AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA, AMBIENTAL E SOCIAL NA CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei EM DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Camarão, Indicadores, Mancha Branca, Sustentabilidade, Taxas de sedimentação.
Os estudos em aquicultura parecem se pautar basicamente em termos ambientais e econômicos de forma isolada, não considerando a interação destes fatores, e raramente levando em considerações os custos e benefícios sociais envolvidos na atividade, dessa forma o objetivo desta pesquisa foi avaliar a sustentabilidade econômica, ambiental e social na criação do camarão marinho Litopenaeus vannamei em diferentes estratégias de manejo. As Taxas de sedimentação de nutrientes e material particulado em viveiros de criação de camarão marinho (Litopenaeus vannamei) submetidos a diferentes estratégias de manejo e densidades de estocagem 92 (M1), 14 (M2) e 8 (M3) cam.m-2 e com tempo máximo de cultivo de 79 dias, com exceção do CIT e COT, foram significativamente superior em M3 quando comparado a M1 e M2, no primeiro período de coleta, provavelmente influenciadas pelo manejo na primeira fase (estufa), foi verificado uma tendência de decréscimo para a maiora das taxas de sedimentação e nutrientes para o final do ciclo, podendo estar associada a produção primária no viveiro, pois se verificou tendência crescente de clorofila a durante o cultivo para esse tratamento. O trabalho requerido para a realização dos cultivos foi de 1,17 (M1), 1,46 (M2) e 2,04 (M3) homem-hora-ano por metro quadrado (hha/m²). O trabalho requerido por unidade de produção foi de 0,01(M1) e 0,03 (M2 e M3) homem hora por kg de camarão produzido (hh/kg). Não foram verificadas diferenças significativas para equidade salarial, inclusão racial e de gênero. A fixação da renda gerada pela atividade, em todos os tratamentos, demonstrou que 85% das remunerações dos funcionários foram aplicadas no município de Mossoró/RN, porém o consumo local da produção de camarão foi de 0 %. O cenário real M1 apresentou a sustentabilidade deslocada para a dimensão ambiental com tendência para a dimensão social se mostrando inviável economicamente. M2 e M3 apresentaram tendência de deslocamento para as dimensões econômicas, apresentando um distanciamento das dimensões ambientais e sociais, se mostrando mais sustentáveis economicamente. Os cenários alternativos M4 e M5 apresentaram uma tendência de deslocamento para o centro da pirâmide, se apresentando mais sustentável em termos absolutos. As sobrevivências foram reduzidas em todos os tratamentos, provavelmente influenciadas pela doença da Mancha Branca elevando o FCAA em M1 e M2, as taxas internas de retorno para M2 e M3 foram atrativas, gerando lucro e saldo positivo para o valor presente líquido e conseguiram garantir o retorno do capital investido. Esse retorno do capital, no entanto, somente ocorreu devido aos preços elevados praticados em 2016. Pode-se concluir que as taxas de sedimentação de nutrientes e material particulado são influenciadas pelas altas densidades de estocagem de camarão, pois grandes populações iniciais requerem volumes elevados de rações e fertilizantes, que podem gerar aportes destes compostos no sistema de cultivo. Todos os cenários reais analisados, M1, M2 e M3 não foram sustentáveis se considerarmos simultaneamente as dimensões econômica, ambiental e social, já os cenários alternativos M4 e foram os que apresentaram maior sustentabilidade, desta forma, cultivos praticados com a utilização de menores populações iniciais, tendem a gerar mais lucros em função do menor tempo de cultivo, maior número de ciclos por ano e preços mais elevados pago a camarões maiores.