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Dissertações |
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SUZANA VIRGINIA DA COSTA REGIS
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O papel dos influenciadores digitais no processo decisório de compra
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Orientador : AGOSTINHA MAFALDA BARRA DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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AGOSTINHA MAFALDA BARRA DE OLIVEIRA
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BRUNA LOURENA DE LIMA DANTAS
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LILIAN CAPORLINGUA GIESTA CABRAL
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Data: 17/01/2022
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O objetivo deste estudo foi analisar o papel dos influenciadores digitais no comportamento de compra de suas seguidoras, sendo elas mulheres da geração millenials que residem no Nordeste brasileiro. Para alcançar o objetivo, foi realizada uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, através da realização de entrevistas semiestruturadas, com duração de cerca de 40 minutos por meio do Google Meet. Participaram da pesquisa 18 mulheres, sendo duas de cada estado do Nordeste e para o tratamento das entrevistas foi realizada a análise de conteúdo. Os resultados apresentaram que a maioria das entrevistadas estão solteiras, possuem o ensino superior completo e suas ocupações vão desde dona de casa à empreendedora. Quanto aos motivos que as levam a seguir influenciadores digitais foram observados: senso de aproximação/vida real, entretenimento, inspiração, credibilidade/confiança e em maior frequência a identificação, se subdividindo em categorias (personalidade, história de vida, biotipo, estilo de vida, regionalismo e ocupação). Em relação as etapas do processo decisório de compra, foi observada a presença do influenciador digital no reconhecimento de uma necessidade, busca de informação, avaliação das alternativas, efetivação da compra influenciada, feedback do produto influenciado e foi possível perceber também o poder limitado do influenciador durante esse processo. Por fim, com os resultados, nota-se que o influenciador digital também assume o papel de um produto que vem sendo consumido com uma frequência cada vez maior e que existem motivos específicos que levam as pessoas a acompanhá-los nas mídias sociais, sendo a identificação o mais destacado. E quanto ao processo decisório de compra, sua presença foi encontrada com maior força no momento do reconhecimento de uma necessidade, embora ele possua um poder limitado durante o processo. Este estudo contribui para o meio acadêmico com reflexões relevantes e atuais sobre essa temática e ainda pode servir de suporte para gestores que pretendem inserir influenciadores digitais em seu planejamento estratégico e para os influenciadores digitais que desejam se conectar com um público cada vez maior de maneira eficiente.
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O objetivo deste estudo foi analisar o papel dos influenciadores digitais no comportamento de compra de suas seguidoras, sendo elas mulheres da geração millenials que residem no Nordeste brasileiro. Para alcançar o objetivo, foi realizada uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, através da realização de entrevistas semiestruturadas, com duração de cerca de 40 minutos por meio do Google Meet. Participaram da pesquisa 18 mulheres, sendo duas de cada estado do Nordeste e para o tratamento das entrevistas foi realizada a análise de conteúdo. Os resultados apresentaram que a maioria das entrevistadas estão solteiras, possuem o ensino superior completo e suas ocupações vão desde dona de casa à empreendedora. Quanto aos motivos que as levam a seguir influenciadores digitais foram observados: senso de aproximação/vida real, entretenimento, inspiração, credibilidade/confiança e em maior frequência a identificação, se subdividindo em categorias (personalidade, história de vida, biotipo, estilo de vida, regionalismo e ocupação). Em relação as etapas do processo decisório de compra, foi observada a presença do influenciador digital no reconhecimento de uma necessidade, busca de informação, avaliação das alternativas, efetivação da compra influenciada, feedback do produto influenciado e foi possível perceber também o poder limitado do influenciador durante esse processo. Por fim, com os resultados, nota-se que o influenciador digital também assume o papel de um produto que vem sendo consumido com uma frequência cada vez maior e que existem motivos específicos que levam as pessoas a acompanhá-los nas mídias sociais, sendo a identificação o mais destacado. E quanto ao processo decisório de compra, sua presença foi encontrada com maior força no momento do reconhecimento de uma necessidade, embora ele possua um poder limitado durante o processo. Este estudo contribui para o meio acadêmico com reflexões relevantes e atuais sobre essa temática e ainda pode servir de suporte para gestores que pretendem inserir influenciadores digitais em seu planejamento estratégico e para os influenciadores digitais que desejam se conectar com um público cada vez maior de maneira eficiente.
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LEVI CUNHA BRAGA
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RADAR DA INOVAÇÃO: UMA ANÁLISE DO GRAU DE INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL EM EMPRESAS GRADUADAS
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Orientador : ANA MARIA MAGALHAES CORREIA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA LUCIA BRENNER BARRETO MIRANDA
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ANA MARIA MAGALHAES CORREIA
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HELEN SILVA GONCALVES
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NAPIE GALVE ARAUJO SILVA
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Data: 17/02/2022
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O presente trabalho tem como objetivo analisar o grau de inovação organizacional das empresas graduadas localizadas em incubadoras no Rio Grande do Norte. Os objetivos específicos, são: identificar o perfil das empresas graduadas; identificar as ações de inovação propostas pelas empresas graduadas; aplicar o radar da inovação nas empresas graduadas e analisar as dimensões propostas pelo radar da inovação nas empresas graduadas. A justificativa pela escolha do ambiente de estudo se dá pelo fato de esses ambientes estarem em constante crescimento e desenvolvimento. Este trabalho tem como base teórica o entendimento e à percepção do fator inovação pelas sociedades, conceitos de inovação que apontam sua importância para o âmbito empresarial, uma apresentação das tipologias de inovação, os modelos de mensuração nas empresas, o conceito do radar de inovação e como essa ferramenta pode auxiliar e medir o grau de inovação; por fim, o processo de incubação e a definição de empresas graduadas de base tecnológica, para, assim, facilitar o entendimento do leitor acerca dos temas que fazem parte desta pesquisa. Esta pesquisa é considerada qualitativa, exploratória, descritiva e bibliográfica. Os intrumentos de coleta utilizados foram questionário e entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados do roteiro de entrevista, foi utilizada a análise interpretativa. Foram entrevistados 9 (nove) empreendedores das Empresas Graduadas. Por se tratar de um estudo que envolve seres humanos, a proposta da pesquisa foi submetida no dia 20 de junho de 2021, e aprovada dia 30 de julho de 2021, pelo comitê de ética (CAAE: 47210821.8.0000.5294). Em relação aos resultados, verificou-se que as empresas graduadas são inovadoras ocasionais, com média de 3,49, em decorrência da existência de inovações de grande impacto organizacional nos últimos 3 (três) anos. É interessante mencionar que das 9 (nove) Empresas Graduadas estudadas, 7 (sete) apresentaram médias acima de 3,0, consideradas empresas inovadoras ocasionais, e as outras 2 (duas) empresas graduadas, com médias pouco acima de 2,0, analisadas em pouco ou nada inovadora. Várias ações inovadoras implantadas foram citadas pelos empreendedores, como: inovação nos produtos, marketing digital, melhoria no portfólio comercial, implantação de sistema de acompanhamento de projetos, inovações nos processos, etc. As inovações mais citadas foram mudanças nos produtos e a criação de novas estratégias de marketing. Conclui-se que a pesquisa contribui para a geração do conhecimento teórico e prático. Na perspectiva teórica, foi visto a possibilidade de melhorias nas dimensões do radar, e a sugestão de novas dimensões para o radar da inovação. No cenário prático, as empresas graduadas através do grau de maturidade, tiveram a oportunidade de analisar o estágio atual das suas empresas nas 13 (treze) dimensões estudadas. Além disso, puderam comparar e refletir, sobre suas maiores dificuldades, e transformar em ações para a busca de melhorias. E através das informações levantadas e analisadas, verificou-se que as empresas graduadas do Rio Grande do Norte, em sua maioria, são empresas inovadoras.
