Banca de QUALIFICAÇÃO: FRANCISCO DE OLIVEIRA ROSSETTI NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCISCO DE OLIVEIRA ROSSETTI NETO
DATA: 25/05/2021
HORA: 14:00
LOCAL: http://meet.google.com/hjt-kfxj-fgh
TÍTULO:

ONDE A LUZ DA LUA NÃO IMPORTA: ATIVIDADE DO LAGARTO NOTURNO Hemidactylus agrius (Squamata: Gekkonidae) AO LONGO DO CICLO LUNAR EM UMA FLORESTA TROPICAL SAZONALMENTE SECA


PALAVRAS-CHAVES:

 

Caatinga; Filia lunar; Fobia lunar; Gekkonidae; Squamata.

PÁGINAS: 18
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O ciclo lunar influencia o comportamento de muitos animais noturnos em diversos aspectos. Alguns aumentam (filia lunar) ou diminuem (fobia lunar) seus níveis de atividade em noites mais claras e, geralmente, répteis escamados noturnos apresentam comportamento fóbico-lunar. Contudo, tendo em vista que a maioria dos estudos sobre influência lunar na atividade de Squamata foi executada com espécies de ambientes desérticos, ainda não se sabe como se dá essa relação em ambientes climaticamente menos extremos e estruturalmente mais complexos, como em Florestas Sazonalmente Secas. Neste sentido, investigamos como lagartos noturnos da Caatinga são influenciados pelo ciclo lunar, utilizando como modelo a lagartixa Hemidactylus agrius, espécie de ampla distribuição no semiárido brasileiro e com elevada abundância local. Especificamente, analisamos como o efeito do ciclo lunar, operacionalizado como as fases da lua e como porcentagem da superfície lunar visível, influencia o número de lagartos ativos. Testamos a hipótese de fobia lunar, prevendo encontrar um menor número de indivíduos ativos durante as noites mais claras. A atividade dos lagartos foi mensurada em três áreas do Estado do Rio Grande do Norte, por meio de buscas ativas limitadas por tempo. Ao todo, registramos 163 indivíduos de H. agrius ativos ao longo de 68 buscas-ativas (286,2 horas-pessoa), nas quais 44 (64,7%) a lua estava visível acima do horizonte e, nas demais a lua não estava visível (noites escuras). A atividade de H. agrius não diferiu entre as fases da lua, nem houve relação entre o número de lagartos ativos e a superfície lunar visível. Estes resultados não suportam a hipótese de fobia lunar, revelando que a atividade de H. agrius independe da luz refletida pela lua. Sugerimos que essa resposta possa ser devido ao fato da complexidade estrutural da Caatinga oferecer relativamente mais proteção contra predadores visualmente orientados, em comparação ao padrão de fobia lunar predominantemente registrado em áreas desérticas. Além disso, discutimos a possibilidade de uma pressão predatória substancialmente realizada por predadores primariamente orientados por sinais químicos, bem como fatores intrínsecos da espécie, tais como seus hábitos alimentares e acurácia visual, contribuirem para explicar os resultados observados. Nossos achados contribuem para a compreensão da influência da luz da lua sobre a atividade de Squamata, sugerindo que na floresta tropical sazonalmente seca do semiárido brasileiro, a atividade de lagartos noturnos não necessariamente segue o padrão de fobia lunar.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2303561 - DANIEL CUNHA PASSOS
Interno - 1017771 - DANIELA FARIA FLORENCIO
Externo à Instituição - ROBSON WALDEMAR ÁVILA - UFC
Notícia cadastrada em: 17/05/2021 11:21
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