PPGD PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO - CCSAH Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
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  • ERIC IAN OLIVEIRA GUIMARÃES
  • EM NOME DE DEUS, DA FAMÍLIA E DO MERCADO: CONVERGÊNCIA ENTRE NEOLIBERALISMO E NEOCONSERVADORISMO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO DOMICILIAR.

  • Orientador : FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • Data: 18/01/2024

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  • O presente trabalho procurar demonstrar como a regulamentação da educação domiciliar, como atualmente proposta por grupos conservadores, é consequência da convergência entre as racionalidades neoliberal e neoconservadora no contexto brasileiro. Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, alicerçada sobre uma interpretação materialista interdisciplinar do fenômeno observado. No processo, serão utilizadas diferentes metodologias de pesquisa, desde a pesquisa bibliográfica, no que diz respeito ao levantamento e consulta das pesquisas acadêmicas já publicados acerca do tema, passando pela análise documental, referente especialmente aos projetos de lei sobre homeschooling, mas também aos documentos disponibilizados no sítio eletrônico da Associação Nacional de Educação Domiciliar, importante grupo de interesse que atua sobre a questão e à análise do Recurso Extraordinário nº 888/815/RS, no qual o Supremo Tribunal Federal analisou a constitucionalidade da prática. Por fim, valer-se-á ainda da constelação discursiva antidemocrática desenvolvida por Wendy Brown para análise dos discursos parlamentares em defesa da pauta. Para tanto, a pesquisa se dividirá em três capítulos. No primeiro, conceituaremos neoliberalismo e neoconservadorismo a partir do referencial teórico adotado. No segundo, destrincharemos os argumentos trazidos pelos projetos de lei referentes ao tema, bem como das manifestações da Associação Nacional de Educação Domiciliar – ANED e do julgamento do Recurso Extraordinário por parte do Supremo Tribunal Federal. Por fim, à luz do referencial desenvolvido por Brown, analisaremos os discursos parlamentares durante a votação do projeto de lei nº 3.179/2012, ocorrido em 18 de maio de 2022 na Câmara dos Deputados.


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  • O presente trabalho procurar demonstrar como a regulamentação da educação domiciliar, como atualmente proposta por grupos conservadores, é uma das consequências da sobreposição entre as racionalidades neoliberal e neoconservadora no contexto brasileiro. Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, alicerçada sobre uma interpretação materialista interdisciplinar do fenômeno observado. No processo, serão utilizadas diferentes metodologias de pesquisa, desde a pesquisa bibliográfica, no que diz respeito ao levantamento e consulta das pesquisas acadêmicas já publicados acerca do tema, passando pela análise documental, referente especialmente aos projetos de lei sobre homeschooling, mas também aos documentos disponibilizados no sítio eletrônico da Associação Nacional de Educação Domiciliar, importante grupo de interesse que atua sobre a questão. Por fim, valer-se-á ainda das análises de conteúdo e dos discursos parlamentares na Câmara dos Deputados. Para tanto, a pesquisa se dividirá em três capítulos. No primeiro, conceituaremos neoliberalismo e neoconservadorismo a partir do referencial teórico adotado. No segundo, destrincharemos os argumentos trazidos pelos projetos de lei referentes ao tema, bem como documentos da Associação Nacional de Educação Domiciliar – ANED. Por fim, realizaremos a análise dos discursos parlamentares durante a votação do projeto de lei nº 3.179/2012, ocorrido em 18 e 19 de maio na Câmara dos Deputados.

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  • GABRIELA HOLANDA BESSA DE LIMA
  • EXPLORAÇÃO, DOMINAÇÃO E A NOVA CAÇA ÀS BRUXAS: UM ESTUDO SOBRE A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO COM AS MULHERES ENCARCERADAS POR TRÁFICO DE DROGAS NO COMPLEXO PENAL ESTADUAL AGRÍCOLA MÁRIO NEGÓCIO

  • Orientador : FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • GILMARA JOANE MACEDO DE MEDEIROS
  • RENATA MONTEIRO GARCIA
  • Data: 15/02/2024

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  • Desde a década de 2000, no Brasil, o número de mulheres envolvidas com o tráfico de drogas é crescente. Os dados por trás deste encarceramento em massa revelam o vínculo fundamental entre as relações sociais de gênero/sexo, raça e classe e os processos de criminalização. Nesse contexto, é possível perceber como o tráfico de drogas apresenta-se como uma possibilidade de melhora de vida para os grupos sociais vulneráveis que são pouco atendidos pelas políticas públicas e acessam o mercado de trabalho de forma precarizada. Percebida a relação entre tráfico de drogas e a categoria de trabalho, pode-se constatar que a Divisão Sexual do Trabalho, a partir da dinâmica de exploração-dominação-opressão, leva as mulheres para situações de vulnerabilidade socioeconômica que as incentiva a procurarem meios alternativos de sobrevivência, como o mercado ilícito das drogas. O presente trabalho busca, portanto, por meio da ótica feminista-marxista e do encontro entre criminologias críticas e as epistemologias feministas e decoloniais, investigar a centralidade da categoria da Divisão Sexual do Trabalho nas trajetórias de vida das mulheres encarceradas por tráfico de drogas no Complexo Penal Estadual Agrícola em Mossoró/RN, averiguando se, a partir desta divisão, suas trajetórias são marcadas pelas permanências das desigualdades de gênero/sexo, raça e classe. A construção do trabalho se deu a partir do aprofundamento da categoria de Divisão Sexual do Trabalho que implicou na percepção de que esta não pode ser compreendida em sua totalidade sem sua relação com a Divisão Racial do Trabalho. Em seguida foi realizado o estudo sobre a relação da mulher com o crime, compreendendo considerações históricas sobre a punição das mulheres e também a análise da relação das mulheres com o Sistema de Justiça Criminal brasileiro. Para estabelecer uma relação entre o corpo teórico e a realidade das mulheres, esta pesquisa construiu-se a partir das experiências de dez mulheres presas em cumprimento definitivo de pena pelo crime de tráfico de entorpecentes na CPEAMN. Foi adotada, para tanto, uma metodologia dual: o grupo focal e as entrevistas individuais semi-estruturadas. A partir de suas narrativas sobre o ingresso e a permanência enquanto trabalhadoras no comércio de drogas, foi possível constatar que a categoria da Divisão Sexual do Trabalho estrutura o mercado de trabalho como um todo, incidindo, dessa forma, não apenas sobre o mercado de trabalho formal e informal, mas também sobre o mercado lícito e ilícito, que tendem a replicar a divisão do mercado formal. Isso ocasiona diversos efeitos que se retroalimentam e aprofundam exploração, dominação e opressão das mulheres, fazendo com que estas vivenciem a precarização do trabalho também nas suas atividades do comércio de drogas ilegais.


