipitação pluviométrica influenciou a frutificação de mais de 50% das espécies zoocóricas, corroborando a predição de existência de relação entre precipitação e frutificação para a maioria das plantas da Caatinga. Por meio da análise das sementes intactas encontradas nas amostrais fecais, 16 espécies vegetais foram identificadas como parte da dieta de vertebrados de médio e grande porte. A partir destes dados, uma rede de interações entre fauna e flora zoocórica foi proposta, na qual foram identificados alto potencial dispersor de sementes por vertebrados e alta importância de frutos na dieta destes animais. Sugere-se que futuras estratégias de conservação de vertebrados frugívoros da Caatinga devam priorizar a proteção de múltiplas espécies vegetais, tendo em vista que há uma assincronia parcial na oferta de frutos entre as espécies de plantas zoocóricas ao longo do ano neste bioma, e a ausência de uma destas pode implicar em risco nutricional para os animais, especialmente durante a estação seca.


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  • O clima da Caatinga é altamente sazonal, mas ainda se sabe pouco sobre a influência desta sazonalidade nas interações entre plantas e animais frugívoros nesta região. Este estudo teve como objetivo descrever e avaliar a fenologia da frutificação de espécies vegetais zoocóricas e o uso deste recurso por vertebrados silvestres em um remanescente protegido de floresta tropical sazonalmente seca no nordeste do bioma Caatinga. Quatro objetivos específicos foram propostos: (i) descrever a variação sazonal mensal da frutificação de espécies zoocóricas neste remanescente florestal ao longo de cinco anos consecutivos, (ii) avaliar a influência da intensidade da precipitação pluviométrica na sazonalidade de frutificação destas espécies, (iii) identificar os períodos de ausência de produção de frutos zoocóricos para a fauna silvestre ao longo do período de um ano, e (iv) avaliar a importância relativa de cada espécie de frutos na dieta de aves e mamíferos, por meio de análises de amostras fecais. A área de estudo compreendeu o Parque Nacional da Furna Feia, estado do Rio Grande do Norte, Brasil, e as expedições à esta área ocorreram mensalmente, entre janeiro de 2013 e junho de 2018. Em cada expedição foi realizada a quantificação de indivíduos/espécie em frutificação, utilizando o método de trilhas e a coleta de amostras de fezes para descrever a dieta frugívora de vertebrados de médio e grande porte. Os padrões da fenologia da frutificação das espécies zoocóricas foram avaliados por meio de estatística circular, e a relação entre sazonalidade da frutificação e a precipitação pluviométrica foi avaliada por meio de testes de regressão linear simples. Amostras de fezes foram triadas para identificação das sementes encontradas nestas amostras. A fenologia da frutificação de 643 indivíduos, distribuídos em 11 espécies vegetais zoocóricas, foi monitorada e analisada. Durante a estação chuvosa, Sideroxylon obtusifolium, Cereus jamacaru, Ziziphus joazeiro, Commiphora leptophloeos e Bromelia laciniosa exibiram período de frutificação restrito, i.e., alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cynophalla flexuosa também frutificou, mas apresentou amplo período de frutificação, i.e., baixa sazonalidade. Na estação seca Myracrodruon urundeuva, Licania rigida e Maytenus rigida exibiram alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cissus sp. e Phoradendron quadrangulare também frutificaram, apresentando baixa sazonalidade em frutificação. Registrou-se assincronia parcial entre o período de frutificação das espécies investigadas, o que proporcionou disponibilidade de frutos zoocóricos ao longo de todos os meses do ano. No entanto, na estação seca registrou-se menor número de indivíduos em frutificação, indicando ser este um período crítico para a fauna dependente de frutos na Caatinga. A intensidade da precipitação pluviométrica influenciou a frutificação de mais de 50% das espécies zoocóricas, corroborando a predição de existência de relação entre precipitação e frutificação para a maioria das plantas da Caatinga. Por meio da análise das sementes intactas encontradas nas amostrais fecais, 16 espécies vegetais foram identificadas como parte da dieta de vertebrados de médio e grande porte. A partir destes dados, uma rede de interações entre fauna e flora zoocórica foi proposta, na qual foram identificados alto potencial dispersor de sementes por vertebrados e alta importância de frutos na dieta destes animais. Sugere-se que futuras estratégias de conservação de vertebrados frugívoros da Caatinga devam priorizar a proteção de múltiplas espécies vegetais, tendo em vista que há uma assincronia parcial na oferta de frutos entre as espécies de plantas zoocóricas ao longo do ano neste bioma, e a ausência de uma destas pode implicar em risco nutricional para os animais, especialmente durante a estação seca.

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  • CARLOS ALLAN DE SOUZA OLIVEIRA
  • SOBREVIVêNCIA CONSTANTE OU VARIADA? IMPLICAçãO DE FATORES SAZONAIS/IMPREVISíVEIS NA SOBREVIVêNCIA DE UM PASSARINHO DE AMBIENTE NEOTROPICAL SEMIáRIDO

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • LUCIANA VIEIRA DE PAIVA
  • Data: 26/02/2019

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  • Neotrópicos secos são ambientes sazonais e em parte imprevisíveis quanto a ocorrência e volume de chuvas intra e interanuais, sendo esta característica climática determinante nos padrões de sobrevivência e alocação energética em rotinas do ciclo anual (reprodução e muda de penas de voo) de Passeriformes. Nós utilizamos dados de captura-marcação-recaptura do Sebinho-do-Olho-de-Ouro (Hemitriccus margaritaceiventer) para testar as hipóteses de que os níveis de precipitação intra e interanuais, reprodução e muda de penas de voo influenciariam as estimativas de sobrevivência aparente. Nossas hipóteses indicam que períodos de maior precipitação determinam estimativas de sobrevivência elevadas se comparado a períodos secos e durante estiagens. Além disso, a reprodução e muda de penas de voo estão associadas à sobrevivência por trade-offs e, por consequência, as estimativas de sobrevivência devem declinar durante a realização destas atividades. Realizamos amostragens durante 6 anos a cada 14 ou 28 dias em uma floresta neotropical sazonalmente seca no Nordeste brasileiro, denominada Caatinga. Utilizamos a formulação Cormack-Jolly-Seber (CJS) para construir os modelos demográficos e estimar as probabilidades de sobrevivência e recaptura das aves. A análise da média dos modelos com suporte substancial para explicar a variação nos dados indicou inexistência de variações intra e interanuais nas estimativas de sobrevivência aparente, independente da estação do ano, precipitação anual ou período de ocorrência de placas e mudas, que variaram entre 0.91 e 0.97. A sobrevivência aparente da espécie, manteve-se alta e constante durante todo o estudo, e nossas evidências indicam estes resultados serem explicados por ajustes fisiológicos e comportamentais, como a ocorrência de atividades energeticamente custosas em períodos de condições ambientais favoráveis, redução das taxas de fecundidade, e aumento da atividade de deslocamento durante estiagens.


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  • Neotrópicos secos são ambientes sazonais e em parte imprevisíveis quanto a ocorrência e volume de chuvas intra e interanuais, sendo esta característica climática determinante nos padrões de sobrevivência e alocação energética em rotinas do ciclo anual (reprodução e muda de penas de voo) de Passeriformes. Nós utilizamos dados de captura-marcação-recaptura do Sebinho-do-Olho-de-Ouro (Hemitriccus margaritaceiventer) para testar as hipóteses de que os níveis de precipitação intra e interanuais, reprodução e muda de penas de voo influenciariam as estimativas de sobrevivência aparente. Nossas hipóteses indicam que períodos de maior precipitação determinam estimativas de sobrevivência elevadas se comparado a períodos secos e durante estiagens. Além disso, a reprodução e muda de penas de voo estão associadas à sobrevivência por trade-offs e, por consequência, as estimativas de sobrevivência devem declinar durante a realização destas atividades. Realizamos amostragens durante 6 anos a cada 14 ou 28 dias em uma floresta neotropical sazonalmente seca no Nordeste brasileiro, denominada Caatinga. Utilizamos a formulação Cormack-Jolly-Seber (CJS) para construir os modelos demográficos e estimar as probabilidades de sobrevivência e recaptura das aves. A análise da média dos modelos com suporte substancial para explicar a variação nos dados indicou inexistência de variações intra e interanuais nas estimativas de sobrevivência aparente, independente da estação do ano, precipitação anual ou período de ocorrência de placas e mudas, que variaram entre 0.91 e 0.97. A sobrevivência aparente da espécie, manteve-se alta e constante durante todo o estudo, e nossas evidências indicam estes resultados serem explicados por ajustes fisiológicos e comportamentais, como a ocorrência de atividades energeticamente custosas em períodos de condições ambientais favoráveis, redução das taxas de fecundidade, e aumento da atividade de deslocamento durante estiagens.

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  • GRAZIELLY CAMPOS DE MESQUITA
  • INFLUÊNCIA ANTRÓPICA NA DIETA DE PEIXES PELÁGICOS EM CARDUMES ASSOCIADOS NO ATLÂNTICO OESTE EQUATORIAL

  • Orientador : GUELSON BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE PERETTI
  • EMANUELLE FONTENELE RABELO
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • Data: 08/03/2019

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  • O presente estudo se propõe a avaliar a ocorrência de itens de origem antrópica, como materiais particulados orgânicos (engodo) e materiais sintéticos na dieta de cinco espécies de peixes pelágicos, capturados no oceano Atlântico Oeste Equatorial. Entre 2011 e 2017 um total de 807 estômagos de indivíduos das espécies Thunnus albacares, Thunnus obesus, Coryphaena hippurus, Katsuwonus pelamis e Elagatis bipinnulata foram coletados em torno da uma boia de coleta de dados atmosféricos e oceanográficos (00ºN e 035ºO). Os estômagos foram pesados, analisados e os itens alimentares identificados ao menor nível taxonômico possível. Para avaliar a relação das espécies com os respectivos itens alimentares, realizamos uma Análise de Correspondência (CA), PERMANOVA e IIR. Também utilizamos o índice de Morisita-Horn para verificar se havia sobreposição biológica entre as dietas das espécies. Podemos constatar que a espécie E. bipinnulata foi a que apresentou maior percentual de itens de origem antrópica. Os principais itens de origem antrópica que ocorreram nos estômagos foram: cordas de nylon, fragmentos de plásticos, iscas e vísceras de organismos não pertencentes a dieta natural das espécies. O índice de Morisita-Horn mostrou que Thunnus obesus teve baixa sobreposição de sua dieta se comparado com as demais espécies. A presença total de engodo no conteúdo estomacal dos peixes foi equivalente a 4.68%, já a de material sintético foi de 1.26%. Os organismos mais afetados pela presença de materiais de origem antrópica foram as espécies que se alimentam preferencialmente na zona epipelágica oceânica, até 100m de profundidade, que são T. albacares, C. hippurus, E. bipinnulata e K. pelamis. Já a espécie T. obesus, que se alimenta de presas comuns na zona mesopelágica (zona entre 200m e 600m de profundidade), não apresentou nenhum desses materiais em seu conteúdo estomacal. Dessa forma, consideramos que materiais de origem antrópica estão se tornando cada vez mais frequentes na dieta dos organismos estudados no Oceano Atlântico. Logo, ressaltamos a importância de medidas mitigatórias e alternativas para a redução destes materiais, visando a saúde dos indivíduos, o equilíbrio da cadeia trófica e produtiva na qual essas espécies estão inseridas.


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  • O presente estudo se propõe a avaliar a ocorrência de itens de origem antrópica, como materiais particulados orgânicos (engodo) e materiais sintéticos na dieta de cinco espécies de peixes pelágicos, capturados no oceano Atlântico Oeste Equatorial. Entre 2011 e 2017 um total de 807 estômagos de indivíduos das espécies Thunnus albacares, Thunnus obesus, Coryphaena hippurus, Katsuwonus pelamis e Elagatis bipinnulata foram coletados em torno da uma boia de coleta de dados atmosféricos e oceanográficos (00ºN e 035ºO). Os estômagos foram pesados, analisados e os itens alimentares identificados ao menor nível taxonômico possível. Para avaliar a relação das espécies com os respectivos itens alimentares, realizamos uma Análise de Correspondência (CA), PERMANOVA e IIR. Também utilizamos o índice de Morisita-Horn para verificar se havia sobreposição biológica entre as dietas das espécies. Podemos constatar que a espécie E. bipinnulata foi a que apresentou maior percentual de itens de origem antrópica. Os principais itens de origem antrópica que ocorreram nos estômagos foram: cordas de nylon, fragmentos de plásticos, iscas e vísceras de organismos não pertencentes a dieta natural das espécies. O índice de Morisita-Horn mostrou que Thunnus obesus teve baixa sobreposição de sua dieta se comparado com as demais espécies. A presença total de engodo no conteúdo estomacal dos peixes foi equivalente a 4.68%, já a de material sintético foi de 1.26%. Os organismos mais afetados pela presença de materiais de origem antrópica foram as espécies que se alimentam preferencialmente na zona epipelágica oceânica, até 100m de profundidade, que são T. albacares, C. hippurus, E. bipinnulata e K. pelamis. Já a espécie T. obesus, que se alimenta de presas comuns na zona mesopelágica (zona entre 200m e 600m de profundidade), não apresentou nenhum desses materiais em seu conteúdo estomacal. Dessa forma, consideramos que materiais de origem antrópica estão se tornando cada vez mais frequentes na dieta dos organismos estudados no Oceano Atlântico. Logo, ressaltamos a importância de medidas mitigatórias e alternativas para a redução destes materiais, visando a saúde dos indivíduos, o equilíbrio da cadeia trófica e produtiva na qual essas espécies estão inseridas.

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  • RAFAEL MAIA RODRIGUES
  • ATRATIVIDADE E VISITANTES FLORAIS DE ESPÉCIES DO ESTRATO HERBÁCEO/ARBUSTIVO EM UMA ÁREA URBANA EM ESTÁGIO INICIAL DE RESTAURAÇÃO AMBIENTAL NO SEMIÁRIDO

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • DIEGO NATHAN DO NASCIMENTO SOUZA
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 22/03/2019

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  • A polinização representa um dos processos mais importantes para os ecossistemas, por isso é considerada um serviço ecossistêmico indispensável para a sobrevivência dos seres vivos. Seu declínio pode levar a diminuição da oferta de alimentos para os animais e, consequentemente, a um efeito em cascata influenciando a dinâmica das populações podendo comprometê-las consideravelmente. As informações sobre a disponibilidade de flores e a ação dos polinizadores podem fornecer subsídios importantes aos programas de restauração ambiental. Este estudo teve como objetivo investigar quais espécies são mais atrativas para os visitantes florais em uma área urbana em estágio inicial de recuperação no município de Mossoró - RN, Nordeste do Brasil. O estudo foi realizado no Campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), localizado na Avenida Av. Francisco Mota, 572 - Bairro Costa e Silva - Mossoró - RN. As observações da floração das espécies foram realizadas em uma área de aproximadamente 0,5ha no campus oeste da UFERSA, com vegetação predominante herbácea. Foram selecionados aleatoriamente 10 indivíduos de cada espécie que ocorreu naturalmente dentro ou no entorno de 10 parcelas de 1m2. O monitoramento das espécies ocorreu quinzenalmente, no período entre março de 2017 a fevereiro 2018, para a fenologia floral que determinou o período de ocorrência e intensidade da floração das espécies; entre março de 2017 a maio 2018 para a janela térmica, que determinou o intervalo de temperatura que cada espécie vegetal recebeu os visitantes florais, e para os visitantes florais que identificou quais os visitantes que cada espécie recebeu. Foi observado um total de 11 espécies vegetais, distribuídas em seis famílias e em nove gêneros diferentes. Todas as espécies apresentaram floração de forma sazonal com todos os indivíduos apresentando flores e botões florais em um período do ano. A floração das espécies ocorreu entre os meses de novembro a setembro. A floração esteve correlacionada principalmente com as precipitações do mês atual e com precipitação do mês anterior. As cinco espécies vegetais que receberam mais visitas (Passiflora sp., Boerhavia diffusa L., Merremia aegyptia (L.) Urb., Neptunia plena (L.) Benth. e Turnera subulata Sm.) foram responsáveis por mais de 92% do total de toda as visitas observadas no estudo. Essas visitas ocorreram em um intervalo de 21°C a 33°C entre todas as espécies com pico de visitas entre 23,5°C e 27,7°C com pequenas variações entre as espécies. Foram encontradas nove espécies de visitantes florais distribuídas em três ordens diferentes: Himenóptera, Lepidóptera e Díptera com principal grupo de visitantes florais, em número de espécies e quantidade de visitas foi o das abelhas. Essas visitas estiveram correlacionadas com as temperaturas máximas e médias, com a umidade relativa do ar máxima e média, com a riqueza de visitantes, riquezas de plantas e com as precipitações do mês atual e do mês anterior. Para as temperaturas o Coeficiente de Correlação de Spearman foi negativo para a temperatura máxima em relação a quantidade de flores.


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  • A polinização representa um dos processos mais importantes para os ecossistemas, por isso é considerada um serviço ecossistêmico indispensável para a sobrevivência dos seres vivos. Seu declínio pode levar a diminuição da oferta de alimentos para os animais e, consequentemente, a um efeito em cascata influenciando a dinâmica das populações podendo comprometê-las consideravelmente. As informações sobre a disponibilidade de flores e a ação dos polinizadores podem fornecer subsídios importantes aos programas de restauração ambiental. Este estudo teve como objetivo investigar quais espécies são mais atrativas para os visitantes florais em uma área urbana em estágio inicial de recuperação no município de Mossoró - RN, Nordeste do Brasil. O estudo foi realizado no Campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), localizado na Avenida Av. Francisco Mota, 572 - Bairro Costa e Silva - Mossoró - RN. As observações da floração das espécies foram realizadas em uma área de aproximadamente 0,5ha no campus oeste da UFERSA, com vegetação predominante herbácea. Foram selecionados aleatoriamente 10 indivíduos de cada espécie que ocorreu naturalmente dentro ou no entorno de 10 parcelas de 1m2. O monitoramento das espécies ocorreu quinzenalmente, no período entre março de 2017 a fevereiro 2018, para a fenologia floral que determinou o período de ocorrência e intensidade da floração das espécies; entre março de 2017 a maio 2018 para a janela térmica, que determinou o intervalo de temperatura que cada espécie vegetal recebeu os visitantes florais, e para os visitantes florais que identificou quais os visitantes que cada espécie recebeu. Foi observado um total de 11 espécies vegetais, distribuídas em seis famílias e em nove gêneros diferentes. Todas as espécies apresentaram floração de forma sazonal com todos os indivíduos apresentando flores e botões florais em um período do ano. A floração das espécies ocorreu entre os meses de novembro a setembro. A floração esteve correlacionada principalmente com as precipitações do mês atual e com precipitação do mês anterior. As cinco espécies vegetais que receberam mais visitas (Passiflora sp., Boerhavia diffusa L., Merremia aegyptia (L.) Urb., Neptunia plena (L.) Benth. e Turnera subulata Sm.) foram responsáveis por mais de 92% do total de toda as visitas observadas no estudo. Essas visitas ocorreram em um intervalo de 21°C a 33°C entre todas as espécies com pico de visitas entre 23,5°C e 27,7°C com pequenas variações entre as espécies. Foram encontradas nove espécies de visitantes florais distribuídas em três ordens diferentes: Himenóptera, Lepidóptera e Díptera com principal grupo de visitantes florais, em número de espécies e quantidade de visitas foi o das abelhas. Essas visitas estiveram correlacionadas com as temperaturas máximas e médias, com a umidade relativa do ar máxima e média, com a riqueza de visitantes, riquezas de plantas e com as precipitações do mês atual e do mês anterior. Para as temperaturas o Coeficiente de Correlação de Spearman foi negativo para a temperatura máxima em relação a quantidade de flores.

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  • LUZIA GEIZE FERNANDES REBOUÇAS
  • DIETA E SOBREPOSIÇÃO DE NICHO TRÓFICO DE TRÊS ESPÉCIES DE CHARACIFORMES EM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS EDUARDO ROCHA DUARTE ALENCAR
  • DANIELLE PERETTI
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • Data: 27/03/2019

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  • A coexistência de espécies com a utilização do mesmo padrão alimentar é considerada uma propriedade fundamental dos sistemas ecológicos. Estudos da alimentação de espécies de peixes em seu ambiente natural fornecem informações importantes que pode contribuir para conservação das espécies. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a dieta de Astyanax aff. bimaculatus, Moenkhausia costae e Triportheus signatus, verificar a existência de variações intra e interespecíficas e o efeito da sazonalidade na dieta das três espécies, além de avaliar a sobreposição alimentar ao longo ao longo do período de redução do nível hídrico do reservatório de Santa Cruz, Apodi-RN. As coletas ocorreram trimestralmente de fevereiro de 2014 a novembro de 2017 em oito pontos no reservatório de Santa Cruz, Apodi-RN. A análise da dieta foi feita através do Índice de Importância Alimentar (IAi%) e a origem dos recursos alimentares foram determinadas de acordo com as características e estágios de vida, distribuídos em alóctones, autóctones e indeterminados. O Índice de Bray-Curtis aplicado a uma PERMANOVA para avaliar diferenças na composição da dieta entre as espécies entre os períodos de chuva e de seca e entre os anos; a sobreposição de nicho foi calculada através do Índice de Pianka; a PCoA foi aplicada com base no índice de Bray-Curtis para verificar a amplitude de nicho. Os itens autóctones foram os mais consumidos pelas espécies ao longo do estudo, com grande consumo dos itens: inseto, molusco, crustáceo e material de origem vegetal. Foi observado valores de alta sobreposição de nicho entre as espécies nos anos de 2014 e 2015 tanto no período chuvoso quanto no seco, já nos anos de 2016 e 2017 a sobreposição foi considerada como intermediaria a baixa. A amplitude de nicho das espécies variou entre os anos, no entanto, em 2017 quando ocorreu o menor nível hídrico do reservatório, as três espécies apresentaram maior amplitude de nicho em comparação com os anos anteriores, contribuindo para a coexistência das espécies no reservatório.


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  • A coexistência de espécies com a utilização do mesmo padrão alimentar é considerada uma propriedade fundamental dos sistemas ecológicos. Estudos da alimentação de espécies de peixes em seu ambiente natural fornecem informações importantes que pode contribuir para conservação das espécies. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a dieta de Astyanax aff. bimaculatus, Moenkhausia costae e Triportheus signatus, verificar a existência de variações intra e interespecíficas e o efeito da sazonalidade na dieta das três espécies, além de avaliar a sobreposição alimentar ao longo ao longo do período de redução do nível hídrico do reservatório de Santa Cruz, Apodi-RN. As coletas ocorreram trimestralmente de fevereiro de 2014 a novembro de 2017 em oito pontos no reservatório de Santa Cruz, Apodi-RN. A análise da dieta foi feita através do Índice de Importância Alimentar (IAi%) e a origem dos recursos alimentares foram determinadas de acordo com as características e estágios de vida, distribuídos em alóctones, autóctones e indeterminados. O Índice de Bray-Curtis aplicado a uma PERMANOVA para avaliar diferenças na composição da dieta entre as espécies entre os períodos de chuva e de seca e entre os anos; a sobreposição de nicho foi calculada através do Índice de Pianka; a PCoA foi aplicada com base no índice de Bray-Curtis para verificar a amplitude de nicho. Os itens autóctones foram os mais consumidos pelas espécies ao longo do estudo, com grande consumo dos itens: inseto, molusco, crustáceo e material de origem vegetal. Foi observado valores de alta sobreposição de nicho entre as espécies nos anos de 2014 e 2015 tanto no período chuvoso quanto no seco, já nos anos de 2016 e 2017 a sobreposição foi considerada como intermediaria a baixa. A amplitude de nicho das espécies variou entre os anos, no entanto, em 2017 quando ocorreu o menor nível hídrico do reservatório, as três espécies apresentaram maior amplitude de nicho em comparação com os anos anteriores, contribuindo para a coexistência das espécies no reservatório.

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  • JOÃO PAULO DE ANDRADE NUNES
  • EFEITOS DA CAPRINOCULTURA SOBRE A DIVERSIDADE TAXONÔMICA EM COMUNIDADES VEGETAIS NA CAATINGA

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • DIEGO NATHAN DO NASCIMENTO SOUZA
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 23/04/2019

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  • O impacto da caprinocultura sobre a diversidade taxonômica da Caatinga ainda é pouco compreendido. Nesse trabalho, visamos avaliar os efeitos das atividades antrópicas sobre a diversidade taxonômica na Caatinga, mensurando a influência de distúrbios, como o pastejo de caprinos, o desmatamento e o histórico de uso dessas áreas, a fim de obter informações úteis para o manejo e a conservação dos recursos remanescentes. Portanto, o objetivo central desse trabalho é avaliar o efeito pastejo de caprinos e do desmatamento sobre a diversidade taxonômica de comunidades vegetais em áreas de Caatinga. O estudo foi realizado em 15 fazendas localizadas nos municípios de Pedro Avelino, Angicos e Lajes, na Mesorregião Central, do Rio Grande do Norte, onde foram realizadas entrevistas com os proprietários, abordando questões quanto ao histórico de uso das áreas, principalmente às práticas agropastoris. A partir delas, calculamos as cargas animais das áreas e classificamos quanto ao desmatamento em antigo e recente. Nestas, foi realizado o levantamento da comunidade arbórea e herbácea através dos métodos de ponto quadrante e agulha. A seguir, foram calculados os índices de riqueza de Shannon e Simpson de cada área. Aplicamos os modelos de regressão linear múltipla e de regressão quadrática para verificar a influência da carga animal, dos anos de pastejo e do desmatamento sobre os índices de diversidade mencionados. Para comparar possíveis diferenças na composição do estrato arbóreo-arbustivo e herbáceo entre as áreas, as espécies foram agrupadas de forma hierárquica por análise de agrupamento a partir da matriz de dissimilaridade pela distância de Bray-Curtis. Encontramos para o estrato arbóreo um total de 6.300 indivíduos, distribuídos em 10 famílias e 23 espécies. As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae foram, respectivamente, as mais abundantes. Para o estrato herbáceo foram encontrados um total de 24 famílias e 69 espécies. As famílias Poaceae, Malvaceae, Fabaceae, Convolvulaceae foram, respectivamente, as mais representativas. Os índices de riqueza de Shannon variaram entre 1,247±0,301 e o de Simpson entre 0,368±0,122 para o estrato arbóreo-arbustivo e 0,816±0,566 e 0,348±0,246 para as herbáceas. A riqueza (índice de Shannon e Simpson) das comunidades não é influenciada pelas variáveis carga animal, anos de pastejo, mas sofre influência dodesmatamento. As análises de agrupamemto mostraram a presença de 3 grupos distintos entre as áreas de estudo no estrato arbóreo-arbustivo. Nossos resultados indicaram uma riqueza muito baixa de espécies independente da intensidade de pastejo e do desmatamento. A influência na diversidade entre áreas sujeitas ao desmatamento em diferentes épocas, associadas a manutenção de uma riqueza baixa e dominância de espécies pioneiras, como a jurema-preta, sugerem um “estancamento” na sucessão da comunidade vegetal na região estudada. Não foram encpntradasdiferenças na diversidade ao longo do gradiente de pastejo, o que provavelmente está relacionada aos valores relativamente baixos de carga animal das áreas de estudo, a ponto do pastejo não levar a redução da diversidade de plantas arbóreas. Concluímos que o pastejo de caprinos não influencia na diversidade de espécies das comunidades vegetais estudada. A baixa riqueza de herbáceas pode estar relacionada à seleção de espécies por caprinos e ovinos e ao histórico de uso das áreas de estudo. As práticas observadas levaram a um estancamento da sucessão da estrutura vegetacional dos locais estudados. Conclui-se que a criação de caprinos, de fundamental importância para a região, deve continuar a ocorrer com práticas de manejo adequadas ao funcionamento do ecossistema.


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  • O impacto da caprinocultura sobre a diversidade taxonômica da Caatinga ainda é pouco compreendido. Nesse trabalho, visamos avaliar os efeitos das atividades antrópicas sobre a diversidade taxonômica na Caatinga, mensurando a influência de distúrbios, como o pastejo de caprinos, o desmatamento e o histórico de uso dessas áreas, a fim de obter informações úteis para o manejo e a conservação dos recursos remanescentes. Portanto, o objetivo central desse trabalho é avaliar o efeito pastejo de caprinos e do desmatamento sobre a diversidade taxonômica de comunidades vegetais em áreas de Caatinga. O estudo foi realizado em 15 fazendas localizadas nos municípios de Pedro Avelino, Angicos e Lajes, na Mesorregião Central, do Rio Grande do Norte, onde foram realizadas entrevistas com os proprietários, abordando questões quanto ao histórico de uso das áreas, principalmente às práticas agropastoris. A partir delas, calculamos as cargas animais das áreas e classificamos quanto ao desmatamento em antigo e recente. Nestas, foi realizado o levantamento da comunidade arbórea e herbácea através dos métodos de ponto quadrante e agulha. A seguir, foram calculados os índices de riqueza de Shannon e Simpson de cada área. Aplicamos os modelos de regressão linear múltipla e de regressão quadrática para verificar a influência da carga animal, dos anos de pastejo e do desmatamento sobre os índices de diversidade mencionados. Para comparar possíveis diferenças na composição do estrato arbóreo-arbustivo e herbáceo entre as áreas, as espécies foram agrupadas de forma hierárquica por análise de agrupamento a partir da matriz de dissimilaridade pela distância de Bray-Curtis. Encontramos para o estrato arbóreo um total de 6.300 indivíduos, distribuídos em 10 famílias e 23 espécies. As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae foram, respectivamente, as mais abundantes. Para o estrato herbáceo foram encontrados um total de 24 famílias e 69 espécies. As famílias Poaceae, Malvaceae, Fabaceae, Convolvulaceae foram, respectivamente, as mais representativas. Os índices de riqueza de Shannon variaram entre 1,247±0,301 e o de Simpson entre 0,368±0,122 para o estrato arbóreo-arbustivo e 0,816±0,566 e 0,348±0,246 para as herbáceas. A riqueza (índice de Shannon e Simpson) das comunidades não é influenciada pelas variáveis carga animal, anos de pastejo, mas sofre influência dodesmatamento. As análises de agrupamemto mostraram a presença de 3 grupos distintos entre as áreas de estudo no estrato arbóreo-arbustivo. Nossos resultados indicaram uma riqueza muito baixa de espécies independente da intensidade de pastejo e do desmatamento. A influência na diversidade entre áreas sujeitas ao desmatamento em diferentes épocas, associadas a manutenção de uma riqueza baixa e dominância de espécies pioneiras, como a jurema-preta, sugerem um “estancamento” na sucessão da comunidade vegetal na região estudada. Não foram encpntradasdiferenças na diversidade ao longo do gradiente de pastejo, o que provavelmente está relacionada aos valores relativamente baixos de carga animal das áreas de estudo, a ponto do pastejo não levar a redução da diversidade de plantas arbóreas. Concluímos que o pastejo de caprinos não influencia na diversidade de espécies das comunidades vegetais estudada. A baixa riqueza de herbáceas pode estar relacionada à seleção de espécies por caprinos e ovinos e ao histórico de uso das áreas de estudo. As práticas observadas levaram a um estancamento da sucessão da estrutura vegetacional dos locais estudados. Conclui-se que a criação de caprinos, de fundamental importância para a região, deve continuar a ocorrer com práticas de manejo adequadas ao funcionamento do ecossistema.

