MORFOLOGIA DA LÍNGUA DO PEIXE-BOI-MARINHO (Trichechus manatus manatus, LINNAEUS, 1758) E SUAS IMPLICAÇÕES ADAPTATIVAS NA DIETA HERBÍVORA
Papilas, Sirenia, histologia, microscopia.
O estudo morfológico da língua é uma ferramenta interessante na compreensão dos processos evolutivos associados aos hábitos alimentares. Há escassez de informações morfológicas sobre a língua do peixe-boi-marinho das Antilhas (Trichechus manatus manatus). Assim, o objetivo deste estudo foi descrever a morfologia da língua de T. m. manatus para estabelecer um modelo padrão para a espécie, e entender a relação morfológica com a dieta herbívora. Foram realizadas análises de dissecação macroscópica, microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura de sete línguas. A língua apresentou-se como um órgão musculoso e robusto, dividido em ápice, corpo e raiz. Firmemente aderia ao assoalho da cavidade oral. As papilas linguais estavam distribuídas sobre toda a superfície do órgão, identificadas como papilas filiformes, concentradas na região do ápice, papilas fungiformes encontradas nas regiões do ápice e lateral da língua, papilas foliáceas localizadas na porção dorsolateral da raiz da língua, e as papilas dorsais localizadas em toda a superfície dorsal da língua. A mucosa revestida por epitélio escamoso estratificado queratinizado, presença de glândulas do tipo tubuloacinares compostas, além de botões gustativas nas papilas foliáceas. Em conclusão, a língua do peixe-boi-marinho das Antilhas foi semelhante as outras espécies da ordem Sirenia e o hipopótamo, os quais compartilham de uma dieta totalmente herbívora.