IRRIGAÇÃO EM CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Fases fenológicas. Gossypium L. Déficit hídrico. Termometria por infravermelho.
O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma cultura de clima tropical e cultivada na maioria das regiões de clima quente, apresentando características ideais para a região semiárida do Nordeste brasileiro. Devido às secas que ocorrem periodicamente nesta região, faz-se necessário o uso da prática da irrigação para minimizar o efeito do déficit hídrico nesta cultura. Objetivou-se avaliar os manejos de irrigação e déficits hídricos nas diferentes fases fenológicas, em cultivares de algodoeiro herbáceo, no semiárido brasileiro, e seus efeitos sobre os componentes da produção, eficiência hídrica, qualidade da fibra e graus dias acumulados. Durante dois anos consecutivos foi conduzido um experimento de campo na região de Apodi – RN. Os tratamentos foram constituídos de períodos de déficit hídrico durante diferentes fases fenológicas (Primeiros botões florais, Inicio do florescimento, Pico do florescimento e Abertura dos capulhos), além de três métodos de manejo de irrigação (Irrigâmetro, Evapotranspiração da cultura e SmartCrop), em delineamento em blocos casualizados dispostos em faixas, com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F, sendo as médias dos tratamentos dos fatores comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foram avaliadas a produtividade de algodão em caroço, a percentagem de fibra, o rendimento de algodão em pluma, o número de capulhos por planta e a qualidade das fibras do algodoeiro. As variáveis da fibra analisadas foram: percentagem de fibra, comprimento, uniformidade, índice de fibras curtas, resistência, alongamento à ruptura, índice micronaire, maturidade, grau de amarelamento, reflectância e índice de fiabilidade. Os manejos SmartCrop e Evapotranspiração da cultura proporcionaram os melhores resultados dos componentes de produção e qualidade de fibra, enquanto o Irrigâmetro resultou na maior eficiência do uso da água. Os déficits durante a floração resultaram nos menores valores dos componentes de produção. De forma geral, os déficits hídricos aplicados nas diferentes fases fenológicas das cultivares do algodoeiro herbáceo não resultaram em severas perdas da qualidade da fibra, pois a fibra produzida está dentro do intervalo de qualidade aceitável pela indústria têxtil nacional. Os graus dia acumulados variaram em função do estresse hídrico, com as plantas completando seu ciclo mais precocemente.