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  • A presente dissertação se propõe a descrever e compreender as múltiplas penalidades suportadas pelas mulheres na esfera penal, interpretando-as a partir das desigualdades de gênero, raça e classe, por meio de um estudo de campo sobre as vivências de mulheres criminalizadas por tráfico de drogas no Complexo Penal Estadual Agrícola Mário Negócio. Especificamente, procura-se compreender de que forma as mulheres se inserem dentro da dinâmica do tráfico de drogas a partir do conceito de divisão sexual do trabalho, isto é, examinar a trajetória de vida das mulheres de forma a entender como a categoria de divisão sexual do trabalho operou ao longo de suas vidas, de que forma houve sua inserção dentro do mercado de trabalho, seja lícito ou ilícito, se há uma divisão sexual do trabalho dentro da operacionalidade do comércio ilícito de drogas, se sim, quais hierarquias possuem e se há, de alguma forma, dentro dessa divisão, interconexões de gênero/sexo, raça e classe que se relacionam com as opressões-dominações das mulheres. Para demonstração de nossa hipótese, iniciaremos por uma investigação histórica da emergência e modulações das diferentes formas de punir, resgatando como essas técnicas de poder eram aplicadas às mulheres, para em seguida analisar como, muito em função dos processos históricos revisitados, as mulheres que cometem crimes são duplamente e até mesmo triplamente punidas pelo aparelho estatal em função de sua posição social. Por fim, defende-se a necessidade de melhor desenvolvimento e consolidação de uma lente epistemológica feminista no ensino e nas práticas jurídicas, não apenas para compreensão da posição das mulheres frente ao sistema punitivo, mas para imaginar e construir estratégias para sua transformação. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica-documental, mediada por uma perspectiva materialista interdisciplinar do fenômeno jurídico.

3
  • MARÍLIA VIEIRA XAVIER DE OLIVEIRA
  • O PERFIL DO PROFISSIONAL AUTOCOMPOSITOR DE CONFLITOS E A EDUCAÇÃO JURÍDICA BRASILEIRA: ANÁLISE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE DISCENTES E DOCENTES DA UFERSA.

  • Orientador : RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • JOSE ALBENES BEZERRA JUNIOR
  • DENISE DOS SANTOS VASCONCELOS SILVA
  • Data: 16/02/2024

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  • A pesquisa abordou uma investigação sobre a formação de competências do profissional autocompositor de conflitos, considerando as contribuições da educação jurídica no processo formativo. O problema de pesquisa envolveu como a educação jurídica deve contribuir para a formação de competências do profissional que venha atuar com os meios autocompositivos de tratamento dos conflitos nos mais diversos espaços de atuação, a partir da percepção dos estudantes e docentes do Curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA? Assim, o estudo objetivou demonstrar como a educação jurídica deve contribuir para a formação de competências do profissional que vivencia os meios autocompositivos de tratamento dos conflitos nos mais diversos espaços que atuam, a partir da percepção de estudantes e docentes do Curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA. A pesquisa teve como objetivos específicos: 1º) Evidenciar o percurso da educação jurídica brasileira, considerando a crise educacional, diante das inovações que contribuem para a formação do profissional que a sociedade demanda; 2º) Investigar como as políticas de consensualização de conflitos vem se reverberando no contexto social, nas instituições e nos Cursos de graduação em Direito, no cenário em que se busca garantir o acesso à justiça; e 3º) Identificar de que modo o curso jurídico deve desenvolver as competências essenciais para o processo formativo do profissional facilitador dos instrumentos de autocomposição dos conflitos, por meio da percepção de discentes e docentes do Curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica e documental, para a construção dos argumentos teóricos com base nos trabalhos de autores que discutem o tema. Aliada a isso, realizou-se a pesquisa empírica por meio de estudo de caso com uma abordagem qualitativa, mediante grupos focais com estudantes e entrevistas estruturadas com docentes. Os dados obtidos foram organizados com o emprego do software Iramuteq e a análise dos dados coletados feita pela análise de conteúdo. Conclui-se que o ensino jurídico se pauta nos moldes conteudistas e não prepara os discentes para os múltiplos perfis profissionais das carreiras jurídicas. As diretrizes curriculares nacionais reforçam a necessidade de inovações nos espaços acadêmicos, articulando ensino, pesquisa, extensão, atividades extracurriculares e vivências interdisciplinares. Apesar das normativas de autocomposição no sistema de justiça, é necessário que a atuação dos profissionais seja genuína, humanizada e emancipatória em relação aos envolvidos. O domínio dos meios autocompositivos tem reflexos nos cursos jurídicos, com a formação por competências, sendo essencial práticas formativas transversais de incentivo ao diálogo nos componentes curriculares. O perfil do profissional autocompositor reúne competências cognitivas, interpessoais e instrumentais, de articular o conhecimento teórico a outros saberes, comunicação adequada, atuação com ética e sensibilidade, atendendo às reais necessidades das pessoas. Com a pesquisa empírica, foi possível constatar que a percepção dos docentes e discentes se aproxima das competências definidas, dando ênfase à interdisciplinaridade, ao emprego de metodologias ativas e experiências com casos reais, que contribuem para uma aprendizagem significativa e pacificadora.


