Banca de DEFESA: CIBELLE DOS SANTOS CARLOS AMORIM

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CIBELLE DOS SANTOS CARLOS AMORIM
DATA: 30/07/2021
HORA: 10:00
LOCAL: Mossoró/RN
TÍTULO:

GESTÃO, TECNOLOGIAS E SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE

PALAVRAS-CHAVES:

Gestão. Universidade. Saúde mental. Tecnologias do cuidado.

PÁGINAS: 121
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

Esta dissertação é o resultado de uma análise sobre como gestores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) organizam suas ações cognitivas referidas à promoção do cuidado em saúde mental. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que busca produzir uma análise exploratória embasado principalmente nas teorias da Biologia do Conhecer de Humberto Maturana e na teoria da enação de Francisco Varela, no que se referem ao modo de observar e explicar um fenômeno a partir de uma experiência de pesquisa que envolve autonarrativas dos participantes e a análise de documentos. A autora, ao vivenciar o trabalho como técnica administrativa na universidade, ativar o sensível em relação às circunstâncias de adoecimento no social e tematizar a gestão na formação anterior em engenharia de produção, parte da seguinte questão de pesquisa: Como os(as) gestores(as) na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) organizam suas ações cognitivas e integram tecnologias voltadas à promoção de saúde mental no ensino superior? Imersos no cenário de graves crises que vivenciamos - sanitária, sociopolítica e de adoecimento mental coletivo em nosso país, a pesquisa se apresenta como modo de contribuir para fortalecer saberes e conhecimentos sobre saúde mental no contexto da experiência da gestão universitária e, nessa direção, ampliar o entendimento sobre o viver que conservamos com nossas condutas cotidianas. O tema da saúde mental, ao se referir ao contexto da experiência da gestão, ganha potência e relevância. O estudo se dedica à reflexão sobre como estamos a lidar com a saúde mental na universidade e que tecnologias são empregadas, quando o propósito é atentar para a dimensão subjetiva que nos constitui como seres humanos. Pudemos integrar no trabalho da pesquisa a leitura e análise de documentos que favorecem uma maior aproximação com as ações em andamento na universidade. Empregamos a metodologia em primeira pessoa proposta por Francisco Varela e colaboradores, na forma da pesquisa-intervenção. Os intercessores teóricos envolvem, ao destacarmos conceitos operadores para a análise, entre outros cientistas, estes que são muito importantes para nossa reflexão: Humberto Maturana e Francisco Varela, com a reflexão sobre os movimentos da cognição, especialmente os conceitos de - redes de conversações, deriva natural - conservação e mudança estrutural - ; Gilbert Simondon, físico e filósofo que aporta o conceito ampliado de - tecnologias -, com seus estudos que interconectam as tecnologias com os processos de individuação psíquica e coletiva; Nise da Silveira, com sua vida e obra dedicadas a proposição de método para promover o cuidado em saúde mental, com ênfase para os conceitos de afeto catalisador, espaço cotidiano e tempo sensíveis. O campo empírico da investigação é a UFERSA e os participantes convidados são gestores que atuam nas diversas instâncias administrativas da Universidade no Campus Sede, localizado na cidade de Mossoró/RN. O principal foco da investigação foi acompanhar as ações referidas ao cuidado em saúde mental e, na escuta sensível das autonarrativas, identificar marcadores que emergiram como importantes e recorrentes nas construções dos participantes. Acompanhamos como marcadores nessa análise qualitativa e exploratória, principalmente, as questões que os participantes formularam a si mesmos na reflexão sobre a experiência do cuidado em saúde mental na universidade. Uma diversidade de fontes de informações compõe este mapeamento e subsidiou a análise: as filmagens dos encontros e a escuta das autonarrativas, a transcrição das gravações realizadas e a análise de um conjunto de documentos referidos à gestão e a projetos de promoção da saúde mental na Universidade. Pudemos, ainda, identificar as tecnologias de gestão presentes no cotidiano da Universidade e as tecnologias e proposições voltadas à promoção do cuidado em saúde mental. Os participantes puderam indicar práticas necessárias de serem ampliadas no contexto acadêmico, expressar as fragilidades e formas de adoecimento presentes e que interagem com o contexto sociopolítico e sanitário. A pesquisa esclarece, entre outras questões: necessidade de apoio institucional no fluir de decisões cotidianas que são importantes no trabalho de implementação de tecnologias voltadas ao cuidado; busca de apoio para momentos de reflexão da própria gestão sobre como estão convivendo e agindo no contexto da pandemia e, também, como estarão preparando e construindo modos de ação na circunstância da pós pandemia; desejo de melhorar a integração entre os diversos coletivos e práticas institucionais voltadas ao cuidado em saúde mental. É importante ressaltar a ênfase na busca de apoio institucional nos processos de decisão dos gestores, quando estes desejam ampliar ações de cuidado em saúde mental. Entre tantas aprendizagens, o percurso dos participantes por meio das autonarrativas, interagindo com a leitura dos documentos e projetos, permitiu compreender que as ações cognitivas em andamento na Universidade apontam fragilidades diante da necessidade do diálogo entre todas as instâncias, a fim de que possam ser construídas e aplicadas tecnologias do cuidado com base em políticas continuadas de promoção de saúde mental.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1802972 - ALAN MARTINS DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - CUSTÓDIA ALEXANDRA ALMEIDA MARTINS - PESQUISADOR
Presidente - 1670040 - KARLA ROSANE DO AMARAL DEMOLY
Interno - 1644152 - MARIA ARIDENISE MACENA FONTENELLE