PERFIL FARMACOCINÉTICO E MONITORAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DO TRAMADOL E O-DESMETILTRAMADOL (M1), ASSOCIADO OU NÃO A DIPIRONA EM CÃES.
Cromatografia; Farmacodinâmica; O-desmetil-tramadol; Metamizol; Monitoramento farmacoterapêutico.
Na rotina clínica veterinária, o controle da dor se faz necessário em diversos pacientes e situações e a busca pela associação de medicamentos visando analgesia duradoura e de qualidade é rotineiro. A dipirona e o tramadol são analgésicos bastante usuais na rotina clínica de pequenos animais, no entanto, estudos farmacocinéticos, farmacodinâmicos e de monitoramento desta associação ainda precisam ser explorados. O presente estudo almeja avaliar a farmacocinética e a farmacodinâmica do tramadol e do O-desmetiltramadol (M1) de forma isolada e em associação à dipirona, administrados por via oral (4 mg.kg-1) em cães, bem como realizar o monitoramento farmacoterapêutico destes agentes. Serão utilizados 16 cães, sem raça definida, adultos, de ambos os sexos e hígidos. O trabalho será dividido em dois estudos: no primeiro, os animais serão submetidos a dois tratamentos (grupo 1- tramadol (4mg/kg), oral, e grupo 2 - tramadol (4mg/kg) associado a dipirona (25mg/kg), oral), para avaliar o perfil farmacocinético. No segundo estudo, os animais serão castrados e submetidos de forma aleatória aos mesmos dois tratamentos prévios, a cada 8 horas, até completar 72 horas, para avaliar a farmacodinâmica e o monitoramento terapêutico. Para o primeiro estudo, após tempos pré-determinados, serão coletadas amostras de sangue desses animais para a obtenção e armazenamento do plasma em – 80º C e posterior análise farmacocinética. Alíquotas de plasmas serão processadas e a análise cromatográfica será realizada no sistema de cromatografia líquida de ultra eficiência, acoplado à espectrometria de massas (UPLC-MS/MS). Os parâmetros avaliados serão: a concentração plasmática máxima (Cmáx), o tempo para atingir a Cmáx (Tmáx), a área sob a curva de concentração plasmática do tempo zero até ao momento da última concentração mensurável (ASC0→t) e a extrapolação da ASC até ao infinito (ASC0→ ∞), volume de distribuição aparente (Vz/F), depuração aparente (CL/F), meia-vida de eliminação (t1/2); tempo médio residual até o momento da última mensuração (MRT0→ t ), tempo médio residual do momento zero até o infinito (MRT0→ ∞), para os fármacos e seus metabólitos serão calculados usando modelos não compartimentais com o software WinNonlin 6.2.1. Para o segundo estudo, os animais receberão os tratamentos e serão castrados, para posterior estudo farmacodinâmico, utilizando avaliação por escala de dor (Glasgow e Escala Visual Analógica) e parâmetros fisiológicos; posteriormente, será realizado do monitoramento farmacoterapêutico. Espera-se com este estudo descrever o perfil farmacocinético do tramadol isolado ou associado a dipirona em cães hígidos, avaliar a farmacodinâmica da medicação após castração eletiva, e descrever o monitoramento farmacoterapêutico e por meio dele se o intervalo de doses e tempo de administração são suficientes para promover analgesia adequada em cães hígidos, com o mínimo de efeitos colaterais.