Banca de QUALIFICAÇÃO: JOÃO PAULO DE ANDRADE NUNES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOÃO PAULO DE ANDRADE NUNES
DATA: 11/02/2019
HORA: 09:30
LOCAL: Sala 23 do Prédio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação
TÍTULO:

EFEITOS DA CAPRINOCULTURA SOBRE A ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E DIVERSIDADE TAXONÔMICA EM COMUNIDADES VEGETAIS NA CAATINGA


PALAVRAS-CHAVES:

Caatinga. Distúrbio Antrópico Crônico. Caprinocultura. Taxonomia. Fitossociologia.


PÁGINAS: 33
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O impacto da caprinocultura sobre a diversidade taxonômica da Caatinga ainda é pouco compreendido. Nesse trabalho, visamos avaliar os efeitos das atividades antrópicas sobre a estrutura das comunidades vegetais na Caatinga, mensurando a influência de distúrbios, como o pastejo de caprinos, o desmatamento e o histórico de uso dessas áreas, a fim de obter informações úteis para o manejo e a conservação dos recursos remanescentes. Portanto, o objetivo central desse trabalho é avaliar o efeito pastejo de caprinos e do desmatamento sobre a diversidade taxonômica e estrutura da vegetação e de comunidades vegetais em áreas de Caatinga. O estudo foi realizado em 15 fazendas localizadas nos municípios de Pedro Avelino, Angicos e Lajes, situadas na Mesorregião Central Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte, onde foram realizadas entrevistas com os proprietários, abordando questões relacionadas ao histórico de uso das áreas, principalmente às práticas agrícolas, com as quais podemos calcular as cargas animais das áreas e classificá-las quanto ao desmatamento em antigo e recente (DA e DR, respectivamente). Nas respectivas áreas de estudo, foi realizado o levantamento fitossociológico da comunidade arbórea através do método de ponto quadrante. Os dados foram tabulados e, no programa Fitopac 2.1 foram calculados os índices de riqueza de Shannon e Simpson. Realizamos a análise exploratória dos dados e utilizamos a correlação de Pearson para verificar o grau de relação entre as variáveis carga animal e anos de pastejo. Assim, aplicamos os modelos de regressão linear múltipla e de regressão quadrática para verificar a influência das variáveis preditoras (carga animal, anos de pastejo e desmatamento) sobre as variáveis resposta de riqueza das comunidades (índices de Shannon e Simpson). Para comparar possíveis diferenças na composição entre as áreas, estas foram agrupadas de forma hierárquica por análise de agrupamento a partir da matriz de abundâncias das espécies levantadas nas áreas de estudo e com o uso da distância de Bray-Curtis. Encontramos nas áreas de estudo um total de 6.300 indivíduos, distribuídos em 10 famílias e 23 espécies. As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae foram, respectivamente, as mais representativas e as espécies Mimosa tenuiflora, Croton heliotropiifolius e Aspidosperma piryfolium as mais abundantes. Os índices de riqueza de Shannon variaram entre 0,615±1,798 e o de Simpson entre 0,191±0,653. O modelo de regressão linear múltipla indicou que a riqueza (índice de Shannon e Simpson) das comunidades não é influenciada pelas variáveis carga animal, anos de pastejo e desmatamento (Shannon - R2: 0.09324; p: 0.6344; Simpson - R2: 0.06882; p: 0.7418). Em seguida ao modelo de regressão linear múltipla, aplicamos o modelo de regressão quadrática, o qual também não apresentou influência da carga animal, anos de pastejo e desmatamento sobre a riqueza das A partir das análises de agrupamemto, pode se verificar no dendrograma obtido, a presença de 3 grupos distintos entre as áreas de estudo e um subgrupo. Nossos resultados indicaram uma riqueza muito baixa de espécies independente da intensidade de pastejo e do desmatamento. A ausência de diferenças na diversidade entre áreas sujeitas ao desmatamento em diferentes épocas, associadas a manutenção de uma riqueza baixa e dominância de espécies pioneiras como a jurema-preta (Mimosa tenuiflora) sugerem um “estancamento” na sucessão da comunidade vegetal na região estudada. A ausência de diferenças na diversidade ao longo do gradiente de pastejo provavelmente está relacionada aos valores relativamente baixos de carga animal das áreas de estudo, a ponto do pastejo não levar a redução da diversidade de plantas arbóreas. Concluímos que o pastejo de caprinos e o desmatamento não influenciam na diversidade de espécies das comunidades vegetais estudada. As práticas observadas levaram a um estancamento da sucessão da estrutura vegetacional encontrada nos locais estudados. Sugerimos que a criação de caprinos, de fundamental importância para a região, continue a ocorrer com práticas de manejo adequadas ao funcionamento dos serviços ecossistêmicos.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1922730 - CECILIA IRENE PEREZ CALABUIG
Presidente - 1543345 - CRISTINA BALDAUF
Externo ao Programa - 1452013 - MARCICLEIDE LIMA DA SILVA
Notícia cadastrada em: 05/02/2019 18:01
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