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  • A presente pesquisa abordou uma investigação sobre a formação de competências do profissional autocompositor de conflitos e as contribuições da educação jurídica no processo formativo e no fazer desse profissional que trata dos conflitos. O problema de pesquisa envolve como a educação jurídica deveria contribuir para a formação de competências do profissional que vivencia os meios autocompositivos de tratamento dos conflitos nos mais diversos espaços de atuação, a partir da percepção dos estudantes e docentes do curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-árido – UFERSA. Para tanto, parte-se da hipótese de que a educação jurídica, por ser responsável pela formação dos futuros profissionais do Direito, constitui um ambiente capaz de desenvolver competências necessárias para que os facilitadores desses meios possam responder às necessidades da sociedade. Assim, o presente estudo analisa como a educação jurídica deve contribuir para a formação de competências do profissional que vivencia os meios autocompositivos de tratamento dos conflitos nos mais diversos espaços que atuam, a partir da percepção de estudantes e docentes do curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA. Os objetivos específicos pretendem compreender o percurso da educação jurídica no Brasil, considerando a crise educacional e a necessidade de inovações que contribuam para a formação do profissional que a sociedade contemporânea demanda, investigar como a utilização dos meios autocompositivos de tratamentos dos conflitos vem se reverberando no contexto social, nas instituições e nos cursos de graduação em Direito, no cenário em que se busca garantir o acesso à justiça, e ainda, identificar de que modo o curso jurídico deve desenvolver as competências essenciais para o processo formativo do profissional facilitador dos instrumentos de autocomposição dos conflitos, por meio da percepção de discentes e docentes do curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA. Para alcançar os objetivos traçados utilizou-se a metodologia de revisão bibliográfica para a construção dos argumentos teóricos com base nos trabalhos de autores que discutem o tema, aliada a pesquisa empírica por meio de uma abordagem qualitativa realizada mediante grupos focais com estudantes e entrevistas com docentes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA. Conclui-se que a educação jurídica pode contribuir para a formação do profissional autocompositor ao incorporar a formação baseada em competências cognitivas, instrumentais e interpessoais, com foco nos discentes e no processo pedagógico, por meio do uso de metodologias ativas e discussões de temas transversais, que podem gerar debates mais complexos na construção de espaços em que os estudantes tenham um ensino articulado à pesquisa, a extensão, as atividades extracurriculares, as vivências interdisciplinares e experiências práticas reais, para a formação jurídica com um olhar pacificador, emancipatório e democrático. As percepções dos estudantes e docentes da UFERSA foram no sentido de que há um caminho aberto para as inovações nas práticas pedagógicas e metodológicas do curso de Direito, contribuindo para uma educação transformadora, adequada à tendência de tratamento consensual dos conflitos.

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  • MARIA TEODORA ROCHA MAIA DO AMARAL
  • CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, DIREITO À EDUCAÇÃO E O CASO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES.

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIA PAIVA CARVALHO
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • Data: 23/02/2024

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  • Esta dissertação analisou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), uma política pública que introduziu um novo formato de ensino no Brasil, estabelecido através de uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Defesa (MD). A política pública educacional emergiu em um contexto de enfraquecimento de direitos sociais, como a saúde e o trabalho, de disputa do direito à educação e de combate ao “marxismo cultural”. Diante disso, o objetivo geral do trabalho é investigar como o Pecim, analisado sob a ótica do ciclo das políticas públicas, articula as referências e os conceitos constitucionais do Direito à Educação. A análise adotada em torno do ciclo das políticas públicas com parâmetro no Direito estrutura-se examinando cada etapa da política no contexto dos pilares constitucionais da educação: a definição de agenda, a formulação, a tomada de decisão, a implementação e a avaliação. A literatura adotada, Direito e Políticas Públicas (DPP), permitiu investigar qual o papel do Direito na formação, na continuidade e na legitimação desses programas de governo. A análise também se detém em investigar os conflitos e tensões entre os vários atores envolvidos no Pecim, tantos os estatais quanto os oriundos da sociedade civil. As fontes de pesquisa são os processos administrativos, em trâmite no MEC, de constituição da política pública, os documentos oficiais do programa, o manual das escolas, os relatórios anuais de desempenho e as manifestações da sociedade civil sobre a política. Concluiu-se que, em relação ao Pecim, a sua concepção (e implementação) sem transparência e democraticidade, a criação de privilégios estruturais entre militares e o corpo pedagógico/docente civil, a uniformização dos corpos, a própria alocação de militares como monitores e fiscais dos funcionários civis e alunos, e a opção por um ensino militarizado, ao mesmo tempo que violam as bases constitucionais da educação, foram sustentadas pelos arranjos jurídicos-institucionais. O Direito fornece uma ferramenta de accountability para as políticas públicas, reconhecendo que, embora as normas constitucionais forneçam valores orientadores e padrões flexíveis de efetivação desses valores, elas também estabelecem um quadro dentro do qual as políticas públicas devem operar. Em termos práticos, o Direito pode fornecer uma estrutura diretamente incidente no processo de elaboração dessas políticas por meio das possibilidades de controle, de monitoramento e de participação social, representando um verdadeiro controle social de políticas públicas ancorado nas normas constitucionais (cujos significados pertencem diretamente à sociedade).


