Qualidade de rúcula sob adubação verde no semiárido
Eruca sativa; horticultura orgânica; compostos bioativos; nutrição de plantas.
A rúcula, é uma hortaliça que família Brassicaceae, caracteriza-se pelo seu sabor picante e aroma agradável e acentuado, e pelos teores de K, S, Fe e de vitaminas A e C, variando de acordo com a espécie e o ambiente de produção. O cultivo orgânico de rúcula é uma crescente atividade entre horticultores do Brasil, e a qualidade de rúcula é influenciada por diferentes fatores como o tipo de sistema de cultivo, manejo da adubação e condições edafoclimáticas. Fatores genéticos e condições de cultivo como épocas de plantio, temperatura durante a estação de crescimento da cultura além do tipo de adubação podem afetar consideravelmente a composição química dessa folhosa. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade pós-colheita e o potencial antioxidante da rúcula em monocultivo, em função de diferentes quantidades de biomassa de Calotropis procera (Ait.) R. Br. (Apocynaceae), em dois experimentos de cultivo em ambiente semiárido. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados ao acaso com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram de diferentes quantidades de biomassa de Calotropis procera: 20, 40, 60, 80 e 100 t ha-1 em base seca, incorporadas ao solo. Em cada bloco foram adicionados dois tratamentos adicionais, um sem adubação (controle) e outro com adubação mineral, para fins de comparação com o tratamento de máxima eficiência. A cultivar de rúcula plantada foi a ‘Cultivada’. As características da rúcula avaliadas foram: teores dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Fe, Zn, B, Mn e Cu, teores de clorofila A, B e Total e de carotenóides, pH, teor de sólidos solúveis totais, acidez titulável, teor de açúcares totais, teores de vitamina C, antocianina e flavonóides totais, polifenóis extraíveis totais, coloração das folhas (L*, C* e h°), e atividade antioxidante de DPPH. A adubação verde com biomassa de Calotropis procera demonstrou resultados superiores na qualidade nutricional da rúcula, aumentando os teores de Ca, Mg, Zn, Cu, Fe e B, especialmente na quantidade de 100 t ha-1. Além disso, a adubação verde melhorou a tonalidade verde das folhas e aumentou os compostos bioativos, como antocianinas, flavonóides, polifenóis e vitamina C, com capacidade antioxidante destacada pelo DPPH.