VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE HOTSPOTS DE ATROPELAMENTO DE AVES NA REGIÃO SEMIÁRIDA BRASILEIRA
Caatinga; Fauna silvestre; Ecologia de estradas; Mortalidade de aves
As Aves são bastante vulneráveis ao atropelamento em rodovias. Entender quais os fatores podem estar associados ao atropelamento do grupo e a formação dos hotspots de atropelamento é fundamental para traçar medidas de mitigação para o grupo. Esta pesquisa objetivou identificar os hotspots de atropelamento de aves em ambientes semiáridos, a variação espaço-temporal dos hotspots de atropelamento e quais variáveis da paisagem estão associadas aos hotspots. Dados de atropelamentos foram coletados ao longo de três a quatro anos em diferentes estradas. Utilizou-se a Estatística K de Ripley - 2D para verificar agregações e a Análise de HotSpots - 2D para mapear pontos críticos. Modelos Lineares Generalizados Mistos (GLMM) foram aplicados para correlacionar hotspots com variáveis da paisagem, estações do ano e proximidade de áreas protegidas. Foi detectado que os hotspots de atropelamento de aves apresentam grande variação espaço-temporal e apenas onze hotspots de atropelamento persistiram por mais tempo ao longo do tempo. Observou-se também que os hotspots são mais frequentes em ambientes agrícolas e são mais incidentes com o aumento da distância das áreas de preservação, sendo mais presente na estação chuvosa. A grande dinâmica espaço-temporal dos hotspots fortalece a necessidade de realizar levantamento de longo prazo, e corrobora com apontamentos de que não é aconselhável implementar medidas de mitigação com base exclusiva nas análises de hotspots. Abordagens alternativas, baseadas em padrões de uso e ocupação do solo e na relação entre a biologia das espécies e o uso de habitats, devem ser consideradas na gestão de empreendimentos rodoviários.