CULTIVO DE ALGODOEIRO IRRIGADO COM EFLUENTE DOMÉSTICO
E ADUBAÇÃO FOSFATADA
Algodão, fertirrigação, nutrição de plantas, trocas gasosas, reuso de água
Objetivou-se com este trabalho avaliar o cultivo de algodoeiro herbáceo no semiárido, irrigado com água de esgoto doméstico tratado. Para isso, implantou-se os experimentos em delineamento em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3 x 2, com seis repetições, sendo três porcentagens de esgoto doméstico tratado (AR) via fertirrigação para suprir a evapotranspiração da cultura (ETc) em substituição a água de abastecimento (AA), sendo a ETc suprida com (100% de AA - T1), (50% AA + 50% AR - T2) e (100% AR - T3) e duas condições de manejo (com adubação e sem adubação com fosfatada em pré-plantio). Avaliou-se a qualidade do efluente, o aporte de nutrientes, o crescimento, trocas gasosas, nutrição das plantas, o acúmulo de fitomassa, estado nutricional, acúmulo de nutrientes, a extração de nutrientes por hectare, produção, qualidade da fibra, alterações das propriedades químicas do solo e as interações entre estes fatores. Submeteu-se os dados das variáveis à análise de variância, regressão e teste de médias. Constatou-se que a água de esgoto doméstico tratado atende aos padrões exigidos para a irrigação da cultura do algodão, exceto o teor de potássio (K+), fósforo (P) e nitrogênio (N), mas que são nutrientes da cultura; as trocas gasosas (E, gs, A e Ci) decrescem por unidade de área foliar do algodão durante o ciclo e apresenta-se inferiores quando submetias a fertirrigação com água de esgoto doméstico tratado; no entanto se apresenta superior quando se considera toda a planta, refletindo corretamente o acúmulo de assimilados e consequente a produtividade da cultura que foi superior nos tratamentos fertirrigados com água de esgoto doméstico tratado; a água de esgoto doméstico tratado apresenta efeito fertilizante sobre a cultura, evidenciado pela elevação dos teores foliares de N, K, Mg e Mn com o aumento da fertirrigação via água residuária em dois ciclos de cultivo sucessivos; verifica-se uma pequena redução no rendimento de fibra, proporcional ao aumento da porcentagem de eluente doméstico via fertirrigação, mas que não compromete superioridade do efluente na produtividade de pluma, além de ser a fibra de elevada qualidade intrínseca; se faz necessário monitorar a PST e a CE do solo, ao longo dos anos em áreas sob fertirrigação com esgoto doméstico tratado para se identificar possíveis desacordos com a condição ideal e sustentável.