Banca de DEFESA: TÁSSIA KARINA ALEXANDRE DE MEDEIROS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TÁSSIA KARINA ALEXANDRE DE MEDEIROS
DATA: 28/02/2018
HORA: 15:30
LOCAL: Prédio da Pós Graduação, sala 21
TÍTULO:

CONHECIMENTO ECOLÓGICO E MANEJO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS POR COMUNIDADES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA


PALAVRAS-CHAVES:

Extrativismo, Castanha-do-Brasil, Indicadores de Sustentabilidade, Conservação.


PÁGINAS: 105
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

A região amazônica, constituída por grande biodiversidade, enfrenta grandes ameaças à sua conservação, especialmente o desmatamento que atinge até as áreas protegidas. Entre os produtos e os benefícios da floresta amazônica, os produtos florestais não-madeireiros (PFNM) destacam-se por fornecer um apoio considerável às comunidades locais sob a forma de alimentos, medicamentos, combustível, plantas de importância cultural, além de representar uma fonte de renda significativa. Durante a década de 1980 se ampliou o interesse na colheita de PFNM como uma das estratégias para conservar florestas tropicais, porque sua exploração exerceria menos impactos nas florestas do que a exploração madeireira ou a conversão de florestas para outros usos. Neste contexto, foram criadas várias reservas extrativistas (RESEX) na Amazônia brasileira, com uma população original de seringueiros que costumavam ganhar sua vida principalmente com extração de borracha (Hevea brasiliensis). No entanto, após uma diminuição no preço da borracha nos mercados nacionais e internacionais, a atividade tornou-se inviável, fazendo com que os moradores abordassem outras atividades econômicas, muitas vezes incompatíveis com a conservação da floresta. Atualmente, o PFNM mais notável desta floresta é castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), amplamente reconhecida como uma das espécies de maior valor econômico e social. Se por um lado, não resta dúvida acerca da importância dos PFNM nos meios de vida das comunidades amazônicas, por outro lado existe bastante controvérsia acerca do potencial desta atividade para a conservação da floresta. Desta forma, os objetivos do trabalho são avaliar a sustentabilidade do extrativismo da Castanha-do-Brasil (capítulo 1) e realizar um diagnóstico do conhecimento científico e do conhecimento tradicional acerca dos principais produtos florestais não-madeireiros explorados pelos extrativistas na Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto, situada no Estado de Rondônia (capítulo 2). A avaliação da sustentabilidade do extrativismo da castanha foi realizada utilizando o método MESMIS (Marco para a Avaliação de Sistemas de Manejo de Recursos Naturais incorporando Indicadores de Sustentabilidade). Para tanto, foram criados 24 indicadores de sustentabilidade distribuídos nas dimensões ambiental, econômica e social. Para a coleta de dados foram realizadas 56 entrevistas semiestruturadas com extrativistas da referida reserva, sendo estes 29 coletores de castanha que moram na área aquática e 27 na área terrestre. As duas áreas foram comparadas para avaliar potenciais diferenças na gestão do recurso, as quais poderiam ser importantes no desenho de estratégias para aumentar a sustentabilidade da coleta. De maneira geral, o sistema de manejo relacionado ao extrativismo da castanha-do-Brasil atingiu valores intermediários no que se refere à sustentabilidade e, do ponto de vista ambiental, não foram detectados problemas que ameacem a continuidade da coleta. Porém, para chegar a valores ideais considerados sustentáveis como um todo, são necessárias mudanças nos aspectos socioeconômicos associados ao extrativismo, bem como o desenvolvimento de políticas públicas para desenvolvimento da RESEX Rio Ouro Preto, garantindo as populações tradicionais melhores condições de vida dentro dessas unidades. Já no capítulo 2 selecionamos espécies com história de uso não- madeireiro pelas comunidades locais, bem como indicadores de sustentabilidade ecológica com a ajuda da literatura especializada. A coleta de dados acadêmicos sobre espécies e indicadores foi realizada através de pesquisa em bases de dados, enquanto o conhecimento ecológico tradicional foi avaliado usando a técnica de grupos focais durante oficinas participativas. A análise dos dados foi realizada utilizando estatísticas multivariadas e demonstrou algumas convergências entre diferentes sistemas de conhecimento. Tais convergências permitiram a identificação de espécies com potencial de gestão sustentável, entre elas açaí (Euterpe precatoria), patauá (Oenocarpus bataua), cupuí (Theobroma subincanum), pama miratinga (Pseudolmedia laevis), seringueira verdadeira (Hevea brasiliensis), seringueira itaúba (Hevea guianensis) e buriti (Mauritia flexuosa). Além destas, o babaçu (Attalea speciosa) também apresentou potencial para o manejo sustentável na RESEX Rio Ouro Preto. Por outro lado, o cumarú de ferro (Dipteryx odorata), cumarú de cheiro (Amburana acreana), uxi (Endopleura uchi), gameleira (Ficus maxima) e toarí vermelho (Cariniana micranta) não apresentaram potencial ecológico para exploração, necessitando de mais estudos no âmbito do manejo participativo, a fim de gerar sistemas de manejo visando a sustentabilidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1543345 - CRISTINA BALDAUF
Externo à Instituição - LUCIA HELENA DE OLIVEIRA WADT - EMBRAPA
Externo à Instituição - RAFAEL CARVALHO DA COSTA - UFC
Interno - 2778720 - VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
Notícia cadastrada em: 26/02/2018 14:47
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