CÉLULAS ENDOTELIAIS CULTIVADAS SOBRE SUPERFÍCIES DE TITÂNIO TRATADAS A PLASMA
vesícula exossomal, microRNA, endotélio, stent metálico, biomaterial
Os stents são estruturas metálicas utilizadas em isquemias cardiovasculares. Apesar dos bons resultados, esses dispositivos intravasculares podem desencadear restenose, por meio da adesão plaquetária. Dessa forma, a utilização de fármacos antiplaquetários associados aos stents metálicos evita a formação de trombos, porém diminuem a eficácia da endotelização sobre a superfície. Por isso, existe uma busca por tratamentos que modifiquem as propriedades químicas e físicas de superfícies metálicas que asseguraram a adesão e proliferação de células endoteliais, sem a utilização desses fármacos. O tratamento por plasma é capaz de produzir modificações manométricas e melhora a adesão, proliferação e diferenciação celular em metais, como o titânio. O titânio é um metal inerte, resistente à corrosão, muito aplicado na produção de implantes e comumente utilizado na forma de liga com o níquel na fabricação de stents. A avaliação in vitro de superfícies metálicas auxilia na compreensão dos mecanismos de interação entre as células e a superfície. Apesar disso não há informações a cerca da comunicação celular entre células endoteliais e o titânio, bem como de miRNAs exossomais (miRNA-133a, miRNA-199a, miRNA-126) gerados em decorrência dessa interação. Considerando que a utilização de modelos in vitro podem ser úteis para entender os mecanismos de interação entre as células e as superfícies de adesão, esse projeto objetiva avaliar o efeito da modificação de superfícies de titânio sobre a comunicação de células endoteliais humanas e animais nessa superfície. Para tanto, serão produzidas superfícies de titânio nitretada e oxidada com rugosidade nanométrica. Em seguida, estas serão caracterizadas quanto à molhabilidade pelo método de gota séssil, rugosidade por microscopia de força atômica e composição química por difração de Raios-X. As células endoteliais cultivadas sobre as superfícies de titânio serão avaliadas quanto à morfologia, adesão e proliferação. Adicionalmente, as vesículas exossomais secretadas pelas células endoteliais sobre a superfície de titânio nitretada e oxidada serão caracterizadas e quantificadas. Da mesma forma será quantificada a expressão de miRNA nas vesículas exossomais das células endoteliais cultivadas sobre a superfície de titânio nitretada e oxidada. Com base nos resultados dessa pesquisa espera-se caracterizar os efeitos do tratamento das superfícies de titânio sobre as células endoteliais e compreender a comunicação celular através dos miRNAs exossomais. A fim de utilizá-la como uma terapia inovadora com potencial bioterapêutico no monitoramento de doenças cardiovasculares, associadas à utilização de stents metálicos.