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No cenário mundial altamente competitivo a maior preocupação das empresas é como produzir e competir com as mudanças repentinas do mercado em geral. As inovações são capazes de gerar vantagens competitivas a médio e longo prazo, por isso, inovar torna-se essencial para a sustentabilidade e produtividade das empresas. Segundo Ocampo, Iacono e Leandro (2019), a inovação é compreendida como um processo e, portanto, pode ser realizada através de um conjunto de etapas: buscar, selecionar e implementar. Apesar de estar dividido em apenas três etapas, tal processo não é trivial e a realização das fases e atividades são consideradas complexas, que envolvem várias esferas de conhecimento, tais como estratégia ( business case ), comercialização ( marketing) , desenvolvimento de produtos ( design ), prototipação-teste e validação, entre outros. No Manual de Oslo (OCDE, 1997) a inovação é caracterizada como a criação de novos produtos ou tecnologias, nas áreas de P&D ou marketing. A aquisição de novas tecnologias é uma atividade inovadora, então inovar é fazer uso de tecnologias existentes de outras maneiras. Ainda para o Manual de Oslo, as vantagens de se investir em inovação podem ser assim definidas: o impacto no desempenho da empresa é diferente do impacto na receita e na participação nas mudanças de produtividade e eficiência (OCDE, 1997). Outros impactos significativos estão relacionados às mudanças na competitividade e na produtividade total dos fatores, os conhecimentos das inovações realizadas nas empresas, e um montante de conhecimentos nas redes. Ou seja, as empresas precisam inovar para se manterem competitivas e buscar novas tecnologias para se destacar no mercado de trabalho (OCDE, 1997). De acordo com Schumpeter (1998) é possível perceber que a ideia de inovação está sempre associada a mudanças, a novas combinações de fatores que rompem com o equilíbrio existente. A inovação é considerada um recurso indispensável em mercados altamente competitivos e seu objetivo é obter maior eficiência econômica e financeira para as empresas 6 (BROWN; KIMBROUGH, 2011; MIRANDA, et al. 2015; SANTOS, VASCONCELOS; DE LUCA, 2013). Além disso, inovar é um processo arriscado: o sucesso não é garantido e há muitas dificuldades no caminho. Coad, Pellegrino e Savona (2015) afirmam que as barreiras à inovação não se concentram apenas em falhas de mercado, mas podem estar relacionadas a falhas sistêmicas da empresa difíceis de superar e que podem ser prejudiciais à produtividade da organização. Além de problemas financeiros, devem ser observados outras questões, tais como a falta de informações sobre novas tecnologias e nichos de mercados, a falta de habilidades adequadas e uma estrutura de mercado altamente concentrada (COAD; PELLEGRINO; SAVONA, 2015). Dessa forma, as empresas para se manterem presentes no mercado precisam implantar melhorias nos processos operacionais e no sistema de gestão, portanto a inovação não se trata apenas da criação de algo novo, mas sim de melhorar práticas ou produtos existentes. Visando esta melhoria, o radar da inovação foi desenvolvido para analisar a inovação das empresas dividido em quatro eixos: clientes, processos, presença e ofertas da empresas, esses eixos são subdivididos em doze dimensões: oferta, plataforma, solução, cliente, experiência do cliente, valor, processo, organização, cadeia de fornecimento, presença, rede e marca. O radar da inovação foi originalmente proposto por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), e adaptado para o contexto das micro e pequenas empresas (MPE’s) com a inclusão de mais uma dimensão: ambiência inovadora por Bachmann e Destefani (2008). Esta ferramenta tem o objetivo de contribuir para o alcance de vantagem competitiva, uma vez que esta mostra em quais dimensões as empresas têm inovado, ao mesmo tempo em que aponta quais dimensões ainda precisam inovar. O radar da inovação pode auxiliar as empresas na realização de um auto diagnóstico geral das inovações nos processos e no sistema de gestão e também na identificação de oportunidades, principalmente por meio da comparação com os concorrentes (SAWHNEY; WOLCOTT; ARRONIZ, 2006). Além disso, Carvalho et al. (2015) afirmam que o radar da inovação pode ser aplicado em empresas de qualquer setor, porém, cada setor difere na intensidade do uso da inovação, mas tem semelhanças no que diz respeito às dimensões em que a inovação ocorre. Dessa forma, esta ferramenta pode ajudar as incubadoras tecnológicas a detectar em quais dimensões as empresas nela instaladas, precisam de aperfeiçoamento.
Com relação ao quantitativo de incubadoras no Brasil, de acordo com os dados obtidos por meio de uma colaboração entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a ANPROTEC e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), até 2019, havia cerca de 363 incubadoras de empresas em todo o território nacional, enquanto que, destas, 18 se localizam no Rio Grande do Norte. Já
com relação ao número de empresas, o estudo apontou a existência de 3694 empresas incubadas e 6143 graduadas (ANPROTEC, 2019). Estes dados reforçam a relevância destes tipos de empresas para a economia do país, pois, segundo o estudo já citado anteriormente, no ano de 2017, empresas incubadas foram responsáveis por gerar 14.457 vagas de emprego, o que resultou num faturamento de R$ 551 milhões, o que é certamente, um quantitativo significativo para a economia brasileira. Diante do panorama apresentado, da atualidade do tema e considerando a inovação como item fundamental para a sobrevivência das incubadoras e das empresas graduadas, essa pesquisa busca responder a seguinte questão: Qual o grau de inovação organizacional das empresas graduadas localizadas em Incubadoras de empresas de Mossoró/RN?
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ALINE FRANCILURDES NERY DO VALE
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EFEITOS DA SOMATIZAÇÃO DA COVID-19 E DO CONTEXTO DE TRABALHO SOBRE O JOB EMBEDDEDNESS EM DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR
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Orientador : LUCIA REJANE DA ROSA GAMA MADRUGA
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MEMBROS DA BANCA :
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CLANDIA MAFFINI GOMES
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JULIANA CARVALHO DE SOUSA
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LIANA HOLANDA NEPOMUCENO NOBRE
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LUCIA REJANE DA ROSA GAMA MADRUGA
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Data: 04/04/2022
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Analisar o efeito da somatização da COVID-19 e do Contexto de Trabalho sobre Job Embeddedness em Docentes do Ensino Superior. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva e explicativa. Quanto à natureza, trata-se de uma pesquisa quantitativa, do tipo survey. O universo de pesquisa consiste nos docentes de instituições públicas e privadas de ensino superior das regiões nordeste e sul do Brasil. A amostra foi não probabilística e por conveniência obtendo uma amostra de 204 participantes. Quanto às técnicas de análise, utilizou-se a análise fatorial exploratória (AFE), a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a Modelagem de Equações Estruturais (MEE). Os dados serão analisados com o auxílio do software SPSS – Statistical Package for the Social Sciences, versão 2.7 e do software AMOS – Analysis Of MOment Structures. Os resultados evidenciam que a Somatização exerce um efeito negativo sobre o JE, podendo-se concluir que a partir da ansiedade e melancolia gerados pela pandemia, os docentes apresentam menor desejo de permanecer naquela atividade/função. Além disso, com relação a somatização da COVID-19, tem-se que quanto maior a ansiedade e a melancolia do docente, mais insatisfeito estará com o seu contexto de trabalho (relações socioprofissionais, organização do trabalho e condições de trabalho). Vale destacar que não houve associação significativa ao relacionar a somatização da COVID-19 com o JE. No que se associa a relação entre Contexto de Trabalho e JE, os resultados evidenciaram que um aumento na insatisfação com o contexto do trabalho provoca uma diminuição no JE. Em conclusão, tem-se que a busca por reduzir possíveis questão de rotatividade organizacional perpassa por condições de trabalho exequíveis para os docentes dentro nos diferentes modais de ensino, fazendo necessário considerar a tendência pós pandemia, na qual visa adotar um caráter híbrido, mantendo parte de suas atividades de ensino no remoto. Ademais, vale destacar a perspectiva da originalidade, atualidade e rigor metodológico da presente pesquisa.
