USO SUSTENTÁVEL DE ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO NA PRODUÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA EM ASSENTAMENTO RURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Semiárido, Reúso, Palma forrageira, Segurança alimentar
A crise ambiental proporcionada pelo aumento populacional mundial tem pressionado os recursos naturais, em especial, a escassez da água, que tem tornado o reúso um componente essencial à sua gestão. A disponibilidade da água tem relação estreita com a segurança alimentar das populações e o reúso para fins agrícolas se mostra como uma das soluções vantajosas, especialmente para economias baseadas na agricultura, e para regiões áridas e semiáridas do globo, que ocupam mais de sessenta por cento dos países do mundo. No Brasil, a região semiárida que assume tais características encontra-se na Região Nordeste, que diferentemente das demais, se constitui a maior e mais populosa região do planeta. O semiárido impõe limitações à produção agrícola devido às características edafoclimáticas, aliadas às desigualdades sociais, pobreza e ao fraco desempenho econômico, que tem determinado baixos Índices de Desenvolvimento Humano e Econômico. Esses aspectos indicam a necessidade de estratégias, como a adoção de tecnologias apropriadas, a fim de garantir a segurança alimentar e nutricional de seres humanos e animais, tais como: o reúso de água, aliado ao plantio e manejo de forrageiras xerófilas resistentes e adaptadas ao clima, especialmente, a palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill) com intuito de melhorar os índices produtivos e econômicos. Estima-se ter a maior área do mundo cultivada com palma forrageira no Nordeste, mais de 500 mil hectares, distribuídos nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. A palma desempenha um papel importante para o semiárido não só para o consumo humano e animal, mas também para outras atividades agrícolas que agregam valor. As plantas xerófilas, especialmente a palma Opuntia ficus-indica (L.) Mill., modificam seu sistema fotossintético denominado de metabolismo ácido crassuláceo (CAM) para CAM facultativa, aumentando sua eficiência fotossintética e produção de matéria verde, consequentemente de matéria seca, quando não sofre estresse hídrico. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar o sistema de produção e utilização da palma forrageira, através de experimentos de adubação, espaçamento, densidade de plantio, comportamento de a cultivar e frequências de irrigação com reúso de água doméstica tratada na região semiárida do Rio Grande do Norte.