Banca de DEFESA: ADRIANA KELLY GOMES GIRÃO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ADRIANA KELLY GOMES GIRÃO
DATA: 29/12/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Webconferência - Google Meet
TÍTULO:

AUTONARRATIVAS NO ENCONTRO DA PSICOLOGIA COM A PEDAGOGIA EM MORADA NOVA/CE: percursos de promoção da educação inclusiva de crianças com diagnóstico de autismo


PALAVRAS-CHAVES:

Autismo; Educação inclusiva; Psicologia; Pedagogia

 


PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

O Autismo tem sido um tema amplamente discutido no atual contexto, tanto pela sociedade em geral quanto pelas pesquisas científicas. Nas comunidades escolares, não seria diferente, pois, as escolas são instituições que lidam diariamente com crianças que recebem este diagnóstico. As crianças passam boa parte de suas vidas na escola e esta pode representar um espaço que traz grande potencial para a experiência de crianças autistas, pois nelas há possibilidades de interação e aprendizagem. A escola por si e somente pelo fator de acolher e auxiliar o desenvolvimento da criança com diagnóstico de autismo já cria uma atmosfera interventiva e promotora de benefícios. Podemos dizer que a escola que integra já cria um efeito benéfico para o desenvolvimento da criança autista, pela oportunidade que oferece de ampliar o contato social com outras crianças, além de ser espaço de convivência comunitária também, o que pode favorecer a interação de maneira ampla. Refletindo sobre estas questões, pensamos: se a escola, atuando muitas vezes somente como integrativa e não inclusiva de fato, promove avanços no desenvolvimento de maneira significativa a crianças autistas, como seria se os profissionais que nela trabalham fossem apoiados com processos formativos para acolher e promover uma educação inclusiva. Com essa inquietação, nos motivamos pelo desejo de aprofundamento sobre a experiência de crianças autistas no espaço escolar em suas formas atuais e, especialmente, de contribuir com a construção da educação inclusiva. Entendemos que a aproximação dos saberes da psicologia e da pedagogia, em encontros nos quais profissionais buscam a colaboração, pode disparar mudanças nas ações cognitivas direcionadas à promoção do cuidado e ao fortalecimento da experiência da educação inclusiva na escola. Este estudo teve, portanto, o intuito central entender como pedagogos modificam suas ações cognitivas na relação com crianças autistas e, assim contribuir com saberes e conhecimentos que subsidiem experiências em que estas crianças no meio educacional não estejam adaptadas, ou apenas integradas, mas que as práticas promovam um ambiente acolhedor e construtivo para as aprendizagens e o cuidado, respeitando as diversas formas de ser, interagir, enfim, aprender. Como forma de ampliar o entendimento sobre o ser e sua constituição nos processos de viver e conhecer, nos valemos dos conhecimentos de Gilbert Simondon, especialmente com os conceitos de individuação e devir humano. A educação inclusiva requer a clareza de que na aprendizagem temos os sujeitos, estes têm nome próprio, histórias singulares que tornam mais rico e complexo o pensar sobre a experiência educativa. O encontro com a Biologia do Conhecer de Humberto Maturana e de Francisco Varela, entre outros autores, permitiram o tecer de uma discussão sobre educação e aprendizagem interagindo com os conceitos autopoiese, enação, simpoiese e enação autopoiética. Para construção da metodologia da pesquisa, tomamos como base a pesquisa qualitativa, a partir de uma perspectiva sistêmica, na qual o pesquisador está implicado enquanto observador e enquanto sujeito que se transforma no próprio ato de explicar. Empregamos a metodologia em primeira pessoa, observamos as ações, as experiências dos participantes, pois nosso objetivo foi observar como os participantes da pesquisa percebem o trabalho pedagógico com alunos autistas e como, nos encontros das oficinas acontecem mudanças referidas à experiência como professores de alunos autistas.
A pesquisa foi desenvolvida com professores da rede pública municipal de Morada Nova que se deu por meio de encontros em ambiente virtual com grupos fechados preestabelecidos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. Promoveu-se então, bons encontros com pedagogas para conversar e construir caminhos relacionados ao percurso de crianças autistas na escola. A partir destes, desenvolvemos o processo de autonarrativas que visa não somente detalhar uma experiência vivida, mas, permitir afetar e ser afetado, modificar e ser modificado pela vivência, oficinas e encontros que possibilitam mudanças nas coordenações de ações. Pudemos identificar alguns deslocamentos no modo como as pedagogas compreenderam a experiência própria, inquietudes, vontade de saber, maior clareza sobre as necessidades de aprendizagem sobre o autismo e a educação inclusiva. A escuta e a observação das próprias autonarrativas e as redes de conversações tecidas nas oficinas oportunizaram o desencadear de processos de transformação na experiência. E o sentimento que ficou para a autora de toda essa trajetória é que a educação inclusiva é um desafio que precisamos assumir, não é simples e podemos ampliar o entendimento neste encontro entre os campos da pedagogia e da psicologia. A compreensão sobre o percurso de aprendizagem de crianças autistas requer estudo rigoroso e, ainda, que nossa própria experiência clínica e de formação siga. Afinal, tudo começa com o sonho de mudar algo, a começar por nós mesmos. Avante!


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 553.634.740-34 - DEISE JULIANA FRANCISCO - UFAL
Presidente - 1670040 - KARLA ROSANE DO AMARAL DEMOLY
Externo à Instituição - WASHINGTON SALES DO MONTE - UFERSA
Notícia cadastrada em: 17/12/2020 14:19
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