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  • Esta dissertação analisa o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM), uma política pública que introduz um novo formato de ensino no Brasil, estabelecido através de uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Defesa (MD). A política visa a efetivação do Direito à Educação, em um cenário de agenda governamental intrinsecamente constituinte devido à constitucionalização de Direitos Sociais e de políticas públicas. Ocorre que essa política pública educacional emergiu em um contexto autoritário, de enfraquecimento de direitos sociais, como a saúde e o trabalho, de disputa do direito à
    educação e de combate ao “marxismo cultural”. Com a ascensão do governo Bolsonaro, os militares passaram a ocupar cargos governamentais em todos os níveis, articulando também, nessa aliança de governança, o conservadorismo e a aversão antissistema ao Estado Social. Assim, o Pecim surgiu em um cenário de enfraquecimento das garantias sociais e de aversão explícita à própria Constituição Federal. Diante disso, o trabalho questiona: o PECIM, analisado sob a ótica do ciclo das políticas públicas, desafia os princípios constitucionais que embasam o Direito à Educação? O objetivo geral da pesquisa é investigar se - e caso positivo, de que maneira - as políticas públicas podem transgredir os princípios constitucionais inerentes ao Direito à Educação, utilizando o PECIM como estudo de caso. A análise é estruturada em torno do ciclo das políticas públicas, examinando cada fase do processo no contexto dos pilares constitucionais da educação. A pesquisa se constitui metodologicamente a partir, principalmente, dos processos administrativos, em trâmite no MEC, de constituição da política pública e dos documentos oficiais do programa, como o manual das escolas e os relatórios anuais de desempenho. A hipótese é que o Pecim viola as bases do Direito à Educação em relação à gestão democrática, ao pluralismo de ideias e de saberes. O trabalho vai além da avaliação da eficácia da política, considerando também a conformidade dessas políticas com os preceitos constitucionais. O objetivo é destacar que, mesmo políticas que são estruturalmente bem-sucedidas e produzem resultados positivos podem, ao mesmo tempo, transgredir os princípios constitucionais e tornar o Estado menos democrático.

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  • JULIANE RODRIGUES
  • A “INSTITUCIONALIZAÇÃO” DA PAUTA DA EQUIDADE DE GÊNERO NO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Marília Passos Apoliano Gomes
  • TALITA DE FATIMA PEREIRA FURTADO MONTEZUMA
  • Data: 23/02/2024

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  • Na presente dissertação propomos analisar a “institucionalização” da pauta da equidade de gênero no âmbito do Poder Judiciário brasileiro, por meio da análise das medidas de promoção da participação feminina, que ganharam destaque com a Resolução CNJ nº 255/2018. A referida norma, instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário brasileiro, trazendo uma série de medidas a serem colocadas em prática pela instituição judicial. Nos chama a atenção, o fato de que nos últimos anos tem havido uma corrida em busca da formulação de um projeto de atuação institucional, com a implementação de ações que visam o alcance de uma igualdade paritária entre os gêneros no acesso e exercício da magistratura e nos cargos de poder e decisão decorrentes dessa profissão. Nesse contexto, termos trabalhados pelo feminismo ganham destaque, como “gênero”, “mulher”, “representação” e “interseccionalidade”, visto que presentes nos textos das Resoluções, Portarias e outras medidas adotadas pelo Conselho Nacional de Justiça. Com isso, pretendemos compreender o entendimento que o Poder Judiciário possui acerca da desigualdade de gênero no âmbito institucional e como vem desenvolvendo o trabalho dessa temática com a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina. O objetivo principal, é realizarmos a análise do problema da desigualdade de gênero, a partir da identificação de fatores responsáveis pelas discriminações contra as magistradas, partindo de uma abordagem feminista e decolonial do poder, para trazer problematizações pertinentes sobre as formas como o Poder Judiciário entende promover a participação feminina na instituição. A finalidade é a de observar como estamos caminhando rumo a idealizada equidade de gênero no exercício da magistratura e os obstáculos na implementação dessa política. Para isso, iremos realizar um estudo de natureza bibliográfica e documental, utilizando de estudos acerca das desigualdades de gênero e da base de dados do Conselho Nacional de Justiça, para identificarmos e selecionarmos as medidas adotadas pelo CNJ entre os anos de 2018 e 2023. Dentre as conclusões alcançadas, notamos uma tendência de universalidade e neutralidade por parte do Poder Judiciário no tratamento das condições interseccionais, de raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, dentre outras, que quando não observadas, implementam cenários de desigualdades identificados na instituição judicial. Além disso, notamos que existem uma série de dificuldades de compreensão, fomentadas pela manutenção de formas de entendimento da temática aplicado as medidas de promoção da participação feminina. Isso porque, observamos que as medidas realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça privilegiam uma visão ainda restrita a fatores de ordem classificatória e quantitativa, limitadas a cenários específicos, como o acesso a profissão da magistratura por mulheres. Essa forma de atuação, fortalece um entendimento restrito acerca das desigualdades que atingem as mulheres no acesso e exercício de cargos da magistratura, em especial, aqueles com poder de decisão. Observamos que, isso nos impede de realizar a desconstrução de entendimentos utilizados nas medidas adotadas pelo Poder Judiciário, que apenas contribuem na invisibilidade de cenários de discriminação e de grupos de mulheres no exercício da profissão da magistratura.


