RESPOSTAS DO ALGODOEIRO NATURALMENTE COLORIDO A DOSES DE NITROGÊNIO EM DUAS SAFRAS AGRÍCOLAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Gossypium hirsutum L; dose econômica; viabilidade econômica; eficiência no uso de nitrogênio; acúmulo de nutrientes.
O algodão naturalmente colorido possui apelo ambiental devido dispensar o tingimento químico das fibras, o qual gera resíduos potencialmente poluidores. Seu cultivo se concentra na região semiárida do nordeste brasileiro, com baixo emprego de tecnologia, como a ausência de fertilização nitrogenada, resultando em baixa produtividade de fibra. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a resposta de cultivares de algodão naturalmente colorido quando submetidos a diferentes doses de nitrogênio no solo, na região semiárida do Brasil, em duas safras agrícolas. O experimento foi realizado em condição de campo, na Fazenda Experimental da UFERSA, em duas safras agrícolas, nos anos de 2016 e 2017. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com parcelas subdivididas e quatro repetições. Nas parcelas principais casualizou-se cinco doses de nitrogênio (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1) e nas subparcelas, quatro cultivares de algodão colorido (BRS Safira, BRS Rubi, BRS Topázio e BRS Verde). Maiores produtividades de algodão em caroço estão associadas às doses mais econômicas de 160,48; 133,5; 162,18; 134,59 e 143,12 kg ha-1 de N paras cultivares BRS Safira, Topázio em 2016, Topázio em 2017, Rubi e Verde, respectivamente. Para fibra de algodão, as maiores produtividades estão associadas às doses econômicas de 160,22; 135,51; 164,11; 145,82 kg ha-1 N para as cultivares BRS Safira, Topázio em 2016, Topázio em 2017 e Rubi, respectivamente. É economicamente viável a utilização das tecnologias de fertirrigação e adubação nitrogenada no cultivo do algodão naturalmente colorido, pois a comercialização do algodão, tanto em caroço quanto em fibra, cobrem os custos de produção. Maior renda bruta e líquida, taxa de retorno e índice de lucratividade são obtidas com a comercialização do algodão colorido em fibra. Ocorre acúmulo crescente de N no algodoeiro à medida que se aumenta as doses de N aplicada. O nitrogênio acumulado no algodoeiro colorido é direcionado, em ordem decrescente, para sementes (56,3%), folhas (29%), caule (10,6%) e fibras (3,8%). A eficiência agronômica no uso de N e a eficiência de recuperação de N decrescem com aumento nas doses de N aplicada, com maior eficiência nas menores doses aplicadas. A cultivar com maior eficiência no uso de N é a BRS Topázio.