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As pesquisas sobre rotatividade dos trabalhadores nas organizações abordam os diversos motivos pelos quais os funcionários decidem sair de seus empregos. Em contrapartida, os estudos sobre Job Embeddedness (JE), buscam compreender as motivações para que eles permaneçam. De acordo com este construto psicológico, os funcionários que estão fortemente incorporados às organizações onde trabalham e comunidade em que convivem se tornam menos predispostos a saírem voluntariamente de seus empregos (COETZER; POISAT, 2017). Este processo de incorporação dos funcionários envolve aspectos situacionais do ambiente interno e externo em que o indivíduo está inserido e que influenciam em sua decisão de ficar em uma organização (RINGL, 2013).
Nesta perspectiva, é possível atentar a importância de manter os funcionários fortemente ligados ao seu meio de trabalho, dentro e fora dele (KARATEPE, 2018), uma vez que a rotatividade voluntária, ou seja, a saída do indivíduo do seu emprego por conta própria, é muito onerosa e ineficiente para as organizações (BERGIE et al., 2009; NGUYEN; TAYLOR; BERGIEL, 2016), principalmente no que tange aos custos de recrutamento e seleção para encontrar um novo substituto e, consequentemente, despesas com treinamentos para capacitá-lo ao cargo (RINGL, 2013). Incorrem na mesma linha de raciocínio as questões sobre a qualidade do serviço e perda de produtividade devido à interrupção de atividades organizacionais, além dos efeitos negativos envolvendo a cultura da organização, a ética do funcionário e o capital social (CANDAN, 2016). Portanto, a retenção de trabalhadores na organização é um dos maiores desafios dos gestores na atualidade, especificamente daqueles cujo objetivo é obter uma posição favorável no mercado em relação aos seus concorrentes (MALLOL; HOLTOM; LEE, 2007).
Ademais, pesquisadores investigaram casos em que a rotatividade pode ocorrer apesar da elevada satisfação no trabalho e influência do mercado, de modo que a rotatividade pode ser moderada por fatores fora do trabalho, mas que permeiam a vida do trabalhador, fazendo com que ele sinta-se ou não enraizado à organização; isso inclui ligações familiares e conflitos entre família e trabalho, uma vez que as relações entre vida familiar e profissional estão inteiramente ligadas, sendo, inclusive, indicadores que se sobrepõem ao comprometimento organizacional para um indivíduo abandonar o emprego (LEE et al., 1999). Acrescido a isto, Cohen (1995) explica que fatores externos ao trabalho, como família, hobbies, religião, dentre outros, influenciam as atitudes do indivíduo com relação ao trabalho.
Na tentativa de compreender o que retém os funcionários em uma organização, muitos cientistas sociais e profissionais fizeram perguntas como: “Por quais motivos as pessoas saem de seus empregos e quais fatores que a fazem permanecer?”, todavia, as respostas a estas questões, foram, por muitos anos, baseadas em teorias como satisfação e comprometimento organizacional, ou seja, aquele indivíduo que está satisfeito com seu emprego e comprometido com a organização onde trabalha, permanece em seu trabalho, mas aquele que não está, prefere sair (MITCHEL et al., 2001). Soma-se a isto, a influência do mercado de trabalho sobre a rotatividade através da avaliação de alternativas de outras propostas de trabalho (MALLOL; HOLTOM; LEE, 2007).
Porém, todas essas conjecturas desempenham apenas um pequeno papel no que tange a retenção e a saída dos funcionários de uma organização, deixando lacunas sobre como os empregadores poderiam aumentar o envolvimento dos funcionários em seus empregos e influenciar a sua permanência ou quais fatores fazem com que os funcionários se tornem incorporados em seus trabalhos para impedi-los de deixarem a organização (MITCHELL et al., 2001). Portanto, o JE perpassa as teorias que se baseavam em identificar tão somente os motivos que levavam os trabalhadores a deixarem os seus empregos e busca compreender o porquê eles ficam (GONÇALVES, 2014).
Neste ínterim, a grande contribuição do constructo de Mitchell e Lee em relação aos modelos anteriores está em compreender não apenas os fatores “dentro do trabalho”, ligados à organização onde o indivíduo trabalha, mas também os fatores “fora do trabalho”, ligados à comunidade onde o indivíduo convive e que influenciam a sua permanência na organização (BERGIEL et al., 2009).
Não obstante, o comportamento humano nas organizações passou a receber uma maior atenção por parte dos gestores e pesquisadores, de maneira mais evidente, após as transformações ocorridas no âmbito social e econômico (FARSEN; COSTA; SILVA, 2018), consequências da globalização de mercados, das inovações tecnológicas e dos novos modelos de gestão, que afetaram a natureza e o sentido do trabalho e, de mesmo modo, o perfil esperado do trabalhador (MARQUES, 2018).
O processo de trabalho é caracterizado por ritmos intensos, cargas horárias excessivas, rigoroso controle de atividades e cobranças no ambiente laboral (CAMPOS; DAVID, 2010), de modo que, o profissional inserido em um contexto de trabalho inapropriado tende a desenvolver sinais de estresse e sobrecarga, sendo levado ao esgotamento físico ou mental, o que interfere no seu desempenho no trabalho e compromete a qualidade do serviço prestado. O contexto de trabalho se constitui do espaço social em que estão inseridas a organização do trabalho, as condições de trabalho e as relações socioprofissionais. Essas três dimensões abrangem os elementos materiais, organizacionais e sociais que influenciam no desenvolvimento das atividades laborais e nas estratégias de mediação individual e coletiva no ambiente de trabalho (FERREIRA; MENDES, 2020).
Diante do exposto, a organização do trabalho, as condições do trabalho e as relações existentes no contexto de trabalho podem afetar direta ou indiretamente na vida dos trabalhadores e nos resultados alcançados pela organização (CAMPOS; DAVID, 2010). Em vistas disto, analisar como os trabalhadores enxergam seu ambiente de trabalho é crucial para a adoção de mudanças que tenham como objetivo assegurar o bem-estar no trabalho além da eficácia e eficiência dos processos produtivos (FERREIRA; MENDES, 2008), tornando a questão do contexto de trabalho um fator relevante para embasar práticas de gestão (SILVA; GOMES; ALVES, 2017).
Merece atenção nesse momento histórico, o contexto da pandemia com o surgimento de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), posteriormente denominado COVID-19; responsável por ocasionar tanto resfriados comuns quanto doenças mais perigosas, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), podendo causar infecções respiratórias e sendo transmitido de animais para humanos (ABODUNRIN; OLOYE; ADESOLA, 2020). Esse vírus, cuja origem é proveniente dos mercados húmidos de Wuhan, província de Hubei, na China, foi identificado pelas autoridades chinesas em 7 de janeiro de 2020 e, sua disseminação foi considerada como uma pandemia de interesse internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, após contaminar mais de 118.000 pessoas em apenas três meses e causar 4.291 mortes em 114 países (BAVEL et al., 2020).
