PADRONIZAÇÃO DO CULTIVO DA ESPÉCIE Ceriodaphnia cornuta PARA ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS SOB CONDIÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DE AMBIENTES AQUÁTICOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Zooplâncton. Ceriodaphnia cornuta. Semiárido. Padronização.
No Brasil existe uma lacuna de conhecimento na prospecção e padronização de espécies nativas com potencial para uso na ecotoxicologia, sobretudo em regiões semiáridas. O uso de espécies zooplanctônicas autóctones com protocolos padronizados garante a confiabilidade e a reprodutibilidade dos mesmos, haja vista sua representatividade ecológica, que possibilita com mais eficiência antecipar e diagnosticar os efeitos nocivos de agentes tóxicos em ambientes aquáticos. Este trabalho teve como objetivo estabelecer um protocolo padronizado para o cultivo laboratorial e ensaios ecotoxicológicos com a espécie Ceriodaphnia cornuta em condições físicas e químicas semelhantes às de ambientes dulcícolas do semiárido. Para tanto, foram realizadas amostragens da comunidade zooplanctônica nos reservatórios de Umari, Santa Cruz, Mendubim e Armando Ribeiro Gonçalves para capturar e isolar a espécie selecionada por critérios ecotoxicológicos e representatividade ecológica do semiárido. Posteriormente, foram estabelecidos e realizados testes ecotoxicológicos em diferentes faixas de pH, dureza, temperatura e luminosidade com base na ecologia e biologia da espécie nativa e nas condições dos recursos hídricos de regiões semiáridas, bem como adaptado de normas já padronizadas. Concluiu-se que o cultivo de C. cornuta em condições semelhantes ao semiárido tem a maior sobrevivência e reprodução quando esta é cultivada em água com pH entre 7.5 a 7,9, com dureza 66mg de CaCO3/L, em temperatura de 25ºC e luminosidade entre 3000 a 3500lux. Portanto, o uso da espécie nativa C. cornuta se mostra promissora como organismo-teste para análise da qualidade de ambientes dulcícolas do semiárido brasileiro.