FORMAÇÃO DE PEDONS EM LITOSSEQUÊNCIA CRETÁCEO-QUATERNÁRIA NA BACIA POTIGUAR
Semiárido. Pedogênese. Latossolos. Cambissolos. Mineralogia.
A Bacia Potiguar é uma unidade litogenética composta por rochas sedimentares de diferentes cronologias. Logo, o estudo da pedogênese se torna fundamental para a compreensão dos processos ocorridos e consequente avaliação das características peculiares destes solos. O uso adequado das terras, conforme a sua aptidão, é o princípio básico da manutenção da capacidade produtiva do solo, para que assim, sejam definidas as suas principais potencialidades e/ou restrições. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização morfológica, física, química e mineralógica de diferentes pedons distribuídos ao longo da Bacia Potiguar, a fim de compreender a sua formação e distribuição na litossequência. Objetivou-se também com este estudo a classificação da aptidão agrícola das terras. O trabalho foi desenvolvido na Bacia Potiguar, localizada na região noroeste do Estado do Rio Grande do Norte e Nordeste do Estado do Ceará. Foram escolhidos vinte pontos ao longo da região e abertas trincheiras para descrição morfológica e amostragem dos horizontes. As análises físicas e químicas foram realizadas em triplicata utilizando-se a terra fina seca ao ar, sendo as físicas constituídas por: granulometria, argila dispersa em água e densidade do solo. As análises químicas constaram de: potencial hidrogeniônico em água e em cloreto de potássio, condutividade elétrica, bases trocáveis, alumínio, acidez potencial, fósforo e carbono orgânico total. A mineralogia deu-se por meio da difração de raio X (DRX) e Microscopia de Varredura Eletrônica (MEV). Foi realizado um levantamento do meio físico, que recobre a área de estudo, incluindo fatores ambientais como clima, relevo, vegetação, hidrologia, e solos com caracterização físico-química, classificação pedológica georreferencidada, além da elaboração de mapas de declividade e de classes de solos, associando aos fatores limitantes, para assim, definir as classes de aptidão agrícola dos perfis. Foram identificadas oito classes de solos principais na litossequência cretáceo-quaternária na Bacia Potiguar: Latossolo, Neossolo, Vertissolo, Cambissolo, Planossolo, Chernossolo, Luvissolo e Plintossolo. Ao interpretar a influência dos fatores de formação do solo, compreende-se que o material de origem foi fator determinante na heterogeneidade destas classes. Seguindo a sequência cretáceo-quaternária, destaque foi dado aos Cambissolos, Vertissolos e Luvissolos de material de origem mais antigo (Arenito Açu e Calcário Jandaíra) e Latossolos, Plintossolos e Neossolos de material de origem mais recente (Depósitos aluvionares e Grupo Barreiras). Os pedons avaliados na litossequência cretáceo-quaternária da Bacia Potiguar são hipoférricos e com formas de Fe predominantemente cristalinas. A assembleia mineralógica dos pedons varia de acordo com a classe de solo, sendo os minerais Caulinita, Goethita e Ilita os predominantes. As micrografias revelam morfologias heterogêneas e tamanhos de aglomerados diversos. A variabilidade de solos da região e suas limitações quanto à mecanização, fertilidade, salinidade, drenagem e profundidade efetiva fazem com que a exploração dessas terras seja variável, necessitando de planejamento do uso eficaz da terra, sendo fundamental para a conservação do meio, vinculado a utilização de práticas conservacionistas.