Com a avançada disseminação da COVID-19, governos de todos os países adotaram severas medidas para restinguir a propagação do vírus, como extrema quarentena e isolamento social, o que estagnou diversos setores sociais e econômicos (HE. HARRIS, 2020). No setor de hotelaria e turismo, essas ações resultaram em suspensão de viagens e o fechamento de fronteiras (BAUM; HAI, 2020); no comércio, houve um declínio de 13%, demarcando uma recessão econômica maior que a da Segunda Guerra Mundial (VIDYA; PRABHEESH, 2020); lojas e fábricas que vendem itens não essenciais foram fechadas (KHAN; KHAN, 2020); e com uma queda global na demanda por hotéis e restaurantes, os preços das commodities agrícolas caíram em 20% (NICOLA et al., 2020).
Do mesmo modo, a pandemia da COVID-19 também acarretou uma crise sem precedentes na educação (FLORES; GAGO, 2020; NICOLA, 2020). Como efeito, as aulas presenciais, comuns na modalidade tradicional de ensino, foram suspensas e muitas atividades presenciais do setor foram canceladas (JENA, 2020), tornando a pandemia um desafio em todos os níveis educacionais e, afetando, sobremaneira, as instituições de ensino superior (IES) (NICOLA, 2020). Segundo Ratten (2020), as interrupções das atividades na educação, em meados de abril de 2020, afetou mais de 1,6 bilhão de alunos, o equivalente a 91% do total de estudantes no mundo. Em contrapartida, 63 milhões de professores foram impactados em 165 países, de acordo com as Organizações das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO, 2020).
Como consequência, mais de 100 países estabeleceram que as atividades essenciais(a educação não é considerada essencial), como a educação, fossem exercidas na modalidade remota (BERGDAHI; NOURI, 2020; NICOLA et al., 2020). No Brasil não foi diferente, a portaria MEC nº 544, de 16 de Junho de 2020, “dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus - Covid-19”. Em vistas disto, as IES aderiram a esta recomendação e passaram a ofertar as atividades educacionais em um modelo de ensino online, mediado por tecnologias de informação e comunicação (TIC) (TORRES; COSTA; ALVES, 2020), utilizando softwares institucionais próprios ou plataformas digitais disponíveis ao público de forma gratuita (SEPULVEDA-ESCOBAR; MORRISON, 2020).
Ressalva-se que, nas duas últimas décadas, as TIC foram difundidas em diversas IES, sendo utilizadas mais evidentemente por aquelas que ofertam cursos à distância; todavia, com o surto pandêmico da COVID-19, essas tecnologias passaram a ser empregadas de maneira massiva em IES que atuavam na modalidade de ensino tradicional (CALDERÓN; MACPHAIL; MOODY, 2020). Nesse contexto, o ensino remoto trouxe oportunidades e desafios para os discentes e professores que precisam atuar de forma proativa no desenvolvimento de suas atividades, estabelecendo uma resposta eficiente à crise causada pela pandemia da COVID-19 (FLORES; GAGO, 2020; RATTEN, 2020).
Diante disso, os alunos tiveram que se adaptar instantaneamente às ferramentas tecnológicas e disporem de recursos da internet para o ensino remoto (QUEZADA; BELEN; PARKER, 2020; FLORES; SWENNEN, 2020). De mesmo modo, os professores asumiram a responsabilidade de utilizar as ferramentas tecnologicas apropriadas à transição de conteúdo no ambiente virtual (CHRITSTIAN; MCARTY; BROWN, 2020), e que assegurassem a qualidade do processo de ensino (RAPANTA et al., 2020).
Entretanto, mesmo com inúmeras tecnologias de suporte ao ensino online, muitos professores que trabalhavam dando aula presencial não estavam preparados para lidar com as mudanças no contexto de trabalho e ao menos passaram por treinamentos; além disto, assim como os discentes, os professores enfrentam problemas relacionados ao acesso à internet e falta de infraestrutura técnica (CHRISTIAN; MCARTY; BROWN, 2020).
Ademais, os professores passaram a ministrar suas aulas em casa, sem suporte técnico adequado e, muitas vezes, sem o conhecimento necessário para atuar em plataformas digitais (RAPANTA et al., 2020). Nesse contexto, os professores passaram a enfrentar distrações durante as aulas e avaliações online, especificamente devido às intervenções dos membros da família (JOSHI; VINAY; BHASKAR, 2020), o que pode acarretar em conflitos entre a vida pessoal e profissional (HOUSTON; MEYER; PAEWAI, 2020), estresse ocupacional e sobrecarga no trabalho (RAPANTA et al., 2020), preocupação com a permanência no emprego e satisfação das próprias necessidades básicas CHRISTIAN; MCARTY; BROWN, 2020).
Em decorrência das mudanças em todos os aspectos do sistema econômico, incluindo contexto de trabalho, efeitos na demografia da força do trabalho e adaptações tecnológicas; o mercado de trabalho, setores específicos da economia e determinados grupos ocupacionais podem sofrer com impactos positivos ou negativos (como os novos arranjos de trabalho), levando um crescimento ou declínio em diferentes grupos ocupacionais (KRAMER; KARMER, 2020). Nesse contexto, é imprescindível analisar o contexto de trabalho dos docentes universitários e o seu nível de Job Embeddedness, com vistas a compreender as motivações que os fizeram permanecer em seus trabalhos mesmo diante do choque econômico e social causado pela pandemia da covid-19.
É importante salientar que embora existam alguns estudos abordando a teoria JE (MITCHELL; LEE, 2001; NG; FELDMAN, 2009; LEE et al., 2014; WATSON; OLSON-BUCHANAN, 2016; AMPOLFO; COETZER; POISAT, 2017; GONGALVES, 2014; DIRICAN; ERDILL, 2020) e acerca do construto Contexto de Trabalho (SILVA; LIMA; PEREIRA, 2016; SILVA; GOMES; ALVES, 2017; MARQUES, 2018), não foram encontrados, com base na busca realizada na Web of Science, estudos correlacionando ambas as temáticas. Além disto, uma busca na literatura nacional e internacional demonstrou que são incipientes os estudos teóricos e empíricos que abordam os impactos da pandemia no contexto de trabalho dos docentes universitários, sobretudo por se tratar de um tema novo e atemporal. Diante deste gap de pesquisa, a problemática que norteia este estudo é: Qual o efeito da somatização da covid-19 e do Contexto de Trabalho sobre o Job Embeddedness em docentes do ensino superior?
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LISSANDRO ARIELLE VALE BATISTA
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RELAÇÃO ENTRE EFICIÊNCIA DOS GASTOS PÚBLICOS NOS CURSOS PRESENCIAIS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DO BRASIL E NÍVEIS DE DISCLOSURE.
