MANIPULAÇÃO TÉRMICA DURANTE A INCUBAÇÃO E SEUS EFEITOS NA MORFOMETRIA DA MUCOSA INTESTINAL E NA RESPOSTA IMUNE DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix coturnix japonica) SUBMETIDAS AO ESTRESSE TÉRMICO CRÔNICO POR CALOR APÓS ECLOSÃO
Codornas japonesas, Estresse, Imunossupressão, Morfometria, Termotolerância
A alta temperatura ambiente é uma preocupação para o setor da coturnicultura. Uma vez que o estresse térmico por calor provoca redução no ganho de peso, danos estruturas na mucosa intestinal e imunossupressão e aumento da mortalidade. No entanto, a manipulação térmica durante a incubação surgir como alternativa para aquisição da termotolerância nas codornas japonesas. Assim, objetivou-se com esse trabalho avaliar os efeitos da manipulação térmica durante a incubação sobre os parâmetros de incubação, desempenho, morfometria da mucosa duodenal, bem como a resposta imune de codornas japonesas desafiadas termicamente após eclosão. Foram utilizados quinhentos e quarenta ovos adquiridos de um incubatório comercial (Granja Fujikura) distribuídos em três incubadoras comerciais (Brood Chocadeira®), todas as incubadoras foram mantidas com temperatura de 37,8°C e umidade 60% e viragem automática a cada duas horas. A partir do 6° dia de incubação até o momento da eclosão as temperaturas foram ajustadas 37,8°C (padrão), 38,5°C (intermediária) e 39,5°C (alta). No 15° dia de incubação as incubadoras foram programas para cessar a viragem dos ovos. O nascimento das codornas foi acompanhado a cada 3 horas, a partir do 16° dia (384 horas) até 21° dia de incubação (505 horas). Todos os ovos não eclodidos foram abertos e passaram pelo embriodiagnóstico para
determinar o período da mortalidade embrionária. As codornas que eclodiram foram avaliadas quanto à qualidade física pelo escorre de 0 a 100 pontos, além disso, foram pesadas e distribuídas de forma uniforme, em um delineamento inteiramente casualizado com três temperaturas de incubação (37,8, 38,5 e 39,5°C) e duas temperaturas ambiente (estresse e termoneutro). Aos 10, 20, 30 e 40 dias todas as codornas foram pesadas para determinar o peso vivo (g) e ganho de peso (g). Quatro codornas de cada tratamento foram eutanasiadas com anestesia geral dissociativa e necropsia para coleta do duodeno, bolsa cloacal, fígado e coração para determinar o peso absoluto (g), peso relativo (%) e para avaliar a morfometria da mucosa duodenal e a área dos folículos bursais. Foi coletado sangue de quatro codornas por tratamento aos 30 e 40 dias para realização do hemograma, leucograma e bioquímica sérica. Os dados foram analisados estatisticamente e as diferenças entre as médias foram determinadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A temperatura de incubação 39,5°C a partir do 6° dia de incubação reduziu o índice de eclosão e o peso vivo ao nascer, no entanto, a qualidade física das codornas foi semelhante à temperatura padrão. Para as outras variáveis estudadas observou-se efeito significativo (P0,05) da temperatura de incubação e ambiente sobre os valores do eritrograma e proteinograma. No entanto, a manipulação térmica durante a incubação com temperatura 39,5°C aumentou altura dos vilos, relação vilo/cripta, área de absorção da mucosa duodenal e área dos folículos bursais das codornas desafiadas termicamente por calor após eclosão. Esses resultados sugerem que o estresse térmico por calor em codornas japonesas, reduz o desempenho e causa imunossupressão. No entanto, a manipulação térmica durante a
incubação pode induzir mudanças comportamentais e fisiológicas, que possibilite a aquisição da termotolerância em codornas japonesas desafiadas termicamente por calor após eclosão.