Artigo 1: Fertirrigação Nitrogenada para Produção de Milho Verde em Duas Safras Agrícolas no Semiárido Brasileiro; Artigo 2: Rentabilidade de Milho para Silagem Fertirrigado com Doses de Nitrogênio em Safras Distintas no Semiárido.
Zea mays L. Nutrição mineral. Conservação de forragem. Condições meteorológicas. Custos de produção. Dose econômica.
Artigo 1
Os produtores rurais da região semiárida do Brasil têm cultivado o milho verde em áreas irrigadas, visando sua comercialização ao longo de todo o ano. Atualmente, o sistema de irrigação por gotejamento tem sido bastante difundido, podendo ser facilmente empregado para distribuição de fertilizantes solúveis (fertirrigação). Neste trabalho, objetivou-se definir a dose de nitrogênio (N) via água de irrigação, associada à máxima produção econômica de milho verde, em duas safras agrícolas (verão e inverno), no município de Canindé de São Francisco, Alto Sertão de Sergipe, semiárido brasileiro. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram em quatro doses de N (0; 80; 160 e 240 kg ha-1), na forma de ureia. A cultivar foi o híbrido Bt Feroz. As características avaliadas foram teor de N na folha diagnóstica, número e massa de espigas (total e comercializável), rendas bruta e líquida, taxa de retorno e índice lucratividade. O aumento na disponibilidade de N, em consequência da adubação de cobertura, influenciou positivamente todas as características agronômicas avaliadas. A safra de inverno se mostrou mais favorável ao rendimento de espigas. A máxima taxa de retorno econômico foi obtida com 90 kg ha-1 de N, enquanto a rentabilidade do investimento atingiu valores superiores a 72% em todas as doses de N. Em ambas as safras, os resultados evidenciaram melhor eficiência agroeconômica na produção de milho verde quando houve fertirrigação com 90 kg ha-1 de N.
Artigo 2
A produção de silagem de milho no semiárido nordestino é uma prática tradicional de conservação da forragem, seja a fim de atender aos animais da própria fazenda ou buscar a comercialização do produto. Neste trabalho, objetivou-se definir a dose de nitrogênio (N) via fertirrigação associada à máxima produção econômica do milho para silagem, em duas safras agrícolas (verão e inverno), no município de Canindé de São Francisco-SE, semiárido brasileiro. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram em quatro doses de N (0; 80; 160 e 240 kg ha-1), utilizando ureia. A cultivar foi o híbrido Bt Feroz. As características avaliadas foram: produtividade de matérias fresca e seca, rendas bruta e líquida, taxa de retorno e índice lucratividade. Constatou-se interação entre doses de N e safras agrícolas para todas as variáveis. A maior eficiência agroeconômica na produção de milho para silagem foi obtida na safra de inverno, pois as temperaturas inferiores a 24 ºC aumentaram o ciclo vegetativo, favorecendo a produtividade de matéria fresca e o lucro do investimento. Na safra de verão, a taxa de retorno (1,82) e o índice de lucratividade (45,52%) foram máximos quando as plantas foram fertirrigadas com 56,04 e 58,92 kg ha-1 de N, respectivamente. No inverno, a produtividade de matéria fresca, rendas bruta e líquida aumentaram linearmente com as doses crescentes de N, com lucro proporcional ao capital investido, uma vez que a fertirrigação nitrogenada não influenciou a taxa de retorno (2,24) e o índice de lucratividade (55,22%).