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Orientador : WESLEY VIEIRA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIMAR PEREIRA DA VEIGA
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FABIO CHAVES NOBRE
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LUCIANA SANTOS COSTA VIEIRA DA SILVA
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LUCIANO LUIZ DALAZEN
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WESLEY VIEIRA DA SILVA
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Data: 27/04/2022
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A presente dissertação visa investigar a relação existente entre a eficiência dos gastos públicos com o nível de disclosure dos cursos presenciais de graduação em administração das instituições públicas brasileiras. O estudo é de suma importância para identificar o nível de eficiência dos cursos quanto à aplicação de recursos públicos, assim como o nível de transparência das informações dos cursos mediante suas páginas digitais. A sociedade cobra intensamente eficiência do gasto público nas instituições públicas, principalmente nas universidades públicas, tendo em vista os questionamentos sobre o investimento na educação nos últimos tempos. A transparência dos dados e o acesso à informação são, na atualidade, tópicos que os órgãos de controle e a sociedade visam demasiadamente nas instituições públicas. Esta pesquisa possui natureza quantitativa, utilizando métricas de programação linear e estatística. O trabalho contou com uma amostra de 166 cursos presenciais de graduação em administração, sendo 91 de universidades federais e 31 de universidades estaduais. Para atingir o objetivo da pesquisa, utilizou-se a Análise Envoltória de Dados (DEA), modelo Banker, Charnes e Cooper (BCC), orientada pra output, para avaliar o nível de eficiência dos cursos. Mensurou-se o nível de disclosure por meio de pesquisas nas páginas oficiais dos cursos de administração, definindo-se 71 itens para análise. Utilizou-se a regressão logística binária para verificar a conformidade do modelo utilizado. Os resultados mostraram que a maioria dos cursos não são eficientes e que o nível de disclosure dos cursos é muito baixo. As instituições federais se destacaram na média dos níveis de eficiência e de disclosure, enquanto as estaduais obtiveram as menores médias.
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Mostrar Abstract
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A presente dissertação visa investigar a relação existente entre a eficiência dos gastos públicos com o nível de disclosure dos cursos presenciais de graduação em administração das instituições públicas brasileiras. O estudo é de suma importância para identificar o nível de eficiência dos cursos quanto à aplicação de recursos públicos, assim como o nível de transparência das informações dos cursos mediante suas páginas digitais. A sociedade cobra intensamente eficiência do gasto público nas instituições públicas, principalmente nas universidades públicas, tendo em vista os questionamentos sobre o investimento na educação nos últimos tempos. A transparência dos dados e o acesso à informação são, na atualidade, tópicos que os órgãos de controle e a sociedade visam demasiadamente nas instituições públicas. Esta pesquisa possui natureza quantitativa, utilizando métricas de programação linear e estatística. O trabalho contou com uma amostra de 166 cursos presenciais de graduação em administração, sendo 91 de universidades federais e 31 de universidades estaduais. Para atingir o objetivo da pesquisa, utilizou-se a Análise Envoltória de Dados (DEA), modelo Banker, Charnes e Cooper (BCC), orientada pra output, para avaliar o nível de eficiência dos cursos. Mensurou-se o nível de disclosure por meio de pesquisas nas páginas oficiais dos cursos de administração, definindo-se 71 itens para análise. Utilizou-se a regressão logística binária para verificar a conformidade do modelo utilizado. Os resultados mostraram que a maioria dos cursos não são eficientes e que o nível de disclosure dos cursos é muito baixo. As instituições federais se destacaram na média dos níveis de eficiência e de disclosure, enquanto as estaduais obtiveram as menores médias.
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ALEXANDRE HENRIQUE CAVALCANTE DA COSTA
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INFLUÊNCIA DO OTIMISMO, EXCESSO DE CONFIANÇA E DA PERCEPÇÃO DE RISCO NAS DECISÕES DE INVESTIMENTO DAS EMPRESAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19
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Orientador : LIANA HOLANDA NEPOMUCENO NOBRE
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MEMBROS DA BANCA :
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LIANA HOLANDA NEPOMUCENO NOBRE
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WESLEY VIEIRA DA SILVA
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FABIO CHAVES NOBRE
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LUCIANO LUIZ DALAZEN
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Data: 03/06/2022
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O mundo passa por um grande desafio com a crise global de saúde provocada pela pandemia do coronavírus (COVID-19) com reflexos em todos os aspectos da vida humana, incluindo impactos causados na economia de todos os setores da sociedade. Nesse cenário inconstante e de bastante incerteza, os tomadores de decisão devem agir de forma a responder aos desafios causados por essa crise. Neste contexto, o objetivo geral deste trabalho é analisar a influência do otimismo, excesso de confiança e da percepção de risco na decisão de investimento (desinvestimento) de iniciar, expandir, manter, reduzir ou encerrar o negócio no contexto da pandemia do COVID-19. Foi desenvolvido um estudo descritivo e explicativo, de abordagem quantitativa. Foram aplicados questionários físicos com visita direta aos estabelecimentos. O otimismo e o excesso de confiança foram mensurados, individualmente, pela escala de Paula et al. (2020) e a percepção de risco pela escala adaptada de Robinson e Marino (2013). Os resultados confirmaram que o viés do otimismo e o viés do excesso de confiança são altamente correlacionados, e que de maneira geral os gestores apresentam esses vieses, em qualquer das situações de investimento identificadas. Com relação a percepção de risco, observou-se maior variabilidade entre os respondentes, sendo mais evidente entre os empresários que reduziram os investimentos durante a pandemia. Observou-se o efeito direto entre a percepção de risco dos empresários pesquisados e a decisão de desinvestir, enquanto os vieses comportamentais estudados, por estarem presentes sistematicamente nos empresários, apresentaram pouca ou nenhuma capacidade de discriminação em relação às decisões de investimento. A contribuição desta dissertação se referiu a descrever e identificar nos gestores os vieses do otimismo e do excesso de confiança, assim como a percepção de risco, analisando a relação com as decisões de investimento com intuito de auxiliar a melhor tomada de decisão em períodos incertos como o vivenciado durante o estudo.
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A tomada de decisão nas organizações é uma tarefa praticada diariamente pelos variados atores que a compõe, desde as mais simples as mais complexas, assim como são vários os fatores que podem influenciar essas decisões. Nos estudos sobre finanças, é evidente a evolução sobre o tema relacionado a tomada de decisão, em que duas correntes teóricas discutem a racionalidade perfeita e a racionalidade limitada do tomador de decisão, e são elas, respectivamente, a teoria clássica em finanças e a teoria das finanças comportamentais (IQUIAPAZA; AMARAL; BRESSAN, 2009). Para as Finanças Clássicas, a tomada de decisão decorre de um modelo prescritivo e determinístico, uma vez que se entende que as organizações estão em um contexto de mercados eficientes e os indivíduos agem de acordo com uma racionalidade perfeita. Para as Finanças Comportamentais, por outro lado, admite-se a existência de desvios de racionalidade, muitas vezes decorrente de heurísticas e vieses comportamentais dos indivíduos. Sob a ótica das Finanças Comportamentais, os cenários de incerteza compõem um contexto ainda mais desafiador para o estudo das decisões e comportamentos ante o risco, dado que o comportamento dos indivíduos sofre tais desvios em relação a um comportamento considerado como ideal pelas Finanças Clássicas.
O contexto das organizações antes da pandemia do COVID-19 já era considerado complexo e incerto: Os avanços tecnológicos, a concorrência globalizada, a maior exigência e as constantes mudanças nos hábitos dos consumidores são alguns dos motivos que vem aumentando a competitividade entre as organizações. As transformações nos ambientes organizacionais, necessitam de uma adaptação cada vez mais rápida, a fim de que se consiga manter a rentabilidade e continuidade dos negócios (Pradella, 2013). Os achados de Nobre (2018) indicam que fatores ligados ao contexto macroeconômico estão mais atrelados à decisão de desinvestir do que à decisão de investir, ressaltando que tais elementos afetam o contexto das organizações acrescentando complexidade ao contexto em que elas estão inseridas. A crise sanitária, uma situação inesperada, instaurada e rapidamente difundida no mundo, se insere como um destes fatores, acrescentando mais incerteza a este contexto. O contexto atual se trata de momento inédito na sociedade contemporânea, trazendo reflexos estruturais e desafiando indivíduos a tomarem decisões relacionada aos negócios de forma a tentar minimizar as perdas.