2018
Dissertações
1
  • RAQUEL BRUNA CHAVES DE LIMA
  • EFEITOS DO PASTEJO E DESMATAMENTO SOBRE A DIVERSIDADE FUNCIONAL DE COMUNIDADES VEGETAIS NA REGIÃO SEMIÁRIDA BRASILEIRA

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • DIEGO NATHAN DO NASCIMENTO SOUZA
  • MARCO JACINTO KATZENBERGER BAPTISTA NOVO
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 27/02/2018

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  • A pecuária associada ao desmatamento para conversões de extensas áreas em pastagens são fatores causadores de grandes impactos para degradação do solo e reduções da vegetação nativa de ecossistemas globais. Além de alterações na diversidade de espécies, o sobrepastejo pode provocar a perda de diversidade funcional. Entretanto, são poucos estudos sobre os impactos dessas perturbações antrópicas na diversidade funcional das comunidades vegetais da Caatinga, o que vem a ser o objetivo principal desse trabalho. O estudo se desenvolveu em fazendas localizadas no município de Angicos/RN, em áreas previamente identificadas com diferentes graus de pastejo e desmatamento. Em cada área foram amostradas as espécies arbóreas/arbustivas e herbáceas. Nas plantas arbóreas e arbustos foram medidos os seguintes traços funcionais: altura, área foliar total e específica, espessura, resistência, bem como concentrações de nitrogênio e fósforo foliares. Os indivíduos/espécies amostrados também foram classificados quanto à presença de espinhos, polinização e dispersão. Nas herbáceas foi medida a altura, área foliar e estas foram classificadas quanto à clonalidade, a forma de crescimento e a forma de vida. Mudanças na composição funcional foram avaliadas através do CWM (do inglês, community weighted mean) das comunidades e a diversidade funcional foi quantificada utilizando o índice de entropia quadrática Rao, sendo os resultados obtidos comparados aos modelos nulos. Os resultados mostraram baixa riqueza de espécies arbóreas e herbáceas e correlação positiva com a diversidade funcional. Na comunidade arbórea o pastejo alto no fragmento sem desmatamento favoreceu plantas com folhas grandes, resistentes, maior área foliar específica, e nitrogênio foliar. Também foi registrada abundância de arbustos de pequeno porte sob o pastejo intermediário e maior proporção de espinhos sob o pastejo alto devido a dominância da espécie Mimosa tenuiflora. De modo geral, o aumento do pastejo causa a convergência funcional das espécies arbóreas/arbustivas através da filtragem ambiental e com o pastejo baixo os traços tendem a ser divergentes indicando maior competição interespecífica e atuação do processo de similaridade limitante. A comunidade herbácea apresentou redução na área foliar e altura com o aumento do pastejo. Espécies terófitas e não clonais, no geral, são predominantes, com aumento na frequência de gramíneas estoloníferas nos fragmentos sem desmatamento com alta intensidade de pastejo. A diversidade funcional das herbáceas mostrou diminuição no fragmento não desmatado com pastejo baixo e indicou divergência dos traços funcionais nos locais não desmatados. Esses resultados apontam para efeitos diferentes dos filtros ambientais sobre a diversidade funcional das espécies arbóreas e herbáceas.


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  • A pecuária associada ao desmatamento para conversões de extensas áreas em pastagens são fatores causadores de grandes impactos para degradação do solo e reduções da vegetação nativa de ecossistemas globais. Além de alterações na diversidade de espécies, o sobrepastejo pode provocar a perda de diversidade funcional. Entretanto, são poucos estudos sobre os impactos dessas perturbações antrópicas na diversidade funcional das comunidades vegetais da Caatinga, o que vem a ser o objetivo principal desse trabalho. O estudo se desenvolveu em fazendas localizadas no município de Angicos/RN, em áreas previamente identificadas com diferentes graus de pastejo e desmatamento. Em cada área foram amostradas as espécies arbóreas/arbustivas e herbáceas. Nas plantas arbóreas e arbustos foram medidos os seguintes traços funcionais: altura, área foliar total e específica, espessura, resistência, bem como concentrações de nitrogênio e fósforo foliares. Os indivíduos/espécies amostrados também foram classificados quanto à presença de espinhos, polinização e dispersão. Nas herbáceas foi medida a altura, área foliar e estas foram classificadas quanto à clonalidade, a forma de crescimento e a forma de vida. Mudanças na composição funcional foram avaliadas através do CWM (do inglês, community weighted mean) das comunidades e a diversidade funcional foi quantificada utilizando o índice de entropia quadrática Rao, sendo os resultados obtidos comparados aos modelos nulos. Os resultados mostraram baixa riqueza de espécies arbóreas e herbáceas e correlação positiva com a diversidade funcional. Na comunidade arbórea o pastejo alto no fragmento sem desmatamento favoreceu plantas com folhas grandes, resistentes, maior área foliar específica, e nitrogênio foliar. Também foi registrada abundância de arbustos de pequeno porte sob o pastejo intermediário e maior proporção de espinhos sob o pastejo alto devido a dominância da espécie Mimosa tenuiflora. De modo geral, o aumento do pastejo causa a convergência funcional das espécies arbóreas/arbustivas através da filtragem ambiental e com o pastejo baixo os traços tendem a ser divergentes indicando maior competição interespecífica e atuação do processo de similaridade limitante. A comunidade herbácea apresentou redução na área foliar e altura com o aumento do pastejo. Espécies terófitas e não clonais, no geral, são predominantes, com aumento na frequência de gramíneas estoloníferas nos fragmentos sem desmatamento com alta intensidade de pastejo. A diversidade funcional das herbáceas mostrou diminuição no fragmento não desmatado com pastejo baixo e indicou divergência dos traços funcionais nos locais não desmatados. Esses resultados apontam para efeitos diferentes dos filtros ambientais sobre a diversidade funcional das espécies arbóreas e herbáceas.

2
  • MANUEL ALVES DA CUNHA NETO
  • IDADE E CRESCIMENTO DO BONITO LISTRADO (Katsuwonus pelamis) EM CARDUMES ASSOCIADOS NO ATLÂNTICO OESTE EQUATORIAL

  • Orientador : GUELSON BATISTA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINE VIEIRA FEITOSA
  • CRISTIANO QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • Data: 27/02/2018

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  • O Bonito Listrado (Katsuwonus pelamis) é uma espécie de peixe pelágico altamente migratório pertencente a família dos atuns, possui um ciclo vital relativamente curto e uma elevada taxa de mortalidade natural e pode ser encontrado em todos os oceanos tropicais e subtropicais do mundo. Devido a sua importância econômica e com o aumento desordenado do esforço de pesca do Bonito, os estoques podem estar caminhando ao colapso, caso não seja feita uma rigorosa administração desse recurso. Estudos de crescimento utilizando o espinho dorsal, através de incrementos anuais, possui uma vantagem que é a coleta de material no ato dos desembarques e demonstram gerar dados de maneira eficientes significativamente. O presente estudo tem a finalidade de determinar e analisar os parâmetros de crescimento e escolher qual o melhor modelo, a partir dos dados do 1° espinho dorsal do K. pelamis em cardumes associados no Atlântico Oeste Equatorial. As amostras foram obtidas nos embarques e desembarques realizados mensalmente no período entre Maio de 2015 e Agosto de 2017. Ao todos foram analisados 270 indivíduos que tiveram seu 1° espinho dorsal extraído e em seguida, porções transversais foram retiradas nas faixas entre 5 a 30% a partir da base do côndilo, as quais foram imersas em solução de resina poliéster, para obtenção de cortes com 0,6 a 0,8 mm de espessura. A variação do incremento marginal foi significativa apresentando o maior valor para o mês de Novembro, em que uma vez no ano uma banda translucida é formada. O Linf médio ficou entre 114,05 cm e 102,63 cm para valos observados e retrocalculados respectivamente. Entre os três modelos de crescimento de Gompertz, Logistico o modelo de von Bertalanffy foi considerado o mais adequado para o K. pelamis do Atlântico Oeste Equatorial segundo o critério de informação de Akaike (AIC), corroborando com outras trabalhos realizados com essa espécie.


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  • O Bonito Listrado (Katsuwonus pelamis) é uma espécie de peixe pelágico altamente migratório pertencente a família dos atuns, possui um ciclo vital relativamente curto e uma elevada taxa de mortalidade natural e pode ser encontrado em todos os oceanos tropicais e subtropicais do mundo. Devido a sua importância econômica e com o aumento desordenado do esforço de pesca do Bonito, os estoques podem estar caminhando ao colapso, caso não seja feita uma rigorosa administração desse recurso. Estudos de crescimento utilizando o espinho dorsal, através de incrementos anuais, possui uma vantagem que é a coleta de material no ato dos desembarques e demonstram gerar dados de maneira eficientes significativamente. O presente estudo tem a finalidade de determinar e analisar os parâmetros de crescimento e escolher qual o melhor modelo, a partir dos dados do 1° espinho dorsal do K. pelamis em cardumes associados no Atlântico Oeste Equatorial. As amostras foram obtidas nos embarques e desembarques realizados mensalmente no período entre Maio de 2015 e Agosto de 2017. Ao todos foram analisados 270 indivíduos que tiveram seu 1° espinho dorsal extraído e em seguida, porções transversais foram retiradas nas faixas entre 5 a 30% a partir da base do côndilo, as quais foram imersas em solução de resina poliéster, para obtenção de cortes com 0,6 a 0,8 mm de espessura. A variação do incremento marginal foi significativa apresentando o maior valor para o mês de Novembro, em que uma vez no ano uma banda translucida é formada. O Linf médio ficou entre 114,05 cm e 102,63 cm para valos observados e retrocalculados respectivamente. Entre os três modelos de crescimento de Gompertz, Logistico o modelo de von Bertalanffy foi considerado o mais adequado para o K. pelamis do Atlântico Oeste Equatorial segundo o critério de informação de Akaike (AIC), corroborando com outras trabalhos realizados com essa espécie.

3
  • JANAY CLÉSIA MENEZES MOTA
  • O CONHECIMENTO TRADICIONAL DAS POPULAÇÕES RURAIS SOBRE AS CAATINGAS SOB O OLHAR DA ETNOECOLOGIA DA PAISAGEM

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • JEANE CRUZ PORTELA
  • CHRISTIANE ERONDINA CORREA
  • Data: 28/02/2018

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  • O conhecimento ecológico local sobre a formação das paisagens é fundamentado no conjunto cumulativo de observações, práticas e crenças que os seres humanos possuem em relação ao meio onde vivem. Estes atuam nas paisagens contribuindo para sua modificação através de técnicas adquiridas e apreendidas a partir da sistematização de seus conhecimentos acerca dos fatores bióticos e abióticos. Desta forma, a presente dissertação visa compreender a percepção de comunidades rurais inseridas em áreas das caatingas quanto à formação, transformação e classificação das paisagens que as circundam. A dissertação está estruturada em 2 capítulos: o primeiro aborda sobre os critérios que os entrevistados usam para classificar as paisagens das caatingas, semelhanças e diferenças entre os sistemas de classificação tradicional e acadêmico enquanto o segundo capítulo aborda a compreensão sobre as transformações ocorridas na Caatinga nas últimas cinco décadas a partir da ótica do conhecimento popular e o uso de imagens de satélite. A seleção de informantes-chave para participação na pesquisa foi feita a partir da aplicação da técnica “bola de neve”. Com estes, foi procedido um etnomapeamento a fim de gerar um esboço cartográfico da propriedade rural e áreas adjacentes de cada colaborador; e aplicou-se a técnica de turnê guiada a fim de se obter a identificação dos espaços (unidades de paisagens) que foram indicadas por cada entrevistado quando da elaboração dos etnomapeamentos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em cada propriedade visitada para obtenção de informações sobre o conhecimento que cada entrevistado possui em relação a formação das paisagens que os circundam. Também foi empregada a técnica de linha do tempo e gráfico histórico, bem como foram realizadas entrevistas semiestruturadas a fim de se obter informações sobre as transformações ocorridas nas paisagens que os circundam. Para a elaboração dos mapas temáticos a partir do Sensoriamento remoto foram selecionadas imagens do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os anos de 1985, 2004 e 2017. Foram utilizados os satélites Landsat 5 para as imagens referentes os anos de 1985 e 2004, e para o ano de 2017, utilizou-se as imagens provenientes do Landsat 8, tendo sido utilizado as bandas 3 e 4 para todos os anos. As imagens foram georreferenciadas no programa QGIS versão 2.18.13 e o Datum utilizado foi o SIRGAS 2000. A análise sobre a dinâmica da vegetação foi realizada a partir do índice de NDVI, onde obtivemos seis intervalos de refletância e cinco alvos de superfície: áreas sem vegetação, estrato herbáceo, estrato arbustivo-aberto, estrato arbustivo-arbóreo e estrato arbóreo-arbustivo. Os entrevistados reconheceram 19 unidades de paisagens para as ecorregiões amostradas, sendo estas associadas principalmente às categorias vinculadas ao relevo, fitofisionomias e origem antropogênica. A identificação e classificação das paisagens foi baseada em critérios multifatoriais e multidimensionais, como geomorfologia, estrutura vertical e horizontal da vegetação, tipos de solo, taxonomia vegetal, topônimos populares e outras características dos ecotópos. Em relação aos aspectos ético/êmico de classificação das paisagens podemos inferir que há algumas similaridades, tais como as características descritas para classificação da paisagem se relacionando com aspectos fisionômicos, relevo, tipos de solo e espécie dominante, influenciando na maneira como cada sistema de conhecimento identifica, classifica e delimita as unidades de paisagem das caatingas. O NDVI para os períodos de 1985, 2004 e 2017 mostrou uma tendência geral de substituição de áreas com classe 5 (arbustiva-arbórea) e 6 (arbórea-arbustiva) para as áreas com classe 4 (arbustiva-aberta) e classe 3 (herbácea). A comparação entre o uso de imagens e o etnoconhecimento mostrou divergências quanto congruências. Em relação às primeiras, acredita-se que estejam fundamentalmente relacionadas às diferentes escalas empregadas para a coleta de dados em cada sistema de conhecimento. Além disso, boa parte dos estudos de imagens focam prioritariamente nos padrões encontrados em detrimento dos processos envolvidos. O etnoconhecimento pode contribuir para uma melhor conexão entre padrões e processos, já que os sertanejos (pelo menos em escala local) forneceram um excelente histórico sobre as atividades produtivas das várias décadas amostradas, inclusive anteriores às imagens disponíveis para uso.


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  • O conhecimento ecológico local sobre a formação das paisagens é fundamentado no conjunto cumulativo de observações, práticas e crenças que os seres humanos possuem em relação ao meio onde vivem. Estes atuam nas paisagens contribuindo para sua modificação através de técnicas adquiridas e apreendidas a partir da sistematização de seus conhecimentos acerca dos fatores bióticos e abióticos. Desta forma, a presente dissertação visa compreender a percepção de comunidades rurais inseridas em áreas das caatingas quanto à formação, transformação e classificação das paisagens que as circundam. A dissertação está estruturada em 2 capítulos: o primeiro aborda sobre os critérios que os entrevistados usam para classificar as paisagens das caatingas, semelhanças e diferenças entre os sistemas de classificação tradicional e acadêmico enquanto o segundo capítulo aborda a compreensão sobre as transformações ocorridas na Caatinga nas últimas cinco décadas a partir da ótica do conhecimento popular e o uso de imagens de satélite. A seleção de informantes-chave para participação na pesquisa foi feita a partir da aplicação da técnica “bola de neve”. Com estes, foi procedido um etnomapeamento a fim de gerar um esboço cartográfico da propriedade rural e áreas adjacentes de cada colaborador; e aplicou-se a técnica de turnê guiada a fim de se obter a identificação dos espaços (unidades de paisagens) que foram indicadas por cada entrevistado quando da elaboração dos etnomapeamentos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em cada propriedade visitada para obtenção de informações sobre o conhecimento que cada entrevistado possui em relação a formação das paisagens que os circundam. Também foi empregada a técnica de linha do tempo e gráfico histórico, bem como foram realizadas entrevistas semiestruturadas a fim de se obter informações sobre as transformações ocorridas nas paisagens que os circundam. Para a elaboração dos mapas temáticos a partir do Sensoriamento remoto foram selecionadas imagens do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os anos de 1985, 2004 e 2017. Foram utilizados os satélites Landsat 5 para as imagens referentes os anos de 1985 e 2004, e para o ano de 2017, utilizou-se as imagens provenientes do Landsat 8, tendo sido utilizado as bandas 3 e 4 para todos os anos. As imagens foram georreferenciadas no programa QGIS versão 2.18.13 e o Datum utilizado foi o SIRGAS 2000. A análise sobre a dinâmica da vegetação foi realizada a partir do índice de NDVI, onde obtivemos seis intervalos de refletância e cinco alvos de superfície: áreas sem vegetação, estrato herbáceo, estrato arbustivo-aberto, estrato arbustivo-arbóreo e estrato arbóreo-arbustivo. Os entrevistados reconheceram 19 unidades de paisagens para as ecorregiões amostradas, sendo estas associadas principalmente às categorias vinculadas ao relevo, fitofisionomias e origem antropogênica. A identificação e classificação das paisagens foi baseada em critérios multifatoriais e multidimensionais, como geomorfologia, estrutura vertical e horizontal da vegetação, tipos de solo, taxonomia vegetal, topônimos populares e outras características dos ecotópos. Em relação aos aspectos ético/êmico de classificação das paisagens podemos inferir que há algumas similaridades, tais como as características descritas para classificação da paisagem se relacionando com aspectos fisionômicos, relevo, tipos de solo e espécie dominante, influenciando na maneira como cada sistema de conhecimento identifica, classifica e delimita as unidades de paisagem das caatingas. O NDVI para os períodos de 1985, 2004 e 2017 mostrou uma tendência geral de substituição de áreas com classe 5 (arbustiva-arbórea) e 6 (arbórea-arbustiva) para as áreas com classe 4 (arbustiva-aberta) e classe 3 (herbácea). A comparação entre o uso de imagens e o etnoconhecimento mostrou divergências quanto congruências. Em relação às primeiras, acredita-se que estejam fundamentalmente relacionadas às diferentes escalas empregadas para a coleta de dados em cada sistema de conhecimento. Além disso, boa parte dos estudos de imagens focam prioritariamente nos padrões encontrados em detrimento dos processos envolvidos. O etnoconhecimento pode contribuir para uma melhor conexão entre padrões e processos, já que os sertanejos (pelo menos em escala local) forneceram um excelente histórico sobre as atividades produtivas das várias décadas amostradas, inclusive anteriores às imagens disponíveis para uso.

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  • ELIÊTA ALVES RAMOS
  • INFLUÊNCIA DOS FATORES ESPACIAIS E AMBIENTAIS NA ESTRUTURA DA METACOMUNIDADE DO ZOOPLÂNCTON EM UM RIO INTERMITENTE

  • Orientador : JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE IVÁN SÁNCHEZ BOTERO
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MAURO DE MELO JÚNIOR
  • Data: 28/02/2018

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  • β-Diversidade pode ser definida como uma medida de diferença na composição de espécies entre dois ou mais habitats ou locais dentro de uma região, podendo ser dividida em dois componentes: Aninhamento e Turnover. Ao passo que identificamos os mecanismos que conduzem uma variação dentro e entre as comunidades locais, passamos a compreender o papel dos processos ambientais e espaciais que operam em múltiplas escalas para moldar a composição das comunidades locais. O objetivo deste trabalho foi investigar os padrões espaciais da diversidade beta na metacomunidade zooplânctonica em um rio intermitente localizado na região semiárida brasileira, durante o período chuvoso. Foram amostrados 676 indivíduos representados a 46 táxons pertencentes aos grupos Rotíferos e Cladóceros. Os rotíferos apresentaram maior riqueza (38 táxons) e abundância de espécies, com noventa por cento do total de indivíduos. Os resultados mostraram altos valores de β-diversidade taxonômica, e, o turnover foi mais importante (76,3% de variação) do que Aninhamento. Processos ambientais e espaciais de fina escala apresentaram influência significativa na distribuição das espécies zooplanctônicas, entretanto as maiores explicações foram apresentadas pelas condições ambientais (10.9%). Dentre as variáveis físico-químicas, a velocidade da correnteza foi a que apresentou relação significativa com a variação de espécies. Os valores de β diversidade refletem quase que inteiramente o padrão do turnover de espécies, ao passo que a estrutura da metacomunidade zooplanctônica veio a ser dirigida principalmente por processos ambientais. O estudo reforça a importância de medidas de conservação em todos os compartimentos dos rios intermitentes.

     


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  • β-Diversidade pode ser definida como uma medida de diferença na composição de espécies entre dois ou mais habitats ou locais dentro de uma região, podendo ser dividida em dois componentes: Aninhamento e Turnover. Ao passo que identificamos os mecanismos que conduzem uma variação dentro e entre as comunidades locais, passamos a compreender o papel dos processos ambientais e espaciais que operam em múltiplas escalas para moldar a composição das comunidades locais. O objetivo deste trabalho foi investigar os padrões espaciais da diversidade beta na metacomunidade zooplânctonica em um rio intermitente localizado na região semiárida brasileira, durante o período chuvoso. Foram amostrados 676 indivíduos representados a 46 táxons pertencentes aos grupos Rotíferos e Cladóceros. Os rotíferos apresentaram maior riqueza (38 táxons) e abundância de espécies, com noventa por cento do total de indivíduos. Os resultados mostraram altos valores de β-diversidade taxonômica, e, o turnover foi mais importante (76,3% de variação) do que Aninhamento. Processos ambientais e espaciais de fina escala apresentaram influência significativa na distribuição das espécies zooplanctônicas, entretanto as maiores explicações foram apresentadas pelas condições ambientais (10.9%). Dentre as variáveis físico-químicas, a velocidade da correnteza foi a que apresentou relação significativa com a variação de espécies. Os valores de β diversidade refletem quase que inteiramente o padrão do turnover de espécies, ao passo que a estrutura da metacomunidade zooplanctônica veio a ser dirigida principalmente por processos ambientais. O estudo reforça a importância de medidas de conservação em todos os compartimentos dos rios intermitentes.

     

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  • TÁSSIA KARINA ALEXANDRE DE MEDEIROS
  • CONHECIMENTO ECOLÓGICO E MANEJO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS POR COMUNIDADES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • LUCIA HELENA DE OLIVEIRA WADT
  • RAFAEL CARVALHO DA COSTA
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 28/02/2018

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  • A região amazônica, constituída por grande biodiversidade, enfrenta grandes ameaças à sua conservação, especialmente o desmatamento que atinge até as áreas protegidas. Entre os produtos e os benefícios da floresta amazônica, os produtos florestais não-madeireiros (PFNM) destacam-se por fornecer um apoio considerável às comunidades locais sob a forma de alimentos, medicamentos, combustível, plantas de importância cultural, além de representar uma fonte de renda significativa. Durante a década de 1980 se ampliou o interesse na colheita de PFNM como uma das estratégias para conservar florestas tropicais, porque sua exploração exerceria menos impactos nas florestas do que a exploração madeireira ou a conversão de florestas para outros usos. Neste contexto, foram criadas várias reservas extrativistas (RESEX) na Amazônia brasileira, com uma população original de seringueiros que costumavam ganhar sua vida principalmente com extração de borracha (Hevea brasiliensis). No entanto, após uma diminuição no preço da borracha nos mercados nacionais e internacionais, a atividade tornou-se inviável, fazendo com que os moradores abordassem outras atividades econômicas, muitas vezes incompatíveis com a conservação da floresta. Atualmente, o PFNM mais notável desta floresta é castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), amplamente reconhecida como uma das espécies de maior valor econômico e social. Se por um lado, não resta dúvida acerca da importância dos PFNM nos meios de vida das comunidades amazônicas, por outro lado existe bastante controvérsia acerca do potencial desta atividade para a conservação da floresta. Desta forma, os objetivos do trabalho são avaliar a sustentabilidade do extrativismo da Castanha-do-Brasil (capítulo 1) e realizar um diagnóstico do conhecimento científico e do conhecimento tradicional acerca dos principais produtos florestais não-madeireiros explorados pelos extrativistas na Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto, situada no Estado de Rondônia (capítulo 2). A avaliação da sustentabilidade do extrativismo da castanha foi realizada utilizando o método MESMIS (Marco para a Avaliação de Sistemas de Manejo de Recursos Naturais incorporando Indicadores de Sustentabilidade). Para tanto, foram criados 24 indicadores de sustentabilidade distribuídos nas dimensões ambiental, econômica e social. Para a coleta de dados foram realizadas 56 entrevistas semiestruturadas com extrativistas da referida reserva, sendo estes 29 coletores de castanha que moram na área aquática e 27 na área terrestre. As duas áreas foram comparadas para avaliar potenciais diferenças na gestão do recurso, as quais poderiam ser importantes no desenho de estratégias para aumentar a sustentabilidade da coleta. De maneira geral, o sistema de manejo relacionado ao extrativismo da castanha-do-Brasil atingiu valores intermediários no que se refere à sustentabilidade e, do ponto de vista ambiental, não foram detectados problemas que ameacem a continuidade da coleta. Porém, para chegar a valores ideais considerados sustentáveis como um todo, são necessárias mudanças nos aspectos socioeconômicos associados ao extrativismo, bem como o desenvolvimento de políticas públicas para desenvolvimento da RESEX Rio Ouro Preto, garantindo as populações tradicionais melhores condições de vida dentro dessas unidades. Já no capítulo 2 selecionamos espécies com história de uso não- madeireiro pelas comunidades locais, bem como indicadores de sustentabilidade ecológica com a ajuda da literatura especializada. A coleta de dados acadêmicos sobre espécies e indicadores foi realizada através de pesquisa em bases de dados, enquanto o conhecimento ecológico tradicional foi avaliado usando a técnica de grupos focais durante oficinas participativas. A análise dos dados foi realizada utilizando estatísticas multivariadas e demonstrou algumas convergências entre diferentes sistemas de conhecimento. Tais convergências permitiram a identificação de espécies com potencial de gestão sustentável, entre elas açaí (Euterpe precatoria), patauá (Oenocarpus bataua), cupuí (Theobroma subincanum), pama miratinga (Pseudolmedia laevis), seringueira verdadeira (Hevea brasiliensis), seringueira itaúba (Hevea guianensis) e buriti (Mauritia flexuosa). Além destas, o babaçu (Attalea speciosa) também apresentou potencial para o manejo sustentável na RESEX Rio Ouro Preto. Por outro lado, o cumarú de ferro (Dipteryx odorata), cumarú de cheiro (Amburana acreana), uxi (Endopleura uchi), gameleira (Ficus maxima) e toarí vermelho (Cariniana micranta) não apresentaram potencial ecológico para exploração, necessitando de mais estudos no âmbito do manejo participativo, a fim de gerar sistemas de manejo visando a sustentabilidade.


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  • A região amazônica, constituída por grande biodiversidade, enfrenta grandes ameaças à sua conservação, especialmente o desmatamento que atinge até as áreas protegidas. Entre os produtos e os benefícios da floresta amazônica, os produtos florestais não-madeireiros (PFNM) destacam-se por fornecer um apoio considerável às comunidades locais sob a forma de alimentos, medicamentos, combustível, plantas de importância cultural, além de representar uma fonte de renda significativa. Durante a década de 1980 se ampliou o interesse na colheita de PFNM como uma das estratégias para conservar florestas tropicais, porque sua exploração exerceria menos impactos nas florestas do que a exploração madeireira ou a conversão de florestas para outros usos. Neste contexto, foram criadas várias reservas extrativistas (RESEX) na Amazônia brasileira, com uma população original de seringueiros que costumavam ganhar sua vida principalmente com extração de borracha (Hevea brasiliensis). No entanto, após uma diminuição no preço da borracha nos mercados nacionais e internacionais, a atividade tornou-se inviável, fazendo com que os moradores abordassem outras atividades econômicas, muitas vezes incompatíveis com a conservação da floresta. Atualmente, o PFNM mais notável desta floresta é castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), amplamente reconhecida como uma das espécies de maior valor econômico e social. Se por um lado, não resta dúvida acerca da importância dos PFNM nos meios de vida das comunidades amazônicas, por outro lado existe bastante controvérsia acerca do potencial desta atividade para a conservação da floresta. Desta forma, os objetivos do trabalho são avaliar a sustentabilidade do extrativismo da Castanha-do-Brasil (capítulo 1) e realizar um diagnóstico do conhecimento científico e do conhecimento tradicional acerca dos principais produtos florestais não-madeireiros explorados pelos extrativistas na Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto, situada no Estado de Rondônia (capítulo 2). A avaliação da sustentabilidade do extrativismo da castanha foi realizada utilizando o método MESMIS (Marco para a Avaliação de Sistemas de Manejo de Recursos Naturais incorporando Indicadores de Sustentabilidade). Para tanto, foram criados 24 indicadores de sustentabilidade distribuídos nas dimensões ambiental, econômica e social. Para a coleta de dados foram realizadas 56 entrevistas semiestruturadas com extrativistas da referida reserva, sendo estes 29 coletores de castanha que moram na área aquática e 27 na área terrestre. As duas áreas foram comparadas para avaliar potenciais diferenças na gestão do recurso, as quais poderiam ser importantes no desenho de estratégias para aumentar a sustentabilidade da coleta. De maneira geral, o sistema de manejo relacionado ao extrativismo da castanha-do-Brasil atingiu valores intermediários no que se refere à sustentabilidade e, do ponto de vista ambiental, não foram detectados problemas que ameacem a continuidade da coleta. Porém, para chegar a valores ideais considerados sustentáveis como um todo, são necessárias mudanças nos aspectos socioeconômicos associados ao extrativismo, bem como o desenvolvimento de políticas públicas para desenvolvimento da RESEX Rio Ouro Preto, garantindo as populações tradicionais melhores condições de vida dentro dessas unidades. Já no capítulo 2 selecionamos espécies com história de uso não- madeireiro pelas comunidades locais, bem como indicadores de sustentabilidade ecológica com a ajuda da literatura especializada. A coleta de dados acadêmicos sobre espécies e indicadores foi realizada através de pesquisa em bases de dados, enquanto o conhecimento ecológico tradicional foi avaliado usando a técnica de grupos focais durante oficinas participativas. A análise dos dados foi realizada utilizando estatísticas multivariadas e demonstrou algumas convergências entre diferentes sistemas de conhecimento. Tais convergências permitiram a identificação de espécies com potencial de gestão sustentável, entre elas açaí (Euterpe precatoria), patauá (Oenocarpus bataua), cupuí (Theobroma subincanum), pama miratinga (Pseudolmedia laevis), seringueira verdadeira (Hevea brasiliensis), seringueira itaúba (Hevea guianensis) e buriti (Mauritia flexuosa). Além destas, o babaçu (Attalea speciosa) também apresentou potencial para o manejo sustentável na RESEX Rio Ouro Preto. Por outro lado, o cumarú de ferro (Dipteryx odorata), cumarú de cheiro (Amburana acreana), uxi (Endopleura uchi), gameleira (Ficus maxima) e toarí vermelho (Cariniana micranta) não apresentaram potencial ecológico para exploração, necessitando de mais estudos no âmbito do manejo participativo, a fim de gerar sistemas de manejo visando a sustentabilidade.

