CULTIVO DE EMBRIÕES ZIGÓTICOS NA INTROGRESSÃO DE GENES EM MILHO
Melhoramento genético de plantas. Zea mays. Biotecnologia. Resgate de embriões. Cultura de tecidos
O milho (Zea mays L.) é uma cultura C4 com uma habilidade notável para manter altas taxas de atividade fotossintética com um importante potencial de produção de grãos e biomassa. No Brasil, milho é hoje a segunda cultura agrícola com maior Valor Bruto de Produção em 2020 (26% a mais do que em 2019) e está presente em 18 milhões de hectares. Dada sua importância, o melhoramento do milho tropical baseou-se na seleção convencional e seleções clonais para os tipos de milho de elite que foram multiplicados para distribuição aos produtores, especialmente nos países em desenvolvimento. No entanto, o sucesso desta estratégia é limitado por causa de baixas variações genéticas nos conjuntos de genes como resultado da domesticação, custos elevados e tempos de geração longos para produzir uma única seleção melhorada. O melhoramento de plantas tem sido um fator importante no aumento da produção agrícola e conquistas da pesquisa e desenvolvimento tem agregado muito, mas uma grande frustração que permanece é o tempo para gerar uma nova cultivar para os produtores. A cultura embrionária pode encurtar o ciclo de reprodução pela antecipação do ponto de colheita. Ao remover os embriões das influências desses fatores, os embriões germinam e crescem rapidamente em meio artificial e o ciclo de reprodução é encurtado. Paralelo a isto, a utilização de modernas técnicas moleculares, permitem identificar plantas de interesse genético em populações muito grandes e avançar gerações por planta individual que possua o maior número de caracteres desejáveis, promovendo um maior ganho genético. Diante disto, esta pesquisa buscou-se mais informações sobre a aplicação da técnica de cultivo de embriões de milho no processo de introgressão gênica, com os seguintes objetivos: a) comparar o tempo entre gerações nos processos convencional, por sementes, e biotecnológico, por cultivo de embriões in vitro; b) avaliar a existência de genótipo dependência e estágio ideal de desenvolvimento do embrião no processo de cultivo in vitro; c) otimizar o meio de cultivo para seleção in vitro de indivíduos contendo genes de interesse, assegurando qualidade genotípica e fisiológica das plantas. Para tanto foram realizados retrocruzamentos e aplicou-se uso de marcadores assistidos como forma de verificar a eficiência do método. Foram coletados embriões imaturos para cultivo in vitro, onde buscou-se conhecer o efeito de diferentes agentes seletivos e doses para averiguação de eficiência seletiva e qualidade das plântulas produzidas. Da mesma forma foram avaliadas influências genotípicas e da idade dos embriões resgatados durante o processo de cultivo de embriões e seleção genotípica in vitro. Foi possível observar a viabilidade da metodologia de cultivo de embriões de milho e o ganho em tempo que proporciona em relação ao modelo convencional por sementes. O cultivo de embriões imaturos de milho aliado aos marcadores moleculares possibilitou obter e selecionar plantas desejáveis mais rapidamente e aumentar o ganho genético entre gerações. A idade dos embriões influenciou os resultados biométricos e germinativos dos embriões in vitro e, assim como o genótipo, influenciou no sucesso da Aclimatização. Os agentes seletivos foram eficientes no cultivo in vitro de embriões e tiveram influência significativa no desenvolvimento das plântulas formadas.