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  • O presente estudo propõe-se a formular problematizações acerca do processo de “institucionalização” do discurso da equidade de gênero no âmbito do Poder Judiciário brasileiro, discurso impulsionado pela Resolução nº 255/2018 do Conselho Nacional de Justiça, que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário. Desse modo, a pretensão investigativa é a de entender como o discurso da equidade de gênero, advindo do campo do feminismo, ao utilizar-se de conceitos próprios, com significados trabalhados a partir de um contexto teórico de lutas do movimento, é “institucionalizado” no Poder Judiciário brasileiro, instituição estatal representada por uma visão profissional masculinizada. Para isso, utilizará de estudos, dentre esses, relatórios e pesquisas divulgadas pelo Poder Judiciário brasileiro e de discursos levados a efeito em eventos selecionados realizados pelo Conselho Nacional de Justiça, cujo objetivo é a investigação do tratamento discursivo da temática da equidade de gênero quando aplicado ao contexto de acesso, exercício e ascensão nos cargos da magistratura por mulheres. Utilizará, ainda, de estudos de natureza interdisciplinar das áreas da sociologia, história e direito, contemplando o feminismo contemporâneo, a partir da corrente pós-estruturalista, para entender como a equidade de gênero, discurso crítico e outsider, é aplicado a política judiciária de promoção da participação feminina na magistratura.

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  • MARIANA NOGUEIRA CARVALHO
  • A INTERCESSÃO CRISTÃ NA LIBERDADE DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA NO BRASIL

  • Orientador : MARCUS PINTO AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MÁRIO FERREIRA DE PRAGMÁCIO TELLES
  • Data: 23/02/2024

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  • O presente trabalho expõe embates entre a liberdade de expressão artística e a liberdade religiosa ou de consciência religiosa no Brasil, que, através de um ativismo conservador, revela uma politização do segmento religioso que restringe ou limita, muitas vezes, a expressão artística com narrativas fundamentalistas. Dessa forma, é gerada uma verdadeira interferência da ideologia cristã, que se encontra tão sacramentada na cultura hodierna que influencia várias esferas da vida do homem, seja social, econômica, política ou jurídica. Tais relações imbrincadas, desvendam, assim, a compreensão do papel de predominância religiosa e de sua instrumentalização com finalidade de alcance e consolidação do poder e de realizar desvarios e desmandos, mesmo que antijurídicos, inclusive o de violação da liberdade de expressão artística. Ao responder a problemática “há, no Brasil, censura à obras artísticas justificadas por fundamentos religiosos?”, traz como objetivo geral “demonstrar como a religião interfere na liberdade de expressão artística no Brasil e como tais crenças se fortalecem e se sustentam na contemporaneidade”. O método utilizado é o indutivo e a pesquisa é bibliográfica e documental, sendo uma pesquisa quali-quanti, ou seja, une a descrição e interpretação de informações à análise estatística de dados numéricos. Ao final, se compreende cristalina a percepção de que a coibição à liberdade de expressão artística no Brasil não só é real e pungente, como também é constantemente fundamentada em narrativas da fé cristã.


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  • O presente trabalho expõe embates entre a liberdade de expressão artística e a liberdade religiosa ou de consciência religiosa no Brasil, que, através de um ativismo conservador, revela uma politização do segmento religioso que restringe ou limita, muitas vezes, a expressão artística com narrativas fundamentalistas. Dessa forma, é gerada uma verdadeira interferência da ideologia cristã, que se encontra tão sacramentada na cultura hodierna que influencia várias esferas da vida do homem, seja social, econômica ou política. Desvendando, tais relações imbrincadas, para a compreensão do papel de predominância religiosa e de sua instrumentalização com finalidade de alcance e consolidação do poder e de realizar desvarios e desmandos, mesmo que antijurídicos, inclusive o de violação da liberdade de expressão. De modo que resta cristalina a percepção de que a coibição à liberdade de expressão artística no Brasil não só é real e pungente, como também é constantemente fundamentada em narrativas da fé cristã. E que a censura ocorre não pela prevalência de um direito sobre o outro, pois como se sabe nenhum direito é absoluto, mas sim por inferiorizar a liberdade de expressão artística, um direito fundamental, em detrimento de ideologias, opiniões e crenças, sem qualquer respaldo jurídico ou dogmático.

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  • MARCELO SOARES MOTA
  •  

    UM GOLPE À BOLIVIANA: A INTERSEÇÃO ECONÔMICA E ÉTNICA DA CRISE DE ESTADO EM 201

     

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • GLADSTONE LEONEL DA SILVA JÚNIOR
  • VALTER MOURA DO CARMO
  • Data: 26/02/2024

