Banca de DEFESA: JANAY CLÉSIA MENEZES MOTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JANAY CLÉSIA MENEZES MOTA
DATA: 28/02/2018
HORA: 08:00
LOCAL: Sala 21 do prédio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG)
TÍTULO:

O CONHECIMENTO TRADICIONAL DAS POPULAÇÕES RURAIS SOBRE AS CAATINGAS SOB O OLHAR DA ETNOECOLOGIA DA PAISAGEM


PALAVRAS-CHAVES:

Semiárido, conhecimento tradicional, sucessão florestal, ecorregiões, NDVI.


PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

O conhecimento ecológico local sobre a formação das paisagens é fundamentado no conjunto cumulativo de observações, práticas e crenças que os seres humanos possuem em relação ao meio onde vivem. Estes atuam nas paisagens contribuindo para sua modificação através de técnicas adquiridas e apreendidas a partir da sistematização de seus conhecimentos acerca dos fatores bióticos e abióticos. Desta forma, a presente dissertação visa compreender a percepção de comunidades rurais inseridas em áreas das caatingas quanto à formação, transformação e classificação das paisagens que as circundam. A dissertação está estruturada em 2 capítulos: o primeiro aborda sobre os critérios que os entrevistados usam para classificar as paisagens das caatingas, semelhanças e diferenças entre os sistemas de classificação tradicional e acadêmico enquanto o segundo capítulo aborda a compreensão sobre as transformações ocorridas na Caatinga nas últimas cinco décadas a partir da ótica do conhecimento popular e o uso de imagens de satélite. A seleção de informantes-chave para participação na pesquisa foi feita a partir da aplicação da técnica “bola de neve”. Com estes, foi procedido um etnomapeamento a fim de gerar um esboço cartográfico da propriedade rural e áreas adjacentes de cada colaborador; e aplicou-se a técnica de turnê guiada a fim de se obter a identificação dos espaços (unidades de paisagens) que foram indicadas por cada entrevistado quando da elaboração dos etnomapeamentos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em cada propriedade visitada para obtenção de informações sobre o conhecimento que cada entrevistado possui em relação a formação das paisagens que os circundam. Também foi empregada a técnica de linha do tempo e gráfico histórico, bem como foram realizadas entrevistas semiestruturadas a fim de se obter informações sobre as transformações ocorridas nas paisagens que os circundam. Para a elaboração dos mapas temáticos a partir do Sensoriamento remoto foram selecionadas imagens do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os anos de 1985, 2004 e 2017. Foram utilizados os satélites Landsat 5 para as imagens referentes os anos de 1985 e 2004, e para o ano de 2017, utilizou-se as imagens provenientes do Landsat 8, tendo sido utilizado as bandas 3 e 4 para todos os anos. As imagens foram georreferenciadas no programa QGIS versão 2.18.13 e o Datum utilizado foi o SIRGAS 2000. A análise sobre a dinâmica da vegetação foi realizada a partir do índice de NDVI, onde obtivemos seis intervalos de refletância e cinco alvos de superfície: áreas sem vegetação, estrato herbáceo, estrato arbustivo-aberto, estrato arbustivo-arbóreo e estrato arbóreo-arbustivo. Os entrevistados reconheceram 19 unidades de paisagens para as ecorregiões amostradas, sendo estas associadas principalmente às categorias vinculadas ao relevo, fitofisionomias e origem antropogênica. A identificação e classificação das paisagens foi baseada em critérios multifatoriais e multidimensionais, como geomorfologia, estrutura vertical e horizontal da vegetação, tipos de solo, taxonomia vegetal, topônimos populares e outras características dos ecotópos. Em relação aos aspectos ético/êmico de classificação das paisagens podemos inferir que há algumas similaridades, tais como as características descritas para classificação da paisagem se relacionando com aspectos fisionômicos, relevo, tipos de solo e espécie dominante, influenciando na maneira como cada sistema de conhecimento identifica, classifica e delimita as unidades de paisagem das caatingas. O NDVI para os períodos de 1985, 2004 e 2017 mostrou uma tendência geral de substituição de áreas com classe 5 (arbustiva-arbórea) e 6 (arbórea-arbustiva) para as áreas com classe 4 (arbustiva-aberta) e classe 3 (herbácea). A comparação entre o uso de imagens e o etnoconhecimento mostrou divergências quanto congruências. Em relação às primeiras, acredita-se que estejam fundamentalmente relacionadas às diferentes escalas empregadas para a coleta de dados em cada sistema de conhecimento. Além disso, boa parte dos estudos de imagens focam prioritariamente nos padrões encontrados em detrimento dos processos envolvidos. O etnoconhecimento pode contribuir para uma melhor conexão entre padrões e processos, já que os sertanejos (pelo menos em escala local) forneceram um excelente histórico sobre as atividades produtivas das várias décadas amostradas, inclusive anteriores às imagens disponíveis para uso.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CHRISTIANE ERONDINA CORREA - UNIVASF
Presidente - 1543345 - CRISTINA BALDAUF
Interno - 2303561 - DANIEL CUNHA PASSOS
Externo ao Programa - 1851841 - JEANE CRUZ PORTELA
Notícia cadastrada em: 26/02/2018 15:00
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