O conceito de incerteza já foi bastante discutido na literatura, principalmente relacionado com a diferenciação do seu significado com o de risco. Segundo Knight (1921), importante autor que tratou sobre este tema, a diferença entre risco e incerteza se dá sobre a possibilidade de se fazer estimativa de um evento ou não, sendo o risco quantificável e a incerteza não quantificável. Andrade (2011) discute o conceito de incerteza, dialogando a abordagem de autores clássicos, como Knigth, Keynes, Shackle e Davison, e que mesmo com algumas divergências, eles compartilham dessa diferença com o conceito de risco, relativo ao aspecto da mensurabilidade. De acordo com Andrade (2004) inicialmente é importante considerar que ambientes incertos transformam o conhecimento, deixando-o passível de falha e cheio de dúvidas.
A teoria clássica em finanças considerava que o homem tinha racionalidade perfeita, de forma que possuía conhecimento dos aspectos mais relevantes do ambiente ao qual estava inserido, ou no mínimo, da maior parte deles e de forma clara, e que com suas habilidades, era capaz de analisar todas as variáveis disponíveis e tomar as decisões de forma racional. Em contrapartida a ideia de racionalidade perfeita, Simon (1955) traz o conceito de racionalidade limitada, baseado em que mesmo de posse das informações, nem todas elas conseguem ser avaliadas, além da influência das experiências vividas por cada indivíduo e das incertezas nas condições ambientais as quais estão inseridos, não sendo possível saber como devem ou deveriam se comportar.
Os estudos sobre finanças passaram a se preocupar mais com os limites a racionalidade do homem, a complexidade dos ambientes na tomada de decisão e a incerteza envolvida nesse processo, sendo esses assuntos discutidos com mais frequência pelas finanças comportamentais (SIMON, 1956). Este campo de estudo, num contexto geral, faz parte da área de finanças, sendo que tem destaque a inclusão da variável do comportamento humano influenciando o processo decisório (MACEDO, 2016).
Os estudos sobre os fatores comportamentais importantes para a tomada de decisão, indicam que os agentes ao fazerem julgamentos, utilizam mecanismos cognitivos que auxiliam na redução do tempo e esforço necessários, agindo como atalhos mentais (TVERSKY; KAHNEMAN, 1974; MACEDO JR., 2003; TONETTO et al., 2006), e são chamados de heurísticas (STERNBERG, 2008).
Mesmo sendo associadas a limitações cognitivas, as heurísticas podem ser vistas como ferramentas importantes que auxiliam a tomada de decisão em ambientes e períodos incertos (MAITLAND E SAMMARTINO, 2015). Com muitos resultados positivos, o uso dessas ferramentas podem se tornar hábitos repetitivos (TONETTO et al., 2006) podendo, através da confiança nessas regras de julgamento, levar a vieses nas decisões (TVERSKY E KAHNEMAN, 1974).
Sobre os vieses comportamentais dos gestores que influenciam suas decisões, o otimismo está entre os mais estudados (HEIZER; RETTIG, 2020) e este viés aumenta a aceitação de risco de várias maneiras (KAHNEMAN; LOVALLO, 1993) fazendo com que os gestores acreditem mais na ocorrência de fatos favoráveis aos desfavoráveis no desempenho da empresa (HEATON, 2002).
Outro viés bastante estudado é o excesso de confiança, característica dos indivíduos que consideram suas habilidades acima da média e que suas informações são as melhores e mais confiáveis que das outras pessoas (HALFELD; TORRES, 2001). Podendo ser bastante perigoso, pois nem sempre os gestores detém todas as informações e não se sabe como estas são acolhidas por outras pessoas que fazem parte do mercado.
Outro fator que pode impactar o agente em suas decisões é a sua percepção de risco, característica peculiar a cada indivíduo que pode influenciar na forma de analisar certas situações e suas prováveis consequências (NOBRE, 2015). As características pessoais, vivências, assim como mesmo os vieses a que estão sujeitos os gestores, podem gerar influência sobre a sua percepção de risco, impactando assim no processo decisório.
Neste trabalho pretende-se estudar os vieses do otimismo e do excesso de confiança, assim como a percepção de risco dos gestores, e seu impacto nas decisões de investimento (desinvestimento) no negócio durante o período de incerteza instalado por conta da pandemia do COVID-19.
Baseado no que foi exposto, a pesquisa buscará responder ao seguinte questionamento: Qual o impacto do otimismo, excesso de confiança e da percepção de risco na decisão de iniciar, expandir, manter, reduzir ou encerrar o negócio no contexto da pandemia do COVID-19?
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ALEXSANDRA BATISTA CANDIDO SIQUEIRA
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A AGRICULTURA FAMILIAR E A CADEIA DE PRODUÇÃO DO MEL NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE DAS FORMAS DE INTERAÇÃO COM O MERCADO
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Orientador : ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
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ERLAINE BINOTTO
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FABIO CHAVES NOBRE
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LUCAS ANDRADE DE MORAIS
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Data: 30/06/2022
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A cadeia de produção do mel no Rio Grande do Norte é composta predominantemente por agricultores familiares, aqui denominados de apicultores. Dadas as características desse modo de produção, orientada por valores familiares, nem sempre as formas de interação desses apicultores com o mercado são determinadas pela lógica capitalista. Sendo assim, a pesquisa traz como problemática questionar se as formas como os apicultores do RN interagem com o mercado tem como foco a competitividade ou orientam-se por valores que priorizam outras dimensões socioculturais que não têm o lucro e a produtividade como fatores direcionadores da ação. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender como os apicultores interagem com o mercado e os agentes da cadeia do mel do Rio Grande do Norte. Para tanto, a construção da pesquisa tomou como referência três dimensões teóricas: a integração social, as tipologias de mercado, e as forças competitivas. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com abordagem descritiva, com dados coletados por meio de roteiro semiestruturado, aplicado durante as entrevistas realizadas com dez sujeitos que são agentes da cadeia produtiva do mel no Estado do Rio Grande do Norte, quais sejam, apicultores, lideranças e reguladores governamentais. Os resultados indicaram os sujeitos transitam por todas as dimensões das dimensões da interação social e tipologias de mercado. A dimensão da competitividade não se apresentou como foco dos apicultores da cadeia produtiva do mel do Rio Grande do Norte, embora seja reconhecida pelas lideranças e reguladores, nesse sentido, foram destacadas a questão da certificação como barreira de entrada e os atravessadores como concorrentes. Evidenciou-se que o mercado mais relevante é o institucional e quando este não oferece oportunidades, ocorre uma migração para os mercados convencionais. Observou-se que os apicultores desenvolvem estratégias de interação com o mercado de acordo com suas demandas individuais, mas ao mesmo tempo não abandonam aspectos comunitários. A contribuição desta pesquisa foi evidenciar que coexistem no sistema capitalistas perspectivas organizacionais orientadas também por valores não econômicos.
