DETECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE Fusarium spp. CAUSANDO PODRIDÃO PEDUNCULAR EM MELÃO NO BRASIL / ALTERNATIVAS DE MANEJO DA PODRIDÃO PEDUNCULAR DO MELOEIRO CAUSADA POR Fusarium falciforme
Cucumis melo; Pós-colheita; Análises filogenéticas; Patogenicidade
Cucumis melo. Pós-colheita. Controle alternativo. Termoterapia
ARTIGO I - A podridão peduncular do meloeiro tornou-se uma doença pós-colheita importante para muitos produtores do Brasil. Causada por fungos do gênero Fusarium, a infecção ocorre ainda em campo, mas, na maioria das vezes, só é detectada quando os frutos chegam ao mercado importador, gerando danos econômicos na exportação dos frutos. Este estudo foi elaborado para detectar a ocorrência de espécies de Fusarium causando podridões peduncular em melão e caracterizá-los por análises filogenética de dois loci, marcadores morfológicos e de patogenicidade. Os 28 isolados obtidos de melões dos tipos Amarelo, Galia, Cantaloupe e Pele de sapo, adquiridos de fazendas produtoras da região Nordeste do Brasil, foram identificados como Neoscomospora falciformis do complexo de espécies F. solani (FSSC); F. sulawesiensis e F. pernambucanum do complexo de espécies F. incarnatum-equiseti (FIESC); F. kalimantanense do complexo de espécies F. oxysporum (FOSC), e Fusarium sp. do complexo de espécies F. fujikuroi (FFSC), como uma provável nova espécie. Todos os isolados induziram sintomas de podridão em melão Amarelo, com sintomas iniciando dois dias após a inoculação. Os postulados de Koch foram concluidos. Para o nosso conhecimento, este é o primeiro relato de espécies dos complexos FSSC, FOSC e FFSC ocorrendo em melão.
ARTIGO II - A podridão peduncular (PR), causada por fungos do gênero Fusarium é uma das doenças que mais causam prejuízos aos produtores de melão no Brasil, pois os sintomas iniciam durante o transporte dos frutos, aproximadamente 15 dias após a colheita, dificultando o diagnóstico antes do embarque dos frutos para outros países, além de não existir um método efetivo de controle da doença. Objetivou-se neste estudo avaliar produtos comerciais, tais como, produtos usados na agricultura, óleos essenciais (OEs) e cloreto de cálcio (CaCl2), associados ou não à termoterapia, no manejo da PP do melão. Os tratamentos mais eficientes no experimento in vitro foram Enzimatic (10 mL/L), Copper Crop® (8 e 10 mL/L) e o OE de citronela (2 e 2,5%), não diferindo do Magnate®, que inibiram 100% do crescimento do fungo. No experimento in vivo I, os frutos inoculados e não inoculados apresentaram como melhores tratamentos, a associação da termoterapia com Copper Crop® e o OE de citronela, aos 30 dias de armazenamento e, aos 40 dias, a termoterapia com Serenade® e CaCl2 para os frutos não inoculados. Na ausência do tratamento térmico, o Compost Aid® (frutos inoculados e não inoculados) e o OE de citronela (frutos não inoculados), foram os que mais reduziram a INC e SEV da PP. No segundo experimento (in vivo II), não houve diferença entre aqueles que receberam termoterapia, no entanto, em frutos inoculados, o CaCl2, foi o melhor aos 30 dias de armazenamento e, em frutos não inoculados, o Enzimatic (até 30 dias), e o Copper Crop® (até 40 dias). A termoterapia é eficiente no manejo da PP do melão, causada por F. falciforme. A associação da termoterapia com Serenade®, Copper Crop®, OE de citronela e o CaCl2, reduzem a PP em até 40 dias de armazenamento. Na ausência da termoterapia, o Compost Aid®, Copper Crop® e o OE de citronela, reduzem a INC e a SEV da PP, em até 40 dias. Os tratamentos não interferiram na qualidade do melão, mantendo-os livres de manchas por aquecimento ou fitotoxidade. A firmeza da polpa e o teor de sólidos solúveis se mantiveram nos padrões exigidos pelo mercado consumidor.