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  • ALINE OLIVEIRA DE SOUZA
  • INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO DE SEXUADOS EM COLÔNIAS DA ABELHA Melipona subnitida (Apidae, Meliponini)

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA MAIA DA SILVA
  • MICHAEL HRNCIR
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 27/03/2018

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  • Em himenópteros eussociais, incluindo as abelhas, vespas e formigas, as colônias devem priorizar a produção de operárias e investir na produção de sexuados (rainhas e machos) sem que isso comprometa a sobrevivência do grupo. Em ambientes semiáridos, como é o caso do bioma Caatinga, no nordeste do Brasil, a oferta de recursos alimentares durante os períodos de estiagem é extremamente reduzida. Além disso, as condições climáticas podem limitar a atividade de forrageio das operárias fazendo com que as abelhas deixem a colônia apenas quando as condições ambientais são minimamente adequadas, o que também influencia os estoques de alimento dentro das colônias e, por sua vez, influência na produção de cria da colônia. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência dos parâmetros ambientais em curto, médio e longo prazo sobre a produção de sexuados de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini). As variáveis ambientais consideradas foram: temperatura ambiental (°C) máxima (Tmáx) e mínima (Tmín); umidade relativa do ar (%), máxima (URmáx) e mínima (URmín) e precipitação acumulada (CHUVA, mm). A produção de cria de duas colônias (A e B) da espécie foi acompanhada ao longo de dois períodos de coleta: 8 de abril a 13 de maio de 2016 e 13 de abril a 12 de maio de 2017. A possível influência dos parâmetros ambientais sobre a produção foi analisada de três maneiras: (1) influência de longo prazo, que considerou diferenças entre os parâmetros ambientais e as diferenças na produção de cria entre o primeiro e o segundo período do estudo; (2) influência de médio prazo, sendo a relação entre a produção de cada disco de cria e os parâmetros ambientais referentes ao período de construção do disco; e (3) influência imediata, sendo a relação entre a produção diária de células de cria e os parâmetros ambientais referentes a cada dia de produção. Não foi possível verificar influência dos parâmetros ambientais sobre a produção de cria da colônia B, cuja produção de machos foi superior à colônia A nos dois períodos. A alta produção de machos está possivelmente relacionada com um domínio temporário das operárias sobre a produção (operárias por não serem fecundadas produzem apenas machos, que são haplóides). É possível que as condições ambientais tenham uma menor influência sobre as colônias quando há ocorrência de reprodução entre as operárias, que aproveitam as chances de aumentar o sucesso reprodutivo individual. Em longo prazo, a colônia A apresentou um aumento na produção de machos no período mais frio e com maior precipitação e umidade relativa, provavelmente resultante da maior oferta de alimento na Caatinga sob essas condições. A produção de rainhas e operárias se manteve estável entre os dois períodos. Em médio prazo, um ambiente externo mais quente e úmido proporcionou um aumento na produção de rainhas e operárias, ao passo que a produção de machos aumentou em um ambiente mais frio e seco. As condições de menor umidade e precipitação, menos favoráveis à oferta de recursos florais na Caatinga, podem aumentar o número de operárias que deixam de forragear e com isso dificultar o controle da rainha sobre a produção de cria. Isso pode ser usado pelas operárias como uma oportunidade para colocarem ovos reprodutivos, fazendo aumentar a produção de machos sob tais condições ambientais. Não foi observada influência imediata sobre a produção de cria. As análises realizadas neste estudo mostram haver influência dos parâmetros ambientais sobre a produção de rainhas, machos e operárias de M. subnitida. No entanto, essa influência ocorre de maneiras distintas conforme a escala de tempo considerada e depende de condições intrínsecas à colônia.


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  • Em himenópteros eussociais, incluindo as abelhas, vespas e formigas, as colônias devem priorizar a produção de operárias e investir na produção de sexuados (rainhas e machos) sem que isso comprometa a sobrevivência do grupo. Em ambientes semiáridos, como é o caso do bioma Caatinga, no nordeste do Brasil, a oferta de recursos alimentares durante os períodos de estiagem é extremamente reduzida. Além disso, as condições climáticas podem limitar a atividade de forrageio das operárias fazendo com que as abelhas deixem a colônia apenas quando as condições ambientais são minimamente adequadas, o que também influencia os estoques de alimento dentro das colônias e, por sua vez, influência na produção de cria da colônia. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência dos parâmetros ambientais em curto, médio e longo prazo sobre a produção de sexuados de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini). As variáveis ambientais consideradas foram: temperatura ambiental (°C) máxima (Tmáx) e mínima (Tmín); umidade relativa do ar (%), máxima (URmáx) e mínima (URmín) e precipitação acumulada (CHUVA, mm). A produção de cria de duas colônias (A e B) da espécie foi acompanhada ao longo de dois períodos de coleta: 8 de abril a 13 de maio de 2016 e 13 de abril a 12 de maio de 2017. A possível influência dos parâmetros ambientais sobre a produção foi analisada de três maneiras: (1) influência de longo prazo, que considerou diferenças entre os parâmetros ambientais e as diferenças na produção de cria entre o primeiro e o segundo período do estudo; (2) influência de médio prazo, sendo a relação entre a produção de cada disco de cria e os parâmetros ambientais referentes ao período de construção do disco; e (3) influência imediata, sendo a relação entre a produção diária de células de cria e os parâmetros ambientais referentes a cada dia de produção. Não foi possível verificar influência dos parâmetros ambientais sobre a produção de cria da colônia B, cuja produção de machos foi superior à colônia A nos dois períodos. A alta produção de machos está possivelmente relacionada com um domínio temporário das operárias sobre a produção (operárias por não serem fecundadas produzem apenas machos, que são haplóides). É possível que as condições ambientais tenham uma menor influência sobre as colônias quando há ocorrência de reprodução entre as operárias, que aproveitam as chances de aumentar o sucesso reprodutivo individual. Em longo prazo, a colônia A apresentou um aumento na produção de machos no período mais frio e com maior precipitação e umidade relativa, provavelmente resultante da maior oferta de alimento na Caatinga sob essas condições. A produção de rainhas e operárias se manteve estável entre os dois períodos. Em médio prazo, um ambiente externo mais quente e úmido proporcionou um aumento na produção de rainhas e operárias, ao passo que a produção de machos aumentou em um ambiente mais frio e seco. As condições de menor umidade e precipitação, menos favoráveis à oferta de recursos florais na Caatinga, podem aumentar o número de operárias que deixam de forragear e com isso dificultar o controle da rainha sobre a produção de cria. Isso pode ser usado pelas operárias como uma oportunidade para colocarem ovos reprodutivos, fazendo aumentar a produção de machos sob tais condições ambientais. Não foi observada influência imediata sobre a produção de cria. As análises realizadas neste estudo mostram haver influência dos parâmetros ambientais sobre a produção de rainhas, machos e operárias de M. subnitida. No entanto, essa influência ocorre de maneiras distintas conforme a escala de tempo considerada e depende de condições intrínsecas à colônia.

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  • BELIZE COSTA ANDRADE
  • IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTERIAS EM DIDELPHIDAE E RODENTIA DE VIDA LIVRE E CARACTERIZAÇÃO QUANTO A ASPECTOS ECOLÓGICOS DOS HOSPEDEIROS EM UMA ÁREA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO


  • Orientador : CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
  • PRISCILA ALVES DIAS
  • Data: 02/08/2018

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  • O conhecimendo de comunidades microbianas auxilia na compreensão da relação bactéria- hospedeiro além das possíveis interações com o ambiente. A diminuição de locais não explorados pelo homem vem acarretando sua aproximação com animais silvestres e o consequente aumento de novos potenciaispatógenos.Este estudo teve como objetivos: identificar as espécies de enterobactérias presentes em pequenos mamíferos de vida livre terrestres e não voadores; caracterizar a presença dessas enterobacterias para as diferentes Ordens, idades, sexos, hábitos alimentares, hábitos de uso de substrato, e época do ano.As capturas foram realizadasem uma área conservada e cercada há dez anosemumaregião de Caatinga localizada no Semiárido do Rio Grande do Norte (05º03’43”S e 37º23’54”O) através de armadilhas dos modelos Tomahawk e Sherman. Um total de 139 animais foram capturados e amostrados; sendo 106 da ordem Didelphimorfia e 33 da ordem Rodentia. Foi utilizado o caldo Rappaport-Vassiliadis e caldo Tetrationato de Sódio a 37oC para a enriquecimento do material e, posteriormente, um alíquota de cada amostra foi semeada em ágar Salmonella-Shigella e HektoenEnteric por 24 horas para pesquisa de Salmonella sp.. Ainda, em ágar MacConkey e em ágar EM.B por 24 horas para presença de Escherichia coli e demais enterobacterias. As colônias suspeitas foram submetidas a análise bioquímica e antigênica. Todas as espéciess, menos Didelphis albiventris, obtiveram crescimento de enterobacterias mas nenhuma amostra obteve crescimento para Salmonella sp.


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  • O conhecimendo de comunidades microbianas auxilia na compreensão da relação bactéria- hospedeiro além das possíveis interações com o ambiente. A diminuição de locais não explorados pelo homem vem acarretando sua aproximação com animais silvestres e o consequente aumento de novos potenciaispatógenos.Este estudo teve como objetivos: identificar as espécies de enterobactérias presentes em pequenos mamíferos de vida livre terrestres e não voadores; caracterizar a presença dessas enterobacterias para as diferentes Ordens, idades, sexos, hábitos alimentares, hábitos de uso de substrato, e época do ano.As capturas foram realizadasem uma área conservada e cercada há dez anosemumaregião de Caatinga localizada no Semiárido do Rio Grande do Norte (05º03’43”S e 37º23’54”O) através de armadilhas dos modelos Tomahawk e Sherman. Um total de 139 animais foram capturados e amostrados; sendo 106 da ordem Didelphimorfia e 33 da ordem Rodentia. Foi utilizado o caldo Rappaport-Vassiliadis e caldo Tetrationato de Sódio a 37oC para a enriquecimento do material e, posteriormente, um alíquota de cada amostra foi semeada em ágar Salmonella-Shigella e HektoenEnteric por 24 horas para pesquisa de Salmonella sp.. Ainda, em ágar MacConkey e em ágar EM.B por 24 horas para presença de Escherichia coli e demais enterobacterias. As colônias suspeitas foram submetidas a análise bioquímica e antigênica. Todas as espéciess, menos Didelphis albiventris, obtiveram crescimento de enterobacterias mas nenhuma amostra obteve crescimento para Salmonella sp.

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  • OZELITA EMÍDIA DE SOUSA MORAIS
  • PADRÕES E PROCESSOS DE DIVERSIDADE BETA DE ASSEMBLEIAS DE MACRÓFITAS EM UM RIO TROPICAL
    INTERMITENTE AO LONGO DO REGIME HIDROLÓGICO.

  • Orientador : RODRIGO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO FERNANDES
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • EVELINE DE ALMEIDA FERREIRA
  • Data: 07/08/2018

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  • A intermitência dos rios do semiárido brasileiro é uma das principais características atribuídas à irregularidade pluviométrica da região. Isto desencadeia flutuações nas condições ambientais e espaciais e, consequentemente, deve influenciar a variação na composição de espécies de macrófitas no espaço e tempo. O objetivo desse estudo foi investigar a influência dos processos espaciais e ambientais na diversidade beta de assembleias de macrófitas de habitats permanentes de um rio intermitente do semiárido brasileiro ao longo do regime hidrológico. Mais especificamente, foi realizada uma comparação entre os níveis de diversidade beta entre um período seco e um úmido. O estudo foi conduzido em 16 ambientes aquáticos permanentes distribuídos longitudinalmente no canal principal do rio no período de novembro de 2007 e maio de 2008. Construiu-se uma matriz de incidência (presença e ausência) para representar a composição específica das assembleias de cada ponto de amostragem em ambas estações hidrológicas. Foram selecionadas variáveis ambientais relacionadas à condições e recursos limitantes para espécies de macrófitas e a partir disso foi construída uma matriz com valores médios de cada variável em cada ponto de amostragem. As medidas de latitude e longitude dos pontos de amostragem foram utilizados para construir uma matriz com a distância geográfica (km) entre os pontos de amostragem e o índice de dissimilaridade de Jaccard (βJAC) para quantificar a mudanças espaciais na composição das assembleias de macrófitas em cada estação hidrológica, uma análise de variância multivariada com permutações foi realizada para testar diferenças nos índices de dissimilaridade entre as estações hidrológicas e identificar mudanças temporais na composição das assembleias. O teste de Mantel avaliou as correlações entre as matrizes ambiental e espacial e as matrizes de dissimilaridade de espécies. Durante o período de estudo foram identificadas 31 espécies de macrófitas, e na estação seca, o número médio de espécies por ponto de amostragem foi significativamente maior do que no período úmido. Por fim, os resultados demonstram que os padrões longitudinais de dissimilaridade das assembleias de macrófitas do rio Apodi/Mossoró são caracterizados por um elevado turnover de espécies e a atuação de diferentes processos ecológicos moldam a composição de assembleias locais de macrófitas do rio intermitente ao longo do regime hidrológico.


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  • A intermitência dos rios do semiárido brasileiro é uma das principais características atribuídas à irregularidade pluviométrica da região. Isto desencadeia flutuações nas condições ambientais e espaciais e, consequentemente, deve influenciar a variação na composição de espécies de macrófitas no espaço e tempo. O objetivo desse estudo foi investigar a influência dos processos espaciais e ambientais na diversidade beta de assembleias de macrófitas de habitats permanentes de um rio intermitente do semiárido brasileiro ao longo do regime hidrológico. Mais especificamente, foi realizada uma comparação entre os níveis de diversidade beta entre um período seco e um úmido. O estudo foi conduzido em 16 ambientes aquáticos permanentes distribuídos longitudinalmente no canal principal do rio no período de novembro de 2007 e maio de 2008. Construiu-se uma matriz de incidência (presença e ausência) para representar a composição específica das assembleias de cada ponto de amostragem em ambas estações hidrológicas. Foram selecionadas variáveis ambientais relacionadas à condições e recursos limitantes para espécies de macrófitas e a partir disso foi construída uma matriz com valores médios de cada variável em cada ponto de amostragem. As medidas de latitude e longitude dos pontos de amostragem foram utilizados para construir uma matriz com a distância geográfica (km) entre os pontos de amostragem e o índice de dissimilaridade de Jaccard (βJAC) para quantificar a mudanças espaciais na composição das assembleias de macrófitas em cada estação hidrológica, uma análise de variância multivariada com permutações foi realizada para testar diferenças nos índices de dissimilaridade entre as estações hidrológicas e identificar mudanças temporais na composição das assembleias. O teste de Mantel avaliou as correlações entre as matrizes ambiental e espacial e as matrizes de dissimilaridade de espécies. Durante o período de estudo foram identificadas 31 espécies de macrófitas, e na estação seca, o número médio de espécies por ponto de amostragem foi significativamente maior do que no período úmido. Por fim, os resultados demonstram que os padrões longitudinais de dissimilaridade das assembleias de macrófitas do rio Apodi/Mossoró são caracterizados por um elevado turnover de espécies e a atuação de diferentes processos ecológicos moldam a composição de assembleias locais de macrófitas do rio intermitente ao longo do regime hidrológico.

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  • HÉLYA MARIA SANTIAGO SILVA
  • “Sobrevivência aparente e ritmo anual (reprodução e muda) de Tolmomyias flaviventris (Aves) em um ambiente neotropical semiárido”

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MILENA WACHLEVSKI MACHADO
  • Data: 24/08/2018

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  • Nos ambientes semiárido é comum que o período reprodutivo e a muda de penas ocorra durante a estação chuvosa. Por serem atividades de grande gasto energético e por competirem com outras atividades fisiológicas, as mesmas podem afetar as chances futuras de sobrevivência dos indivíduos. Diante disso, buscamos nesse estudo, estimar parâmetros demográficos e relacioná-los com padrões temporais de investimento em reprodução e muda de penas em Tolmomyias flaviventris (Tyrannidae), em um fragmento de Floresta Tropical Sazonalmente Seca, no nordeste do Brasil. Durante quatro anos realizamos 103 ocasiões de amostragens utilizando um protocolo padrão de captura-marcação-recaptura (CMR) e registramos a presença de placa de incubação e muda de penas nos indivíduos. Os dados de CMR dos dois últimos anos foram convertidos em históricos de encontro para a execução de análise de sobrevivência e probabilidade de recaptura, usando a formulação de Cormack-Jolly-Seber (CJS). Os resultados indicaram que T. flaviventris pode se reproduzir entre os meses de dezembro e agosto, com maior concentração de placa de incubação entre janeiro e junho, sendo estes os meses chuvosos da região. A muda ocorreu entre os meses de março e agosto, havendo alta sobreposição com o período de reprodução. Esta parece ser uma estratégia comum de aves em ambientes semiáridos, visando melhor aproveitar o curto período de maior disponibilidade de alimento. As estimativas de sobrevivência aparente se mantiveram constantes e baixas, em torno de 20% ao ano, não tendo variado em função dos períodos de reprodução e muda. É possível que os seis anos seguidos de estiagem na região tenham afetado a sobrevivência. Durante os anos de 2015-2017 a média pluviométrica da região ficou em torno de 400-500 mm estando abaixo do esperado. A alta mortalidade pode ter sido causada pela escassez de recursos, característica de períodos de estiagem. A probabilidade de recaptura variou em função do período de muda. A muda ocorreu logo após o período de reprodução e esteve associada ao fim da estação chuvosa, quando é baixa a disponibilidade de alimento para as aves insetívoras. Desta forma a baixa captura durante o período de mudas pode ser um indicativo de baixa atividade dos indivíduos visando economia energética.


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  • Nos ambientes semiárido é comum que o período reprodutivo e a muda de penas ocorra durante a estação chuvosa. Por serem atividades de grande gasto energético e por competirem com outras atividades fisiológicas, as mesmas podem afetar as chances futuras de sobrevivência dos indivíduos. Diante disso, buscamos nesse estudo, estimar parâmetros demográficos e relacioná-los com padrões temporais de investimento em reprodução e muda de penas em Tolmomyias flaviventris (Tyrannidae), em um fragmento de Floresta Tropical Sazonalmente Seca, no nordeste do Brasil. Durante quatro anos realizamos 103 ocasiões de amostragens utilizando um protocolo padrão de captura-marcação-recaptura (CMR) e registramos a presença de placa de incubação e muda de penas nos indivíduos. Os dados de CMR dos dois últimos anos foram convertidos em históricos de encontro para a execução de análise de sobrevivência e probabilidade de recaptura, usando a formulação de Cormack-Jolly-Seber (CJS). Os resultados indicaram que T. flaviventris pode se reproduzir entre os meses de dezembro e agosto, com maior concentração de placa de incubação entre janeiro e junho, sendo estes os meses chuvosos da região. A muda ocorreu entre os meses de março e agosto, havendo alta sobreposição com o período de reprodução. Esta parece ser uma estratégia comum de aves em ambientes semiáridos, visando melhor aproveitar o curto período de maior disponibilidade de alimento. As estimativas de sobrevivência aparente se mantiveram constantes e baixas, em torno de 20% ao ano, não tendo variado em função dos períodos de reprodução e muda. É possível que os seis anos seguidos de estiagem na região tenham afetado a sobrevivência. Durante os anos de 2015-2017 a média pluviométrica da região ficou em torno de 400-500 mm estando abaixo do esperado. A alta mortalidade pode ter sido causada pela escassez de recursos, característica de períodos de estiagem. A probabilidade de recaptura variou em função do período de muda. A muda ocorreu logo após o período de reprodução e esteve associada ao fim da estação chuvosa, quando é baixa a disponibilidade de alimento para as aves insetívoras. Desta forma a baixa captura durante o período de mudas pode ser um indicativo de baixa atividade dos indivíduos visando economia energética.

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  • THALES AFONSO DUARTE SILVA
  • INFLUÊNCIA DA REPRODUÇÃO, MUDA DE PENAS E ALIMENTO NO ESTRESSE FISIOLÓGICO DE Coryphospingus pileatus (Aves: Passeriformes), EM UM AMBIENTE SEMIÁRIDO

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MARCO JACINTO KATZENBERGER BAPTISTA NOVO
  • Data: 24/08/2018

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  • O período de alta disponibilidade de alimento determina a época de realização de atividades de alta-demanda energética em Aves, como a reprodução e muda de penas. Podendo ocorrer balanços de compensação (trade-off) no investimento energético-nutricional entre estas atividades e outras funções essenciais a sobrevivência, como investimento no sistema imunológico. Sob estas condições alguma atividade pode ser prejudicada gerando estresse fisiológico para o organismo. Uma forma de mensurar esse estresse é determinar a razão entre células sanguíneas heterófilo (H) e linfócito (L), a qual aumenta em resposta a estressores. Nas Aves, a relação entre reprodução, muda e disponibilidade de alimento são potenciais alteradores da razão H/L. No presente estudo quantificamos a ocorrência de mudas de penas primárias e placas de incubação entre 2012 e 2017 e obtivemos amostras de esfregaço de sangue entre 2016 e 2017, com o objetivo de testar as seguintes hipóteses em uma população de Coryphospingus pileatus: (1) A realização da reprodução e muda provocam aumento nos valores de H/L; (2) Nos períodos de maior disponibilidade de alimento (biomassa de artrópodes) os valores de H/L são menores. Registramos 1199 indivíduos, sendo 999 adultos, com 63 registros de placa e 169 de muda. Obtivemos 92 lâminas com esfregaço de sangue de indivíduos adultos. A razão H/L foi significativamente dependente da proporção de indivíduos com placa–muda (r2 = 0,24; p < 0.001) e da abundância de artrópodes (r2 = 0,29; p < 0.001), sendo a relação positiva em ambas regressões. Esta relação foi mais intensa quando restringimos os dados ao período de ocorrência de placa-muda (H/L~placa-muda - r2 = 0,46, p < 0.001; H/L~biomassa - r2 = 0,37, p-valor < 0.001). A relação positiva entre H/L e abundância de alimento não era esperada, pois a maior disponibilidade de alimento significa mais energia disponível para o organismo realizarem suas atividades. Por outro lado, a relação negativa observada entre placa-muda e H/L pode ser explicada pela temporalidade do processo. O curto período e alta sazonalidade do período chuvoso e de maior disponibilidade de alimento nos climas semiáridos condicionam a realização das atividades de reprodução e muda em um curto período afetando negativamente o sistema imune. A potencial recuperação do sistema imune no fim do período chuvoso, quando é baixa a abundância de alimentos, indica que a seca e a falta de alimento não devem gerar restrições energéticas o suficiente para impedir a recuperação do sistema imune. Portanto, as atividades intrínsecas placa–muda parecem ser as maiores responsáveis pelo desgaste fisiológico na população estudada.


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  • O período de alta disponibilidade de alimento determina a época de realização de atividades de alta-demanda energética em Aves, como a reprodução e muda de penas. Podendo ocorrer balanços de compensação (trade-off) no investimento energético-nutricional entre estas atividades e outras funções essenciais a sobrevivência, como investimento no sistema imunológico. Sob estas condições alguma atividade pode ser prejudicada gerando estresse fisiológico para o organismo. Uma forma de mensurar esse estresse é determinar a razão entre células sanguíneas heterófilo (H) e linfócito (L), a qual aumenta em resposta a estressores. Nas Aves, a relação entre reprodução, muda e disponibilidade de alimento são potenciais alteradores da razão H/L. No presente estudo quantificamos a ocorrência de mudas de penas primárias e placas de incubação entre 2012 e 2017 e obtivemos amostras de esfregaço de sangue entre 2016 e 2017, com o objetivo de testar as seguintes hipóteses em uma população de Coryphospingus pileatus: (1) A realização da reprodução e muda provocam aumento nos valores de H/L; (2) Nos períodos de maior disponibilidade de alimento (biomassa de artrópodes) os valores de H/L são menores. Registramos 1199 indivíduos, sendo 999 adultos, com 63 registros de placa e 169 de muda. Obtivemos 92 lâminas com esfregaço de sangue de indivíduos adultos. A razão H/L foi significativamente dependente da proporção de indivíduos com placa–muda (r2 = 0,24; p < 0.001) e da abundância de artrópodes (r2 = 0,29; p < 0.001), sendo a relação positiva em ambas regressões. Esta relação foi mais intensa quando restringimos os dados ao período de ocorrência de placa-muda (H/L~placa-muda - r2 = 0,46, p < 0.001; H/L~biomassa - r2 = 0,37, p-valor < 0.001). A relação positiva entre H/L e abundância de alimento não era esperada, pois a maior disponibilidade de alimento significa mais energia disponível para o organismo realizarem suas atividades. Por outro lado, a relação negativa observada entre placa-muda e H/L pode ser explicada pela temporalidade do processo. O curto período e alta sazonalidade do período chuvoso e de maior disponibilidade de alimento nos climas semiáridos condicionam a realização das atividades de reprodução e muda em um curto período afetando negativamente o sistema imune. A potencial recuperação do sistema imune no fim do período chuvoso, quando é baixa a abundância de alimentos, indica que a seca e a falta de alimento não devem gerar restrições energéticas o suficiente para impedir a recuperação do sistema imune. Portanto, as atividades intrínsecas placa–muda parecem ser as maiores responsáveis pelo desgaste fisiológico na população estudada.

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  • FRANCISCO LIDIANO GUIMARAES OLIVEIRA
  • AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS SECAS NEOTROPICAIS PARA A ALIMENTAÇÃO HUMANA

  • Orientador : CRISTINA BALDAUF
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA BALDAUF
  • DIEGO NATHAN DO NASCIMENTO SOUZA
  • JOAQUIM PINHEIRO DE ARAUJO
  • Data: 12/09/2018

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  • As florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) contribuem de inúmeras formas para as necessidades humanas. Contudo, lacunas nas pesquisas sobre a relevância desses ecossistemas para a nutrição humana são evidentes, especialmente no que se refere às espécies e famílias botânicas mais empregadas, bem como acerca dos fatores ecológicos e socioeconômicos que moldam o uso desses recursos. Desta forma, o objetivo do trabalho é analisar o uso por populações humanas de espécies vegetais alimentícias nativas das FTSS em áreas Neotropicais. Especificamente, testamos as seguintes hipóteses: a) a seleção das espécies alimentícias não é realizada de forma aleatória, havendo famílias subutilizadas e superutilizadas; b) Um número maior de espécies é empregado nos municípios com menor IDH e/ou maior distância do centro urbano mais próximo; c) Populações humanas dos municípios com menor precipitação anual utilizarão um número maior de espécies das florestas secas. Para isso, foi realizada uma extensa compilação de dados utilizando a técnica de análise sistemática de estudos primários publicados sobre produtos vegetais alimentícios das FTSS em áreas Neotropicais. Foi obtido um total de 94 trabalhos de sete países neotropicais que atenderam aos critérios de seleção, nos quais foi registrado o uso de 492 espécies no total, destas 77 famílias botânicas e 248 gêneros, onde Fabaceae e Cactaceae foram às famílias com maior número de espécies com uso alimentício. No que se refere à seleção destas espécies, verificamos que ela ocorre de forma não-aleatória. 37 famílias apresentaram menos espécies do que o esperado pelo acaso, enquanto 24 famílias apresentaram mais espécies do que seria esperado aleatoriamente, indicando seleção preferencial. Dentre estas últimas, destacam-se as famílias Cactaceae e Fabaceae. Em relação às demais hipóteses, para a distância do centro mais próximo e do local de coleta das espécies encontramos uma correlação negativa (S = 25278.45; p 0.05; R= 0.086), no qual o valor absoluto do coeficiente mostra uma maior relação entre as variáveis que a hipótese anterior, porém fraca. Em relação à hipótese pluviométrica do estudo, os dados não apresentaram correlação positiva no teste de Spearman (S = 21727.55; p > 0.05; R= -0.10) no qual o coeficiente mostra que não há relação entre as variáveis, caracterizando uma não relação dos fatores pluviométricos com o uso humano no Neotrópico, não corroborando nossa hipótese. Entretanto, tais correlações não apresentaram associações fortes, mas sim apresentaram valores muito baixos de coeficiente de determinação, sugerindo baixo poder explanatório das variáveis independentes e que outras variáveis devem ser incorporadas em análises futuras. Conclui-se, que mesmo com valores baixos obtidos das hipóteses as espécies empregadas na alimentação humana registradas em nosso estudo cumpram suplementarmente as urgências nutricionais para as populações em épocas de escassez de recurso, o que revela a importância das FTSS para a segurança e soberania alimentar nos Neotrópicos. Com isso, demais fatores sociais e ecológicos, como a quantidade coletada das espécies por área necessitam ser estudadas para que em um âmbito mais geral se possa confrontar o qual importante estes recursos são e/ou podem ser para as populações humanas, a fim de gerar melhores conclusões e se obter maiores dados para as florestas secas no Neotrópico e daí sugerir alternativas de melhorias nos sistemas políticos nos aspectos socioeconômicos das comunidades.


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  • As florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) contribuem de inúmeras formas para as necessidades humanas. Contudo, lacunas nas pesquisas sobre a relevância desses ecossistemas para a nutrição humana são evidentes, especialmente no que se refere às espécies e famílias botânicas mais empregadas, bem como acerca dos fatores ecológicos e socioeconômicos que moldam o uso desses recursos. Desta forma, o objetivo do trabalho é analisar o uso por populações humanas de espécies vegetais alimentícias nativas das FTSS em áreas Neotropicais. Especificamente, testamos as seguintes hipóteses: a) a seleção das espécies alimentícias não é realizada de forma aleatória, havendo famílias subutilizadas e superutilizadas; b) Um número maior de espécies é empregado nos municípios com menor IDH e/ou maior distância do centro urbano mais próximo; c) Populações humanas dos municípios com menor precipitação anual utilizarão um número maior de espécies das florestas secas. Para isso, foi realizada uma extensa compilação de dados utilizando a técnica de análise sistemática de estudos primários publicados sobre produtos vegetais alimentícios das FTSS em áreas Neotropicais. Foi obtido um total de 94 trabalhos de sete países neotropicais que atenderam aos critérios de seleção, nos quais foi registrado o uso de 492 espécies no total, destas 77 famílias botânicas e 248 gêneros, onde Fabaceae e Cactaceae foram às famílias com maior número de espécies com uso alimentício. No que se refere à seleção destas espécies, verificamos que ela ocorre de forma não-aleatória. 37 famílias apresentaram menos espécies do que o esperado pelo acaso, enquanto 24 famílias apresentaram mais espécies do que seria esperado aleatoriamente, indicando seleção preferencial. Dentre estas últimas, destacam-se as famílias Cactaceae e Fabaceae. Em relação às demais hipóteses, para a distância do centro mais próximo e do local de coleta das espécies encontramos uma correlação negativa (S = 25278.45; p 0.05; R= 0.086), no qual o valor absoluto do coeficiente mostra uma maior relação entre as variáveis que a hipótese anterior, porém fraca. Em relação à hipótese pluviométrica do estudo, os dados não apresentaram correlação positiva no teste de Spearman (S = 21727.55; p > 0.05; R= -0.10) no qual o coeficiente mostra que não há relação entre as variáveis, caracterizando uma não relação dos fatores pluviométricos com o uso humano no Neotrópico, não corroborando nossa hipótese. Entretanto, tais correlações não apresentaram associações fortes, mas sim apresentaram valores muito baixos de coeficiente de determinação, sugerindo baixo poder explanatório das variáveis independentes e que outras variáveis devem ser incorporadas em análises futuras. Conclui-se, que mesmo com valores baixos obtidos das hipóteses as espécies empregadas na alimentação humana registradas em nosso estudo cumpram suplementarmente as urgências nutricionais para as populações em épocas de escassez de recurso, o que revela a importância das FTSS para a segurança e soberania alimentar nos Neotrópicos. Com isso, demais fatores sociais e ecológicos, como a quantidade coletada das espécies por área necessitam ser estudadas para que em um âmbito mais geral se possa confrontar o qual importante estes recursos são e/ou podem ser para as populações humanas, a fim de gerar melhores conclusões e se obter maiores dados para as florestas secas no Neotrópico e daí sugerir alternativas de melhorias nos sistemas políticos nos aspectos socioeconômicos das comunidades.