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  • A presente pesquisa aborda o golpe de Estado na Bolívia, em 2019. Analisando o contexto social e político do período e, especificamente, os sujeitos sociais que influenciaram e efetivaram os acontecimentos golpistas do dia 10 de novembro de 2019. Destarte, questiona e investiga onde estão inseridos tais indivíduos no elemento econômico e étnico da sociedade boliviana. Ainda, a metodologia aplicada na pesquisa parte do materialismo histórico-dialético, trabalhando com as categorias marxianas de totalidade, historicidade e dialética para a compreensão das condições históricas, políticas e materiais e da correlação de forças das classes sociais no interior do Estado boliviano. Ademais, adotando a técnica de pesquisa bibliográfica com a descrição de amostra – documentação indireta – sobretudo, de marxistas da América Latina. A hipótese abordada é de que o golpe representou a condensação material da correlação de forças dentro da formação social concreta da Bolívia, os participantes representavam os interesses da elite econômica para a manutenção de acumulação do capital e estando associada ao processo de rejeição do Estado Plurinacional. Portanto, a Dissertação está estruturada em três capítulos. Primeiramente, pesquisando sobre a formação da complexa sociedade boliviana e as mobilizações populares de contestação da realidade imposta por um Estado aparente. Destarte, a instabilidade democrática e a soberania da Bolívia são estudadas a partir da intersecção do sujeito étnico e o econômico. O segundo capítulo está centrado na análise da ascensão do camponês-indígena-popular como força política em âmbito nacional que, inicialmente, resultou na vitória presidencial de Evo Morales e, posteriormente, na construção do Estado Plurinacional. Nesse aspecto, destaca-se a investigação dos governos Evo-Linera no âmbito social, político e econômico com o proceso de cambio, finalizando o capítulo com o esmiuçar do processo constituinte e da Constituição Plurinacional de 2009. O terceiro capítulo enfatiza a ascensão dos regimes antidemocráticos na atualidade sob um viés próprio dos acontecimentos na Bolívia em 2019. Para tanto, foi examinado o processo eleitoral e a contagem dos votos presidenciais, as renúncias forçadas de Evo Morales e demais membros da linha sucessória presidencial e a ascensão de Jeanine Áñez à Presidência da República sem aplicar o devido procedimento constitucional. A pesquisa dos atores do golpe de Estado foi centralizada em uma análise dos atores externos e internos, o papel dos agentes internacionais e nacionais, respectivamente. Finalizando o respectivo capítulo com o processo eleitoral de 2020 e a reinserção do MAS ao poder presidencial. As considerações finais da pesquisa estão em consonância com a hipótese inicial de que houve um golpe de Estado impetrado pela elite econômica boliviana com o intuito de dirimir o Estado Plurinacional, sob fundamentos religioso, moral e econômico de cunho neoliberal. Por fim, a vitória do MAS-IPSP na eleição presidencial em 2020, sintetiza uma reação e descontentamento social pelo golpe impetrado e, sobretudo pelo governo de Áñez na violação dos direitos humanos de indígenas, camponeses e operários contrários ao regime antidemocrático.


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  • A presente pesquisa aborda o golpe de Estado na Bolívia, em 2019. Analisando o contexto social e político do período e, especificamente, os sujeitos sociais que influenciaram e efetivaram os acontecimentos golpistas do dia 10 de novembro de 2019. Destarte, questiona e investiga onde estão inseridos tais indivíduos no elemento econômico e étnico da sociedade boliviana. Ainda, a metodologia aplicada na pesquisa parte do materialismo histórico-dialético, trabalhando com as categorias marxianas de totalidade, historicidade e dialética para a compreensão das condições históricas, políticas e materiais e da correlação de forças das classes sociais no interior do Estado boliviano. Ademais, adotando a técnica de pesquisa bibliográfica com a descrição de amostra – documentação indireta – sobretudo, de marxistas da América Latina. A hipótese abordada é de que o golpe representou a condensação material da correlação de forças dentro da formação social concreta da Bolívia, os participantes representavam os interesses da elite econômica para a manutenção de acumulação do capital e estando associada ao processo de rejeição do Estado Plurinacional. Portanto, o estudo está estruturado em três capítulos. Primeiramente, pesquisando sobre a formação da complexa sociedade boliviana e das mobilizações sociais de contestação da realidade imposta. Posteriormente, verificando o processo de ascensão do camponês-indígena-popular como força política que resulta no Estado Plurinacional. Por fim, detalhando o golpe de Estado em 2019 e os sujeitos/autores na inserção econômica e étnica que estão inseridos.

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  • ALFREDO NARCISO DA COSTA NETO
  • O AVANÇO DA NEUROTECNOLOGIA E A PROTEÇÃO A PRIVACIDADE E A LIBERDADE COGNITIVA, O DEBATE PELA REGULAMENTAÇÃO DO NEURODIREITO COMO UM NOVO DIREITO HUMANO

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • RENATO CESAR CARDOSO
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 26/02/2024

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  • Nosso século foi marcado pela odisseia de se tentar desvendar o cérebro e seu desenvolvimento revelando os mistérios humanos e aproximando o “centro emoções” ao campo jurídico. Nossos cérebros são cada vez mais a fronteira final para a privacidade! (Farahany, 2022) Em uma investigação que se propõe a refletir sobre a real necessidade de se proteger a privacidade mental e a liberdade cognitiva (autodeterminação cognitiva), o que resultaria na elaboração e regulamentação de normas de neuroproteção. Seriam estas normas “neurojurídicas” uma nova e necessária categoria de direitos humanos? Neste sentido, fica claro que a problematização sobre a possibilidade de regulamentação de uma “neuroproteção” diante do avanço da Neurotecnologia e da Inteligência Artificial reflete um verdadeiro e grave conflito contemporâneo convergindo com a proposta e com os projetos desenvolvidos por este PPGD e com a linha de pesquisa adotada. Parte significativa do referencial teórico desta pesquisa encontra-se nos estudos e artigos produzidos pela Morningside Group e da NeuroRights Initiative da Universidade da Columbia (EUA) conduzidos pelo pesquisador e biotecnólogo Dr. Rafael Yuste. Utilizou-se também no desenvolvimento desta pesquisa dos estudos e análises sobre neuroproteção empreendidos pela Fundação Kamanaú, pela MacArthur Foundation Research Network on Law and Neuroscienc; pela NeuroRights Foundation Columbia University; pela Brain Research Through Advancing Innovative Neurotechnologies (BRAIN); pela International Neuroethics Society. Também utilizou-se as obras e pesquisas de Rafael Yuste, Marcello Ienca, Roberto Adorno, Nita A. Farahany, Francis Shen, Floridi, Daniel Solove, Jan Christoph Bublitz, Wajnerman Paz, Shoshana Zuboff, Sententia, Hertz, Susie Alegre, dentre outros e, no Brasil, pelas pesquisas empreendidas pelo Prof. Daniel Alves Pessoa, da UFERSA, do Prof. Dr. Renato Cardoso, coordenador do laboratório de neurodireito da UFGM e, a principal referência brasileira sobre o tema. Na investigação e desenvolvimento da dissertação, foram utilizados métodos e técnicas de pesquisa documental, bibliométrica e bibliográfica. Ressalta-se a exposição mais atualizada possível, as pesquisas foram feitas, não só em livros, e documentos físicos, mas também em textos mais recentes disponibilizados através da internet e instituições especializadas na pesquisa do neurodireito, além de participação em eventos internacionais sobre neurodireitos e todos mecanismos de pesquisa que se fizeram necessários para o bom e fiel desenvolvimento do presente trabalho.


