ANÁLISE GENÔMICA, DESENVOLVIMENTO DE NANOFUNGICIDAS E AVALIAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS E NANOPARTÍCULAS FUNCIONALIZADAS VISANDO O CONTROLE DE Monosporascus cannonballus e Macrophomina phaseolina EM MELOEIRO
Modelagem D de proteínas; Nanotecnologia na agricultura; Nanopartículas funcionalizadas.
O meloeiro (Cucumis melo L.) apresenta importância socioeconômica nacional, sendo produzido mais de 600 mil toneladas em aproximadamente 24 mil hectares, gerando divisas anuais superiores aos US$ 150 milhões, com destaque para região Nordeste. O Rio Grande do Norte e o Ceará têm sido responsáveis por mais de 80% da produção e por quase a totalidade das exportações brasileiras de melões. Contudo, apesar de contribuir para o Agronegócio, essa produção cada vez mais intensa tem agravado os problemas fitossanitários da cultura no Semiárido. Nesse contexto, os fungos são os patógenos de maior ocorrência nessa cultura, e que apresenta uma ampla gama de plantas hospedeiras. Dentre os patógenos mais importantes estão Monosporascus cannonballus e Macrophomina phaseolina, agentes causais da “podridão de raízes e declínio de ramas” em meloeiro. Para ambos patógenos, o manejo cultural prevalece, já que o uso de agrotóxicos, além de contribuir negativamente para os impactos ambientais, são pouco eficientes no controle desses patógenos. A utilização da biotecnologia para fins agrícolas surge como mais uma estratégia no controle de doenças de plantas. Portanto, o objetivo desse trabalho foi desenvolver ferramentas para controle do M. cannonballus e M. phaseolina em meloeiro a partir da biotecnologia com o uso da bioinformática e nanotecnologia. No primeiro ensaio foi realizado a análise genômica de ambos os fungos com objetivo de selecionar novas proteínas alvos como base para o desenvolvimento de fungicidas a partir da experimentação in silico foi possível selecionar 13 alvos candidatos para M. cannonballus e 10 proteínas como potenciais alvos para M phaseolina. No segundo experimento foram realizados bioensaios in vitro utilizando nanopartículas (NP) associados a compostos comerciais, nanoformulações (NF), a fim de controlar os patógenos, foi possível identificar que a NP tem potencial como facilitador da ação dos compostos, inclusive diminuindo a concentração deles em mais de 200 mil vezes, portanto no estudo in vitro trata-se NF com capacidade de agir como novos nanofungicidas. No último experimento o objetivo foi avaliar a eficiência de três óleos essenciais (OE), sendo eles: capim-limão (Cymbopogon flexuosus), hortelã pimenta (Mentha piperita) e manjericão (Ocimum basilicum) no controle in vitro dos fungos e avaliar associação dos OEs a NP. Os três OEs apresentaram efeito inibitório sobre ambos os fungos e a associação dos OEs com a NP contribuiu para inibição do crescimento micelial demonstrando que a NP funcionalizada pode ser desenvolvida com ferramenta de entrega de compostos fungicidas. Esse trabalho abre perspectivas para a geração de novas formas de controle desse patógenos.