2017
Dissertações
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  • ANYELLE PAIVA ROCHA ELIAS
  • SALINAS ARTIFICIAIS COMO HABITAT ALTERNATIVO PARA AVES LIMÍCOLAS CHARADRIIFORMES: SAZONALIDADE E USO DO HABITAT NO ESTUÁRIO APODI-MOSSORÓ, RN, BRASIL

  • Orientador : VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIANA GONCALVES LUNARDI
  • TIAGO AUGUSTO LIMA CARDOSO
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 21/02/2017

  • Mostrar Resumo
  • A crescente degradação de áreas úmidas naturais tem levado muitas populações de aves limícolas a buscarem habitats alternativos ou complementares, sendo as salinas artificiais um dos locais mais utilizados por estes animais para alimentação e descanso. O objetivo deste estudo foi investigar a riqueza, o uso do habitat e a variação sazonal de espécies de aves limícolas associadas às salinas artificiais do Estuário Apodi-Mossoró, semiárido brasileiro. Entre agosto de 2012 e julho de 2016, foram realizados quinzenalmente censos (2 h duração) de aves limícolas Charadriiformes em uma área de 145 ha de salina deste Estuário (04°57’S; 37°08’O), em períodos de maré alta e baixa. Um total acumulado de 28.868 registros de indivíduos de 19 espécies Charadriiformes foram obtidos em 192 censos. O número de registros de aves limícolas por censo no verão (2ª quinzena de agosto a 1ª quinzena de março: 167,9 ± 16,9 registros, média ± EP, N = 112 censos) foi semelhante ao registrado no inverno (2ª quinzena de março a 1ª quinzena de agosto: 125,7 ± 11,4, N = 80) (U = 4221; p = 0,495). No período do verão, o número de registros de aves limícolas por censo não variou entre períodos de maré alta e de maré baixa (U = 1280; p = 0,094). Por outro lado, no inverno, o número de registros em maré alta foi maior que em maré baixa (U = 501,5; p = 0,004). Em comparação ao uso de microhabitats na salina, aves limícolas foram mais frequentes nos tanques de evaporação (85% do total de registros), e menos frequentes nos tanques de bombeamento (9%) e de cristalização (6%). Houve diferença significativa no número de registros de indivíduos/ha (densidade), com a maior densidade de indivíduos por censo nos microhabitats de evaporação (KW: H = 246; p<0,0001). Os tanques de evaporação e bombeamento foram utilizados principalmente para o forrageamento (respectivamente, 79% do e 76% dos registros por microhabitat) e os de cristalização para o descanso (75%). A partir destes resultados, o Estuário Apodi-Mossoró pode ser reconhecido como uma relevante área para a conservação de populações de Charadriiformes migratórias e residentes na América do Sul. O uso das salinas deste Estuário como habitats alternativos para alimentação e descanso por aves limícolas implica na necessidade de implementação de um programa monitoramento ambiental continuado nas salinas, a fim de garantir a manutenção dos requerimentos ecológicos espécie-específicos e a não contaminação química destes animais.


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  • A crescente degradação de áreas úmidas naturais tem levado muitas populações de aves limícolas a buscarem habitats alternativos ou complementares, sendo as salinas artificiais um dos locais mais utilizados por estes animais para alimentação e descanso. O objetivo deste estudo foi investigar a riqueza, o uso do habitat e a variação sazonal de espécies de aves limícolas associadas às salinas artificiais do Estuário Apodi-Mossoró, semiárido brasileiro. Entre agosto de 2012 e julho de 2016, foram realizados quinzenalmente censos (2 h duração) de aves limícolas Charadriiformes em uma área de 145 ha de salina deste Estuário (04°57’S; 37°08’O), em períodos de maré alta e baixa. Um total acumulado de 28.868 registros de indivíduos de 19 espécies Charadriiformes foram obtidos em 192 censos. O número de registros de aves limícolas por censo no verão (2ª quinzena de agosto a 1ª quinzena de março: 167,9 ± 16,9 registros, média ± EP, N = 112 censos) foi semelhante ao registrado no inverno (2ª quinzena de março a 1ª quinzena de agosto: 125,7 ± 11,4, N = 80) (U = 4221; p = 0,495). No período do verão, o número de registros de aves limícolas por censo não variou entre períodos de maré alta e de maré baixa (U = 1280; p = 0,094). Por outro lado, no inverno, o número de registros em maré alta foi maior que em maré baixa (U = 501,5; p = 0,004). Em comparação ao uso de microhabitats na salina, aves limícolas foram mais frequentes nos tanques de evaporação (85% do total de registros), e menos frequentes nos tanques de bombeamento (9%) e de cristalização (6%). Houve diferença significativa no número de registros de indivíduos/ha (densidade), com a maior densidade de indivíduos por censo nos microhabitats de evaporação (KW: H = 246; p<0,0001). Os tanques de evaporação e bombeamento foram utilizados principalmente para o forrageamento (respectivamente, 79% do e 76% dos registros por microhabitat) e os de cristalização para o descanso (75%). A partir destes resultados, o Estuário Apodi-Mossoró pode ser reconhecido como uma relevante área para a conservação de populações de Charadriiformes migratórias e residentes na América do Sul. O uso das salinas deste Estuário como habitats alternativos para alimentação e descanso por aves limícolas implica na necessidade de implementação de um programa monitoramento ambiental continuado nas salinas, a fim de garantir a manutenção dos requerimentos ecológicos espécie-específicos e a não contaminação química destes animais.

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  • CAMILO CHAGAS DANTAS
  • ANÁLISE TAFONÔMICA DE RESTOS DE MAMÍFEROS MARINHOS PROVENIENTES DE ENCLAHES NO LITORAL SETENTRIONAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE PERETTI FILGUEIRA
  • KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 21/02/2017

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  • Estudos tafonômicos revelam informações importantes sobre como o ambiente afeta os restos de organismos durante o processo de decaimento. Esta abordagem pode ser utilizada tanto para estudo de organismos antigos, como para organismos recentes. A utilização das técnicas de tafonomia para estudo com mamíferos marinhos foram pouco exploradas, apesar de seu potencial. Este trabalho objetiva estudar material ósseo de mamíferos marinhos em busca de marcas deixadas por processos post-mortem relacionados aos fatores ambientais bióticos e abióticos no litoral setentrional do Rio Grande do Norte. De acordo com as assinaturas tafonômicas encontradas no material ósseo foi possível identificar processos de intemperismo, abrasão, necrofagia, quebras e ações antrópicas. Para o litoral setentrional do Rio Grande do Norte os crânios possuem uma melhor representação nos encalhes de mamíferos marinhos, porém nota-se que as vértebras possuem maior fidedignidade para levantamento faunístico. A dinâmica das marés influencia diretamente nas amostras, servindo como fator transportador e modificador. A área de estudo possui grande heterogeneidade quanto às dinâmicas ambientais que produzem as assinaturas estudadas, áreas adjacentes podem produzir assinaturas diferentes e áreas distantes podem produzir assinaturas semelhantes.


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  • Estudos tafonômicos revelam informações importantes sobre como o ambiente afeta os restos de organismos durante o processo de decaimento. Esta abordagem pode ser utilizada tanto para estudo de organismos antigos, como para organismos recentes. A utilização das técnicas de tafonomia para estudo com mamíferos marinhos foram pouco exploradas, apesar de seu potencial. Este trabalho objetiva estudar material ósseo de mamíferos marinhos em busca de marcas deixadas por processos post-mortem relacionados aos fatores ambientais bióticos e abióticos no litoral setentrional do Rio Grande do Norte. De acordo com as assinaturas tafonômicas encontradas no material ósseo foi possível identificar processos de intemperismo, abrasão, necrofagia, quebras e ações antrópicas. Para o litoral setentrional do Rio Grande do Norte os crânios possuem uma melhor representação nos encalhes de mamíferos marinhos, porém nota-se que as vértebras possuem maior fidedignidade para levantamento faunístico. A dinâmica das marés influencia diretamente nas amostras, servindo como fator transportador e modificador. A área de estudo possui grande heterogeneidade quanto às dinâmicas ambientais que produzem as assinaturas estudadas, áreas adjacentes podem produzir assinaturas diferentes e áreas distantes podem produzir assinaturas semelhantes.

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  • LUÍZA MORAIS DE MEDEIROS
  • SUCESSÃO DAS ASSEMBLEIAS DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS INFLUENCIADA PELA VARIAÇÃO DO NÍVEL DA ÁGUA EM AMBIENTES AQUÁTICOS TEMPORÁRIOS

  • Orientador : GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALLYSSANDRA MARIA LIMA RODRIGUES MAIA
  • ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • Data: 21/02/2017

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  • O estudo foi realizado em duas poças temporárias, no município de Governador Dix-sept Rosado, em um trecho intermitente do Rio Apodi-Mossoró, semiárido do Rio Grande do Norte, que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, com o objetivo de verificar o processo de sucessão das assembleias de macrófitas aquáticas influenciada pela variação do nível da água nas poças temporárias, visando entender a dinâmica e a estruturação desta comunidade nesses ambientes. As coletas foram realizadas mensalmente a partir de julho de 2012 a junho de 2014, em duas poças de diferentes profundidades máximas e tamanhos. A cobertura de cada espécie foi estimada de acordo com a escala de cobertura Domin-Krajina (1 = <20, 2 = 21-40, 3 41-60, 4 = 61-80, 5 = 81-100% de cobertura). Mediu-se também as variáveis limnológicas, diretamente em campo: temperatura, oxigênio dissolvido, pH e turbidez, sólidos totais dissolvidos e condutividade elétrica. Além disso, foram coletadas amostras de água nesses pontos, para determinação das concentrações de nutrientes. Foram determinadas as concentrações de fósforo total (PT), nitrito (NO2) e nitrato (NO3), amônia (NH3); nitrogênio total (NT). A Análise dos Componentes Principais (ACP) foi aplicada no intuito de ordenar os pontos de amostragem, a partir da matriz de correlação das variáveis físicas e químicas, sendo que para realizar a ACP utilizaremos os dados das variáveis limnológicas de todo o período estudado. Aplicou-se também o Teste de Mantel com o objetivo de identificar a correlação entre a profundidade, as variáveis limnológicas e a dissimilaridade na comunidade de macrófitas aquáticas. Foram identificadas 8 espécies de macrófitas aquáticas distribuídas em 8 gêneros e 7 famílias. A família com o maior número de espécies foi Pontederiaceae. A forma biológica mais comum de macrófitas foi a anfíbia (37,5%), com 3 espécies, seguido pela submersa enraizada (25%), com 2 espécies, e flutuante livre, emergente e folhas flutuantes (12,5%). A menor riqueza para ambos os ambientes aquáticos temporários foi observada no mês de Abril/2013, quando as chuvas foram intensas e os ambientes estudados voltaram a ter água corrente e no mês de Janeiro/2014 quando os ambientes estavam totalmente secos. A maior riqueza registrada ocorreu nos meses de Julho, Agosto e Dezembro/2012, Janeiro, Fevereiro e Março de 2013 (seis espécies). A anfíbia Heteranthera seubertiana seguida pela submersa fixa Hydrothrix gardneri foram observadas em grande abundância e frequência. Constatou-se que a forma biológica mais frequente foi a anfíbia, visto que o processo de contração da poça temporária, não favorece o estabelecimento de outros grupos funcionais, além disso a família Pontederiacea apresentou o maior número de espécies. Os resultados dos testes de Mantel demonstraram que as mudanças na profundidade das poças foram correlacionadas com a variações temporais de dissimilaridade das assembleias de macrófitas dos dois ambientes aquáticos temporários, enquanto isso a ACP evidenciou que os meses posteriores ao período seco, apresentaram valores mais elevados de nutrientes. O estudo sobre a estrutura da comunidade de macrófitas aquáticas em poças temporárias do semiárido revelou predomínio da espécie anfíbia H. seubertiana, mostrando a predominância de formas de vida anfíbias. Observou-se também que a riqueza de espécies diferiu bastante da encontrada em outros inventários realizados em ambientes do semiárido. Além disso, verificou-se que a variação no nível da água foi mais importante para o processo de sucessão das assembleias de macrófitas aquáticas sendo as características químicas da água mais secundárias na estruturação da comunidade.


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  • O estudo foi realizado em duas poças temporárias, no município de Governador Dix-sept Rosado, em um trecho intermitente do Rio Apodi-Mossoró, semiárido do Rio Grande do Norte, que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, com o objetivo de verificar o processo de sucessão das assembleias de macrófitas aquáticas influenciada pela variação do nível da água nas poças temporárias, visando entender a dinâmica e a estruturação desta comunidade nesses ambientes. As coletas foram realizadas mensalmente a partir de julho de 2012 a junho de 2014, em duas poças de diferentes profundidades máximas e tamanhos. A cobertura de cada espécie foi estimada de acordo com a escala de cobertura Domin-Krajina (1 = <20, 2 = 21-40, 3 41-60, 4 = 61-80, 5 = 81-100% de cobertura). Mediu-se também as variáveis limnológicas, diretamente em campo: temperatura, oxigênio dissolvido, pH e turbidez, sólidos totais dissolvidos e condutividade elétrica. Além disso, foram coletadas amostras de água nesses pontos, para determinação das concentrações de nutrientes. Foram determinadas as concentrações de fósforo total (PT), nitrito (NO2) e nitrato (NO3), amônia (NH3); nitrogênio total (NT). A Análise dos Componentes Principais (ACP) foi aplicada no intuito de ordenar os pontos de amostragem, a partir da matriz de correlação das variáveis físicas e químicas, sendo que para realizar a ACP utilizaremos os dados das variáveis limnológicas de todo o período estudado. Aplicou-se também o Teste de Mantel com o objetivo de identificar a correlação entre a profundidade, as variáveis limnológicas e a dissimilaridade na comunidade de macrófitas aquáticas. Foram identificadas 8 espécies de macrófitas aquáticas distribuídas em 8 gêneros e 7 famílias. A família com o maior número de espécies foi Pontederiaceae. A forma biológica mais comum de macrófitas foi a anfíbia (37,5%), com 3 espécies, seguido pela submersa enraizada (25%), com 2 espécies, e flutuante livre, emergente e folhas flutuantes (12,5%). A menor riqueza para ambos os ambientes aquáticos temporários foi observada no mês de Abril/2013, quando as chuvas foram intensas e os ambientes estudados voltaram a ter água corrente e no mês de Janeiro/2014 quando os ambientes estavam totalmente secos. A maior riqueza registrada ocorreu nos meses de Julho, Agosto e Dezembro/2012, Janeiro, Fevereiro e Março de 2013 (seis espécies). A anfíbia Heteranthera seubertiana seguida pela submersa fixa Hydrothrix gardneri foram observadas em grande abundância e frequência. Constatou-se que a forma biológica mais frequente foi a anfíbia, visto que o processo de contração da poça temporária, não favorece o estabelecimento de outros grupos funcionais, além disso a família Pontederiacea apresentou o maior número de espécies. Os resultados dos testes de Mantel demonstraram que as mudanças na profundidade das poças foram correlacionadas com a variações temporais de dissimilaridade das assembleias de macrófitas dos dois ambientes aquáticos temporários, enquanto isso a ACP evidenciou que os meses posteriores ao período seco, apresentaram valores mais elevados de nutrientes. O estudo sobre a estrutura da comunidade de macrófitas aquáticas em poças temporárias do semiárido revelou predomínio da espécie anfíbia H. seubertiana, mostrando a predominância de formas de vida anfíbias. Observou-se também que a riqueza de espécies diferiu bastante da encontrada em outros inventários realizados em ambientes do semiárido. Além disso, verificou-se que a variação no nível da água foi mais importante para o processo de sucessão das assembleias de macrófitas aquáticas sendo as características químicas da água mais secundárias na estruturação da comunidade.

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  • FÁBIO CUNHA GUIMARÃES DE LIMA
  • ALTERAÇÕES ANTE MORTEM E PSEUDOPATOLOGIAS EM EXOESQUELETO DE CINGULADOS PLEISTOCÊNICOS DE GRANDE PORTE DA REGIÃO INTERTROPICAL BRASILEIRA

  • Orientador : KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • Ana Bernadete Lima Fragoso
  • KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 22/02/2017

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  • Na Megafauna Brasileira do Pleistoceno, a Ordem Cingulata, um dos principais integrantes da megafauna brasileira do Pleistoceno, é composta por animais bastante conhecidos (tatus, pampatérios e gliptodontes) e caracterizados por um peculiar exoesqueleto ósseo. Muitos estudos em paleoecologia de cingulados envolvem esta estrutura. No entanto, até agora poucos trabalhos têm direcionado a atenção para alterações patológicas do exoesqueleto, embora se reconheça o seu enorme potencial em termos de informações paleobiológicas. O objetivo deste trabalho é identificar e descrever alterações exoesqueletais em cingulados de grande porte do Pleistoceno da Região Intertropical Brasileira, fornecendo novos insights paleoecológicos sobre esses animais. Analisamos componentes do exoesqueleto coletados em seis localidades da Região Intertropical Brasileira depositados em três coleções relevantes nos estados de Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Por meio de exame macroscópico, detectamos alterações patológicas e pseudopatológicas em superfícies ósseas acometendo o exoesqueleto em espécimes de Hoplophorus euphractus, Panochuthus sp., Glyptotherium sp. e Pachyarmatherium brasiliense. Constatamos alterações traumáticas e infecciosas geradas por parasitas em diferentes partes do exoesqueleto e os primeiros registros de lesões causadas por pulgas em gliptodontes.


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  • Na Megafauna Brasileira do Pleistoceno, a Ordem Cingulata, um dos principais integrantes da megafauna brasileira do Pleistoceno, é composta por animais bastante conhecidos (tatus, pampatérios e gliptodontes) e caracterizados por um peculiar exoesqueleto ósseo. Muitos estudos em paleoecologia de cingulados envolvem esta estrutura. No entanto, até agora poucos trabalhos têm direcionado a atenção para alterações patológicas do exoesqueleto, embora se reconheça o seu enorme potencial em termos de informações paleobiológicas. O objetivo deste trabalho é identificar e descrever alterações exoesqueletais em cingulados de grande porte do Pleistoceno da Região Intertropical Brasileira, fornecendo novos insights paleoecológicos sobre esses animais. Analisamos componentes do exoesqueleto coletados em seis localidades da Região Intertropical Brasileira depositados em três coleções relevantes nos estados de Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Por meio de exame macroscópico, detectamos alterações patológicas e pseudopatológicas em superfícies ósseas acometendo o exoesqueleto em espécimes de Hoplophorus euphractus, Panochuthus sp., Glyptotherium sp. e Pachyarmatherium brasiliense. Constatamos alterações traumáticas e infecciosas geradas por parasitas em diferentes partes do exoesqueleto e os primeiros registros de lesões causadas por pulgas em gliptodontes.

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  • KAMILA BARBOSA DOS SANTOS
  • EFEITOS DA PLUVIOSIDADE E DISPONIBILIDADE DE ALIMENTO NA REPRODUÇÃO DE AVES EM UMA FLORESTA SECA NEOTROCIAL

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • LUCIANA VIEIRA DE PAIVA
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 28/03/2017

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  • As flutuações sazonais nas chuvas e disponibilidade de alimento são consideradas os principais estímulos desencadeadores da reprodução nas aves de ambientes semiáridos e áridos. Neste estudo avaliamos a relação entre as chuvas, disponibilidade de alimento e período reprodutivo de aves insetívoras em uma floresta seca neotropical. Coletamos os dados no período de outubro de 2015 a outubro de 2016. Capturamos as aves com redes de neblina a cada 14 dias para obter os dados reprodutivos. Para a coleta de artrópodes utilizamos três tipos de armadilhas, janela, queda e aparelho de sucção. O pico de aumento no número de artrópodes das armadilhas de janela e da sucção ocorreu 28 dias antes do pico de chuva. Nas armadilhas de queda o número de indivíduos teve seu pico de abundância no período seco 112 dias antes do pico de chuva, depois disso declinou e permaneceu oscilando em baixa densidade. A amostragem da biomassa manteve o mesmo padrão que a contagem de indivíduos. Não houve correlação significativa entre o número de artrópodes e a precipitação acumulada de 14 dias, porém esta correlação ocorreu quando considerada a biomassa das armadilhas de janela e sucção. Houve correlação significativa entre a porcentagem de indivíduos reproduzindo e a precipitação acumulada de 14 dias, no entanto, esta correlação não foi detectada entre a precipitação e abundância de artrópodes. A hipótese sobre relação entre a sazonalidade na disponibilidade de alimento e período de incubação e cuidado dos filhotes, não foi validada. Apesar disto a coincidência entre o maior pico de abundância de alimento e pico de registros de placa, considerando um time lag na relação, indica ter havido alguma relação da abundância de artrópodes com o período de engorda das aves e posterior investimento em reprodução pelos adultos. Além disto, a ausência de relação entre artrópodes e placas e a constatada relação entre chuvas e placas indicou que esta última não foi totalmente mediada pela abundância de artrópodes. Outros mediadores como a cobertura vegetal, a qual atua na proteção dos ninhos, e a própria redução no estresse hídrico, que favorece a produção dos ovos, podem ter sido responsáveis pela ligação entre chuvas e reprodução.


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  • As flutuações sazonais nas chuvas e disponibilidade de alimento são consideradas os principais estímulos desencadeadores da reprodução nas aves de ambientes semiáridos e áridos. Neste estudo avaliamos a relação entre as chuvas, disponibilidade de alimento e período reprodutivo de aves insetívoras em uma floresta seca neotropical. Coletamos os dados no período de outubro de 2015 a outubro de 2016. Capturamos as aves com redes de neblina a cada 14 dias para obter os dados reprodutivos. Para a coleta de artrópodes utilizamos três tipos de armadilhas, janela, queda e aparelho de sucção. O pico de aumento no número de artrópodes das armadilhas de janela e da sucção ocorreu 28 dias antes do pico de chuva. Nas armadilhas de queda o número de indivíduos teve seu pico de abundância no período seco 112 dias antes do pico de chuva, depois disso declinou e permaneceu oscilando em baixa densidade. A amostragem da biomassa manteve o mesmo padrão que a contagem de indivíduos. Não houve correlação significativa entre o número de artrópodes e a precipitação acumulada de 14 dias, porém esta correlação ocorreu quando considerada a biomassa das armadilhas de janela e sucção. Houve correlação significativa entre a porcentagem de indivíduos reproduzindo e a precipitação acumulada de 14 dias, no entanto, esta correlação não foi detectada entre a precipitação e abundância de artrópodes. A hipótese sobre relação entre a sazonalidade na disponibilidade de alimento e período de incubação e cuidado dos filhotes, não foi validada. Apesar disto a coincidência entre o maior pico de abundância de alimento e pico de registros de placa, considerando um time lag na relação, indica ter havido alguma relação da abundância de artrópodes com o período de engorda das aves e posterior investimento em reprodução pelos adultos. Além disto, a ausência de relação entre artrópodes e placas e a constatada relação entre chuvas e placas indicou que esta última não foi totalmente mediada pela abundância de artrópodes. Outros mediadores como a cobertura vegetal, a qual atua na proteção dos ninhos, e a própria redução no estresse hídrico, que favorece a produção dos ovos, podem ter sido responsáveis pela ligação entre chuvas e reprodução.

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  • VINÍCIO HEIDY DA SILVA TEIXEIRA DE SOUZA
  • ADAPTAÇÕES DE ABELHAS SEM FERRÃO NATIVAS DA CAATINGA (Melipona subnitida) PARA LIDAR COM AS TEMPERATURAS ELEVADAS DURANTE O FORRAGEAMENTO

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL CUNHA PASSOS
  • MARCO JACINTO KATZENBERGER BAPTISTA NOVO
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 29/03/2017

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  • A Floresta Tropical Seca brasileira, a Caatinga, é um ambiente termicamente desafiador para as abelhas. Para sobreviver neste ambiente, as abelhas precisam de adaptações que as permitam lidar com temperaturas elevadas ao longo do ano. O objetivo do presente estudo foi investigar as adaptações de abelhas sem ferrão para lidar com as condições térmicas da Caatinga. A Melipona subnitida foi utilizada como modelo de estudo. Foi analisado (1) o tempo de aclimatação adequado e a CTmax (Temperatura Crítica Máxima) dessa espécie de abelha e (2) o efeito da temperatura ambiente coletada ao sol (Ta) sobre a temperatura torácica das forrageadoras (Ttx); (3) a possível transferência de calor do tórax para o abdômen, mensurando a diferença de temperaturas entre estas duas áreas, em função da temperatura ambiente, para abelhas vivas e mortas, e (4) o papel do pelo torácico na velocidade de aquecimento e resfriamento das abelhas. (1) O tempo de aclimatação mais adequado foi 48 horas e a CTmax das abelhas foi superior a 50°C. (2) A Ttx apresentou uma relação positiva com Ta, sendo que, em Ta baixas a Ttx da se manteve acima da Ta e abaixo em Ta elevadas. (3) acontece uma possível transferência ativa de calor do tórax (Ttx) para o abdômen (Tabd), pois a medida que a Ta aumenta, a diferença da Ttx e da Tabd diminui.  (4) O pelo funciona como um retardador do aquecimento da M. subnitida, onde as abelhas com o pelo removido aqueceram mais rápido que as abelhas com a pelagem natural. M. subnitida consegue tolerar temperaturas superiores às encontradas no ambiente e controla a temperatura corporal quando esta supera seu limite térmico através de mecanismos ativos e passivos, o que permite que esta espécie consiga forragear em temperaturas elevadas. Assim, essa abelha é bastante adaptada as condições térmicas da Caatinga. Resultados como estes dão subsídios para entender como as abelhas lidarão com o aumento da temperatura, o que vai ser importante para possíveis ações voltadas para a conservação desta espécie.


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  • A Floresta Tropical Seca brasileira, a Caatinga, é um ambiente termicamente desafiador para as abelhas. Para sobreviver neste ambiente, as abelhas precisam de adaptações que as permitam lidar com temperaturas elevadas ao longo do ano. O objetivo do presente estudo foi investigar as adaptações de abelhas sem ferrão para lidar com as condições térmicas da Caatinga. A Melipona subnitida foi utilizada como modelo de estudo. Foi analisado (1) o tempo de aclimatação adequado e a CTmax (Temperatura Crítica Máxima) dessa espécie de abelha e (2) o efeito da temperatura ambiente coletada ao sol (Ta) sobre a temperatura torácica das forrageadoras (Ttx); (3) a possível transferência de calor do tórax para o abdômen, mensurando a diferença de temperaturas entre estas duas áreas, em função da temperatura ambiente, para abelhas vivas e mortas, e (4) o papel do pelo torácico na velocidade de aquecimento e resfriamento das abelhas. (1) O tempo de aclimatação mais adequado foi 48 horas e a CTmax das abelhas foi superior a 50°C. (2) A Ttx apresentou uma relação positiva com Ta, sendo que, em Ta baixas a Ttx da se manteve acima da Ta e abaixo em Ta elevadas. (3) acontece uma possível transferência ativa de calor do tórax (Ttx) para o abdômen (Tabd), pois a medida que a Ta aumenta, a diferença da Ttx e da Tabd diminui.  (4) O pelo funciona como um retardador do aquecimento da M. subnitida, onde as abelhas com o pelo removido aqueceram mais rápido que as abelhas com a pelagem natural. M. subnitida consegue tolerar temperaturas superiores às encontradas no ambiente e controla a temperatura corporal quando esta supera seu limite térmico através de mecanismos ativos e passivos, o que permite que esta espécie consiga forragear em temperaturas elevadas. Assim, essa abelha é bastante adaptada as condições térmicas da Caatinga. Resultados como estes dão subsídios para entender como as abelhas lidarão com o aumento da temperatura, o que vai ser importante para possíveis ações voltadas para a conservação desta espécie.

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  • ABILIO BEZERRA DANTAS NETO
  • ALIMENTAÇÃO DO PEIXE-VOADOR Hirundichthys affinis (GUNTHER, 1866), NO ATLÂNTICO SUDOESTE TROPICAL

  • Orientador : HUMBERTO GOMES HAZIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HUMBERTO GOMES HAZIN
  • GUELSON BATISTA DA SILVA
  • DANIELLE PERETTI FILGUEIRA
  • Data: 30/03/2017

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  • A compreensão da alimentação das espécies ajuda para o entendimento a respeito dos aspectos de sua biologia e dinâmica populacional. A proposta do presente trabalho foi analisar o conteúdo alimentar, caracterizando a alimentação do peixe voador Hirundichthys affinis coletado em dois pontos no oceano Atlântico Sudoeste Tropical. As coletas foram realizadas no mês de julho de 2016 nas proximidades da boia do programa PIRATA localizada no Atlântico Oeste Equatorial, distante 323 milhas náuticas do cais de origem, Areia Branca - RN e na costa do município de Macau - RN no mês de janeiro de 2017. Foram analisados quanto ao grau de preenchimento dos estômagos ou intestinos, através do índice de repleção, das categorias identificadas, foram obtidas as frequências de ocorrência e volumétrica, combinadas no cálculo de Índice Alimentar (IAi). Os volumes dos itens foram ordenados em NMDS e as suas diferenças testadas em PERMANOVA, a contribuição de cada item alimentar para as diferenças entre os pontos foi avaliada através da análise SIMPER. As análises dos conteúdos alimentares permitiram a classificação da espécie como carnívora com tendência a carcinofagia, contudo, fatores morfométrico, espacial e temporal influenciaram de forma relevante na dieta da espécie em cada ponto, classificando H. affinis coletado nas proximidades da boia PIRATA como carcinófago e os indivíduos capturados na costa de Macau como piscívora com tendência a carcinofagia.


