Alterações Morfológicas na Placenta e Sistema Reprodutor feminino de preás aos 30 dias de gestação submetidos a diferentes condições de iluminação.
Melatonina. Receptores. Interlóbulo. Folículos. Área vascular.
O preá possui o corpo coberto por pêlos macios, cores variando do cinza ao marrom e são desprovidos de cauda. Os membros torácicos apresentam quatro dígitos e os pélvicos apenas três, e são curtos. Similaridades das características reprodutivas do preá com primatas superiores, os torna potenciais modelos experimentais, entre estas, o período gestacional, o tamanho da prole, o desenvolvimento dos filhotes, a placentação e a subplacenta. Em geral o ciclo reprodutivo é influenciado por mecanismos hormonais, dentre estes o regulado pela melatonina parece atuar sobre o preá, haja vista que esta espécie é tida como animal de hábito crepuscular. Assim, observando as características da espécie objetivou-se estudar a placenta, subplacenta e ovário do preá aos 30 dias de gestação submetidos à diferentes condições de iluminação. Para isto utilizou-se 15 preás fêmeas com cópula monitorada citologia vaginal. Identificada a cópula separava-se as fêmeas em grupos, sendo um submetido a iluminação constante, chamado de grupo claro, outro submetido ao escuro constante chamado de grupo escuro e o terceiro grupo mantido em condições normais. Aos trinta dias de gestação coletava-se as placentas e os ovários que eram pesados e mensuarados. As amostras eram fragmentadas fixadas por 48 h em paraformaldeido 4% em PBS 0.1M e pH 7.4, e incluídas em parafina segundo técnicas usuais. Secções de cinco micrômetros, foram coletados seriadamente e corados por HE. Pelo princípio de Cavalieri, o volume de referência foi calculado e com o auxílio de sistemas de testes de pontos e linhas, ImageJ® (bundled with 64-bit Java 1.6.0_24), foram calculados a densidade de volume, a densidade de superfície e a área de superfície para a placenta e para calcular a população folicular dos ovários de cada grupo experimental. Os dados foram analisados estatisticamente com uso do programa SigmaPlot (Systat Software Inc®) com grau de significância p≤0,05. realizou-se também imunofluorescência para receptores de melatonina (Santa Cruz Biotechnology, Inc.®). A placenta do preá apresentou diferenças morfométricas significativas entre o grupo controle e os demais em todos os aspectos analisados. Quanto ao volume o maior foi observado no grupo controle (5,37 cm3) e o menor no grupo claro (3,40 cm3) e dentre os constituintes placentários os ligados ao interlóbulo foram mais influenciado pela ausência de luz, a subplacenta apresentou diferença no estágio de desenvolvimento entre os grupos, condição evidenciada pela diferença no volume. A área vascular apresentou aumento nos grupos claro e escuro em relação ao grupo controle, assim como a distribuição dos receptores no tecido placentário. Já os ovários apresentaram forma elipsoide, superfície lisa, cor amarela. Os folículos mais abundantes foram os primordiais em todos os grupos sem diferença significativa. No entanto, os folículos antrais apresentaram o número significativamente superior no grupo escuro quando comparado aos demais grupos e a marcação para os receptores de melatonina foi mais evidente em folículos maduros e principalmente no grupo escuro. Assim, conclui-se que as diferentes condições de iluminação causam alterações morfológicas no tecido placentário e ovariano de preás e em especial a ausência de luz, influenciam na morfofisiologia do ovário.