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A cadeia produtiva da apicultura tem propiciado geração de empregos e fluxo de renda, principalmente no ambiente da agricultura familiar e tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida do homem no meio rural. Essa atividade evoluiu no tempo, adquiriu espaço no mercado mundial e se tornou uma importante fonte de renda para várias famílias. Na cadeia do mel interagem agentes patronais e da agricultura familiar, com lógicas de produção, comercialização e de acesso ao mercado diferenciadas. Considerando que os mercados são processos sociais de produção e reprodução das atividades econômicas estes influenciam na vida das pessoas, na dimensão valorativa, cultural e ainda moldam e modificam instituições, portanto são motivo para conflitos, protestos e disputas. Portanto, compreender as formas como a agricultura familiar interage com o mercado, especificamente na cadeia produtiva do mel, pode contribuir para explicar dificuldades e potencialidades desse processo. Considerando esse contexto esse trabalho se debruça na análise da cadeia do mel, particularmente, na forma com os agricultores familiares estabelecem as interações com o mercado considerando os aspectos da governança, das estratégias competitivas e os tipos de mercado. O objetivo da pesquisa é identificar as potencialidades e dificuldades de inserção dos agricultores na cadeia produtiva do mel do Rio Grande do Norte, por meio da compreensão das formas que estes interagem com o mercado da apicultura. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, descritiva. Os sujeitos serão abordados por meio de entrevista conduzida com roteiro semiestruturado. Os sujeitos da pesquisa, são agentes que fazem parte da Cadeia Produtiva do Mel do Rio Grande do Norte, categorizados como produtores/apicultores da agricultura familiar, proprietários de casas de mel, proprietários de entrepostos e representantes dos órgãos certificadores. Dentre os proprietários de casas de mel ou entrepostos, estão as associações e cooperativas de mel.
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YASCARA PRYSCILLA DANTAS COSTA
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INOVAÇÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE NO ENSINO PÚBLICO SUPERIOR
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Orientador : CLANDIA MAFFINI GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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CLANDIA MAFFINI GOMES
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ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
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Jordana Marques Kneipp
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Data: 22/07/2022
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O encontro de novos caminhos para a conscientização de práticas mais sustentáveis passou a ser um discurso presente em várias IES na última década, as universidades federais, necessitaram adequar-se aos parâmetros estabelecidos por lei e criar seus próprios mecanismos de gestão sustentável, inserindo em seu planejamento ações que sejam voltadas para esse novo modelo de gestão, e assim, adotar medidas através da inovação social que possam contribuir com a sustentabilidade. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar as práticas de inovação social e sua associação com a sustentabilidade em IES públicas do Rio Grande do Norte, buscando-se especificamente descrever as principais práticas de inovação social nas IES públicas do Rio Grande do Norte, identificar as práticas de sustentabilidade nas IES públicas do Rio Grande do Norte, comparar as principais práticas de inovação social e de sustentabilidade realizadas pelas IES públicas do Rio Grande do Norte estudadas e realizar o mapeamento das diretrizes estratégicas e das ações voltadas para o ensino, pesquisa e extensão direcionadas a inovação social e sustentabilidade. Nesse sentido, com o intuito de responder ao problema de pesquisa, realizou-se uma pesquisa com objetivos exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. No que concerne aos procedimentos técnicos e meios de investigação, foi realizado um estudo múltiplo de casos nas IES públicas do Estado do Rio Grande do Norte, os sujeitos da pesquisa foram compostos por servidores que atuam no cargo estratégico de gestão sendo um diretor e cinco pró reitores. Para a coleta de dados do estudo foram utilizadas múltiplas fontes de evidências como a observação do pesquisador, entrevistas, pesquisas científicas anteriores e dados secundários coletados ao longo do processo da pesquisa. Quanto à técnica de análise de dados, foi análise de conteúdo que foram submetidos à triangulação. Como principais resultados foi possível verificar, a partir das evidências apresentadas, que o pressuposto do estudo – de que as práticas de inovação social estão associadas no desenvolvimento das práticas de sustentabilidade nas instituições de ensino superior públicas do Rio Grande do Norte – foi atendido. É possível destacar que as instituições de ensino superior públicas do Rio Grande do Norte praticam ações de inovação social, entretanto, muitas vezes a maioria dessas ações não são de conhecimento dos próprios atores que a praticam, a exemplo quando busca-se nos PDIs das universidades, ambas possuem indicativos de práticas de inovação social e sustentabilidade, no entanto, na prática não executam essas ações. Portanto, é importante ressaltar como uma das principais evidências relacionada a dimensão da inovação social para que ela ganhe cada vez mais atenção nas IES, são os aspectos culturais. Outro fator importante que deve ser mencionado é que a sustentabilidade por meio de suas principais dimensões – econômica, ambiental e social – deve perpassar a inovação social de forma transversal, buscando-se o equilíbrio entre estas três dimensões. Há que se destacar que a dimensão social é a mais presente nas relações no que concerne à inovação social e a sustentabilidade, isso deve-se ao papel da universidade frente ao desenvolvimento sustentável.
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O encontro de novos caminhos para a conscientização de práticas mais sustentáveis passou a ser um discurso presente em várias IES na última década, as universidades federais, necessitaram adequar-se aos parâmetros estabelecidos por lei e criar seus próprios mecanismos de gestão sustentável, inserindo em seu planejamento ações que sejam voltadas para esse novo modelo de gestão, e assim, adotar medidas através da inovação social que possam contribuir com a sustentabilidade. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar as práticas de inovação social e sua relação com a sustentabilidade em IES públicas do Rio Grande do Norte, buscando-se especificamente analisar as principais práticas de inovação social nas IES públicas do Rio Grande do Norte e sua relação com os ODS, realizar o mapeamento das diretrizes estratégicas e das ações voltadas para o ensino, pesquisa e extensão direcionadas a sustentabilidade, analisar a relação entre a inovação social e a sustentabilidade nas IES públicas do Rio Grande do Norte e comparar as principais práticas de inovação social sustentáveis realizadas pelas IES públicas do Rio Grande do Norte estudadas. Com o intuito de responder ao problema de pesquisa, optou-se por realizar uma pesquisa com objetivos exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. No que concerne aos procedimentos técnicos e meios de investigação, será realizado um estudo múltiplo de casos nas IES públicas do Estado do Rio Grande do Norte.