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  • A compreensão da alimentação das espécies ajuda para o entendimento a respeito dos aspectos de sua biologia e dinâmica populacional. A proposta do presente trabalho foi analisar o conteúdo alimentar, caracterizando a alimentação do peixe voador Hirundichthys affinis coletado em dois pontos no oceano Atlântico Sudoeste Tropical. As coletas foram realizadas no mês de julho de 2016 nas proximidades da boia do programa PIRATA localizada no Atlântico Oeste Equatorial, distante 323 milhas náuticas do cais de origem, Areia Branca - RN e na costa do município de Macau - RN no mês de janeiro de 2017. Foram analisados quanto ao grau de preenchimento dos estômagos ou intestinos, através do índice de repleção, das categorias identificadas, foram obtidas as frequências de ocorrência e volumétrica, combinadas no cálculo de Índice Alimentar (IAi). Os volumes dos itens foram ordenados em NMDS e as suas diferenças testadas em PERMANOVA, a contribuição de cada item alimentar para as diferenças entre os pontos foi avaliada através da análise SIMPER. As análises dos conteúdos alimentares permitiram a classificação da espécie como carnívora com tendência a carcinofagia, contudo, fatores morfométrico, espacial e temporal influenciaram de forma relevante na dieta da espécie em cada ponto, classificando H. affinis coletado nas proximidades da boia PIRATA como carcinófago e os indivíduos capturados na costa de Macau como piscívora com tendência a carcinofagia.

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  • JACIARA DA SILVA PEREIRA
  • A REDUÇÃO NA DISPONIBILIDADE DE RECURSOS FLORAIS AUMENTA O TEMPO DE FORRAGEAMENTO DE ABELHAS SEM FERRÃO (Melipona subnitida, Apidae, Meliponini)

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVELINE DE ALMEIDA FERREIRA
  • MICHAEL HRNCIR
  • MILENA WACHLEVSKI MACHADO
  • Data: 04/04/2017

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  • A disponibilidade de recursos florais ao redor dos ninhos molda as atividades tanto internas como externas das colônias de abelhas sociais. Além de limitar a quantidade de recursos coletados, a disponibilidade de recursos florais no ambiente pode influenciar também na distância percorrida pelas abelhas forrageiras durante a coleta de alimento. À medida que os recursos florais se tornam escassos, as abelhas são mais propensas a usar recursos mais distantes e, consequentemente, expandem sua distância de voo em busca de novas fontes florais. A região semiárida do nordeste brasileiro, a Caatinga, possui uma breve estação chuvosa com alta disponibilidade de recursos florais e, em contraste, uma estação seca com apenas algumas espécies arbóreas em floração. Considerando o contraste na disponibilidade de recursos florais ao longo do ano nessa região, o objetivo do presente estudo foi avaliar o tempo que as abelhas forrageiras da abelha Melipona subnitida gastam na coleta de alimento (néctar e pólen) durante os períodos com alta e baixa abundância de plantas em floração. Foi investigado o tempo que as abelhas forrageiras gastam para coletar recursos florais em três paisagens do nordeste brasileiro: uma área urbana, uma área com vegetação natural de caatinga, ambas em Mossoró/RN e um Brejo de Altitude, em Martins/RN. Durante o estudo (junho de 2015 a agosto de 2016) foi registrado mensalmente o número de espécies de plantas em floração em cada ambiente. Mensalmente (um dia a cada mês), nós cronometramos o tempo de forrageamento de abelhas previamente marcadas para identificação individual, provenientes de três colônias de M. subnitida em cada local de estudo, registrando os horários de saída e entrada de abelhas forrageiras, no período entre 05:00 h e 08:00 h da manhã. Além disso, identificamos o respectivo recurso coletado (néctar ou pólen) e identificamos as espécies de plantas visitadas pelas abelhas através da análise do pólen nas corbículas ou no corpo dos indivíduos. Nossos resultados indicaram que a quantidade de recursos florais disponível ao redor dos ninhos influenciou o tempo gasto na coleta de alimento. Quanto menor a disponibilidade de recursos maior foi o tempo gasto pelas abelhas durante o forrageamento. Portanto, em períodos com menor disponibilidade de recursos as abelhas forrageiras precisam voar distancias maiores para encontrar manchas com plantas em floração.


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  • A disponibilidade de recursos florais ao redor dos ninhos molda as atividades tanto internas como externas das colônias de abelhas sociais. Além de limitar a quantidade de recursos coletados, a disponibilidade de recursos florais no ambiente pode influenciar também na distância percorrida pelas abelhas forrageiras durante a coleta de alimento. À medida que os recursos florais se tornam escassos, as abelhas são mais propensas a usar recursos mais distantes e, consequentemente, expandem sua distância de voo em busca de novas fontes florais. A região semiárida do nordeste brasileiro, a Caatinga, possui uma breve estação chuvosa com alta disponibilidade de recursos florais e, em contraste, uma estação seca com apenas algumas espécies arbóreas em floração. Considerando o contraste na disponibilidade de recursos florais ao longo do ano nessa região, o objetivo do presente estudo foi avaliar o tempo que as abelhas forrageiras da abelha Melipona subnitida gastam na coleta de alimento (néctar e pólen) durante os períodos com alta e baixa abundância de plantas em floração. Foi investigado o tempo que as abelhas forrageiras gastam para coletar recursos florais em três paisagens do nordeste brasileiro: uma área urbana, uma área com vegetação natural de caatinga, ambas em Mossoró/RN e um Brejo de Altitude, em Martins/RN. Durante o estudo (junho de 2015 a agosto de 2016) foi registrado mensalmente o número de espécies de plantas em floração em cada ambiente. Mensalmente (um dia a cada mês), nós cronometramos o tempo de forrageamento de abelhas previamente marcadas para identificação individual, provenientes de três colônias de M. subnitida em cada local de estudo, registrando os horários de saída e entrada de abelhas forrageiras, no período entre 05:00 h e 08:00 h da manhã. Além disso, identificamos o respectivo recurso coletado (néctar ou pólen) e identificamos as espécies de plantas visitadas pelas abelhas através da análise do pólen nas corbículas ou no corpo dos indivíduos. Nossos resultados indicaram que a quantidade de recursos florais disponível ao redor dos ninhos influenciou o tempo gasto na coleta de alimento. Quanto menor a disponibilidade de recursos maior foi o tempo gasto pelas abelhas durante o forrageamento. Portanto, em períodos com menor disponibilidade de recursos as abelhas forrageiras precisam voar distancias maiores para encontrar manchas com plantas em floração.

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  • ANTONIO GUSTAVO MEDEIROS DA SILVA
  • EFEITO DO AUMENTO DA TEMPERATURA SOBRE A ATIVIDADE COLONIAL DE ABELHAS SEM FERRÃO NA CAATINGA (Melipona subnitida)

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA VIEIRA DE PAIVA
  • MICHAEL HRNCIR
  • RODRIGO FERNANDES
  • Data: 05/04/2017

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  • A floresta tropical seca brasileira, a Caatinga, representa um ambiente com condições climáticas extremas e desafiadoras para as abelhas eussociais. A modelagem de cenários climáticos futuros indica um aumento da temperatura ambiental de até quase 5°C até o ano de 2080 para este bioma. Com isso, estudos são urgentes para determinar o possível impacto dessas mudanças climáticas sobre a fauna nativa de abelhas. O presente estudo buscou esclarecer como colônias de Melipona subnitida, utilizado como modelo para as abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) da Caatinga, reagem a um aumento da temperatura. Fizemos as seguintes perguntas: (1) As colônias modificam o forrageamento, reduzindo a coleta de pólen e, em contrapartida, aumentam a coleta de néctar com o aumento da temperatura? (2) As colônias coletam mais água com o aumento da temperatura interna do ninho? (3) As colônias preferem coletar néctar com altas concentrações de açúcar assim como néctar com baixas concentrações (maior amplitude da concentração de açúcar do néctar coletado) em temperaturas mais elevadas? Os resultados indicaram que com o aumento da temperatura as colônias (1) direcionam a atividade forrageira para a coleta de néctar, diminuindo o esforço de coleta de pólen; (2) coletam mais água; e (3) aumentam a amplitude da concentração de açúcar do néctar coletado. O aumento do esforço da coleta de néctar e água em detrimento da coleta de pólen pode estar relacionado com a necessidade das colônias reduzirem a temperatura dentro dos ninhos para evitar o superaquecimento e morte dos indivíduos, principalmente da cria. O possível papel do néctar coletado na termorregulação do ninho é (i) proporcionar energia adicional para as abelhas ventiladoras (alta concentração de açúcar favorável) e (ii) sua utilização como líquido a ser evaporado (baixa concentração de açúcar favorável devido ao elevado teor de água na solução). Entretanto, reduzir a coleta de pólen pode resultar em um déficit de proteína para a colônia, o que é crítico para a produção de novos indivíduos. Os resultados do presente estudo revelam um possível problema para essas abelhas frente às mudanças climáticas previstas para as próximas décadas. Muito antes de atingir temperaturas críticas ou letais para as abelhas, o aquecimento global pode causar uma diminuição da coleta de pólen pelas colônias, resultando em uma diminuição de abelhas novas produzidas e, consequentemente, a longo prazo no colapso colonial.


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  • A floresta tropical seca brasileira, a Caatinga, representa um ambiente com condições climáticas extremas e desafiadoras para as abelhas eussociais. A modelagem de cenários climáticos futuros indica um aumento da temperatura ambiental de até quase 5°C até o ano de 2080 para este bioma. Com isso, estudos são urgentes para determinar o possível impacto dessas mudanças climáticas sobre a fauna nativa de abelhas. O presente estudo buscou esclarecer como colônias de Melipona subnitida, utilizado como modelo para as abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) da Caatinga, reagem a um aumento da temperatura. Fizemos as seguintes perguntas: (1) As colônias modificam o forrageamento, reduzindo a coleta de pólen e, em contrapartida, aumentam a coleta de néctar com o aumento da temperatura? (2) As colônias coletam mais água com o aumento da temperatura interna do ninho? (3) As colônias preferem coletar néctar com altas concentrações de açúcar assim como néctar com baixas concentrações (maior amplitude da concentração de açúcar do néctar coletado) em temperaturas mais elevadas? Os resultados indicaram que com o aumento da temperatura as colônias (1) direcionam a atividade forrageira para a coleta de néctar, diminuindo o esforço de coleta de pólen; (2) coletam mais água; e (3) aumentam a amplitude da concentração de açúcar do néctar coletado. O aumento do esforço da coleta de néctar e água em detrimento da coleta de pólen pode estar relacionado com a necessidade das colônias reduzirem a temperatura dentro dos ninhos para evitar o superaquecimento e morte dos indivíduos, principalmente da cria. O possível papel do néctar coletado na termorregulação do ninho é (i) proporcionar energia adicional para as abelhas ventiladoras (alta concentração de açúcar favorável) e (ii) sua utilização como líquido a ser evaporado (baixa concentração de açúcar favorável devido ao elevado teor de água na solução). Entretanto, reduzir a coleta de pólen pode resultar em um déficit de proteína para a colônia, o que é crítico para a produção de novos indivíduos. Os resultados do presente estudo revelam um possível problema para essas abelhas frente às mudanças climáticas previstas para as próximas décadas. Muito antes de atingir temperaturas críticas ou letais para as abelhas, o aquecimento global pode causar uma diminuição da coleta de pólen pelas colônias, resultando em uma diminuição de abelhas novas produzidas e, consequentemente, a longo prazo no colapso colonial.

2016
Dissertações
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  • MARIA LUIZA ANDRADE MENDONCA
  • FLUXOS MIGRATÓRIOS E SUCESSO REPRODUTIVO DE Himantopus mexicanus (AVES: CHARADRIIFORMES) EM SALINAS DO ESTUÁRIO DO RIO APODI-MOSSORÓ, NORDESTE BRASILEIRO

  • Orientador : VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • DIANA GONCALVES LUNARDI
  • LILIAN TONELLI MANICA
  • Data: 22/02/2016

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  • O crescente desenvolvimento costeiro tem acarretado a destruição de áreas úmidas naturais, levando muitas populações de aves limícolas a utilizarem habitats alternativos para alimentação, descanso e reprodução. Os objetivos deste estudo foram descrever e monitorar os fluxos migratórios e o sucesso reprodutivo do pernilongo-de-costas-negras (Himantopus mexicanus) em salinas artificiais do Estuário do Rio Apodi-Mossoró, RN, Brasil – um habitat alternativo utilizado por aves limícolas Neárticas e Neotropicais. Neste estudo foram realizados censos de indivíduos, ninhos e ovos do pernilongo-de-costas-negras, entre agosto de 2012 e dezembro de 2015, em uma área de ~145ha, localizada em Areia Branca (04°57’S; 37°08’O). Adicionalmente, foi conduzido um experimento utilizando ninhos artificiais para identificar os potenciais predadores de ninhos de Aves que nidificam no solo na área de estudo, e avaliar se as taxas de predação variam entre os microhabitats encontrados dentro das salinas e entre os materiais mais utilizados na confecção dos ninhos pelas aves neste ambiente. O pernilongo-de-costas-negras apresentou fluxos migratórios definidos, com indivíduos chegando na área de estudo principalmente em março e permanecendo até outubro dos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. Durante três estações reprodutivas monitoradas (2013, 2014 e 2015) foi registrado um total de 47 ninhos ativos, localizados exclusivamente às margens dos tanques evaporadores da salina. Os materiais de revestimento utilizados para a confecção dos ninhos naturais foram conchas, cristais de sal e fragmentos de vegetação, encontrados em solo próximos aos locais de nidificação. A maioria dos ninhos naturais monitorada foi predada (93,6%). A partir do experimento com ninhos artificiais também foi possível verificar elevadas taxas de predação na área de estudo, independente do microhabitat dentro da salina ou do material utilizado para confecção ninho. Mamíferos e aves, incluindo animais domésticos, foram os potenciais predadores dos ninhos artificiais na salina. A exclusão de animais domésticos em tanques de evaporação de salinas e adjacências poderia ser uma primeira estratégia para reduzir as elevadas taxas de predação de ninhos de aves limícolas que utilizam salinas como habitat alternativo para reprodução no nordeste do Brasil.


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  • O crescente desenvolvimento costeiro tem acarretado a destruição de áreas úmidas naturais, levando muitas populações de aves limícolas a utilizarem habitats alternativos para alimentação, descanso e reprodução. Os objetivos deste estudo foram descrever e monitorar os fluxos migratórios e o sucesso reprodutivo do pernilongo-de-costas-negras (Himantopus mexicanus) em salinas artificiais do Estuário do Rio Apodi-Mossoró, RN, Brasil – um habitat alternativo utilizado por aves limícolas Neárticas e Neotropicais. Neste estudo foram realizados censos de indivíduos, ninhos e ovos do pernilongo-de-costas-negras, entre agosto de 2012 e dezembro de 2015, em uma área de ~145ha, localizada em Areia Branca (04°57’S; 37°08’O). Adicionalmente, foi conduzido um experimento utilizando ninhos artificiais para identificar os potenciais predadores de ninhos de Aves que nidificam no solo na área de estudo, e avaliar se as taxas de predação variam entre os microhabitats encontrados dentro das salinas e entre os materiais mais utilizados na confecção dos ninhos pelas aves neste ambiente. O pernilongo-de-costas-negras apresentou fluxos migratórios definidos, com indivíduos chegando na área de estudo principalmente em março e permanecendo até outubro dos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. Durante três estações reprodutivas monitoradas (2013, 2014 e 2015) foi registrado um total de 47 ninhos ativos, localizados exclusivamente às margens dos tanques evaporadores da salina. Os materiais de revestimento utilizados para a confecção dos ninhos naturais foram conchas, cristais de sal e fragmentos de vegetação, encontrados em solo próximos aos locais de nidificação. A maioria dos ninhos naturais monitorada foi predada (93,6%). A partir do experimento com ninhos artificiais também foi possível verificar elevadas taxas de predação na área de estudo, independente do microhabitat dentro da salina ou do material utilizado para confecção ninho. Mamíferos e aves, incluindo animais domésticos, foram os potenciais predadores dos ninhos artificiais na salina. A exclusão de animais domésticos em tanques de evaporação de salinas e adjacências poderia ser uma primeira estratégia para reduzir as elevadas taxas de predação de ninhos de aves limícolas que utilizam salinas como habitat alternativo para reprodução no nordeste do Brasil.

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  • FERNANDA CRISTINA DE MORAIS FREITAS
  • ATIVIDADE MICROBIANA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DO SOLO

  • Orientador : CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • DANIELLE MARIE MACEDO SOUSA
  • ELIS REGINA COSTA DE MORAIS
  • Data: 24/02/2016

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  • A salinidade é um fator cada vez mais preocupante de degradação do solo e é uma ameaça às comunidades microbianas, pois impede a liberação de compostos solúveis na água e restringe a capacidade metabólica dos microrganismos à biodegradação. Esta, por sua vez, faz aumentar a taxa respiratória da microbiota, a qual indica alta atividade microbiana, contudo, devido aos efeitos negativos da salinidade, a atividade microbiana tende a diminuir. Neste sentido, o presente estudo objetivou avaliar a atividade microbiana em dois solos, Latossolo Vermelho Eutrófico e Cambissolo Háplico, de áreas agrícolas localizadas no estado do Rio Grande do Norte. Os solos foram distribuídos em frascos hermeticamente fechados, organizados em Delineamento em Blocos Casualizados (DBC) e arranjados em esquema fatorial 2 x 5 x 2, referente aos dois solos, cinco CEes (condutividade elétrica no estrato de saturação) e duas doses de matéria orgânica (presença e ausência) e, testados em triplicata. A avaliação indireta da atividade microbiana foi determinada de acordo com a Norma Especifica do Método Respirométrico de Bartha, adaptada. E então, feita a regressão do CO2 em função do tempo para todos os tratamentos e, para a avaliação da produção final de CO2, utilizou-se o modelo de superfície de resposta. O experimento, conduzido por 133 dias de incubação, constatou uma produção de CO2, na mesma CEes, sempre maior nos tratamentos com adição de matéria orgânica do que na sua ausência. Para o Latossolo Vermelho Eutrófico, a maior produção de CO2, nos tratamentos sem e com matéria orgânica, foi em T40 e em T41, referentes aos tratamentos com a maior CEes, na ausência e presença de matéria orgânica, respectivamente; sobre à taxa de produção de CO2, a salinidade não a afetou e, na presença de material orgânico, os tratamentos apresentaram valores superiores em relação à testemunha. No Cambissolo Háplico, a produção de CO2 aumenta na presença de matéria orgânica, mas diminui com o aumento da salinidade, cujo efeito foi observado também para a taxa de produção de CO2. Portanto, houve diferença na tolerância à salinidade entre os solos, embora a adição da matéria orgânica tenha melhorado a atividade microbiana nas diferentes salinidades.


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  • A salinidade é um fator cada vez mais preocupante de degradação do solo e é uma ameaça às comunidades microbianas, pois impede a liberação de compostos solúveis na água e restringe a capacidade metabólica dos microrganismos à biodegradação. Esta, por sua vez, faz aumentar a taxa respiratória da microbiota, a qual indica alta atividade microbiana, contudo, devido aos efeitos negativos da salinidade, a atividade microbiana tende a diminuir. Neste sentido, o presente estudo objetivou avaliar a atividade microbiana em dois solos, Latossolo Vermelho Eutrófico e Cambissolo Háplico, de áreas agrícolas localizadas no estado do Rio Grande do Norte. Os solos foram distribuídos em frascos hermeticamente fechados, organizados em Delineamento em Blocos Casualizados (DBC) e arranjados em esquema fatorial 2 x 5 x 2, referente aos dois solos, cinco CEes (condutividade elétrica no estrato de saturação) e duas doses de matéria orgânica (presença e ausência) e, testados em triplicata. A avaliação indireta da atividade microbiana foi determinada de acordo com a Norma Especifica do Método Respirométrico de Bartha, adaptada. E então, feita a regressão do CO2 em função do tempo para todos os tratamentos e, para a avaliação da produção final de CO2, utilizou-se o modelo de superfície de resposta. O experimento, conduzido por 133 dias de incubação, constatou uma produção de CO2, na mesma CEes, sempre maior nos tratamentos com adição de matéria orgânica do que na sua ausência. Para o Latossolo Vermelho Eutrófico, a maior produção de CO2, nos tratamentos sem e com matéria orgânica, foi em T40 e em T41, referentes aos tratamentos com a maior CEes, na ausência e presença de matéria orgânica, respectivamente; sobre à taxa de produção de CO2, a salinidade não a afetou e, na presença de material orgânico, os tratamentos apresentaram valores superiores em relação à testemunha. No Cambissolo Háplico, a produção de CO2 aumenta na presença de matéria orgânica, mas diminui com o aumento da salinidade, cujo efeito foi observado também para a taxa de produção de CO2. Portanto, houve diferença na tolerância à salinidade entre os solos, embora a adição da matéria orgânica tenha melhorado a atividade microbiana nas diferentes salinidades.

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  • DAYANNE TÁMELA SOARES NOGUEIRA
  • SALINIDADE, TEMPERATURA E PETRÓLEO NA RESPOSTA FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE Poincianella pyramidalis (TUL.) L. P. QUEIROZ

  • Orientador : CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • DANIELLE MARIE MACEDO SOUSA
  • ELIS REGINA COSTA DE MORAIS
  • Data: 25/02/2016

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  • Durante o processo de germinação, a absorção de água pelas sementes é fundamental na retomada das atividades metabólicas, e todos os fatores que controlam os eventos fisiológicos envolvidos no processo germinativo sofrem influência da temperatura. Nesse processo também é válido observar o grau de tolerância das sementes à salinidade, e à contaminantes como o petróleo. A espécie em estudo, Poincianella pyramidalis é endêmica da Caatinga e comumente indicada para recuperação de áreas degradadas. Este trabalho tem como objetivo analisar a tolerância dessa espécie à diferentes condutividades elétricas e temperaturas durante seu processo de embebição de água e germinação, bem como sua tolerância a diferentes tempos de imersão em petróleo. O experimento de absorção foi desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial sendo 5 salinidades e 7 temperaturas e três repetições de 20 sementes para cada tratamento.  As condutividades elétricas empregadas foram de: 0, 5, 10, 15 e 20 dS m-1, e as temperaturas utilizadas foram de 10°C, 15°C, 21°C, 27°C, 33°C, 36°C e 40°C. As sementes foram pesadas nos tempos de: 0; 1; 2; 3; 4; 6; 8; 10; 24; 30; 48 horas, e após as 48 horas, as sementes foram pesadas de 24 em 24 horas até a estabilização da curva de absorção. O experimento de germinação foi desenvolvido utilizando as sementes provenientes do teste de absorção de água, desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial sendo 5 salinidades e 5 temperaturas e três repetições de 20 sementes para cada tratamento. As condutividades elétricas empregadas foram as mesmas do experimento de absorção de água, e as temperaturas foram 10°C, 15°C, 21°C, 27°C e 33°C. As avaliações da porcentagem de germinação foram efetuadas diariamente. O experimento com petróleo foi desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial, com cinco tratamentos e quatro repetições de 20 sementes para cada tratamento. Os períodos de tempos de imersão em petróleo empregados foram de 0 ; 5 ; 60; 720 e 1440 minutos. As avaliações da porcentagem de emergência foram efetuadas diariamente após a instalação do teste até a sua estabilização. A avaliação da absorção de água, da germinação e da emergência em função do tempo, foram ajustadas ao modelo proposto por MAIA et al., (2009), e a comparação entre as médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Durante o processo de absorção de água, o aumento da CE ocasionou a redução tanto da AAmáx quanto da TAAmáx, porém não relacionou-se com o tAA50% nem com o tTAAmáx, enquanto que o aumento da temperatura provocou redução apenas no tAA50%, não relacionando-se com a AAmáx, com a TAAmáx, nem com o tTAAmáx. Durante o processo de germinação, o aumento da CE ocasionou decréscimo na Gmáx, aumento no tG50%, porém não relacionou-se com as TGmáx, nem com o tTGmáx. Por outro lado, o aumento da temperatura não interferiu na Gmáx, porém, reduziu o tG50%, aumentou as TGmáx até os 27°C e reduziu o tTGmáx. No experimento com petróleo, quando comparados ao tratamento testemunha, os demais tratamentos tiveram sua emergência máxima reduzida, porém o T1440 juntamente com o T0 emergiram mais que os demais tratamentos, obtiveram os menores tempos para emergir 50% do máximo de sementes emergidas, bem como os menores tempos das taxas de emergência máxima e as maiores taxas de emergência máxima. 


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  • Durante o processo de germinação, a absorção de água pelas sementes é fundamental na retomada das atividades metabólicas, e todos os fatores que controlam os eventos fisiológicos envolvidos no processo germinativo sofrem influência da temperatura. Nesse processo também é válido observar o grau de tolerância das sementes à salinidade, e à contaminantes como o petróleo. A espécie em estudo, Poincianella pyramidalis é endêmica da Caatinga e comumente indicada para recuperação de áreas degradadas. Este trabalho tem como objetivo analisar a tolerância dessa espécie à diferentes condutividades elétricas e temperaturas durante seu processo de embebição de água e germinação, bem como sua tolerância a diferentes tempos de imersão em petróleo. O experimento de absorção foi desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial sendo 5 salinidades e 7 temperaturas e três repetições de 20 sementes para cada tratamento.  As condutividades elétricas empregadas foram de: 0, 5, 10, 15 e 20 dS m-1, e as temperaturas utilizadas foram de 10°C, 15°C, 21°C, 27°C, 33°C, 36°C e 40°C. As sementes foram pesadas nos tempos de: 0; 1; 2; 3; 4; 6; 8; 10; 24; 30; 48 horas, e após as 48 horas, as sementes foram pesadas de 24 em 24 horas até a estabilização da curva de absorção. O experimento de germinação foi desenvolvido utilizando as sementes provenientes do teste de absorção de água, desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial sendo 5 salinidades e 5 temperaturas e três repetições de 20 sementes para cada tratamento. As condutividades elétricas empregadas foram as mesmas do experimento de absorção de água, e as temperaturas foram 10°C, 15°C, 21°C, 27°C e 33°C. As avaliações da porcentagem de germinação foram efetuadas diariamente. O experimento com petróleo foi desenvolvido sob o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial, com cinco tratamentos e quatro repetições de 20 sementes para cada tratamento. Os períodos de tempos de imersão em petróleo empregados foram de 0 ; 5 ; 60; 720 e 1440 minutos. As avaliações da porcentagem de emergência foram efetuadas diariamente após a instalação do teste até a sua estabilização. A avaliação da absorção de água, da germinação e da emergência em função do tempo, foram ajustadas ao modelo proposto por MAIA et al., (2009), e a comparação entre as médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Durante o processo de absorção de água, o aumento da CE ocasionou a redução tanto da AAmáx quanto da TAAmáx, porém não relacionou-se com o tAA50% nem com o tTAAmáx, enquanto que o aumento da temperatura provocou redução apenas no tAA50%, não relacionando-se com a AAmáx, com a TAAmáx, nem com o tTAAmáx. Durante o processo de germinação, o aumento da CE ocasionou decréscimo na Gmáx, aumento no tG50%, porém não relacionou-se com as TGmáx, nem com o tTGmáx. Por outro lado, o aumento da temperatura não interferiu na Gmáx, porém, reduziu o tG50%, aumentou as TGmáx até os 27°C e reduziu o tTGmáx. No experimento com petróleo, quando comparados ao tratamento testemunha, os demais tratamentos tiveram sua emergência máxima reduzida, porém o T1440 juntamente com o T0 emergiram mais que os demais tratamentos, obtiveram os menores tempos para emergir 50% do máximo de sementes emergidas, bem como os menores tempos das taxas de emergência máxima e as maiores taxas de emergência máxima. 

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  • ÍRIS HELENA MARINHO COSTA
  • MUDANÇAS NA COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA E FUNCIONAL DE ASSEMBLEIAS DE PEIXE DURANTE UM PERÍODO DE SECA SUPRA SAZONAL

  • Orientador : RODRIGO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
  • RODRIGO FERNANDES
  • RODRIGO SILVA DA COSTA
  • Data: 25/02/2016

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  • O entendimento de distúrbios extremos sobre a diversidade de assembleias é um dos principais desafios da ecologia de comunidades. Nesse projeto foram avaliados os efeitos de uma seca prolongada de cinco anos na dissimilaridade taxonômica e funcional de assembleias de peixes de um reservatório do semiárido brasileiro. Mais especificamente, o projeto teve por objetivos: 1- Descrever os padrões gerais de dissimilaridade taxonômica e funcional ao longo do tempo; 2-  Analisar a contribuição do turnover e da riqueza de espécie na dissimilaridade taxonômica e funcional ao longo do tempo; 3- Testar o efeito da seca (volume do reservatório e precipitação) sobre a dissimilaridade taxonômica e funcional e seus componentes (turnover e riqueza de espécie); 4-  Testar a relação entre a dissimilaridade taxonômica e funcional. Os resultados do estudo demonstraram que os padrões de diversidade beta taxonômico e seus componente turnover e riqueza de espécie não tiveram uma tendência temporal (R² = 0,06, P = 0,29; R² = 0,00, P = 0,95; R² = 0,06, P = 0,30, respectivamente). O mesmo aconteceu para a dissimilaridade funcional e seus componente turnover e riqueza de espécie que também não apresentaram uma tendência temporal (R² = 0,12, P = 0,13; R² = 0,00, P = 0,86; R² = 0,14, P = 0,09 respectivamente). Com relação as mudanças na dissimilaridade taxonômica, os componentes turnover e riqueza de espécies contribuem de forma similar ao longo do gradiente de seca (0,15 e 0,20, respectivamente). Na mudança da dissimilaridade funcional, os componentes turnover e riqueza de espécie também influenciaram de formar similar (0,12 e 0,13, respectivamente). Com relação aos fatores relacionados a seca, a precipitação influenciou somente a diversidade beta taxonômica seu componente turnover (R² = 0,33, P < 0,05; R² = 0,15, P < 0,05, respectivamente), o volume não influenciou na diversidade beta taxonômica e funcional ( R² = 0,07 , P = 0,25; R² = 0,09, P = 0,18, respectivamente) e nem nos seus componentes turnover taxonômico e funcional (R² = 0,00, P = 0,76; R² = 0,00, P = 0,93, respectivamente) e riqueza de espécie taxonômico e funcional (R² = 0,04, P = 0,35; R² = 0,09, P = 0,17, respectivamente). A variação da dissimilaridade funcional foi fortemente correlacionada com a dissimilaridade taxonômica (R² = 0,65, P < 0,001). Esses resultados indicam que a seca prolongada influencia na mudança da composição taxonômica de assembleias de peixes em reservatório e não está atuando como um filtro na composição funcional de assembleias de peixe em reservatório, já que essa não foi influenciada pelos fatores precipitação e volume do reservatório.

