USO DE INDICADORES AMBIENTAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS PARA AVALIAR A SUSTENTABILIDADE EM CULTIVOS DE CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei
Carcinicultura, Indicadores de sustentabilidade, Modelagem DPSIR, Semiárido, Viveiros escavados.
As pesquisas em aquicultura têm frequentemente abordado os aspectos ambientais, econômicos e sociais de maneira independente, negligenciando a interdependência desses fatores. Diante dessa lacuna, o objetivo deste estudo consistiu em avaliar a sustentabilidade nas dimensões ambiental, econômica e social de monocultivos de camarão marinho Litopenaeus vannamei com diferentes densidades de estocagem em uma região semiárida tropical. Para tanto foram utilizadas densidades de 6 (C6), 20 (C20) e 50 (C50) cam.m-2 e com tempo de cultivo de 80 dias (C6), 99 dias (C20) e 64 dias (C50). Foram observadas diferenças significativas nas taxas de sedimentação do material particulado e matéria orgânica entre o início do cultivo (AC) e final do cultivo (FC) em C6 e C50, enquanto as taxas de sedimentação do nitrogênio e fósforo total não apresentaram diferenças significativas em nenhum dos cultivos analisados. As taxas de sedimentação da matéria inorgânica foram significativamente maiores no final dos três cultivos. C20 (AC e FC) apresentou menores valores de material particulado, fósforo total, matéria orgânica e inorgânica e maior valor de nitrogênio total. Em contrapartida, C50 – FC apresentou maiores valores de material particulado, fósforo total, matéria orgânica e inorgânica. C6 – FC apresentou menor valor de nitrogênio total, enquanto em C6 –AC e C50 – AC foram observados menores valores (todavia, maiores do que aqueles apresentados por C20 em AC e CF) para todas as variáveis analisadas. Quanto a sustentabilidade, C6 demonstrou reduzida sustentabilidade econômica, todavia maior sustentabilidade social em comparação com os demais cultivos analisados. C20, por sua vez, expôs a menor sustentabilidade social, mas foi economicamente mais sustentável do que os demais cultivos. Nos cultivos C20 e C50 foi verificado sustentabilidade ambiental mais elevada, entretanto, considerando a dimensão econômica, C50 foi pouco sustentável. Podemos concluir que o monocultivo de camarão quando realizado com reduzidas populações inicias e também com elevadas densidades de estocagem, como foi observado nos cultivos C6 e C50, respectivamente, não conseguem garantir o retorno do capital investido, tornando-os insustentáveis do ponto de vista econômico. A carcinicultura quando praticada com densidades intermediárias de estocagem de camarões, como no cultivo C20, é viável econômica e ambientalmente, porém com reduzida sustentabilidade social.