MICROCLIMA, UMIDADE DO SOLO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DA UVA PARA VINHO TINTO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO E PORTAENXERTOS
Vitivinicultura, microclima, lira, espaldeira
A viticultura brasileira ocupa atualmente, uma área de 81 mil hectares, com destaque para o Rio Grande do Sul que contribui, em média, com 777 milhões de quilos de uva por ano, e o polo agrícola Petrolina-PE/Juazeiro-BA responsável por 95% das exportações nacionais de uvas finas de mesa. O cultivo da videira é influenciado pelo clima, que interfere diretamente no desenvolvimento da cultura, na ocorrência de pragas e doenças, nas necessidades hídricas e na qualidade dos frutos. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o desenvolvimento fenológico da videira, as variações de umidade do solo e a produção de uma cultivar vitivinífera, sob cinco portaenxertos (PE) e dois sistemas de condução (SC), além de avaliar a variação do microclima em diferentes sistemas de condução. O experimento foi desenvolvido no campo experimental de Bebedouro, em Petrolina, PE, com a cultivar ‘Syrah’, que é uma das principais cultivares utilizadas na produção de vinho tinto. Foram fixadas duas estações microclimáticas no centro da área cultivada em ambos os sistemas de condução para obtenção dos dados microclimáticos. Medidas pontuais durante todo o ciclo de desenvolvimento da cultura foram realizadas em todos os tratamentos (SC x PE) no que se refere ao índice de área foliar (IAF), radiação fotossinteticamente ativa abaixo do dossel (PARabx), fração da radiação fotossinteticamente ativa interceptada pelo dossel da cultura (fPARi), umidade do solo a 0,20 m e produção, bem como umidade do solo nas profundidades de 0,00 a 0,60 m e qualidade do fruto, em 4 tratamentos. Os resultados constataram que a maioria das variáveis microclimáticas só apresentaram diferença significativa nas fases finais de desenvolvimento da cultura, com exceção dos parâmetros: albedo, relação Rn/Rg e umidade do solo. Foi feita análise estatística em todos os tratamentos e verificou-se diferença significativa quando comparados os PE e os SC. O IAF apresentou valores máximos no SC em lira e no PE ‘IAC 313’. A fPARi apresentou valores máximos nos SC em lira e espaldeira, respectivamente, nos PE ‘IAC 572’ e ‘IAC 313’. Em ambos os SC os valores mínimos de fPARi foram apresentados no PE ‘P1103’. Na análise da umidade do solo na profundidade de 0,00 a 0,20 m, em ambos os sistemas de condução, os PE ‘SO4’ e o ‘P1103’ foram os que apresentaram maiores necessidades hídricas. Analisando a umiade do solo na profundidade de 0,00 a 0,60 m o PE que apresentou maior necessidade hídrica foi o ‘P1103’. Analisando-se a produção em todo o ciclo da cultura observou-se que o sistema de condução em lira foi o que apresentou maiores valores em todos os PE, destacando-se o ‘IAC 313’ com médias de médias de 4,26 e 2,95 Kg planta-1, nos sistemas em lira e espaldeira, respectivamente.