INFLUÊNCIA DA DEPOSIÇÃO DO REJEITO DA DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA SALOBRA NA QUALIDADE DO SOLO NO OESTE POTIGUAR
Recurso hídricos, solos salinos, osmose reversa, água residuária.
Ainda que, no Semiárido brasileiro, predomine o embasamento cristalino, com poços de água salobra, a tecnologia da dessalinização permite a sua potabilização. Desde o final da década de 1990, vem sendo implantados equipamentos de dessalinização por osmose reversa visando o atendimento da demanda hídrica para consumo humano, especialmente na zona rural do Nordeste. No entanto, dificuldades estão presentes na implantação dos equipamentos, tais como a falta de operação e manutenções adequadas que causam a paralisação dos mesmos, e a produção de rejeitos, os quais são águas com elevados teores de sais, normalmente despejados ao solo sem qualquer critério, cujo maior impacto tem sido o aumento da salinidade do solo ao longo do tempo. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade do rejeito gerado pela osmose reversa e sua influência nas alterações dos atributos químicos e físicos de distintos solos receptores em comunidades rurais do Oeste Potiguar. A pesquisa foi realizada no período de 2012 a 2014 e, inicialmente, foram identificadas as comunidades abastecidas com as unidades de captação e tratamento de água por dessalinização, por meios de um levantamento cadastral. Para isto, foram realizadas 4 campanhas de coletas em diferentes períodos do ano nos solos receptores do rejeito salino, usando três distâncias (0; 1 e 2 metros do ponto de despejo), com duas camadas para cada ponto (0-20 e 20-40 cm), bem como avaliação da qualidade das águas tratadas por osmose reversa, poço e rejeito, dentro de cada período. Foram analisados atributos físico-químicos de rotina das amostras de água e solo. Os dados foram submetidos a testes estatísticos de médias, por Scott Knott, verificando o comportamento dentro dos pontos e camadas de cada período e entre os 4 períodos. Com relação ao rejeito gerado, 93% das amostras de água de rejeito se classificaram como C3 ou C4, ou seja, águas de elevadas salinidades necessitando de práticas especiais de controle de salinidade. A aplicação de rejeito salino diretamente nos solos provocou influência na sua qualidade para a maioria das comunidades estudadas, especialmente nos solos com característica argilosa, sendo também, mais evidenciado este efeito no período que antecede ao período chuvoso da região.