DIVERSIDADE GENÉTICA E COMPONENTES DE ADAPTABILIDADE DE Monosporascus E Macrophomina ISOLADOS DE PLANTAS DANINHAS NO NORDESTE BRASILEIRO
Filogenia. Fungo. Patogenicidade. Taxonomia.
O Brasil é o maior produtor mundial de frutas tropicais, com destaque para o melão e a melancia. Muitos são os problemas ocasionados por patógenos radiculares em ambas as culturas. Dentre eles destacamos os fungos dos gêneros Monosporascus e Macrophomina. Plantas daninhas presentes nas áreas de cultivo podem atuar como hospedeiros alternativos desses fungos habitantes do solo. Diante disso, este estudo visa conhecer a diversidade genética e os componentes de adaptabilidade de Monosporascus e Macrophomina isolados de plantas daninhas em áreas de cucurbitáceas no Nordeste brasileiro. No primeiro trabalho, uma coleção de 35 isolados de Monosporascus spp. provenientes de raízes de duas espécies de plantas daninhas, prevalentes em campos de cultivo de cucurbitáceas no nordeste brasileiro, Trianthema portulacastrum e Boerhavia diffusa foram utilizados neste estudo. Estes isolados foram identificados com base nas sequências de DNA das regiões dos Espaçadores Internos Transcritos (ITS) do DNAr nuclear, parte do gene do fator de elongação da tradução (tef-1α), parte do gene da β-tubulina (tub), parte do rDNA nuclear de subunidade pequena (SSU) e parte do rDNA nuclear de subunidade grande (LSU). Cinco novas espécies de Monosporascus foram identificadas em nível mundial, sendo M. brasiliensis, M. caatinguensis, M. mossoroensis, M. nordestinus e M. semiaridus. Monosporascus brasiliensis, M. nordestinus e M. semiaridus foram isoladas de ambas as espécies de plantas daninhas, enquanto M. caatinguensis somente de T. portulacastrum e M. mossoroensis apenas de B. diffusa. O presente estudo confirma que Monosporascus spp. pode colonizar raízes de T. portulacastrum e B. diffusa, e revela que existe uma elevada diversidade de espécies. No segundo trabalho, foi utilizada uma coleção de 94 isolados de Macrophomina spp. obtidos de raízes de T. portulacastrum e B. difusa, onde foram caracterizados utilizando técnicas moleculares e componentes de adaptabilidade. A análise filogenética do gene tef-1α, amplificado com os primers EF728F e EF986R, permitiu a identificação de 32 isolados como M. phaseolina e 62 isolados como M. pseudophaseolina. A temperatura ótima de crescimento micelial para ambas as espécies foram 30,59 °C e 29,85 °C, respectivamente. Sendo, no entanto capazes de crescer a 40 °C. Resultados do teste de patogenicidade realizado em mudas de meloeiro 'Gladial' revelou que ambas as espécies são patogênicas a esta cucurbitácea, tendo M. phaseolina apresentado uma maior incidência e severidade da doença. Este estudo representa o primeiro relato de M. pseudophaseolina em plantas de T. portulacastrum e B. difusa no Brasil.