Banca de DEFESA: FRANCISCO DE OLIVEIRA ROSSETTI NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCO DE OLIVEIRA ROSSETTI NETO
DATA: 27/10/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual
TÍTULO:

ONDE A LUZ DA LUA NÃO IMPORTA: ATIVIDADE DO LAGARTO NOTURNO Hemidactylus agrius AO LONGO DO CICLO LUNAR EM FLORESTAS TROPICAIS SAZONALMENTE SECAS


PALAVRAS-CHAVES:

 Caatinga; Filia lunar; Fobia lunar; Gekkonidae.

 

PÁGINAS: 24
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O ciclo lunar influencia o comportamento de muitos animais noturnos. Algumas espécies aumentam (filia lunar) e outras diminuem (fobia lunar) seus níveis de atividade em noites mais claras e, geralmente, répteis escamados (Squamata) noturnos apresentam comportamento fóbico-lunar, buscando evitar a predação por predadores primariamente orientados pela visão. Contudo, a maioria dos estudos sobre influência lunar na atividade de lagartos e serpentes foi realizada com espécies de ambientes desérticos e, portanto, ainda não se sabe qual padrão ocorre em ambientes climaticamente menos extremos e estruturalmente mais complexos, como as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, investigamos como lagartos noturnos do semiárido brasileiro são influenciados pelo ciclo lunar, utilizando como modelo a lagartixa Hemidactylus agrius, espécie de ampla distribuição no domínio Caatinga e com elevada abundância local. Testamos a hipótese mais suportada pela literatura, de que a atividade de répteis escamados noturnos seria negativamente influenciada pela luminosidade refletida pela lua (fobia lunar), esperando encontrar um maior número de indivíduos ativos durante as noites mais escuras. A atividade dos lagartos foi mensurada por meio de buscas ativas limitadas por tempo em três áreas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas, nos municípios de Assú e Mossoró no estado do Rio Grande do Norte e no município de Russas no estado do Ceará. Ao todo, registramos 113 indivíduos de H. agrius ativos ao longo de 64 buscas-ativas (270,4 horas-pessoa de esforço amostral). Nossos resultados revelaram que indivíduos de H. agrius estiveram ativos independente da porcentagem iluminada da face lunar e da quantidade de luz refletida pela lua que chega ao solo, não corroborando a hipótese de fobia lunar. O padrão de atividade observado, variando independentemente do ciclo lunar, pode ser explicado por processos extrínsecos (complexidade estrutural da vegetação e estratégia de forrageio dos predadores) e intrínsecos da espécie-alvo (alta acuidade visual e hábitos alimentares generalistas), que podem atuar juntos ou isoladamente. Se por um lado, a complexidade vegetacional das florestas secas pode prover condições adequadas para atividade de H. agrius mesmo em noites mais claras, a pressão predatória exercida por predadores primariamente orientados por sinais químicos, como serpentes e artrópodes, pode comprometer uma maior atividade de H. agrius em noites mais escuras. Nossos achados contribuem para a compreensão da influência da luz refletida pela lua sobre a atividade de lagartos noturnos, revelando que nas Florestas Tropicais Sazonalmente Secas do semiárido brasileiro, a atividade de H. agrius não segue o padrão esperado de fobia lunar.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2303561 - DANIEL CUNHA PASSOS
Interno - 1622468 - LEONARDO FERNANDES FRANCA
Externo à Instituição - MARA CÍNTIA KIEFER - UFF
Notícia cadastrada em: 15/10/2021 09:28
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação - (84) 3317-8210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sig-prd-sigaa01.ufersa.edu.br.sigaa01