Banca de DEFESA: ÉRICA EMANUELA DE MEDEIROS E SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ÉRICA EMANUELA DE MEDEIROS E SILVA
DATA: 25/02/2019
HORA: 14:00
LOCAL: PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO (PROPPG) - Sala 25
TÍTULO:

INTEGRANDO FENOLOGIA DA FRUTIFICAÇÃO E CONSUMO DE FRUTOS POR VERTEBRADOS SILVESTRES EM UMA ÁREA PROTEGIDA DE CAATINGA NO NORDESTE BRASILEIRO.


PALAVRAS-CHAVES:

Dieta de vertebrados silvestres. Floresta tropical sazonalmente seca. Interações ecológicas. Precipitação pluviométrica. Sazonalidade.


PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O clima da Caatinga é altamente sazonal, mas ainda se sabe pouco sobre a influência desta sazonalidade nas interações entre plantas e animais frugívoros nesta região. Este estudo teve como objetivo descrever e avaliar a fenologia da frutificação de espécies vegetais zoocóricas e o uso deste recurso por vertebrados silvestres em um remanescente protegido de floresta tropical sazonalmente seca no nordeste do bioma Caatinga. Quatro objetivos específicos foram propostos: (i) descrever a variação sazonal mensal da frutificação de espécies zoocóricas neste remanescente florestal ao longo de cinco anos consecutivos, (ii) avaliar a influência da intensidade da precipitação pluviométrica na sazonalidade de frutificação destas espécies, (iii) identificar os períodos de ausência de produção de frutos zoocóricos para a fauna silvestre ao longo do período de um ano, e (iv) avaliar a importância relativa de cada espécie de frutos na dieta de aves e mamíferos, por meio de análises de amostras fecais. A área de estudo compreendeu o Parque Nacional da Furna Feia, estado do Rio Grande do Norte, Brasil, e as expedições à esta área ocorreram mensalmente, entre janeiro de 2013 e junho de 2018. Em cada expedição foi realizada a quantificação de indivíduos/espécie em frutificação, utilizando o método de trilhas e a coleta de amostras de fezes para descrever a dieta frugívora de vertebrados de médio e grande porte. Os padrões da fenologia da frutificação das espécies zoocóricas foram avaliados por meio de estatística circular, e a relação entre sazonalidade da frutificação e a precipitação pluviométrica foi avaliada por meio de testes de regressão linear simples. Amostras de fezes foram triadas para identificação das sementes encontradas nestas amostras. A fenologia da frutificação de 643 indivíduos, distribuídos em 11 espécies vegetais zoocóricas, foi monitorada e analisada. Durante a estação chuvosa, Sideroxylon obtusifolium, Cereus jamacaru, Ziziphus joazeiro, Commiphora leptophloeos e Bromelia laciniosa exibiram período de frutificação restrito, i.e., alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cynophalla flexuosa também frutificou, mas apresentou amplo período de frutificação, i.e., baixa sazonalidade. Na estação seca Myracrodruon urundeuva, Licania rigida e Maytenus rigida exibiram alta sazonalidade em frutificação. Nesta estação, Cissus sp. e Phoradendron quadrangulare também frutificaram, apresentando baixa sazonalidade em frutificação. Registrou-se assincronia parcial entre o período de frutificação das espécies investigadas, o que proporcionou disponibilidade de frutos zoocóricos ao longo de todos os meses do ano. No entanto, na estação seca registrou-se menor número de indivíduos em frutificação, indicando ser este um período crítico para a fauna dependente de frutos na Caatinga. A intensidade da precipitação pluviométrica influenciou a frutificação de mais de 50% das espécies zoocóricas, corroborando a predição de existência de relação entre precipitação e frutificação para a maioria das plantas da Caatinga. Por meio da análise das sementes intactas encontradas nas amostrais fecais, 16 espécies vegetais foram identificadas como parte da dieta de vertebrados de médio e grande porte. A partir destes dados, uma rede de interações entre fauna e flora zoocórica foi proposta, na qual foram identificados alto potencial dispersor de sementes por vertebrados e alta importância de frutos na dieta destes animais. Sugere-se que futuras estratégias de conservação de vertebrados frugívoros da Caatinga devam priorizar a proteção de múltiplas espécies vegetais, tendo em vista que há uma assincronia parcial na oferta de frutos entre as espécies de plantas zoocóricas ao longo do ano neste bioma, e a ausência de uma destas pode implicar em risco nutricional para os animais, especialmente durante a estação seca.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS BARROS DE ARAÚJO - IFRN
Externo ao Programa - 1647296 - REJANE TAVARES BOTREL
Presidente - 2778720 - VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
Notícia cadastrada em: 04/02/2019 11:27
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