Banca de QUALIFICAÇÃO: MICHAEL PRATINI SILVA DE SOUZA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MICHAEL PRATINI SILVA DE SOUZA
DATA: 17/09/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 22 do Prédio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação
TÍTULO:

INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS LOCAIS E DA PAISAGEM NA COMUNIDADES DE CUPINS SUJEITAS AS DIFERENTES COBERTURAS DE SOLO


PALAVRAS-CHAVES:

Ecologia da Caatinga. Estrutura da Paisagem. Térmitas Neotropicais. Semiárido.


PÁGINAS: 43
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

Considerando que a fragmentação e as alterações ambientais modificam a biodiversidade em escala local e da paisagem, nos perguntamos se as comunidades de cupins sujeitas as diferentes coberturas de solo são explicadas em escala de paisagem e/ou local? Para tanto, levantamos a hipótese de que a comunidade cupins é explicada tanto por fatores em escala local, quanto em escala de paisagem, sendo os dois contribuidores na sua estruturação. Dentro deste ponto, também investigamos quais parâmetros em cada tipo de fator, contribuem com a estruturação das comunidades de cupins. Esse trabalho foi realizado no Parque Nacional da Furna Feia e na zona de amortecimento no entorno do parque. Foram amostradas 20 áreas distribuídas em cinco diferentes coberturas do solo: vegetação Caatinga preservada, vegetação Caatinga não preservada, culturas permanentes, culturas temporárias e áreas de agricultura abandonada com fortes expressões de pastejo, se caracterizando como uma área de solo exposto. As amostragens foram realizadas entre os meses de setembro e dezembro de 2018. Para cada área foram realizadas: (i) amostragem da comunidade de cupins, seguindo o protocolo de busca ativa (1hora/parcela/amostrador) em parcelas associadas a transectos, no caso dois transectos/área com 5 parcelas cada. (ii) amostragem de parâmetros locais: no qual foi realizada a amostragem de profundidade e densidade/m2 de biomassa de serapilheira, por quadrante de 0,5 metro x 0,5 metro, em cada parcela. Em cada parcela, em campo, foram obtidos também os valores de densidade/m2 de árvores que possuíam altura >= 1 metro e diâmetro à altura do solo (DAS) >= 3 cm. Para obtenção das variáveis físicas e químicas do solo, foi coletada uma amostra composta de solo, somente nas parcelas ímpares de cada transecto, para o solo foram realizadas analises física e química de rotina. E por último (iii) parâmetros da paisagem, com utilização de processos de classificação de imagens do satélite Sentinel 2A, com combinação de bandas 4R8G3B, com base no complemento SCP do programa Qgis 3.4.8 (Versão madeira), parâmetros de composição e configuração foram extraídos e usados para criação da matriz de paisagem. As análises estatísticas foram rodadas no software R, versão 3.6.1. Todos os dados foram padronizados, a partir da função deconstand (pacote vegan). Foram analises exploratórias dos dados, para isso, utilizou-se análise de correlação de Pearson e também estimativas do Fator de Inflação de Variância (VIF) (pacote usdm). Por conseguinte, variáveis colineares foram removidas das análises. Em busca de descobrir: (a) o efeito puro dos parâmetros locais; (b) o efeito puro dos parâmetros da paisagem; (c) a intersecção dos dois conjuntos de parâmetros; as relações entre os parâmetros locais e da paisagem; e (d) a variação não explicada. Foi realizada uma RDA (Análise de redundância) (pacote vegan). Para todas as etapas da RDA, foram extraídos o valor da fração ajustada (R2 ajustado), percentual de explicação dos modelos (999 randomizações). Onze morfoespécies de cupins, pertencentes a sete gêneros e duas famílias. Nas áreas de solo exposto, não foram possíveis encontrar cupins. As variações nas comunidades de cupins entre os diferentes ambientes foram explicadas pelos parâmetros locais, sob influência dos parâmetros da paisagem (a+c) (F5,14=1,98; P=0,005). Esse modelo explicou 21% das variações, sendo as variáveis locais presentes no modelo final: densidade de serapilheira (P=0,014), nitrogênio (P=0,004), potássio (P=0,013), acidez potencial (P=0,008) e alumínio (P=0,004). As variações nas comunidades de cupins foram explicadas significativamente ((F3,16= 1,95; P=0,01) pelos parâmetros da paisagem, tendo os parâmetros locais como covariáveis (b+c). Esse modelo explicou 13% da variação nas comunidades de cupins. Sendo os parâmetros com maior grau de importância a proporção de cobertura (P=0,005), a densidade de borda (P=0,009) e a densidade de mancha (P=0,015); todas para a classe de vegetação densa ou semidensa. O modelo de explicação incluindo os parâmetros locais, retirando os efeitos dos parâmetros da paisagem (a-c), explicou significativamente as variações nas comunidades dos cupins (F5,11=1,55; P=0,038). Esse modelo contendo o efeito puro dos parâmetros locais, explicou cerca de 13% da variação na comunidade de cupins. Neste teste, o efeito puro dos parâmetros da paisagem (b-c) não foi significativo (F3,11=1,33; P>0,207), ou seja, as variações nas comunidades de cupins nas diferentes coberturas do solo não foram explicadas pelo efeito puro da paisagem. A combinação de todas os parâmetros (a+b+c), obteve um R2 ajustado de 0,26, ou seja, esse modelo explicou 26% da variação na comunidade de cupins. A intersecção entre os parâmetros locais e da paisagem é 8%. O restante, àquilo que não foi atribuído aos nossos modelos, foi considerado erro, o valor ficou em torno de 74% da variação da comunidade de cupins. Nossa hipótese foi corroborada parcialmente por nossos resultados. Os resultados indicam que as alterações nas comunidades de cupins em locais com diferentes coberturas do solo sofrem influência da paisagem em escala local. Os parâmetros locais - variáveis de solo (seja química ou física) e componentes que estavam acima deste (densidade de serapilheira e de árvores) - mostraram que o ambiente próximo ao cupim, àquilo que o cerca, parece ser determinante para a ocorrência de cupins. Fatores esses que são influenciados pela paisagem. Por outro lado, os parâmetros que compõem as paisagens isoladamente não explicam as alterações nas comunidades de cupins. Embora não haja um consenso geral de como as comunidades desse grupo se comportam em escala de paisagem, principalmente por haver poucos estudados voltados a esses padrões de distribuição, os resultado aqui apresentados, combinados com os dados da literatura, reforçam o potencial do estudo de variáveis locais como premissa de estudo para as comunidades de cupins e reforça o desafio de compreender a estruturação desses organismos e sua correlação com as paisagens.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1017771 - DANIELA FARIA FLORENCIO
Externo à Instituição - EDUARDO MARTINS VENTICINQUE - UFRN
Externo à Instituição - ELISANGELA APARECIDA DA SILVA - NENHUMA
Notícia cadastrada em: 12/09/2019 13:49
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