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  • Imaginar que ferramentas técnico-computacionais fossem capazes de medir e analisar sinais químicos e elétricos do sistema nervoso, de interligar cérebro-computador, de entender como o cérebro funciona, diagnosticar condições patológicas ou controlar dispositivos externos, tem provocado uma verdadeira e sem precedentes revolução biotecnológica. É evidente que estamos caminhando para um mundo de transparência cerebral, onde nossos cérebros tornaram-se a fronteira final para a privacidade. (FARAHANY, 2022) Diante deste cenário, Yuste (2019) informa que os desafios éticos e regulatórios da relação cérebro-computador exigem respostas jurídicas para que esta revolução tecnológica seja canalizada em benefício da humanidade. Fica claro que a problematização sobre a regulamentação de uma “neuroproteção” diante do avanço da Neurotecnologia e da IA reflete em um verdadeiro conflito contemporâneo convergindo com a proposta e com os projetos desenvolvidos por este PPGD e com a linha de pesquisa adotada. É oportuno mencionar que parte significativa do referencial teórico desta pesquisa encontra-se nos estudos e artigos produzidos pela Morningside Group e da NeuroRights Initiative da Universidade da Columbia (EUA), pelos estudos e pesquisas sobre neuroproteção empreendidos pela MacArthur Foundation Research Network on Law and Neuroscienc; da NeuroRights Foundation Columbia University; da Brain Research Through Advancing Innovative Neurotechnologies (BRAIN); da International Neuroethics Society e, pelas obras e pesquisas de Rafael Yuste, Marcello Ienca, Roberto Adorno, Nita A. Farahany, Francis Shen, Christoph Bublitz, dentre outros e, no Brasil, pelas pesquisas empreendidas pelo Prof. Dr. Renato Cardoso, coordenador do laboratório de neurodireito da UFGM e, a principal referência brasileira sobre o tema. Quanto a estruturação da pesquisa compreendemos pela necessidade de contextualizar a relação cérebro e direito. Neste sentido, o Capítulo I, apresentou-se um panorama com vistas a demonstrar os desdobramentos histórico, conceitual, científicos, pluridisciplinares existentes entre o Cérebro, a Neurociência, e Direito. No Capítulo II, apresentamos a abordagem sobre as mais recentes descobertas e pesquisas neurotecnologias e IA e como elas revelam a fragilidade da liberdade mental e cognitiva. Na sequência, apresentamos casos e experimentos concretos, como a relação da LÓreal com a empresa Emotive, da Meta com a CTR-Labs, dentre outras, que comprovadamente já realizam uma espécie de hackeamento cerebral. Por fim, o Capítulo III abordará sobre o conceito e os meandros de Liberdade Congnitiva e Proteção Mental desenvolvido pela professora Nita A. Farahany e como esta abordagem tem refletido e impactado em organismos internacionais de direitos humanos. Na oportunidade abordaremos sobre os mais recentes documentos internacionais sobre direitos humanos e como eles tem analisado as questões relacionadas a neurotecnologias e os neurodireitos. Os neurodireitos é o caminho iminente e necessário diante do crescente avanço neurotecnológico? Os neurodireitos é uma nova categoria de direitos humanos? Na investigação da dissertação, foram utilizados métodos e técnicas de pesquisa documental, bibliométrica e bibliográfica. Ressalta-se a exposição mais atualizada possível, as pesquisas foram feitas, não só em livros, e documentos físicos, mas também em textos mais recentes disponibilizados através da internet e instituições especializadas na pesquisa do neurodireito, além de participação em eventos internacionais sobre neurodireitos, e todos mecanismos de pesquisa que se fizeram necessários para o bom e fiel desenvolvimento do presente trabalho.

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  • GEORGE BEZERRA FILGUEIRA FILHO
  • A CONSTITUINTE DE 1987-1988 E A PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES CAMPESINOS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NACIONAL

  • Orientador : VALTER MOURA DO CARMO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • VALTER MOURA DO CARMO
  • Yuri Nathan da Costa Lannes
  • Data: 29/02/2024