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BRUNO NOGUEIRA SILVA
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RELAÇAO O RISCO-RETORNO DE PORTFOLIOS DE INVESTIMENTOS EM AÇOES DO INDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BOLSA DE VALORES BRASILEIRA
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Orientador : WESLEY VIEIRA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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Natallya de Almeida Levino
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Marcus Vinicius Andrade de Lima
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ALVARO FABIANO PEREIRA DE MACEDO
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JOSÉ CLAUDIO ISAIAS
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WESLEY VIEIRA DA SILVA
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Data: 30/11/2022
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Nas últimas décadas, o desenvolvimento sustentável tem sido buscado significativamente pela sociedade, por meio de conscientização, incentivos fiscais, restrições legais e similares. No mercado de ações, essa tendência possibilitou o surgimento de carteiras teóricas compostas por ativos de empresas consideradas referências em gestão corporativa sustentável. No entanto, esse mercado é visto como uma alternativa de investimento de alto risco, principalmente para investidores que não detêm informações ou instrumentos que auxiliem na escolha dos portfólios. Para tal propósito, a Teoria Moderna de Portfólios (TMP) tem sido a mais utilizada até os dias atuais, principalmente em versões de modo adaptado com métricas que não pressupõem a normalidade dos retornos. A metodologia Gini-CAPM – a principal derivação da TMP com uma métrica de risco mais robusta contra a não normalidade, o Gini – tem apresentado bons resultados para otimização dos portfólios de investimento. Assim, este trabalho teve como objetivo investigar a relação risco-retorno de portfólios de ações estruturados apenas com papéis listados no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores brasileira (B3), utilizando conceitos derivados do Gini-CAPM, e outras métricas de seleção de portfólios que também utilizam o Gini como métrica de risco. O método proposto para a seleção é multiobjetivo e utiliza os critérios de seleção Beta-Gini, Sharpe-Gini, Assimetria-Gini e Value at Risk, inclusive nesta ordem. Assim, o presente estudo apresentou um método estruturado de como selecionar portfólios de ações com base no perfil de risco do investidor. Por ocasião da análise de resultados, ao comparar o desempenho dos portfólios propostos com a performance dos benchmarks de renda variável nacional, ficou evidente que alguns portfólios propostos exibiram performance superior aos benchmarks. Os principais resultados evidenciaram que esses portfólios (compostos por ações ESG) ofereceram risco menor que os benchmarks. Observou-se ainda que maior parte dos ativos individuais componentes da amostra exibiu risco (mensurado pelo coeficiente Beta) inferior a um, podendo assim ser considerados como investimentos defensivos; o que pode ser interessante para investidores com maior aversão a risco e que se preocupam com a causa ESG. Portanto, esta pesquisa contribui para a literatura ao proporcionar informações sobre a relação risco-retorno das ações de empresas social e ambientalmente responsáveis. Adicionalmente, o estudo empregou o modelo de otimização Gini-CAPM (que conta cm uma métrica de risco mais robusta frente à não normalidade), até então pouco utilizado na seara de gestão de portfólios de ações.
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O mercado de ações é visto como uma alternativa de investimento de alto risco, principalmente para investidores que não detêm informações ou instrumentos que auxiliem na escolha das empresas nas quais se deve investir. Alguns investidores realizam seus investimentos com base na análise técnica (gráfica), considerando informações estatísticas para definir a tendência de valor das ações. Por outro lado, a escola fundamentalista se pauta em análises financeiras, político-econômicas ou de mercado para embasar a decisão de investimento. Valendo-se da técnica de otimização de carteiras de Markowitz para seleção de portfólios de investimento, este trabalho tem como objetivo investigar a relação risco-retorno de carteiras de ações estruturadas apenas com ações listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores brasileira. Será feita uma análise comparativa da performance das carteiras propostas com as principais carteiras teóricas do mercado acionário nacional. Os resultados mostrarão como compor carteiras de ações ESG, apontando para a viabilidade ou não destes portfólios. Desse modo, esta pesquisa contribui para a literatura de teoria de portfólios e para o alcance de pelo menos um dos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas.
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ROSILANIA SILVA DE QUEIROZ
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MODELO MULTICRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO PARA APOIAR DECISÕES DE INVESTIMENTOS NO SETOR ELÉTRICO.
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Orientador : RENAN FELINTO DE FARIAS AIRES
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDO SCHRAMM
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KLEBER FORMIGA MIRANDA
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RENAN FELINTO DE FARIAS AIRES
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Data: 20/12/2022
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A complexidade do mercado financeiro expõe os investidores a confrontos contínuos com problemas relacionados aos seus investimentos, por não conseguirem interpretar corretamente todas as informações disponíveis. Estudar os aspectos econômico-financeiros das organizações tornou-se então relevante, servindo como ferramenta de suporte durante o processo de escolha de uma instituição financeiramente sólida para investir, sendo considerado um dos métodos mais eficazes para analisar a saúde financeira de qualquer organização. Neste contexto, o estudo possui o objetivo de propor um modelo multicritério de avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas do segmento de energia elétrica listadas na Bolsa de Valores Brasileira (B3), por meio da integração de indicadores contábeis para apoiar decisões de investimentos. Para isso, foram definidos 12 critérios preliminares a serem utilizados, divididos em três categorias (liquidez, endividamento e rentabilidade) para avaliação dos indicadores econômico-financeiros de 54 empresas pertencentes ao segmento de energia elétrica que negociam ações na Bolsa de Valores, no período que abrange os exercícios de 2012 a 2021. Para tanto, foi utilizado o método Interval-Valued TOPSIS, uma extensão do TOPSIS, que possibilita a análise de valores intervalares e permite a apresentação dos resultados por meio de um ranking. Com isso, foram elaborados três rankings de classificação, conforme o grupo de atividades exercidas pelas empresas. No primeiro, a A31 foi classificada como a melhor empresa para se investir, seguida da A15 e A23. Do ponto de vista negativo, a A8 foi considerada a pior instituição, antecedida pela A27 e A17. No segundo ranking, a A39 foi considerada a melhor instituição, seguida da A54 e A35. Quanto aos piores resultados, a A43 foi considerada a instituição com a pior análise, antecedida pela A53 e A41. O último ranking, com todas as empresas, evidenciou as melhores e piores empresas a se investir, refletindo as classificações anteriores. A A15 foi assim classificada como a melhor empresa para se investir, ao qual também ocupou a segunda colocação no ranking de empresas que exercem apenas um tipo de atividade principal. Foi antecedida pela A54 e A23, também avaliadas como as melhores empresas a se investir nos rankings anteriores. Quantos aos piores resultados no ranking geral, foi observado que tais colocações refletem as piores classificações das análises das empresas que exercem uma atividade e das que exercem duas, tendo a A8 ter sido considerada a pior instituição, antecedida pela A43 e A27. Assim, independente do grupo de análise, estas instituições foram caracterizadas como as piores a se investir. No tocante aos indicadores, foi observado que as empresas que mantiveram sua liquidez e lucratividade em crescimento constante conseguiram uma boa classificação em termos da pontuação para o desempenho geral. Por fim, foi aplicado a análise de sensibilidade para validação do método multicritério proposto, como forma de proporcionar maior segurança e robustez aos dados gerados. Dessa forma, os resultados alcançados evidenciaram as melhores instituições a se negociar ações na bolsa de valores pertencentes ao segmento de energia elétrica, baseado nas informações econômico-financeiras do período de 2012 a 2021. Concluiu-se que o modelo proposto forneceu subsídios para decisões de investimento consistentes e confiáveis.
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A complexidade do mercado financeiro expõe os investidores a confrontos contínuos com problemas relacionados aos seus investimentos, por não conseguirem interpretar corretamente todas as informações disponíveis. Estudar os aspectos econômico-financeiros das organizações tornou-se então relevante, servindo como ferramenta de suporte durante o processo de escolha de uma instituição financeiramente sólida para investir, sendo considerado um dos métodos mais eficazes para analisar a saúde financeira de qualquer organização. Neste contexto, o estudo possui o objetivo de propor um modelo multicritério de avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas do segmento de energia elétrica listadas na Bolsa de Valores Brasileira (B3), por meio da integração de indicadores contábeis para apoiar decisões de investimentos. Para isso, foram definidos 12 critérios preliminares a serem utilizados, divididos em três categorias (liquidez, endividamento e rentabilidade) para avaliação dos indicadores econômico-financeiros de 56 empresas pertencentes ao segmento de energia elétrica que negociam ações na Bolsa de Valores. Para tanto, será utilizado o método Interval-Valued TOPSIS, uma extensão do TOPSIS, que possibilita a análise de valores intervalares e permite a apresentação dos resultados por meio de um ranking. Com isso, pretende-se elaborar um ranking de classificação por segmento, para posteriormente ser elaborado um ranking global, baseado no desempenho econômico-financeiro das empresas estudadas.
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