Plasma hiperimune asinino: comparação de técnicas de aférese, produção de anticorpos e estabilidade pós-congelamento
Jumento. Conservação. Plasma. Aférese. Imunoglobulinas.
Os asininos nordestinos (Equus asinus) têm sido historicamente essenciais para o desenvolvimento socioeconômico de regiões semiáridas, destacando-se por sua resistência e adaptabilidade. Contudo, a substituição por máquinas agrícolas resultou na marginalização e no declínio populacional dessa espécie. Este estudo propõe a produção de plasma hiperimune como uma alternativa biotecnológica para valorização dos asininos, oferecendo soluções sustentáveis para a saúde animal e promovendo a conservação dessa espécie. A pesquisa objetiva avaliar a eficiência de técnicas de aférese, a resposta imunológica dos asininos a antígenos específicos e a estabilidade dos componentes plasmáticos após congelamento. Para isso, 20 asininos saudáveis serão vacinados com vacina comercial inativada contra Clostridium spp., e distribuídos em quatro grupos experimentais: (1) asininos hiperimunizados com coleta por sedimentação por gravidade, (2) asininos hiperimunizados com coleta por plasmaférese automatizada, (3) asininos não hiperimunizados com coleta por sedimentação e (4) asininos não hiperimunizados com coleta por plasmaférese automatizada. As coletas de plasma ocorrerão 20 dias após o protocolo vacinal, sendo realizadas análises físicas, bioquímicas, imunológicas e microbiológicas ao longo de 12 meses, com intervalos 30 dias. As análises físicas incluirão inspeção do aspecto, coloração, turbidez e presença de precipitados, enquanto as bioquímicas e imunológicas abrangerão parâmetros como glicose, proteína total, albumina, globulinas, fibrinogênio e imunoglobulinas específicas contra os antígenos vacinais por imunodifusão radial. A estabilidade do plasma será avaliada após congelamento a -20°C, considerando os efeitos do tempo. Espera-se validar os asininos como doadores eficientes de plasma hiperimune contra Clostridium spp. Esse produto poderá ser aplicado em diversas situações clínicas, hipoproteinemias, falha na transferência de imunidade passiva, ou em outras espécies sensíveis a Clostridium spp. Além disso, a iniciativa contribuirá para o avanço da biotecnologia veterinária e para o desenvolvimento econômico e sustentável das regiões semiáridas do Brasil.