     


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  • O entendimento de distúrbios extremos sobre a diversidade de assembleias é um dos principais desafios da ecologia de comunidades. Nesse projeto foram avaliados os efeitos de uma seca prolongada de cinco anos na dissimilaridade taxonômica e funcional de assembleias de peixes de um reservatório do semiárido brasileiro. Mais especificamente, o projeto teve por objetivos: 1- Descrever os padrões gerais de dissimilaridade taxonômica e funcional ao longo do tempo; 2-  Analisar a contribuição do turnover e da riqueza de espécie na dissimilaridade taxonômica e funcional ao longo do tempo; 3- Testar o efeito da seca (volume do reservatório e precipitação) sobre a dissimilaridade taxonômica e funcional e seus componentes (turnover e riqueza de espécie); 4-  Testar a relação entre a dissimilaridade taxonômica e funcional. Os resultados do estudo demonstraram que os padrões de diversidade beta taxonômico e seus componente turnover e riqueza de espécie não tiveram uma tendência temporal (R² = 0,06, P = 0,29; R² = 0,00, P = 0,95; R² = 0,06, P = 0,30, respectivamente). O mesmo aconteceu para a dissimilaridade funcional e seus componente turnover e riqueza de espécie que também não apresentaram uma tendência temporal (R² = 0,12, P = 0,13; R² = 0,00, P = 0,86; R² = 0,14, P = 0,09 respectivamente). Com relação as mudanças na dissimilaridade taxonômica, os componentes turnover e riqueza de espécies contribuem de forma similar ao longo do gradiente de seca (0,15 e 0,20, respectivamente). Na mudança da dissimilaridade funcional, os componentes turnover e riqueza de espécie também influenciaram de formar similar (0,12 e 0,13, respectivamente). Com relação aos fatores relacionados a seca, a precipitação influenciou somente a diversidade beta taxonômica seu componente turnover (R² = 0,33, P < 0,05; R² = 0,15, P < 0,05, respectivamente), o volume não influenciou na diversidade beta taxonômica e funcional ( R² = 0,07 , P = 0,25; R² = 0,09, P = 0,18, respectivamente) e nem nos seus componentes turnover taxonômico e funcional (R² = 0,00, P = 0,76; R² = 0,00, P = 0,93, respectivamente) e riqueza de espécie taxonômico e funcional (R² = 0,04, P = 0,35; R² = 0,09, P = 0,17, respectivamente). A variação da dissimilaridade funcional foi fortemente correlacionada com a dissimilaridade taxonômica (R² = 0,65, P < 0,001). Esses resultados indicam que a seca prolongada influencia na mudança da composição taxonômica de assembleias de peixes em reservatório e não está atuando como um filtro na composição funcional de assembleias de peixe em reservatório, já que essa não foi influenciada pelos fatores precipitação e volume do reservatório.

     

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  • GEOVAN FIGUEIREDO DE SA FILHO
  • ATIVIDADE DE FORRAGEAMENTO DE ABELHA SEM FERRÃO (MELIPONA SUBNITIDA) EM BREJO DE ALTITUDE NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRTON TORRES CARVALHO
  • CAMILA MAIA DA SILVA
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 27/02/2016

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  • A atividade de forrageamento de abelhas é limitada pela "janela térmica" associadas às limitações termo-fisiológico da espécie. No presente estudo, investigou-se a atividade de forrageamento de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini), uma espécie de abelha sem ferrão altamente adaptada ao clima quente e semiárido da Caatinga, no nordeste brasileiro. Nós investigamos se esta abelha ajusta sua atividade de forrageamento para as condições climáticas dos enclaves de floresta úmida em altitudes elevadas no interior da Caatinga, caracterizadas por temperaturas ambientes reduzidas e precipitação elevada em comparação com as regiões de planície. Para isso, estudamos a atividade de pólen e néctar de quatro colônias de M. subnitida em Martins-RN, a uma altitude de aproximadamente 750 m. Entre março e julho de 2015, em três dias consecutivos em cada mês, nós contamos o número de forrageiras que retornaram durante 5 minutos a cada meia hora (entre 05:00-08:00) e a cada hora (entre 09: 00-17:30) e foi registrada a temperatura ambiental. A janela térmica de pólen (faixa de temperaturas ambiental dentro do qual 90% das forrageiras retornaram para a colônia) foi entre 20 e 31 °C (amplitude = 11 °C), e de néctar entre 20 e 30 °C (amplitude = 10 °C). A diferença entre as forrageiras de pólen e de néctar relacionadas às temperaturas médias de retorno às colônias foi estatisticamente significativa (TMED-Pólen = 24 °C; TMED-Néctar = 25 °C; Mann-Whitney Rank-Sum-Test: P=0,005). Nossos resultados indicam que M. subnitida é capaz de ajustar sua atividade de forrageamento para as condições climáticas dos enclaves de floresta úmida, sincronizando o seu limiar de temperatura mais baixa para as temperaturas baixas da manhã nesse habitat, sendo significativamente inferiores aos das regiões  de menor altitude da Caatinga. Estes resultados indicam os brejos de altitude como possível habitat de refúgio para M. subnitida em vista do aquecimento global previsto para as próximas décadas.


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  • A atividade de forrageamento de abelhas é limitada pela "janela térmica" associadas às limitações termo-fisiológico da espécie. No presente estudo, investigou-se a atividade de forrageamento de Melipona subnitida (Apidae, Meliponini), uma espécie de abelha sem ferrão altamente adaptada ao clima quente e semiárido da Caatinga, no nordeste brasileiro. Nós investigamos se esta abelha ajusta sua atividade de forrageamento para as condições climáticas dos enclaves de floresta úmida em altitudes elevadas no interior da Caatinga, caracterizadas por temperaturas ambientes reduzidas e precipitação elevada em comparação com as regiões de planície. Para isso, estudamos a atividade de pólen e néctar de quatro colônias de M. subnitida em Martins-RN, a uma altitude de aproximadamente 750 m. Entre março e julho de 2015, em três dias consecutivos em cada mês, nós contamos o número de forrageiras que retornaram durante 5 minutos a cada meia hora (entre 05:00-08:00) e a cada hora (entre 09: 00-17:30) e foi registrada a temperatura ambiental. A janela térmica de pólen (faixa de temperaturas ambiental dentro do qual 90% das forrageiras retornaram para a colônia) foi entre 20 e 31 °C (amplitude = 11 °C), e de néctar entre 20 e 30 °C (amplitude = 10 °C). A diferença entre as forrageiras de pólen e de néctar relacionadas às temperaturas médias de retorno às colônias foi estatisticamente significativa (TMED-Pólen = 24 °C; TMED-Néctar = 25 °C; Mann-Whitney Rank-Sum-Test: P=0,005). Nossos resultados indicam que M. subnitida é capaz de ajustar sua atividade de forrageamento para as condições climáticas dos enclaves de floresta úmida, sincronizando o seu limiar de temperatura mais baixa para as temperaturas baixas da manhã nesse habitat, sendo significativamente inferiores aos das regiões  de menor altitude da Caatinga. Estes resultados indicam os brejos de altitude como possível habitat de refúgio para M. subnitida em vista do aquecimento global previsto para as próximas décadas.

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  • MONICA RAFAELE DANTAS
  • TAXA FOTOSSINTÉTICA DE EGERIA DENSA EM AMBIENTES AQUÁTICOS DA MATA ATLÂNTICA E DA CAATINGA 

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MONTEIRO CAMARGO
  • MARCICLEIDE LIMA DA SILVA
  • MARCOS ANTONIO NOBREGA DE SOUSA
  • Data: 07/03/2016

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  • Este trabalho teve como objetivo comparar as taxas fotossintéticas da macrófita aquática submersa E. densa em ambientes aquáticos da Mata Atlântica e da Caatinga. As medições de fotossíntese, respiração e das características físicas e químicas da água foram realizadas em duas épocas do ano, (inverno e verão) para o bioma Mata Atlântica e (seco e chuvoso) para o bioma Caatinga. Os experimentos de fotossíntese foram realizados no local de ocorrência de E. densa, utilizando água do próprio ambiente nos dois biomas. As incubações foram realizadas durante o período iluminado do dia (de 6 às 17 horas, aproximadamente) com duração de uma hora em cada incubação. Para determinar as taxas de fotossíntese e respiração foi utilizado o método de frascos claros e escuros, com base nas variações das concentrações de oxigênio dissolvido, determinadas pelo método de Winkler. A produção da macrófita aquática E. densa apresentou valores significativamente superiores no verão e período chuvoso do que no período seco e inverno. No bioma Mata Atlântica o fósforo e a temperatura foram as variáveis que possuíram maior influência na produção primária a Egeria densa e no bioma Caatinga a produção da E. densa aumentou quando exposta a maiores valores de radiação, temperatura, fósforo e menores valores de nitrogênio. Com a realização deste estudo foi possível concluir que a produção primária da macrófita quática submersa E. densa foi maior no bioma Caatinga no período chuvoso, influenciada por valores mais elevados de radiação fotossínteticamente ativa e de temperatura da água.


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  • Este trabalho teve como objetivo comparar as taxas fotossintéticas da macrófita aquática submersa E. densa em ambientes aquáticos da Mata Atlântica e da Caatinga. As medições de fotossíntese, respiração e das características físicas e químicas da água foram realizadas em duas épocas do ano, (inverno e verão) para o bioma Mata Atlântica e (seco e chuvoso) para o bioma Caatinga. Os experimentos de fotossíntese foram realizados no local de ocorrência de E. densa, utilizando água do próprio ambiente nos dois biomas. As incubações foram realizadas durante o período iluminado do dia (de 6 às 17 horas, aproximadamente) com duração de uma hora em cada incubação. Para determinar as taxas de fotossíntese e respiração foi utilizado o método de frascos claros e escuros, com base nas variações das concentrações de oxigênio dissolvido, determinadas pelo método de Winkler. A produção da macrófita aquática E. densa apresentou valores significativamente superiores no verão e período chuvoso do que no período seco e inverno. No bioma Mata Atlântica o fósforo e a temperatura foram as variáveis que possuíram maior influência na produção primária a Egeria densa e no bioma Caatinga a produção da E. densa aumentou quando exposta a maiores valores de radiação, temperatura, fósforo e menores valores de nitrogênio. Com a realização deste estudo foi possível concluir que a produção primária da macrófita quática submersa E. densa foi maior no bioma Caatinga no período chuvoso, influenciada por valores mais elevados de radiação fotossínteticamente ativa e de temperatura da água.

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  • NAYARA GURGEL DE MOURA
  • Biologia populacional e reprodutiva e padrão de ocupação de conchas de gastrópodos por Clibanarius antillensis Stimpson, 1859 (Crustacea: Decapoda: Diogenidae) na praia de Baixa Grande (Areia Branca/RN)

  • Orientador : LUIS ERNESTO ARRUDA BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INES XAVIER MARTINS
  • LUIS ERNESTO ARRUDA BEZERRA
  • RODRIGO SILVA DA COSTA
  • Data: 11/03/2016

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  • O objetivo desse estudo foi fornecer dados populacionais e reprodutivos da espécie de caranguejo-eremita Clibanarius antillensis Stimpson, 1859, e definir sua preferência na ocupação de conchas de gastrópodos nos recifes de arenito, da praia de Baixa Grande, Areia Branca, Rio Grande do Norte (4°57’22”S / 37°08’13”W). As coletas foram realizadas a cada dois meses, de outubro de 2012 a agosto de 2013, utilizando esforço amostral de dois coletores por hora durante as marés baixas de sizígia. Os caranguejos-eremitas foram coletados manualmente e, em laboratório, as conchas dos moluscos e os exemplares de anomuros foram identificados e medidos. Um total de 576 indivíduos foram coletados, sendo 191 machos (33,16%), 140 fêmeas não ovígeras (24,31%), 125 intersexos (21,70%) e 120 fêmeas ovígeras (20,83%), ocupando 7 espécies de gastrópodos, sendo Cerithium atratum a mais ocupada (69,97%), seguida de Stramonita haemastoma (24,31%), Pisania pusio (1,22 %), Leucozonia nassa (3,47%), Tegula viridula (0,52%), Anachis obesa (0,35%) e Olivella minuta (0,17%).  O tamanho médio dos indivíduos machos variou de 1,43 a 9,64 mm de CEC (média de 4,29 ­ 1,56 mm); de 1,6 a 6,88 mm de CEC para as fêmeas não ovígeras (3,79  1,18 mm); de 1,42 a 8,38 mm de CEC para os intersexos (3,69 1,36 mm) e de 2,1 a 7,27 mm de CEC para as fêmeas ovígeras (3,76  1,09 mm). A população apresentou dimorfismo sexual quanto ao tamanho, sendo os machos significativamente maiores do que demais categorias. Os machos ocorreram em 10 classes de tamanho, os intersexos em nove enquanto as fêmeas (ovígeras e não-ovígeras) ocorrem em apenas seis classes. Houve diferença também no padrão de ocupação de conchas por machos, fêmeas não ovígeras, intersexos e fêmeas ovígeras. As conchas de S. haemastoma foram preferidas por machos, devido às maiores dimensões de comprimento e largura da abertura da concha, e espaço interno dessas conchas. As demais categorias ocuparam mais significativamente conchas de C. atratum, devido ao seu tamanho reduzido e medidas da abertura de concha menores, promovendo maior proteção contra estresses ambientais e bióticos.  As conchas de C. atratum tiveram maior frequência de ocupação por organismos menores, principalmente na classe de tamanho 3,00--]4,00 mm, enquanto S. haemastoma abrigou organismos maiores, com predominância na classe de tamanho 4,00--]5,00 mm. A distribuição da população nas classes de tamanho foi unimodal, com distribuição não normal (KS = 0,15; p < 0,001), o que reflete um recrutamento contínuo ao longo do ano. A razão sexual total foi de 1: 1,36 (M:F) e não diferiu significativamente da razão sexual esperada de 1:1. As fêmeas ovígeras estiveram presentes em todos os meses amostrados. O índice de fecundidade média foi de 178,14, com número médio de ovos de 178,14 ­ 85,61 variando de 51 ovos (CEC = 3,21 mm) a 325 ovos (CEC = 6,77 mm). Existe uma correlação positiva entre o tamanho do escudo cefalotorácico e do volume interno da concha com o número de ovos, sendo que a primeira é a que mais explica a variação na quantidade de ovos. Ao analisar as medidas do comprimento da abertura, largura da abertura e volume interno das conchas elas mostraram uma correlação positiva com o tamanho dos caranguejos-eremitas.


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  • O objetivo desse estudo foi fornecer dados populacionais e reprodutivos da espécie de caranguejo-eremita Clibanarius antillensis Stimpson, 1859, e definir sua preferência na ocupação de conchas de gastrópodos nos recifes de arenito, da praia de Baixa Grande, Areia Branca, Rio Grande do Norte (4°57’22”S / 37°08’13”W). As coletas foram realizadas a cada dois meses, de outubro de 2012 a agosto de 2013, utilizando esforço amostral de dois coletores por hora durante as marés baixas de sizígia. Os caranguejos-eremitas foram coletados manualmente e, em laboratório, as conchas dos moluscos e os exemplares de anomuros foram identificados e medidos. Um total de 576 indivíduos foram coletados, sendo 191 machos (33,16%), 140 fêmeas não ovígeras (24,31%), 125 intersexos (21,70%) e 120 fêmeas ovígeras (20,83%), ocupando 7 espécies de gastrópodos, sendo Cerithium atratum a mais ocupada (69,97%), seguida de Stramonita haemastoma (24,31%), Pisania pusio (1,22 %), Leucozonia nassa (3,47%), Tegula viridula (0,52%), Anachis obesa (0,35%) e Olivella minuta (0,17%).  O tamanho médio dos indivíduos machos variou de 1,43 a 9,64 mm de CEC (média de 4,29 ­ 1,56 mm); de 1,6 a 6,88 mm de CEC para as fêmeas não ovígeras (3,79  1,18 mm); de 1,42 a 8,38 mm de CEC para os intersexos (3,69 1,36 mm) e de 2,1 a 7,27 mm de CEC para as fêmeas ovígeras (3,76  1,09 mm). A população apresentou dimorfismo sexual quanto ao tamanho, sendo os machos significativamente maiores do que demais categorias. Os machos ocorreram em 10 classes de tamanho, os intersexos em nove enquanto as fêmeas (ovígeras e não-ovígeras) ocorrem em apenas seis classes. Houve diferença também no padrão de ocupação de conchas por machos, fêmeas não ovígeras, intersexos e fêmeas ovígeras. As conchas de S. haemastoma foram preferidas por machos, devido às maiores dimensões de comprimento e largura da abertura da concha, e espaço interno dessas conchas. As demais categorias ocuparam mais significativamente conchas de C. atratum, devido ao seu tamanho reduzido e medidas da abertura de concha menores, promovendo maior proteção contra estresses ambientais e bióticos.  As conchas de C. atratum tiveram maior frequência de ocupação por organismos menores, principalmente na classe de tamanho 3,00--]4,00 mm, enquanto S. haemastoma abrigou organismos maiores, com predominância na classe de tamanho 4,00--]5,00 mm. A distribuição da população nas classes de tamanho foi unimodal, com distribuição não normal (KS = 0,15; p < 0,001), o que reflete um recrutamento contínuo ao longo do ano. A razão sexual total foi de 1: 1,36 (M:F) e não diferiu significativamente da razão sexual esperada de 1:1. As fêmeas ovígeras estiveram presentes em todos os meses amostrados. O índice de fecundidade média foi de 178,14, com número médio de ovos de 178,14 ­ 85,61 variando de 51 ovos (CEC = 3,21 mm) a 325 ovos (CEC = 6,77 mm). Existe uma correlação positiva entre o tamanho do escudo cefalotorácico e do volume interno da concha com o número de ovos, sendo que a primeira é a que mais explica a variação na quantidade de ovos. Ao analisar as medidas do comprimento da abertura, largura da abertura e volume interno das conchas elas mostraram uma correlação positiva com o tamanho dos caranguejos-eremitas.

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  • LIANA MONIQUE PAIVA CAVALCANTI
  • SAZONALIDADE CLIMÁTICA E REPRODUÇÃO EM UMA COMUNIDADE DE AVES NA CAATINGA, UM SEMIÁRIDO NEOTROPICAL.

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA SALES ROCHA ALBUQUERQUE
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MILENA WACHLEVSKI MACHADO
  • Data: 28/03/2016

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  • Os eventos reprodutivos das aves podem ser estimulados sazonalmente por fatores de origem considerados endógenos, que levam a períodos reprodutivos constantes tanto em época quanto em comprimento, ou por fatores ambientais, considerados exógenos, que são percebidos em curto prazo. Ao que tudo indica, as aves tropicais utilizam principalmente sinais de curto prazo, como as chuvas e a temperatura como indicadores para a reprodução, podendo ser estes fatores, temporalmente previsíveis ou imprevisíveis. Em ecossistemas áridos e semiáridos, espera-se que o período reprodutivo seja coincidente com o da estação chuvosa, existindo ainda uma relação positiva e clara entre a intensidade das chuvas, a atividade de investimento reprodutivo e o sucesso reprodutivo, entre anos e dentro do mesmo ano neste estudo, foram coletadas informações reprodutivas das aves de uma área de caatinga com o fim de testar as seguintes hipóteses: (1) a reprodução de todas as espécies é restrita ao período chuvoso típico da região; (2) variações intra-anuais no volume e frequência das chuvas estão correlacionadas com a quantidade de indivíduos e espécies se reproduzindo (3) a reprodução das diferentes guildas alimentares é temporalmente coincidente dentro da janela reprodutiva. Foram capturados 2758 indivíduos, de 78 espécies e 21 famílias de aves durante o estudo. A reprodução das aves estudadas ocorreu de forma sazonal, acompanhando o período das chuvas. As correlações entre proporção de indivíduos ou espécies com placas de incubação e volume ou frequência de chuvas foram quase sempre significativas, no entanto a força das correlações foi maior quando considerado o time lag entre reprodução e chuvas. As guildas amostradas no estudo tiveram sua reprodução dentro da janela reprodutiva, porém com algumas diferenças de dias entre os inícios de cada uma.


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  • Os eventos reprodutivos das aves podem ser estimulados sazonalmente por fatores de origem considerados endógenos, que levam a períodos reprodutivos constantes tanto em época quanto em comprimento, ou por fatores ambientais, considerados exógenos, que são percebidos em curto prazo. Ao que tudo indica, as aves tropicais utilizam principalmente sinais de curto prazo, como as chuvas e a temperatura como indicadores para a reprodução, podendo ser estes fatores, temporalmente previsíveis ou imprevisíveis. Em ecossistemas áridos e semiáridos, espera-se que o período reprodutivo seja coincidente com o da estação chuvosa, existindo ainda uma relação positiva e clara entre a intensidade das chuvas, a atividade de investimento reprodutivo e o sucesso reprodutivo, entre anos e dentro do mesmo ano neste estudo, foram coletadas informações reprodutivas das aves de uma área de caatinga com o fim de testar as seguintes hipóteses: (1) a reprodução de todas as espécies é restrita ao período chuvoso típico da região; (2) variações intra-anuais no volume e frequência das chuvas estão correlacionadas com a quantidade de indivíduos e espécies se reproduzindo (3) a reprodução das diferentes guildas alimentares é temporalmente coincidente dentro da janela reprodutiva. Foram capturados 2758 indivíduos, de 78 espécies e 21 famílias de aves durante o estudo. A reprodução das aves estudadas ocorreu de forma sazonal, acompanhando o período das chuvas. As correlações entre proporção de indivíduos ou espécies com placas de incubação e volume ou frequência de chuvas foram quase sempre significativas, no entanto a força das correlações foi maior quando considerado o time lag entre reprodução e chuvas. As guildas amostradas no estudo tiveram sua reprodução dentro da janela reprodutiva, porém com algumas diferenças de dias entre os inícios de cada uma.

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  • PEDRO TEÓFILO SILVA DE MOURA
  • SAZONALIDADE E DINÂMICA POPULACIONAL DE Lanio pileatus (AVES: PASSERIFORMES) NA CAATINGA, UM SEMIÁRIDO NEOTROPICAL

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER FARIAS PEREIRA DE ARAUJO
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • RODRIGO SILVA DA COSTA
  • Data: 29/03/2016

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  • As variações na abundância em espécies de aves estão associadas a variação na disponibilidade de alimento ou aos efeitos da sazonalidade climática nestas populações. Sendo a Caatinga um ambiente semiárido tropical com sazonalidade característica, nosso objetivo foi avaliar o efeito da sazonalidade ambiental na abundância e parâmetros populacionais vitais de Lanio pileatus a partir de dados de captura-marcação-recaptura. As aves foram capturadas em uma área de Caatinga inserida na ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional com o auxilio de redes de neblina entre setembro de 2012 a setembro de 2015. Analisamos os dados no programa Mark utilizando o modelo POPAN para estimar sobrevivência, probabilidade de captura, probabilidade de entrada e tamanho populacional. As covariáveis inseridas em nossas análises foram: tempo, ano, estação chuvosa, ciclo reprodutivo, placas de incubação e período de ocorrência de jovens de maneira independente e um modelo constante. Durante o estudo registramos 411 capturas e 295 recapturas de L. pileatus em 78 ocasiões de amostragens ao longo dos três anos de estudo. Nesse período a reprodução da espécie se deu sempre coincidente com a estação das chuvas. As analises utilizando o programa Mark demonstraram um padrão de crescimento exponencial na população de L. pileatus. Os resultados do modelo médio para o conjunto de modelos candidatos demonstraram efeitos da sazonalidade ambiental sobre as estimativas de sobrevivência aparente, assim como uma relação entre os picos de entrada de novos indivíduos na população e o período reprodutivo, gerando uma oscilação cíclica do tamanho populacional.


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  • As variações na abundância em espécies de aves estão associadas a variação na disponibilidade de alimento ou aos efeitos da sazonalidade climática nestas populações. Sendo a Caatinga um ambiente semiárido tropical com sazonalidade característica, nosso objetivo foi avaliar o efeito da sazonalidade ambiental na abundância e parâmetros populacionais vitais de Lanio pileatus a partir de dados de captura-marcação-recaptura. As aves foram capturadas em uma área de Caatinga inserida na ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional com o auxilio de redes de neblina entre setembro de 2012 a setembro de 2015. Analisamos os dados no programa Mark utilizando o modelo POPAN para estimar sobrevivência, probabilidade de captura, probabilidade de entrada e tamanho populacional. As covariáveis inseridas em nossas análises foram: tempo, ano, estação chuvosa, ciclo reprodutivo, placas de incubação e período de ocorrência de jovens de maneira independente e um modelo constante. Durante o estudo registramos 411 capturas e 295 recapturas de L. pileatus em 78 ocasiões de amostragens ao longo dos três anos de estudo. Nesse período a reprodução da espécie se deu sempre coincidente com a estação das chuvas. As analises utilizando o programa Mark demonstraram um padrão de crescimento exponencial na população de L. pileatus. Os resultados do modelo médio para o conjunto de modelos candidatos demonstraram efeitos da sazonalidade ambiental sobre as estimativas de sobrevivência aparente, assim como uma relação entre os picos de entrada de novos indivíduos na população e o período reprodutivo, gerando uma oscilação cíclica do tamanho populacional.

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  • ANTONIA ELISSANDRA FREIRE DE SOUZA
  • RESPOSTAS DE Plagioscion squamosissimus (HECKEL, 1840) (PISCES, SCIAENIDAE) A UMA SECA SUPRA SAZONAL COMO DISTÚRBIO EM UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE FERNANDA CAMPAGNA FERNANDES
  • DANIELLE PERETTI FILGUEIRA
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • Data: 31/03/2016

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  • O objetivo desse estudo foi avaliar as respostas ecológicas de Plagioscion squamosissimus frente uma seca supra sazonal como distúrbio ecológico. Os peixes foram capturados no reservatório de Santa Cruz, bacia do rio Apodi/Mossoró, utilizando redes de espera com malhas de diversos tamanho no período de fevereiro de 2010 a novembro de 2014. Foi avaliada a da abundância através da Captura Por Unidade de Esforço em número (CPUEn) e biomassa (CPUEb), e por meio de uma ANOVA one-way e teste de Tukey avaliou-se sua variação temporal. Calculou-se os coeficientes de correlação de Pearson entre a abundância e a chuva acumulada e volume do reservatório. Para o estudo dos conteúdos estomacais foram utilizados os métodos de frequência de ocorrência e volumétrica e o índice de importância alimentar (IAi). Para avaliar a variação do nicho e especialização individual foi utilizado o índice de similaridade proporcional (PSi), presentes no pacote RInSp do software estatístico R. O fator de condição dos indivíduos foi inferida a partir dos parâmetros da relação peso-comprimento determinada pela  equação: Wt = a Lpb; Wt. Para avaliar as diferenças no fator de condição foi realizada uma ANOVA two-way seguida por um teste de Tukey. Registrou-se uma redução na abundância à medida que o nível do reservatório foi diminuindo, sendo esta correlacionada positivamente com volume do reservatório, mas não com chuva acumulada. A dieta de P. squamosissimus foi composta por camarão, gastrópode, material vegetal, peixe, insetos e larva de camarão. Dentre as categorias de itens, o camarão apresentou a maior contribuição em termos de frequência de ocorrência (87,12; 94,31; 78,33; 87,2) em frequência volumétrica (87,2; 78,51; 61,66; 70,74) e valores de IAi (97,25; 98,12; 88,51; 91,83). Em 2010, 2013 e 2014 foi registrado uma maior frequência GR 0 (42,79; 37,77; 38,97), ao passo que em 2011 GR1 e 2012 GR3. Com relação aos estágios de maturação, foi registrado uma maior ocorrência de indivíduos maduros em 2010 (60,77), 2011 (73,39), 2012 (65,58) e 2013 (28,68). Em 2014, a frequência de indivíduos em maturação foi a mais elevada (46,19). O índice de similaridade proporcional (PSi) mostrou elevada similaridade entre a dieta dois indivíduos e da população, e especialização individual em novembro de 2014. As maiores médias do fator de condição foi obtida em 2012 e entre os meses maio, sendo encontrada diferenças significativas tanto entre os anos, como entre os meses. A seca supra sazonal afeta negativamente a espécie através da diminuição da área de habitat levando a redução de sua abundância.


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  • O objetivo desse estudo foi avaliar as respostas ecológicas de Plagioscion squamosissimus frente uma seca supra sazonal como distúrbio ecológico. Os peixes foram capturados no reservatório de Santa Cruz, bacia do rio Apodi/Mossoró, utilizando redes de espera com malhas de diversos tamanho no período de fevereiro de 2010 a novembro de 2014. Foi avaliada a da abundância através da Captura Por Unidade de Esforço em número (CPUEn) e biomassa (CPUEb), e por meio de uma ANOVA one-way e teste de Tukey avaliou-se sua variação temporal. Calculou-se os coeficientes de correlação de Pearson entre a abundância e a chuva acumulada e volume do reservatório. Para o estudo dos conteúdos estomacais foram utilizados os métodos de frequência de ocorrência e volumétrica e o índice de importância alimentar (IAi). Para avaliar a variação do nicho e especialização individual foi utilizado o índice de similaridade proporcional (PSi), presentes no pacote RInSp do software estatístico R. O fator de condição dos indivíduos foi inferida a partir dos parâmetros da relação peso-comprimento determinada pela  equação: Wt = a Lpb; Wt. Para avaliar as diferenças no fator de condição foi realizada uma ANOVA two-way seguida por um teste de Tukey. Registrou-se uma redução na abundância à medida que o nível do reservatório foi diminuindo, sendo esta correlacionada positivamente com volume do reservatório, mas não com chuva acumulada. A dieta de P. squamosissimus foi composta por camarão, gastrópode, material vegetal, peixe, insetos e larva de camarão. Dentre as categorias de itens, o camarão apresentou a maior contribuição em termos de frequência de ocorrência (87,12; 94,31; 78,33; 87,2) em frequência volumétrica (87,2; 78,51; 61,66; 70,74) e valores de IAi (97,25; 98,12; 88,51; 91,83). Em 2010, 2013 e 2014 foi registrado uma maior frequência GR 0 (42,79; 37,77; 38,97), ao passo que em 2011 GR1 e 2012 GR3. Com relação aos estágios de maturação, foi registrado uma maior ocorrência de indivíduos maduros em 2010 (60,77), 2011 (73,39), 2012 (65,58) e 2013 (28,68). Em 2014, a frequência de indivíduos em maturação foi a mais elevada (46,19). O índice de similaridade proporcional (PSi) mostrou elevada similaridade entre a dieta dois indivíduos e da população, e especialização individual em novembro de 2014. As maiores médias do fator de condição foi obtida em 2012 e entre os meses maio, sendo encontrada diferenças significativas tanto entre os anos, como entre os meses. A seca supra sazonal afeta negativamente a espécie através da diminuição da área de habitat levando a redução de sua abundância.

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  • CARLOS WALKER FERNANDES MENEZES
  • EFEITO DA TURBIDEZ E MACROFITAS AQUÁTICAS NO CONSUMO E SELETIVIDADE NO TAMANHO DE PRESAS PELO Cichla kelberi (Kullander & Ferreira, 2006).

