DESEMPENHO AGRONÔMICO E QUALIDADE DE CULTIVARES DE ALHO COMUM NO OESTE POTIGUAR
Allium sativum L, Semiárido, Pós-colheita, Produtividade
O alho (Allium sativum L.) é cultivado desde a antiguidade, principalmente na Ásia e no Mediterrâneo. O sabor e o aroma acentuados são características marcantes desta hortaliça, sendo utilizada como condimento em praticamente todo mundo, além de possuir propriedades medicinais. O Rio Grande do Norte apresenta áreas com condições favoráveis para o cultivo do alho e em décadas anteriores parte da demanda interna foi abastecida pela produção do Estado. A degenerescência da cultivar Branco Mossoró, somadas as condições climáticas, baixa tecnologia dos produtores, aumento da importação de alho e ausência de incentivos governamentais foram os fatores que levaram ao declínio da cultura. A avaliação de novas cultivares de alho com potencial produtivo e qualitativo de bulbo, adaptadas as condições de clima do Rio Grande do Norte é fundamental para a revitalização da cultura no estado. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o desempenho agronômico e qualidade de cultivares de alho comum no oeste potiguar. Foram conduzidos dois estudos, sendo o primeiro na Fazenda experimental Rafael Fernandes no município de Mossoró-RN em dois anos de cultivo com cultivares de alho precoce. O segundo na empresa SGagro no município de São Miguel-RN com cultivares de alho de ciclo médio. Os experimentos foram realizados em blocos casualizados com quatro repetições. Em Mossoró os tratamentos consistiram de seguintes cultivares: Branco Mineiro (Casca Branca, CE, CSJ, Ijuí e PI), Canela de Ema, Cateto Roxo, Centralina A, Inhumas (Casca Roxa e E), Jundiaí, Novo Cruzeiro, Pinheiral e Ugarte. Em São Miguel os tratamentos consistiram das cultivares: Amarante, Catiguá, Caturra Cardinal, Chines (Folha Fina, Folha Larga, PR e SJ), Crespo, Gigante (Ouro Branco e Roxo), Lavinia, Mexicano e Peruano. Todas as cultivares foram oriundas da Embrapa Hortaliças. Para o estudo com cultivares precoces, a cultivar Inhumas Casca Roxa e Ugarte destacaram-se em produtividade comercial, produtividade total, massa de bulbo e porcentagem de bulbos de classes 5 e 6, sendo recomendadas para o cultivo. A cultivar Jundiaí apresentou menor percentagem de bulbos diferenciados e a cultivar Cateto Roxo obteve menor número de bulbilhos, indicando baixa adaptabilidade dessas cultivares. A cultivar Branco Mineiro PI possui maior acidez titulável e índice industrial. O ano de 2023 proporcionou maior teor de pungência para as cultivares. No estudo de cultivares de ciclo médio, a cultivar Lavínia apresentou maior número de bulbilhos, produtividade comercial, produtividade total, porcentagem de bulbos 5 e 6, sendo a cultivar recomendada para o cultivo. As cultivares Caturra Cardinal, Chinês SJ, Crespo e Gigante Ouro Branco foram mais pungentes. As cultivares Lavínia e Peruano atingiram maior teor de sólidos totais.