PRÉ-RESFRIAMENTO E ATMOSFERA MODIFICADA ASSOCIADA AO USO DE ÁCIDO PERACÉTICO NA QUALIDADE E CONSERVAÇÃO DE MAMÃO FORMOSA ‘TAINUNG I’
Carica papaya L, pós-colheita, embalagem, armazenamento refrigerado, controle alternativo.
O mamão apresenta um padrão respiratório do tipo climatérico, é considerado um fruto bastante perecível, necessitando do uso de tecnologias pós-colheita para retardar a senescência e manter a qualidade do mesmo e seu potencial de conservação pós-colheita. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o uso de tecnologias pós-colheita para manter a qualidade e aumentar a vida útil de mamão Formosa destinado à exportação. No primeiro experimento, foi avaliado o efeito do pré-resfriamento na qualidade e conservação de mamão Formosa ‘Tainung I’ colhidos no estádio de maturação II, no qual foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC), constituído pelos tratamentos (I: frutos controle - sem pré-resfriamento; II: pré-resfriamento a 15°C em câmara fria; III: pré-resfriamento a 7°C em câmara fria e IV: pré-resfriamento a 7°C em câmara de ar forçado) e pelos tempos de armazenamento refrigerado a 10±1°C e 70±5%UR (0, 7, 14, 21, 28 e 35 dias). No segundo experimento, foi avaliado o efeito do uso da atmosfera modificada e do ácido peracético na conservação pós-colheita de mamão Formosa ‘Tainung I’ orgânico, onde foi conduzido em DIC, constituindo os tratamentos (1: frutos com aplicação de ácido peracético (500ppm) e embalagem Xtend® 1 (815 pp64); 2: frutos sem aplicação de ácido peracético e embalagem Xtend® 1; 3: frutos com ácido peracético e embalagem Xtend® 2; 4: frutos sem ácido peracético e embalagem Xtend® 2; 5: frutos com ácido e sem embalagem; 6: frutos sem ácido e sem embalagem) e tempos de armazenados em câmara fria (10±2°C e 92±2%UR) acrescidos de dois dias em temperatura ambiente (24±2°C e 60±2%UR) (colheita, 10, 18, 24 e 32 dias). Para o primeiro experimento, concluiu-se que o pré-resfriamento retardou o amadurecimento e a senescência do mamão Formosa, reduzindo a perda de coloração verde e da firmeza nos frutos pré-resfriados. O surgimento de danos pelo frio e a incidência de fungos dos gêneros Fusarium e Alternaria em alguns frutos aos 28 dias, independente do tratamento, limitou a vida útil do mamão Formosa ‘Tainung I’ do presente trabalho. A avaliação sensorial mostrou que o mamão Formosa “Tainung I” seria, portanto, aceitável visualmente e organolepticamente aos consumidores, após 21 dias de armazenamento, quando submetidos a pré-resfriamento a 7°C-CF, assemelhando-se as características obtidas por frutos controle. O aparecimento de regiões endurecidas na polpa do fruto, comprometeu a qualidade sensorial dos frutos, merecendo uma investigação mais aprofundada sobre as causas desse distúrbio. Para o segundo experimento, conclui-se que o tratamento com ácido peracético associado ao uso de embalagem durante o armazenamento mantém a qualidade pós-colheita e aumenta a vida útil pós-colheita do mamão Formosa ‘Tainung I’ orgânico. O tratamento com ácido peracético associado a embalagem 2 (Xtend® 815 pp65) proporcionaram melhor aparência externa do mamão Formosa ‘Tainung I’, mantendo o padrão de comercialização aceitável até 26 dias. O tratamento com ácido peracético e uso de embalagem foram eficientes na redução da perda de massa dos frutos durante o armazenamento. A associação do ácido peracético e uso da embalagem 1 (Xtend® 815 pp64) proporcionou manutenção dos teores de vitamina C, sólidos solúveis (SS), relação SS/AT, conteúdo de açúcares e betacaroteno em mamão Formosa ‘Tainung I’ orgânicos durante o armazenamento refrigerado.