  • Orientador : RODRIGO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVELINE DE ALMEIDA FERREIRA
  • RODRIGO FERNANDES
  • RODRIGO SILVA DA COSTA
  • Data: 31/03/2016

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  • Espécies alienígenas são causadoras de diversos impactos ecológicos em ecossistemas aquáticos em todo o mundo. Por exemplo, a introduções de peixes alienígenas de hábito piscívoro têm sido associadas a drásticas reduções na diversidade local de assembleias de peixes nativos, através de mecanismos de predação. Assim, compreender fatores ambientais relacionados à predação e seletividade de peixes piscívoro alienígenas é fundamental para prever impactos. Alguns fatores podem limitar o potencial invasivo e o estabelecimento dessas espécies não nativas devido a redução da captura de presas, tais como turbidez e complexidade de hábitat como a presença de macrófitas como abrigo. Diante disso, este estudo foi necessário para compreender melhor os fatores que podem ser limitantes ao potencial invasivo do predador alienígena Cichla kelberi, no qual foram avaliados experimentalmente em um delineamento inteiramente casualisado os fatores turbidez e complexidade de habitat na forma de presença e ausência de macrófitas. A seletividade de presas foi avaliado pelo índice de Chesson. O experimento foi realizado no centro de aquicultura da UFERSA, em tanques plásticos, contendo aproximadamente 500L de água, cada um com a presença de único predador, que foi submetido a ambientes onde a turbidez apresentava 3 níveis distintos (0, 60 e 120 NTU); 2 de macrófitas (presença e ausência) e ainda foram ofertados 2 tamanhos de presas diferentes (a menor com 2,87 ± 0,25 cm e a maior com 3,91 ± 0,11 cm). Os resultados desse estudo revelaram que em níveis elevados de turbidez (120 NTU) o consumo de presas foi reduzido significativamente; a presença de macrófitas aquáticas não interferiu no consumo do predador e embora tenha sido observado preferência por presas de menor tamanho de Oreochromis niloticus em relação as de maior tamanho, a seletividade não foi significativa. Concluindo, o presente estudo apresentou informações importantes sobre o alienígena C. kelberi e fatores que podem limitar sua predação e também fornece suporte empírico para explicar porque o C. kelberi, um predador voraz, é tão danoso quando introduzido em reservatórios onde ele não é nativo. Combinados, estes resultados suportam a hipótese do estudo e sugerem que o impacto do risco predação será reduzida em ecossistemas aquáticos de alta turbidez.


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  • Espécies alienígenas são causadoras de diversos impactos ecológicos em ecossistemas aquáticos em todo o mundo. Por exemplo, a introduções de peixes alienígenas de hábito piscívoro têm sido associadas a drásticas reduções na diversidade local de assembleias de peixes nativos, através de mecanismos de predação. Assim, compreender fatores ambientais relacionados à predação e seletividade de peixes piscívoro alienígenas é fundamental para prever impactos. Alguns fatores podem limitar o potencial invasivo e o estabelecimento dessas espécies não nativas devido a redução da captura de presas, tais como turbidez e complexidade de hábitat como a presença de macrófitas como abrigo. Diante disso, este estudo foi necessário para compreender melhor os fatores que podem ser limitantes ao potencial invasivo do predador alienígena Cichla kelberi, no qual foram avaliados experimentalmente em um delineamento inteiramente casualisado os fatores turbidez e complexidade de habitat na forma de presença e ausência de macrófitas. A seletividade de presas foi avaliado pelo índice de Chesson. O experimento foi realizado no centro de aquicultura da UFERSA, em tanques plásticos, contendo aproximadamente 500L de água, cada um com a presença de único predador, que foi submetido a ambientes onde a turbidez apresentava 3 níveis distintos (0, 60 e 120 NTU); 2 de macrófitas (presença e ausência) e ainda foram ofertados 2 tamanhos de presas diferentes (a menor com 2,87 ± 0,25 cm e a maior com 3,91 ± 0,11 cm). Os resultados desse estudo revelaram que em níveis elevados de turbidez (120 NTU) o consumo de presas foi reduzido significativamente; a presença de macrófitas aquáticas não interferiu no consumo do predador e embora tenha sido observado preferência por presas de menor tamanho de Oreochromis niloticus em relação as de maior tamanho, a seletividade não foi significativa. Concluindo, o presente estudo apresentou informações importantes sobre o alienígena C. kelberi e fatores que podem limitar sua predação e também fornece suporte empírico para explicar porque o C. kelberi, um predador voraz, é tão danoso quando introduzido em reservatórios onde ele não é nativo. Combinados, estes resultados suportam a hipótese do estudo e sugerem que o impacto do risco predação será reduzida em ecossistemas aquáticos de alta turbidez.

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  • CLARISSE CAROLINE DE OLIVEIRA E SILVA
  • DINÂMICA SAZONAL E ESPACIAL DE UMA COMUNIDADE DE AVES EM AMBIENTE SEMIÁRIDO: UTILIZAÇÃO DE MODELOS DE CAPTURA-RECAPTURA.

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • LUCIANA VIEIRA DE PAIVA
  • MAURO PICHORIM
  • Data: 31/03/2016

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  • Os ambientes semiáridos apresentam alta variação climática sazonal, incluindo uma grande variação na quantidade de chuva ao longo do ano, que desencadeia flutuações nas condições ambientais e na disponibilidade de recursos. Isto consequentemente deve influenciar a variação na riqueza de espécies de Aves no espaço e tempo. Neste estudo utilizamos dados de captura, marcação e recaptura de Aves para avaliar questões como: (1) a riqueza varia sazonalmente e a taxa de mudança é alta, assim como em outros ambientes semiáridos; (2) a variação na riqueza é consequência principalmente da saída temporária de espécies na transição seca-chuva; e (3) o hábitat com menor grau de perturbação antrópica está associado a menor variação sazonal em riqueza e deslocamento de espécies do que o hábitat mais perturbado. As aves foram capturadas, marcadas e recapturadas em uma área semiárida de Caatinga, ao longo de três anos (2012 a 1015), com dois períodos anuais de captura (Seca e chuva). As coletas foram realizadas com redes de neblina, em uma área natural e uma área perturbada. Analisamos os dados no programa Mark, com modelos do tipo Robust Design e CJS. Estimamos emigração temporária, riqueza de espécies, probabilidades de saída e entrada permanente de espécies. As análises mostraram que a sazonalidade é o fator determinante para a emigração temporária, assim como determina a variação na riqueza de espécies. Estimamos que aproximadamente 35% das espécies saem da área de amostragem após o período chuvoso e 85% das espécies que estavam fora, entram na área antes do período chuvoso. A riqueza de espécies estimada foi em média de 33,4 na época seca e 53,2 na época de chuva. Os nossos resultados mostraram que a variação sazonal do regime hídrico é um fator importante na determinação da dinâmica de comunidades e que a riqueza de espécies também é afetada pelas mudanças na fitofisionomia do ambiente.


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  • Os ambientes semiáridos apresentam alta variação climática sazonal, incluindo uma grande variação na quantidade de chuva ao longo do ano, que desencadeia flutuações nas condições ambientais e na disponibilidade de recursos. Isto consequentemente deve influenciar a variação na riqueza de espécies de Aves no espaço e tempo. Neste estudo utilizamos dados de captura, marcação e recaptura de Aves para avaliar questões como: (1) a riqueza varia sazonalmente e a taxa de mudança é alta, assim como em outros ambientes semiáridos; (2) a variação na riqueza é consequência principalmente da saída temporária de espécies na transição seca-chuva; e (3) o hábitat com menor grau de perturbação antrópica está associado a menor variação sazonal em riqueza e deslocamento de espécies do que o hábitat mais perturbado. As aves foram capturadas, marcadas e recapturadas em uma área semiárida de Caatinga, ao longo de três anos (2012 a 1015), com dois períodos anuais de captura (Seca e chuva). As coletas foram realizadas com redes de neblina, em uma área natural e uma área perturbada. Analisamos os dados no programa Mark, com modelos do tipo Robust Design e CJS. Estimamos emigração temporária, riqueza de espécies, probabilidades de saída e entrada permanente de espécies. As análises mostraram que a sazonalidade é o fator determinante para a emigração temporária, assim como determina a variação na riqueza de espécies. Estimamos que aproximadamente 35% das espécies saem da área de amostragem após o período chuvoso e 85% das espécies que estavam fora, entram na área antes do período chuvoso. A riqueza de espécies estimada foi em média de 33,4 na época seca e 53,2 na época de chuva. Os nossos resultados mostraram que a variação sazonal do regime hídrico é um fator importante na determinação da dinâmica de comunidades e que a riqueza de espécies também é afetada pelas mudanças na fitofisionomia do ambiente.

2015
Dissertações
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  • CATHARINA CRISTHINA DE OLIVEIRA SILVA
  • CLEPTOPTILIA PELA AVE TESOURINHA TACHORNIS SQUAMATA (AVES, APODIDAE) NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO


  • Orientador : VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIANA GONCALVES LUNARDI
  • KLEBERSON DE OLIVEIRA PORPINO
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • Data: 25/02/2015

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  • A ave Tachornis squamata, tesourinha rouba penas de outras aves pelo comportamento de cleptoptilia. O objetivo desse estudo foi mostrar o aspecto sinantrópico da espécie tesourinha por meio do comportamento de cleptoptilia em área urbana e área não urbana no nordeste do Brasil. Em área urbana, as coletas de dados foram realizadas entre julho de 2013 e junho de 2014. Em área não urbana, as coletas de dados foram realizadas entre setembro de 2013 a junho de 2014. O comportamento de cleptoptilia foi quantificado por meio dos registrados do número de eventos de cleptoptilia, número de eventos de tentativas de cleptoptilia e o número de eventos no qual tesourinhas coletaram penas que se desprenderam de forma espontânea de outras aves. Foram registrados, em área urbana 39 eventos de cleptoptilia, 385 eventos de tentativas de cleptoptilia e 875 eventos de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Foram registrados, em área não urbana 25 eventos de cleptoptilia e 49 eventos de tentativas de cleptoptilia nessa área não foram registrados eventos de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Nesse estudo, o tesourinha em área urbana foi registrado a coleta de penas por cleptoptilia e por meio de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Em área não urbana, o tesourinha apenas coletou penas por meio do comportamento de cleptoptilia. O comportamento do tesourinha diferenciado nas duas áreas de estudo pode ser em parte explicado, pelo comportamento sinantrópico dessa espécie.


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  • A ave Tachornis squamata, tesourinha rouba penas de outras aves pelo comportamento de cleptoptilia. O objetivo desse estudo foi mostrar o aspecto sinantrópico da espécie tesourinha por meio do comportamento de cleptoptilia em área urbana e área não urbana no nordeste do Brasil. Em área urbana, as coletas de dados foram realizadas entre julho de 2013 e junho de 2014. Em área não urbana, as coletas de dados foram realizadas entre setembro de 2013 a junho de 2014. O comportamento de cleptoptilia foi quantificado por meio dos registrados do número de eventos de cleptoptilia, número de eventos de tentativas de cleptoptilia e o número de eventos no qual tesourinhas coletaram penas que se desprenderam de forma espontânea de outras aves. Foram registrados, em área urbana 39 eventos de cleptoptilia, 385 eventos de tentativas de cleptoptilia e 875 eventos de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Foram registrados, em área não urbana 25 eventos de cleptoptilia e 49 eventos de tentativas de cleptoptilia nessa área não foram registrados eventos de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Nesse estudo, o tesourinha em área urbana foi registrado a coleta de penas por cleptoptilia e por meio de penas coletadas que se desprenderam espontaneamente de outras aves. Em área não urbana, o tesourinha apenas coletou penas por meio do comportamento de cleptoptilia. O comportamento do tesourinha diferenciado nas duas áreas de estudo pode ser em parte explicado, pelo comportamento sinantrópico dessa espécie.

2
  • JANIO LOPES TORQUATO
  •  PRODUÇÃO E CONSUMO DE FRUTOS ZOOCÓRICOS EM DOIS FRAGMENTOS FLORESTAIS DO OESTE DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.


  • Orientador : VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
  • DIANA GONCALVES LUNARDI
  • RAMIRO GUSTAVO VALERA CAMACHO
  • Data: 26/02/2015

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  • A disponibilidade de frutos carnosos em fragmentos florestais é essencial para a sobrevivência de diversas espécies da fauna. A desvantagem dos pequenos fragmentos para a fauna nativa é a diminuição da abundância de frutos carnosos ao longo do tempo, principalmente no período de escassez de alimentos. Junto ao período de escassez de alimento há um fator ambiental, a precipitação pluviométrica, que influencia diretamente na produção de frutos de plantas zoocóricas e, consequentemente, na dieta e sobrevivência da fauna. O objetivo deste estudo foi comparar a produção e o consumo de frutos zoocóricos em fragmentos florestais no oeste potiguar nordestino. O estudo foi realizado em dois fragmentos florestais: Parque Nacional da Furna Feia–PARNA Furna Feia (8.517ha) e a Trilha dos Polinizadores–TRIPOL (26ha), durante junho de 2013 a julho de 2014. A coleta de dados foi realizada a cada 15 dias em trilhas pré-estabelecidas nos fragmentos florestais. A contagem dos frutos zoocóricos maduros nos fragmentos florestais foi realizada de duas formas: estimativa e absoluta. A dieta dos animais foi analisada por meio de fezes coletadas nas trilhas e triadas no laboratório ECOMOL/UFERSA. Os animais frugívoros foram registrados com o auxílio da câmera armadilha utilizando frutos de espécies nativas da Caatinga como isca. Os dados de precipitação pluviométrica foram obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia–INMET. No total foram registrados 270 indivíduos frutificando, sendo 13 espécies zoocóricas e nove famílias botânicas. Das 13 espécies zoocóricas foram registradas 11 que produziram frutos, sendo que 10 frutificaram no período chuvoso. A abundância absoluta acumulada de frutos maduros registrados na TRIPOL (n = 36.494; 15,7 frutos/m²) foi maior do que no PARNA Furna Feia (n = 27.168; 3,7 frutos/m²). Na TRIPOL, as espécies que produziram mais frutos foram: Spondias tuberosa, Ziziphus joazeiro, Lantana camara, Tournefortia volubilis e Phoradendron affine. No PARNA Furna Feia, as espécies que produziram mais frutos foram: Ziziphus joazeiro e Commiphora leptophloeos. A relação entre a abundância de frutos zoocóricos e a precipitação pluviométrica foi significativa na TRIPOL (rs = 0,5438; p = 0,0041), mas não houve relação significativa no PARNA Furna Feia (rs = 0,1973; p = 0,3337). Não houve relação significativa entre a abundância de frutos zoocóricos e o número de sementes registradas nas fezes. No total de amostras de fezes coletadas e analisadas foram registradas 666 sementes na TRIPOL e 4.281 sementes no PARNA Furna Feia. Do total de sementes encontradas nas fezes, as espécies T. volubilis e Sideroxylon obtusifolium representaram 55,2% e 72,2% do total de sementes, respectivamente. Os animais registrados pelas câmeras armadilha consumindo os frutos iscas nos fragmentos floretais foram: Tupinambis merianae, Ameiva ameiva, Turdus rufiventris, Mimus saturninus, Coereba flaveola, Cyanocorax cyanopogon, Cerdocyon thous e Callithrix jacchus. A C. thous e a C. cyanopogon foram as duas espécies que mais consumiram os frutos isca da Copernicia prunifera e do Cereus jamacaru, respectivamente. As espécies C. thous e o C. cyanopogon podem ser importantes dispersores de sementes em fragmentos florestais.  Os frutos das espécies T. volubilis e S. obtusifolium são importantes fonte de alimento para a fauna em fragmentos florestais de Caatinga, com destaque para S. obtusifolium que disponibiliza frutos maduros durante o período de escassez de frutos carnosos.


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  • A disponibilidade de frutos carnosos em fragmentos florestais é essencial para a sobrevivência de diversas espécies da fauna. A desvantagem dos pequenos fragmentos para a fauna nativa é a diminuição da abundância de frutos carnosos ao longo do tempo, principalmente no período de escassez de alimentos. Junto ao período de escassez de alimento há um fator ambiental, a precipitação pluviométrica, que influencia diretamente na produção de frutos de plantas zoocóricas e, consequentemente, na dieta e sobrevivência da fauna. O objetivo deste estudo foi comparar a produção e o consumo de frutos zoocóricos em fragmentos florestais no oeste potiguar nordestino. O estudo foi realizado em dois fragmentos florestais: Parque Nacional da Furna Feia–PARNA Furna Feia (8.517ha) e a Trilha dos Polinizadores–TRIPOL (26ha), durante junho de 2013 a julho de 2014. A coleta de dados foi realizada a cada 15 dias em trilhas pré-estabelecidas nos fragmentos florestais. A contagem dos frutos zoocóricos maduros nos fragmentos florestais foi realizada de duas formas: estimativa e absoluta. A dieta dos animais foi analisada por meio de fezes coletadas nas trilhas e triadas no laboratório ECOMOL/UFERSA. Os animais frugívoros foram registrados com o auxílio da câmera armadilha utilizando frutos de espécies nativas da Caatinga como isca. Os dados de precipitação pluviométrica foram obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia–INMET. No total foram registrados 270 indivíduos frutificando, sendo 13 espécies zoocóricas e nove famílias botânicas. Das 13 espécies zoocóricas foram registradas 11 que produziram frutos, sendo que 10 frutificaram no período chuvoso. A abundância absoluta acumulada de frutos maduros registrados na TRIPOL (n = 36.494; 15,7 frutos/m²) foi maior do que no PARNA Furna Feia (n = 27.168; 3,7 frutos/m²). Na TRIPOL, as espécies que produziram mais frutos foram: Spondias tuberosa, Ziziphus joazeiro, Lantana camara, Tournefortia volubilis e Phoradendron affine. No PARNA Furna Feia, as espécies que produziram mais frutos foram: Ziziphus joazeiro e Commiphora leptophloeos. A relação entre a abundância de frutos zoocóricos e a precipitação pluviométrica foi significativa na TRIPOL (rs = 0,5438; p = 0,0041), mas não houve relação significativa no PARNA Furna Feia (rs = 0,1973; p = 0,3337). Não houve relação significativa entre a abundância de frutos zoocóricos e o número de sementes registradas nas fezes. No total de amostras de fezes coletadas e analisadas foram registradas 666 sementes na TRIPOL e 4.281 sementes no PARNA Furna Feia. Do total de sementes encontradas nas fezes, as espécies T. volubilis e Sideroxylon obtusifolium representaram 55,2% e 72,2% do total de sementes, respectivamente. Os animais registrados pelas câmeras armadilha consumindo os frutos iscas nos fragmentos floretais foram: Tupinambis merianae, Ameiva ameiva, Turdus rufiventris, Mimus saturninus, Coereba flaveola, Cyanocorax cyanopogon, Cerdocyon thous e Callithrix jacchus. A C. thous e a C. cyanopogon foram as duas espécies que mais consumiram os frutos isca da Copernicia prunifera e do Cereus jamacaru, respectivamente. As espécies C. thous e o C. cyanopogon podem ser importantes dispersores de sementes em fragmentos florestais.  Os frutos das espécies T. volubilis e S. obtusifolium são importantes fonte de alimento para a fauna em fragmentos florestais de Caatinga, com destaque para S. obtusifolium que disponibiliza frutos maduros durante o período de escassez de frutos carnosos.

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  • EUDILENA LAURINDO DE MEDEIROS
  • DENSIDADE DO GASTRÓPODE INVASOR MELANOIDES TUBERCULATA (MÜLLER, 1774) ASSOCIADO ÀS MACRÓFITAS AQUÁTICAS EGERIA DENSA E CHARA INDICA

  • Orientador : GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO HENRIQUE GONZAGA DA SILVA
  • INES XAVIER MARTINS
  • IRON MACEDO DANTAS
  • Data: 27/02/2015

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  • Nos últimos anos os estudos sobre moluscos invasores vêm se tornando cada vez mais importantes em decorrência dos impactos que esses organismos causam ao ambiente, a economia e a saúde do ser humano. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi verificar a influência da macrófitas aquáticas Egeria densa e Chara indica sobre a densidade do molusco invasor Melanoides tuberculata. O estudo foi desenvolvido no reservatório de Santa Cruz, Apodi, semiárido brasileiro, nos meses de setembro/2013 e abril/2014. Nestes meses foram selecionadas aleatoriamente quatro áreas dentro de um banco da macrófita E. densa, quatro áreas de um banco da macrófita C. indica e quatro áreas sem a ocorrência de E. densa e C. indica. Com o auxílio de um coletor circular foram coletas amostras de ambas as espécies vegetais e de molusco para a determinação da densidade do gastrópode. As variáveis físicas e químicas da água foram obtidas com um multisensor de variáveis limnológicas em cada ponto de coleta. Também foram coletados fragmentos das macrófitas para determinação da complexidade do habitat. Os resultados mostraram que no mês de Setembro/2013 a densidade média do molusco M. tuberculata no banco da Chara indica (9729,6 ind.m-2) foi significativamente superior à densidade do molusco no banco de Egeria densa (2279,3 ind.m-2) e a densidade das regiões sem macrófitas (455,8 ind.m-2). Já no mês de abril/2014, as densidades nos bancos de C. indica e E. densa foram significativamente semelhantes com valores de 8891,7 ind.m-2 e 7971,3 ind.m-2 respectivamente, porém ambas densidades diferiram significativamente da região sem macrófitas. Conclui-se por tanto que a presença da C. indica foi importante para as altas densidades do molusco no mês de Setembro/2013, porém no mês de Abril/2014 em que, as chuvas foram mais escassas comparadas ao ano anterior, tanto a C. indica, quanto a E. densa foram importantes para as elevadas densidades do molusco invasor M. tuberculta.


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  • Nos últimos anos os estudos sobre moluscos invasores vêm se tornando cada vez mais importantes em decorrência dos impactos que esses organismos causam ao ambiente, a economia e a saúde do ser humano. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi verificar a influência da macrófitas aquáticas Egeria densa e Chara indica sobre a densidade do molusco invasor Melanoides tuberculata. O estudo foi desenvolvido no reservatório de Santa Cruz, Apodi, semiárido brasileiro, nos meses de setembro/2013 e abril/2014. Nestes meses foram selecionadas aleatoriamente quatro áreas dentro de um banco da macrófita E. densa, quatro áreas de um banco da macrófita C. indica e quatro áreas sem a ocorrência de E. densa e C. indica. Com o auxílio de um coletor circular foram coletas amostras de ambas as espécies vegetais e de molusco para a determinação da densidade do gastrópode. As variáveis físicas e químicas da água foram obtidas com um multisensor de variáveis limnológicas em cada ponto de coleta. Também foram coletados fragmentos das macrófitas para determinação da complexidade do habitat. Os resultados mostraram que no mês de Setembro/2013 a densidade média do molusco M. tuberculata no banco da Chara indica (9729,6 ind.m-2) foi significativamente superior à densidade do molusco no banco de Egeria densa (2279,3 ind.m-2) e a densidade das regiões sem macrófitas (455,8 ind.m-2). Já no mês de abril/2014, as densidades nos bancos de C. indica e E. densa foram significativamente semelhantes com valores de 8891,7 ind.m-2 e 7971,3 ind.m-2 respectivamente, porém ambas densidades diferiram significativamente da região sem macrófitas. Conclui-se por tanto que a presença da C. indica foi importante para as altas densidades do molusco no mês de Setembro/2013, porém no mês de Abril/2014 em que, as chuvas foram mais escassas comparadas ao ano anterior, tanto a C. indica, quanto a E. densa foram importantes para as elevadas densidades do molusco invasor M. tuberculta.

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  • FRANCISCA MARIANA RUFINO DE OLIVEIRA SILVA
  • BIOLOGIA POPULACIONAL, CRESCIMENTO ALOMÉTRICO E ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO CARANGUEJO UCA (UCA) MARACOANI (LATREILLE, 1802-1803) (DECAPODA:OCYPODIDAE) EM UM ESTUÁRIO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

  • Orientador : LUIS ERNESTO ARRUDA BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • LUIS ERNESTO ARRUDA BEZERRA
  • Data: 28/02/2015

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  • Os fatores populacionais, o crescimento alométrico e o estado de conservação do caranguejo Uca (Uca) maracoani encontrados no estuário da Praia da Baixa Grande, Nordeste do Brasil (4°55’90”S, 37°04’51”W) foram estudados no período de junho de 2013 a junho de 2014. A biologia populacional foi analisada quanto à estrutura etária, tamanho médio, razão sexual e lateralidade dos quelípodos. A coleta dos animais se deu por meio de esforço de captura (CPUE) de uma pessoa durante 60 min. em período de marés baixas diurnas de sizígia. Foram coletados 404 indivíduos, dos quais 315 eram machos, 87 fêmeas não ovígeras e 2 fêmeas ovígeras. Os machos apresentaram tamanho médio de largura da carapaça de 27,1 ± 5,47 mm e foram significativamente maiores do que as fêmeas não ovígeras (T= 6,6352; p < 0,0001), que tiveram tamanho médio de 23,4 ± 4,27 mm. A distribuição das classes etárias foi unimodal e não diferiu da normalidade para machos (KS=0,08,  p > 0.0001) e fêmeas não ovígeras  (KS=0,16, p > 0.0001). A proporção sexual total foi desviada a favor dos machos (3,5:1; c2=129,6; p < 0,001). Todos os meses apresentaram maior ocorrência de machos do que fêmeas na população. A proporção de machos tendo o quelípodo maior do lado direito (143 animais) ou esquerdo (174 animais) não diferiu da razão esperada de 1:1 (1:0,82; c2 = 3.032; p < 0,001). O estudo das relações alométricas se baseou nas relações entre largura da carapaça e tamanho do quelípodo maior para os machos e largura da carapaça e largura do abdômen para as fêmeas. Estas relações foram aferidas em 294 machos e 89 fêmeas. Foi utilizado o programa REGRANS para as análises de alometria dos animais coletados. Os machos foram maiores do que as fêmeas e o ponto de maturidade para os machos foi 20,29 mm de LC, enquanto para as fêmeas foi de 20,09 mm de LC. O crescimento apresentou um padrão alométrico positivo para a maioria das análises, apenas o crescimento das fêmeas adultas se mostrou isométrico. Já para a caracterização do estado de conservação da população de Uca (U.) maracoani, foi utilizada a metodologia proposta pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) a qual é adotada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) na elaboração da lista das espécies ameaçadas da fauna brasileira. Com base nos critérios, foi possível caracterizar a espécie como Menos Preocupante (LC) entre as 11 categorias existentes, que vão desde Não Avaliado (NE) até Extinto (EX).


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  • Os fatores populacionais, o crescimento alométrico e o estado de conservação do caranguejo Uca (Uca) maracoani encontrados no estuário da Praia da Baixa Grande, Nordeste do Brasil (4°55’90”S, 37°04’51”W) foram estudados no período de junho de 2013 a junho de 2014. A biologia populacional foi analisada quanto à estrutura etária, tamanho médio, razão sexual e lateralidade dos quelípodos. A coleta dos animais se deu por meio de esforço de captura (CPUE) de uma pessoa durante 60 min. em período de marés baixas diurnas de sizígia. Foram coletados 404 indivíduos, dos quais 315 eram machos, 87 fêmeas não ovígeras e 2 fêmeas ovígeras. Os machos apresentaram tamanho médio de largura da carapaça de 27,1 ± 5,47 mm e foram significativamente maiores do que as fêmeas não ovígeras (T= 6,6352; p < 0,0001), que tiveram tamanho médio de 23,4 ± 4,27 mm. A distribuição das classes etárias foi unimodal e não diferiu da normalidade para machos (KS=0,08,  p > 0.0001) e fêmeas não ovígeras  (KS=0,16, p > 0.0001). A proporção sexual total foi desviada a favor dos machos (3,5:1; c2=129,6; p < 0,001). Todos os meses apresentaram maior ocorrência de machos do que fêmeas na população. A proporção de machos tendo o quelípodo maior do lado direito (143 animais) ou esquerdo (174 animais) não diferiu da razão esperada de 1:1 (1:0,82; c2 = 3.032; p < 0,001). O estudo das relações alométricas se baseou nas relações entre largura da carapaça e tamanho do quelípodo maior para os machos e largura da carapaça e largura do abdômen para as fêmeas. Estas relações foram aferidas em 294 machos e 89 fêmeas. Foi utilizado o programa REGRANS para as análises de alometria dos animais coletados. Os machos foram maiores do que as fêmeas e o ponto de maturidade para os machos foi 20,29 mm de LC, enquanto para as fêmeas foi de 20,09 mm de LC. O crescimento apresentou um padrão alométrico positivo para a maioria das análises, apenas o crescimento das fêmeas adultas se mostrou isométrico. Já para a caracterização do estado de conservação da população de Uca (U.) maracoani, foi utilizada a metodologia proposta pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) a qual é adotada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) na elaboração da lista das espécies ameaçadas da fauna brasileira. Com base nos critérios, foi possível caracterizar a espécie como Menos Preocupante (LC) entre as 11 categorias existentes, que vão desde Não Avaliado (NE) até Extinto (EX).

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  • MARIA VALDETE DA COSTA
  • RECUPERAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO POR PETRÓLEO USANDO BIOESTIMULAÇÃO

  • Orientador : CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • DANIELLE MARIE MACEDO SOUSA
  • ELIS REGINA COSTA DE MORAIS
  • Data: 25/03/2015

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  • O estudo da recuperação de áreas contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo surgiu em virtude do grande impacto ambiental decorrente de acidentes envolvendo derrames de petróleo, na extração, transporte em dutos, embarcações e unidades industriais.  Ultimamente, o processo de biorremediação tem sido uma alternativa para reduzir ou remediar as contaminações no ambiente provocado pelo petróleo, utilizando a estimulação da microbiota indígena do solo com fertilizantes. Desta forma, objetivou-se avaliar a capacidade de biorremediação de solo contaminado com compostos oleosos, utilizando a técnica de bioestimulação como uma alternativa capaz de tratar adequadamente as contaminações em solos decorrentes de derrames de petróleo. O solo foi contaminado com petróleo e bioestimulado com NPK. Os experimentos foram realizados durante 105 dias e a cada 7 dias determinada a produção de C-CO2. Quanto à melhores resultados para produção de C-CO2, obteve-se o valor de 3.539,40 mg kg-1 para as doses de 9,20 para o petróleo e de 9,74 para o NPK.


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  • O estudo da recuperação de áreas contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo surgiu em virtude do grande impacto ambiental decorrente de acidentes envolvendo derrames de petróleo, na extração, transporte em dutos, embarcações e unidades industriais.  Ultimamente, o processo de biorremediação tem sido uma alternativa para reduzir ou remediar as contaminações no ambiente provocado pelo petróleo, utilizando a estimulação da microbiota indígena do solo com fertilizantes. Desta forma, objetivou-se avaliar a capacidade de biorremediação de solo contaminado com compostos oleosos, utilizando a técnica de bioestimulação como uma alternativa capaz de tratar adequadamente as contaminações em solos decorrentes de derrames de petróleo. O solo foi contaminado com petróleo e bioestimulado com NPK. Os experimentos foram realizados durante 105 dias e a cada 7 dias determinada a produção de C-CO2. Quanto à melhores resultados para produção de C-CO2, obteve-se o valor de 3.539,40 mg kg-1 para as doses de 9,20 para o petróleo e de 9,74 para o NPK.

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  • JOELMA MEDEIROS DANTAS
  • RESPOSTA GERMINATIVA DE SEMENTES DE LIBIDIBIA FÉRREA SUBMETIDAS A FATORES ABIÓTICOS

  • Orientador : CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CELSEMY ELEUTERIO MAIA
  • ELIS REGINA COSTA DE MORAIS
  • DANIELLE MARIE MACEDO SOUSA
  • Data: 27/03/2015

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  • A Libidibia ferrea Martius, é uma planta da família Leguminosae-Caesalpinoidae, vulgarmente conhecida como jucá ou pau-ferro é comumente encontrada na Caatinga do nordeste brasileiro. O trabalho objetivou estudar a resposta germinativa de sementes em uma espécie vegetal da caatinga em função de temperaturas e variação do potencial osmótico. A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN. O trabalho foi dividido em dois experimentos. No primeiro experimento foi realizado a curva de absorção das sementes em condutividades elétricas (CE) distintas, de 0dS/m (testemunha), 5dS/m, 10dS/m, 15 dS/m e 20dS/m nas temperaturas constantes de 15, 22, 27, 32 e 40°C. No segundo experimento foi observado os efeitos do potencial osmótico (0, 5, 10 15 e 20dS/m) e temperaturas constantes (15, 22, 27, 32, e 40), na germinação das sementes. Conclui-se com este trabalho que a CE influenciou na absorção de água pelas sementes de jucá. Em temperaturas mais elevadas a absorção é mais rápida, mas com o aumento da CE a absorção diminui. A melhor porcentagem de germinação foi encontrada na temperatura de 27°C. A CE influenciou na germinação, IVG e no comprimento das plântulas de jucá a medida que aumentou a concentração de sais.


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  • A Libidibia ferrea Martius, é uma planta da família Leguminosae-Caesalpinoidae, vulgarmente conhecida como jucá ou pau-ferro é comumente encontrada na Caatinga do nordeste brasileiro. O trabalho objetivou estudar a resposta germinativa de sementes em uma espécie vegetal da caatinga em função de temperaturas e variação do potencial osmótico. A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN. O trabalho foi dividido em dois experimentos. No primeiro experimento foi realizado a curva de absorção das sementes em condutividades elétricas (CE) distintas, de 0dS/m (testemunha), 5dS/m, 10dS/m, 15 dS/m e 20dS/m nas temperaturas constantes de 15, 22, 27, 32 e 40°C. No segundo experimento foi observado os efeitos do potencial osmótico (0, 5, 10 15 e 20dS/m) e temperaturas constantes (15, 22, 27, 32, e 40), na germinação das sementes. Conclui-se com este trabalho que a CE influenciou na absorção de água pelas sementes de jucá. Em temperaturas mais elevadas a absorção é mais rápida, mas com o aumento da CE a absorção diminui. A melhor porcentagem de germinação foi encontrada na temperatura de 27°C. A CE influenciou na germinação, IVG e no comprimento das plântulas de jucá a medida que aumentou a concentração de sais.

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  • THIAGO FELIPE FONSECA NUNES DE OLIVEIRA
  • UM ESTRANHO NO NINHO: A RELAÇÃO ENTRE UMA ESPÉCIE DE ABELHA SEM FERRÃO TERMITÓFILA OBRIGATÓRIA (Partamona seridoensis) E CUPINS NO SEMIÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MICHAEL HRNCIR
  • DIRK KOEDAM
  • Data: 31/03/2015

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  • Térmitas são insetos eusociais que em sua maioria constroem estruturas bastante elaboradas para abrigar a colônia, essas estruturas são chamadas de termiteiros. Além dos próprios térmitas diversas espécies chamadas de térmitófilas se adaptaram a viver dentro dos termiteiros. A relação entre térmitas e termitófilos podem ser negativas, neutras ou positivas para os térmitas. Este estudo analisou um caso de termitofilia envolvendo a abelha Partamona seridoenses Pedro & Camargo 2003 e três espécies de térmitas, Microcerotermes exiguus Hagen 1858, Constrictotermes cyphergaster Silvestri 1901 e Nasutitermes corniger, Motschulsky 1855. Investigamos a existência de comportamentos agressivos entre abelhas e térmitas afim de melhor entender essa relação e o padrão de escolha de termiteiros pelas abelhas. Cada espécie de térmita foi colocada separadamente em contato com as abelhas em um experimento dentro de arenas. Foram registrados o número de comportamentos agressivos, além da medição do tempo de sobrevivência das abelhas, bem como os casos de morte da abelha pela ação dos cupins e sem ação dos cupins. Observamos que a nidificação das abelhas em termiteiros de C. cyphergaster e M. exiguus foi mais frequente do que em N. corniger, sendo que esta espécie apresentou maior número de agressões e causou mais mortes de abelhas. Portanto, sugerimos que a relação entre Partamona seridoenses e os térmitas seria um caso de parasitismo social.


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  • Térmitas são insetos eusociais que em sua maioria constroem estruturas bastante elaboradas para abrigar a colônia, essas estruturas são chamadas de termiteiros. Além dos próprios térmitas diversas espécies chamadas de térmitófilas se adaptaram a viver dentro dos termiteiros. A relação entre térmitas e termitófilos podem ser negativas, neutras ou positivas para os térmitas. Este estudo analisou um caso de termitofilia envolvendo a abelha Partamona seridoenses Pedro & Camargo 2003 e três espécies de térmitas, Microcerotermes exiguus Hagen 1858, Constrictotermes cyphergaster Silvestri 1901 e Nasutitermes corniger, Motschulsky 1855. Investigamos a existência de comportamentos agressivos entre abelhas e térmitas afim de melhor entender essa relação e o padrão de escolha de termiteiros pelas abelhas. Cada espécie de térmita foi colocada separadamente em contato com as abelhas em um experimento dentro de arenas. Foram registrados o número de comportamentos agressivos, além da medição do tempo de sobrevivência das abelhas, bem como os casos de morte da abelha pela ação dos cupins e sem ação dos cupins. Observamos que a nidificação das abelhas em termiteiros de C. cyphergaster e M. exiguus foi mais frequente do que em N. corniger, sendo que esta espécie apresentou maior número de agressões e causou mais mortes de abelhas. Portanto, sugerimos que a relação entre Partamona seridoenses e os térmitas seria um caso de parasitismo social.

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  • MARIA ERIVANIR RODRIGUES NUNES
  • EFEITOS DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS NÃO FORMAIS NA SENSIBILIZAÇÃO DE ADOLESCENTES PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: UMA ASSOCIAÇÃO ENTRE PESQUISA CIENTÍFICA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.

  • Orientador : LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO FERNANDES FRANCA
  • LUCIANA VIEIRA DE PAIVA
  • RAMIRO GUSTAVO VALERA CAMACHO
  • Data: 10/04/2015

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  • O desenvolvimento de intervenções ambientais dentro do ensino básico indica ser uma relevante medida para o alcance dos objetivos propostos para a Educação Ambiental (EA). Neste estudo utilizamos a pesquisa científica como ferramenta chave para a construção de conhecimento e sensibilização ambiental na Caatinga. Investigamos as seguintes hipóteses: (1) o ganho em conhecimento está relacionado ao ganho de interesse pela conservação da biodiversidade, (2) a presença de atividades práticas resulta em um maior grau de absorção de conhecimento e formação de interesse pela conservação da natureza e (3) o nível de envolvimento está relacionado ao ganho de conhecimentos e interesse pela conservação da natureza. Constitui o tamanho amostral 132 estudantes da segunda série de uma escola pública do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Os dados foram obtidos por meio de aplicações de pré-teste antes da intervenção e pós-teste em três níveis de intensidade de participação (baixo, médio e alto) após as ações de intervenção. Os resultados encontrados evidenciaram que quanto maior o envolvimento dos estudantes nas atividades práticas em ambientes naturais, maior o ganho de conhecimento (controle ≠ nível alto: de percentual de acerto) e de interesse na priorização de ações de conservação ambiental (≠ entre controle e nível alto de 2.3 pontos e a ≠ entre controle e nível médio de 1.5 pontos). Não houve ganhos de conhecimento ou interesse na conservação ambiental nos participantes que atuaram como espectadores em uma atividade tipo workshop na intervenção. Assim a associação do conhecimento e o envolvimento ativo dos estudantes em ações de EA é um estímulo ao aprendizado ambiental, provocando mudanças na compreensão e na forma de utilizar os espaços naturais, bem como propiciando uma melhor assimilação do conhecimento. Tais aspectos contribuem para modificar os significados ambientais construídos pelos estudantes e despertar o interesse e o desejo de conservação do meio ambiente.


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  • O desenvolvimento de intervenções ambientais dentro do ensino básico indica ser uma relevante medida para o alcance dos objetivos propostos para a Educação Ambiental (EA). Neste estudo utilizamos a pesquisa científica como ferramenta chave para a construção de conhecimento e sensibilização ambiental na Caatinga. Investigamos as seguintes hipóteses: (1) o ganho em conhecimento está relacionado ao ganho de interesse pela conservação da biodiversidade, (2) a presença de atividades práticas resulta em um maior grau de absorção de conhecimento e formação de interesse pela conservação da natureza e (3) o nível de envolvimento está relacionado ao ganho de conhecimentos e interesse pela conservação da natureza. Constitui o tamanho amostral 132 estudantes da segunda série de uma escola pública do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Os dados foram obtidos por meio de aplicações de pré-teste antes da intervenção e pós-teste em três níveis de intensidade de participação (baixo, médio e alto) após as ações de intervenção. Os resultados encontrados evidenciaram que quanto maior o envolvimento dos estudantes nas atividades práticas em ambientes naturais, maior o ganho de conhecimento (controle ≠ nível alto: de percentual de acerto) e de interesse na priorização de ações de conservação ambiental (≠ entre controle e nível alto de 2.3 pontos e a ≠ entre controle e nível médio de 1.5 pontos). Não houve ganhos de conhecimento ou interesse na conservação ambiental nos participantes que atuaram como espectadores em uma atividade tipo workshop na intervenção. Assim a associação do conhecimento e o envolvimento ativo dos estudantes em ações de EA é um estímulo ao aprendizado ambiental, provocando mudanças na compreensão e na forma de utilizar os espaços naturais, bem como propiciando uma melhor assimilação do conhecimento. Tais aspectos contribuem para modificar os significados ambientais construídos pelos estudantes e despertar o interesse e o desejo de conservação do meio ambiente.

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  • MARÍLIA ARAÚJO DA SILVA
  • EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS DE POLINIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE TOMATE CEREJA (SOLANUM LYCOPERSICUM VAR. CERASIFORME) E BERINJELA (SOLANUM MELONGENA) EM CASA DE VEGETAÇÃO

  • Orientador : MICHAEL HRNCIR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MICHAEL HRNCIR
  • FRANCISCO DE ASSIS DE OLIVEIRA
  • AIRTON TORRES CARVALHO
  • Data: 13/04/2015

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  • O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes tipos de polinização na quantidade e qualidade de tomate cereja e berinjela cultivado em casa de vegetação, bem como o comportamento de Scaptotrigona sp e M. subnitida em casa de vegetação. A pesquisa foi realizada em uma casa de vegetação localizada no campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), município de Mossoró/RN. Foram realizados dois experimentos, sendo que para o estudo com tomate cereja foram utilizadas três colônias de M. subnitida no interior da casa de vegetação e para a cultura da berinjela foram transferidas duas colônias de Scaptotrigona sp, sendo que uma das colônias foi disposta entre as fileiras de plantas (colônia 1) e a outra foi colocada no exterior da casa de vegetação (colônia 2) com um tubo que permitia o livre o acesso das forrageiras ao interior da casa de vegetação. Para verificação do padrão de atividade diária de Scaptotrigona sp, foram realizadas observações de 10 minutos a cada hora das 06:00h as 18:00h, e a contagem do número de abelhas entrando e saindo de ambas as colônias. Foi realizada a medição da temperatura em ambos os experimentos. No primeiro a temperatura foi medida através de um termo-higrômetro uma vez ao dia. No segundo, um datilógrafo com 4 sensores foi colocado no interior da casa de vegetação, sendo que um sensor ficou dentro da casa de vegetação, outro do lado de fora e os outros dois um em cada colônia na região de cria, realizando medidas da temperatura a cada 5 minutos. Para verificar os requerimentos de polinização em ambas as culturas, foram realizados quatro tratamentos: polinização livre, autopolinização, polinização manual por vibração e polinização cruzada manual, comparando a quantidade e qualidade dos frutos obtidos de cada tratamento, como peso, comprimento e circunferência e número de sementes produzidas. A temperatura máxima média no primeiro experimento foi de 44,2 ºC e a temperatura mínima média foi de 23,4 ºC. Já no segundo experimento foi constatado que a temperatura no interior da casa de vegetação e em seu exterior mantiveram-se semelhantes, assim como a temperatura no interior de ambas as colônias. Os resultados obtidos mostram que a saída das abelhas (Scaptotrigona sp) da colônia 1 começa às 08:00h e termina às 18:00h, entretanto a atividade foi mais intensa no período da tarde com pico as 15:00hs. Já as forrageiras da colônia 2 iniciaram as atividades as 07:00hs e cessaram as 18:00hs, com pico de atividade as 10:00hs, sendo que as atividades duraram todo o dia. Tanto a Scaptotrigona sp como a M. subnitida não visitaram as flores durante o período em que foram mantidas na casa de vegetação. Para a cultura do tomate o tratamento que apresentou a maior quantidade de frutos e os maiores, mais pesados e com maior número de sementes foi a Polinização por vibração manual (PVM). Para a berinjela o tratamento de polinização cruzada manual (PCM) apresentou os maiores valores em relação a número de frutos produzidos e com maior número de sementes quando comparados com os demais tratamentos, entretanto o peso, comprimento e circunferência dos frutos não diferiram entre os tratamentos. Entretanto são necessários mais estudos para determinar o verdadeiro potencial de Scaptotrigona sp e M. subnitida como polinizador de culturas em casa de vegetação.


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  • O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes tipos de polinização na quantidade e qualidade de tomate cereja e berinjela cultivado em casa de vegetação, bem como o comportamento de Scaptotrigona sp e M. subnitida em casa de vegetação. A pesquisa foi realizada em uma casa de vegetação localizada no campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), município de Mossoró/RN. Foram realizados dois experimentos, sendo que para o estudo com tomate cereja foram utilizadas três colônias de M. subnitida no interior da casa de vegetação e para a cultura da berinjela foram transferidas duas colônias de Scaptotrigona sp, sendo que uma das colônias foi disposta entre as fileiras de plantas (colônia 1) e a outra foi colocada no exterior da casa de vegetação (colônia 2) com um tubo que permitia o livre o acesso das forrageiras ao interior da casa de vegetação. Para verificação do padrão de atividade diária de Scaptotrigona sp, foram realizadas observações de 10 minutos a cada hora das 06:00h as 18:00h, e a contagem do número de abelhas entrando e saindo de ambas as colônias. Foi realizada a medição da temperatura em ambos os experimentos. No primeiro a temperatura foi medida através de um termo-higrômetro uma vez ao dia. No segundo, um datilógrafo com 4 sensores foi colocado no interior da casa de vegetação, sendo que um sensor ficou dentro da casa de vegetação, outro do lado de fora e os outros dois um em cada colônia na região de cria, realizando medidas da temperatura a cada 5 minutos. Para verificar os requerimentos de polinização em ambas as culturas, foram realizados quatro tratamentos: polinização livre, autopolinização, polinização manual por vibração e polinização cruzada manual, comparando a quantidade e qualidade dos frutos obtidos de cada tratamento, como peso, comprimento e circunferência e número de sementes produzidas. A temperatura máxima média no primeiro experimento foi de 44,2 ºC e a temperatura mínima média foi de 23,4 ºC. Já no segundo experimento foi constatado que a temperatura no interior da casa de vegetação e em seu exterior mantiveram-se semelhantes, assim como a temperatura no interior de ambas as colônias. Os resultados obtidos mostram que a saída das abelhas (Scaptotrigona sp) da colônia 1 começa às 08:00h e termina às 18:00h, entretanto a atividade foi mais intensa no período da tarde com pico as 15:00hs. Já as forrageiras da colônia 2 iniciaram as atividades as 07:00hs e cessaram as 18:00hs, com pico de atividade as 10:00hs, sendo que as atividades duraram todo o dia. Tanto a Scaptotrigona sp como a M. subnitida não visitaram as flores durante o período em que foram mantidas na casa de vegetação. Para a cultura do tomate o tratamento que apresentou a maior quantidade de frutos e os maiores, mais pesados e com maior número de sementes foi a Polinização por vibração manual (PVM). Para a berinjela o tratamento de polinização cruzada manual (PCM) apresentou os maiores valores em relação a número de frutos produzidos e com maior número de sementes quando comparados com os demais tratamentos, entretanto o peso, comprimento e circunferência dos frutos não diferiram entre os tratamentos. Entretanto são necessários mais estudos para determinar o verdadeiro potencial de Scaptotrigona sp e M. subnitida como polinizador de culturas em casa de vegetação.

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  • SUZANY IASNAYA LOPES MOREIRA
  • ESTRUTURA POPULACIONAL DO Prochilodus brevis (STEINDACHNER,1875) (Characiformes, Prochilodontidae) EM SISTEMA DE  RESERVATÓRIOS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA DO SEMIÁRIDO NEOTROPICAL, BRASIL

  • Orientador : JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE PERETTI FILGUEIRA
  • JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MAISA CLARI FARIAS BARBALHO DE MENDONÇA
  • Data: 13/04/2015

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  • O Prochilodus brevis(curimatã) é uma espécie migradora, endêmicas das bacias hidrográficas da região do semiárido, com ocorrência em rios e reservatórios da região. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura populacional da espécie em dois reservatórios (Pau dos Ferros e Santa Cruz) localizados na bacia hidrográfica do rio Apodi/ Mossoró. O material biológico foi obtido através de coletas trimestrais realizadas de fevereiro de 2011 a novembro de 2012, usando rede de espera. Foram analisados a Captura Por Unidade de Esforço (CPUE), a estrutura em comprimento em classes de 3 cm, a proporção sexual, a relação comprimento-peso (Wt), o fator de condição (K), o comprimento de primeira maturação e o índice gonadossomático (IGS). O reservatório de Pau dos Ferros apresentou uma maior abundância e uma população melhor estruturada com captura de indivíduos jovens e adultos em maior abundância. Diferente do reservatório de Pau dos Ferros em que a distribuição da espécie foi homogênea no reservatório de Santa Cruz a espécie teve uma maior captura nos pontos mais próximos ao rio. A proporção sexual permaneceu dentro do esperado tanto para o reservatório de Pau dos Ferros como para o reservatório de Santa Cruz. A espécie apresentou crescimento isométrico (b=3,0109) no reservatório de Pau dos Ferros e alométrico negativo (b=2,6710) no reservatório de Santa Cruz. Além disso, o fator de condição indicou que a população da espécie no reservatório de Pau dos Ferros apresenta um estado fisiológico melhor. O comprimento de primeira maturação para o reservatório de Pau dos Ferros e Santa Cruz foi de 16,97 e 17,40, respectivamente. O investimento reprodutivo foi semelhante entre os reservatórios, no entanto, para a população do reservatório de Santa Cruz não está se refletindo no recrutamento de novos indivíduos para a população, uma vez que, a captura de juvenis foi baixa nesse reservatório. Através desses resultados constatou-se que a espécie mantem populações viáveis no reservatório de Pau dos Ferros por outro lado no reservatório de Santa Cruz, provavelmente nesse reservatório a espécie não encontrou locais apropriados para desovar e/ou desenvolvimento dos juvenis. Assim, os resultados sugerem que a construção do reservatório de Santa Cruz foi prejudicial para população de P. brevis e caso medidas adequadas de manejo não sejam tomadas a espécie poderá desaparecer do reservatório.


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  • O Prochilodus brevis(curimatã) é uma espécie migradora, endêmicas das bacias hidrográficas da região do semiárido, com ocorrência em rios e reservatórios da região. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura populacional da espécie em dois reservatórios (Pau dos Ferros e Santa Cruz) localizados na bacia hidrográfica do rio Apodi/ Mossoró. O material biológico foi obtido através de coletas trimestrais realizadas de fevereiro de 2011 a novembro de 2012, usando rede de espera. Foram analisados a Captura Por Unidade de Esforço (CPUE), a estrutura em comprimento em classes de 3 cm, a proporção sexual, a relação comprimento-peso (Wt), o fator de condição (K), o comprimento de primeira maturação e o índice gonadossomático (IGS). O reservatório de Pau dos Ferros apresentou uma maior abundância e uma população melhor estruturada com captura de indivíduos jovens e adultos em maior abundância. Diferente do reservatório de Pau dos Ferros em que a distribuição da espécie foi homogênea no reservatório de Santa Cruz a espécie teve uma maior captura nos pontos mais próximos ao rio. A proporção sexual permaneceu dentro do esperado tanto para o reservatório de Pau dos Ferros como para o reservatório de Santa Cruz. A espécie apresentou crescimento isométrico (b=3,0109) no reservatório de Pau dos Ferros e alométrico negativo (b=2,6710) no reservatório de Santa Cruz. Além disso, o fator de condição indicou que a população da espécie no reservatório de Pau dos Ferros apresenta um estado fisiológico melhor. O comprimento de primeira maturação para o reservatório de Pau dos Ferros e Santa Cruz foi de 16,97 e 17,40, respectivamente. O investimento reprodutivo foi semelhante entre os reservatórios, no entanto, para a população do reservatório de Santa Cruz não está se refletindo no recrutamento de novos indivíduos para a população, uma vez que, a captura de juvenis foi baixa nesse reservatório. Através desses resultados constatou-se que a espécie mantem populações viáveis no reservatório de Pau dos Ferros por outro lado no reservatório de Santa Cruz, provavelmente nesse reservatório a espécie não encontrou locais apropriados para desovar e/ou desenvolvimento dos juvenis. Assim, os resultados sugerem que a construção do reservatório de Santa Cruz foi prejudicial para população de P. brevis e caso medidas adequadas de manejo não sejam tomadas a espécie poderá desaparecer do reservatório.

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  • AMANDA APARECIDA DE CASTRO LIMÃO
  • A INFLUÊNCIA DOS FATORES ABIÓTICOS NO NÉCTAR COLETADO POR MELIPONA SUBNITIDA (APIDAE, MELIPONINI) NA CAATINGA

  • Orientador : VERA LUCIA IMPERATRIZ FONSECA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRTON TORRES CARVALHO
  • CAMILA MAIA DA SILVA
  • MICHAEL HRNCIR
  • Data: 15/04/2015

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  • Fatores ambientais como temperatura e umidade relativa podem influenciar a concentração de açúcar do néctar floral e consequentemente a qualidade do nectar coletado pelas abelhas. O objetivo deste estudo foi analisar a concentração de açúcar e o volume do néctar coletado, ao longo do dia, pela abelha Melipona subnitida. A coleta de dados ocorreu de julho de 2013 a agosto de 2014, em uma área natural, em Mossoró/RN. Durante 5 minutos, a entrada de cada colônia (N=4) foi bloqueada e no máximo 3 abelhas forrageiras de néctar foram capturadas. As coletas foram realizadas a cada hora entre 05:00 e 17:00 horas. O néctar foi extraído com o auxílio de um microcapilar inserido na mandíbula de cada abelha (n=690 abelhas). Registramos a temperatura e umidade relativa com auxílio de um termohigrômetro. A concentração de açúcar do néctar foi em média de 47,3%. O volume de néctar foi em média de 9,3 µL. Não houve variações no volume de nectar coletado ao longo do dia, por outro lado, verificamos que em média às 06:00 horas o valor da concentração de açúcar foi 34,7% e o volume 8,2 µL, enquanto que às 13:00 horas foi 55,8% e 11,4 µL, respectivamente. Nestes horários, a temperatura foi 23,8 ºC e 33,1 ºC e a umidade relativa foi 83% e 47%, respectivamente. Esses resultados indicam que as abelhas coletaram néctar mais concentrado no início da tarde. Evidenciando que, em regiões quentes e secas como a Caatinga, a maior radiação solar provoca a evaporação e resulta em néctar mais concentrado nas flores.


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  • Fatores ambientais como temperatura e umidade relativa podem influenciar a concentração de açúcar do néctar floral e consequentemente a qualidade do nectar coletado pelas abelhas. O objetivo deste estudo foi analisar a concentração de açúcar e o volume do néctar coletado, ao longo do dia, pela abelha Melipona subnitida. A coleta de dados ocorreu de julho de 2013 a agosto de 2014, em uma área natural, em Mossoró/RN. Durante 5 minutos, a entrada de cada colônia (N=4) foi bloqueada e no máximo 3 abelhas forrageiras de néctar foram capturadas. As coletas foram realizadas a cada hora entre 05:00 e 17:00 horas. O néctar foi extraído com o auxílio de um microcapilar inserido na mandíbula de cada abelha (n=690 abelhas). Registramos a temperatura e umidade relativa com auxílio de um termohigrômetro. A concentração de açúcar do néctar foi em média de 47,3%. O volume de néctar foi em média de 9,3 µL. Não houve variações no volume de nectar coletado ao longo do dia, por outro lado, verificamos que em média às 06:00 horas o valor da concentração de açúcar foi 34,7% e o volume 8,2 µL, enquanto que às 13:00 horas foi 55,8% e 11,4 µL, respectivamente. Nestes horários, a temperatura foi 23,8 ºC e 33,1 ºC e a umidade relativa foi 83% e 47%, respectivamente. Esses resultados indicam que as abelhas coletaram néctar mais concentrado no início da tarde. Evidenciando que, em regiões quentes e secas como a Caatinga, a maior radiação solar provoca a evaporação e resulta em néctar mais concentrado nas flores.

2014
Dissertações
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  • CRISTIANE DE CARVALHO FERREIRA LIMA MOURA
  • Efeitos da remoção da tilápia, Oreochromis niloticus, na estrutura trófica da ictiofauna no açude da Estação Ecológica do Sérido (RN)

  • Orientador : JOSE LUIS COSTA NOVAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLE PERETTI FILGUEIRA
  • MAISA CLARI FARIAS BARBALHO DE MENDONÇA
  • RONALDO ANGELINI
  • Data: 16/12/2014

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  • A introdução de espécies não nativas pode ser considerada como uma das principais
    causas de perda de biodiversidade e um dos maiores problemas para a conservação de peixes
    de água doce. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar as guildas tróficas da
    ictiofauna do açude da Estação Ecológica do Seridó (RN) antes e após a remoção de
    Oreochromis niloticus (tilápia do Nilo). As amostragens foram realizadas mensalmente (maio
    de 2012 a dezembro de 2013), utilizando-se duas baterias de redes de espera, instaladas em
    dois pontos diferentes do açude. As amostragens tiveram duração de 12 h com dois períodos
    de despesca: amanhecer e crepuscular. Foram coletados ainda fatores abióticos da água
    (oxigênio dissolvido, temperatura da água, pH, condutividade elétrica e transparência da
    água) e pluviosidade mensal. De todos os exemplares de peixes foram obtidos dados
    biométricos (comprimento padrão e peso total). O conteúdo estomacal foi analisado pelos
    métodos de frequência de ocorrência e volumétrico, combinados no Índice alimentar. Foi
    utilizado o índice de Morisita-Horn para avaliar a similaridade alimentar entre as espécies e
    estabelecer categorias tróficas. Para avaliar as possíveis variações devido à presença da
    espécie O. niloticus, foi utilizado o Índice Alimentar das espécies numa matriz de
    similaridade de Bray-Curtis, com uma análise de ordenação (NMDS). Foi coletado um total
    de seis espécies distribuídas em quatro categorias tróficas. Três espécies apresentam dieta
    detritívora/iliófaga (O. niloticus, P. brevis e H. paparie), uma espécie foi classificada como
    piscívora (H. malabaricus), o Leporinus piau como onívora e o Astyanax bimaculatus como
    insetívora. A introdução da tilápia do Nilo evidenciou que ocorreram variações no uso dos
    recursos alimentares na estrutura trófica antes e após a remoção da Tilápia. Com isto, pode-se
    concluir que a tilápia do Nilo pode ter sido um dos fatores que possam ter contribuído para
    esta mudança na estrutura trófica. Devemos levar em consideração também as mudanças no
    sistema, como a despesca total do ambiente, isso faz com que uma nova recolonização possa
    interferir na abundância das espécies e no consumo dos itens. No entanto, tais resultados
    devem ser testados experimentalmente a fim de que seja comprovado ou não a ocorrência
    desses processos no local.


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  • A introdução de espécies não nativas pode ser considerada como uma das principais
    causas de perda de biodiversidade e um dos maiores problemas para a conservação de peixes
    de água doce. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar as guildas tróficas da
    ictiofauna do açude da Estação Ecológica do Seridó (RN) antes e após a remoção de
    Oreochromis niloticus (tilápia do Nilo). As amostragens foram realizadas mensalmente (maio
    de 2012 a dezembro de 2013), utilizando-se duas baterias de redes de espera, instaladas em
    dois pontos diferentes do açude. As amostragens tiveram duração de 12 h com dois períodos
    de despesca: amanhecer e crepuscular. Foram coletados ainda fatores abióticos da água
    (oxigênio dissolvido, temperatura da água, pH, condutividade elétrica e transparência da
    água) e pluviosidade mensal. De todos os exemplares de peixes foram obtidos dados
    biométricos (comprimento padrão e peso total). O conteúdo estomacal foi analisado pelos
    métodos de frequência de ocorrência e volumétrico, combinados no Índice alimentar. Foi
    utilizado o índice de Morisita-Horn para avaliar a similaridade alimentar entre as espécies e
    estabelecer categorias tróficas. Para avaliar as possíveis variações devido à presença da
    espécie O. niloticus, foi utilizado o Índice Alimentar das espécies numa matriz de
    similaridade de Bray-Curtis, com uma análise de ordenação (NMDS). Foi coletado um total
    de seis espécies distribuídas em quatro categorias tróficas. Três espécies apresentam dieta
    detritívora/iliófaga (O. niloticus, P. brevis e H. paparie), uma espécie foi classificada como
    piscívora (H. malabaricus), o Leporinus piau como onívora e o Astyanax bimaculatus como
    insetívora. A introdução da tilápia do Nilo evidenciou que ocorreram variações no uso dos
    recursos alimentares na estrutura trófica antes e após a remoção da Tilápia. Com isto, pode-se
    concluir que a tilápia do Nilo pode ter sido um dos fatores que possam ter contribuído para
    esta mudança na estrutura trófica. Devemos levar em consideração também as mudanças no
    sistema, como a despesca total do ambiente, isso faz com que uma nova recolonização possa
    interferir na abundância das espécies e no consumo dos itens. No entanto, tais resultados
    devem ser testados experimentalmente a fim de que seja comprovado ou não a ocorrência
    desses processos no local.

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