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  • A história revela que o sistema previdenciário brasileiro escanteou muito veemente os trabalhadores rurais. Essa realidade é facilmente percebida, se comparada com as conquistas galgadas pelos trabalhadores urbanos, até o final da década de oitenta passada. A elaboração da atual Constituição declara a necessidade de mudança na ordem social e econômica, nesse contexto se inclui essa problemática. O momento da criação, dessa que foi a última constituinte, se apresentou como dos mais propícios para o destacamento da discussão. De um lado porque os valores em jogo são dos mais sensíveis e caros, sem os quais nenhuma sociedade pode subsistir, ou mesmo prosperar. Qual seja, o anseio para a inclusão dessa que, injustamente, se coloca como classe de trabalhadores sob diversos prismas dentre as mais vulneráveis, vista injustamente em plano rebaixado, o campesinato. No outro compasso, o processo de ruptura entre o arbítrio até o restabelecimento concreto do exercício legítimo dos poderes constituídos, impulsionou a ebulição de regras postas em jogo pelo constituinte originário, para mudar o status quo dos direitos humanos e sociais na perspectiva previdenciária. O olhar para a constituinte esmiunça a edificação, tijolos por tijolos, dessa nova realidade, e expõe duas facetas da laranja, uma doce e madura, e a outra amarga. A existência pararela desses mundos no âmbito do sistema previdenciário se faz no marco teórico do presente trabalho, que repousa na proteção dos direitos previdenciários relacionados aos trabalhadores rurais. Associado a isto, confrontar os planos constitucionais e legais suplantados pela atual constituição, tendo por espaço temporal os trabalhos realizados ao longo da Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988, se mostra de inegável aderência ao plano de programa de pós-graduação em direito calcado na Linha 1. Nesta medida, abarcar problemáticas relacionadas a historiografia do Direito, a análise de documentos públicos importantes, o funcionamento das instituições, a qualidade da democracia frente a inclusão de populações minoritárias e culturalmente vilipendiadas, são premissas dessa linha de pesquisa que se firma no tripé: “Constituição, desenvolvimento e as transformações na ordem econômica e social”. Ao buscar significado e localizar a realidade a partir de documentos, como as atas disponibilizadas nas sessões e subseções da Assembleia Nacional Constituinte, novas perguntas direcionavam as estruturas que se relacionam com as práticas inerentes a proteção dos trabalhadores rurais, sob a perspectiva de seus direitos previdenciários. Diante disso, questiona-se a realidade até então vigente, a necessidade de sua evolução para o aprimoramento da ordem econômica e social. O presente trabalho abraça diversas fontes, por primárias, em especial: pesquisa documental, atas disponibilizadas nas sessões e subseções da Assembleia Nacional Constituinte e, possivelmente, relatórios, pareceres técnicos, propostas, entrevistas jornalísticas, banco de dados de portais oficiais e livros especializados. Por secundárias: revistas científicas; artigos de periódicos acadêmicos; informes e notícias veiculadas por sites oficiais especializados. O método utilizado nessa pesquisa caracteriza-se como hipotético-indutivo, tendo em vista que partiu de algo particular para posterior formação de uma questão mais ampla, mais geral.


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  • A história revela que o sistema previdenciário brasileiro escanteou muito veemente os trabalhadores rurais. Essa realidade é facilmente percebida, se comparada com as conquistas galgadas pelos trabalhadores urbanos, até o final da década de oitenta passada. A elaboração da atual Constituição declara a necessidade de mudança na ordem social e econômica, nesse contexto se inclui essa problemática. O momento da criação, dessa que foi a última constituinte, se apresentou como dos mais propícios para o destacamento da discussão. De um lado porque os valores em jogo são dos mais sensíveis e caros, sem os quais nenhuma sociedade pode subsistir, ou mesmo prosperar. Qual seja, o anseio para a inclusão dessa que, injustamente, se coloca como classe de trabalhadores sob diversos prismas dentre as mais vulneráveis, vista injustamente em plano rebaixado, o campesinato. No outro compasso, o processo de ruptura entre o arbítrio até o restabelecimento concreto do exercício legítimo dos poderes constituídos, impulsionou a ebulição de regras postas em jogo pelo constituinte originário, para mudar o status quo dos direitos humanos e sociais na perspectiva previdenciária. O olhar para a constituinte esmiunça a edificação, tijolos por tijolos, dessa nova realidade, e expõe duas facetas da laranja, uma doce e madura, e a outra amarga. A existência pararela desses mundos no âmbito do sistema previdenciário se faz no marco teórico do presente trabalho, que repousa na proteção dos direitos previdenciários relacionados aos trabalhadores rurais. Associado a isto, confrontar os planos constitucionais e legais suplantados pela atual constituição, tendo por espaço temporal os trabalhos realizados ao longo da Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988, se mostra de inegável aderência ao plano de programa de pós-graduação em direito calcado na Linha 1. Nesta medida, abarcar problemáticas relacionadas a historiografia do Direito, a análise de documentos públicos importantes, o funcionamento das instituições, a qualidade da democracia frente a inclusão de populações minoritárias e culturalmente vilipendiadas, são premissas dessa linha de pesquisa que se firma no tripé: “Constituição, desenvolvimento e as transformações na ordem econômica e social”. Ao buscar significado e localizar a realidade a partir de documentos, como as atas disponibilizadas nas sessões e subseções da Assembleia Nacional Constituinte, novas perguntas direcionavam as estruturas que se relacionam com as práticas inerentes a proteção dos trabalhadores rurais, sob a perspectiva de seus direitos previdenciários. Diante disso, questiona-se a realidade até então vigente, a necessidade de sua evolução para o aprimoramento da ordem econômica e social. O presente trabalho abraça diversas fontes, por primárias, em especial: pesquisa documental, atas disponibilizadas nas sessões e subseções da Assembleia Nacional Constituinte e, possivelmente, relatórios, pareceres técnicos, propostas, entrevistas jornalísticas, banco de dados de portais oficiais e livros especializados. Por secundárias: revistas científicas; artigos de periódicos acadêmicos; informes e notícias veiculadas por sites oficiais especializados. O método utilizado nessa pesquisa caracteriza-se como hipotético-dedutivo, tendo em vista que partiu de algo particular para posterior formação de uma questão mais ampla, mais geral.

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  • NIVIA SOARES DA SILVA XAXA
  • A virtualização das profissões: a regulamentação jurídica sobre a atividade de influência digital

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • PAULO ROGÉRIO MARQUES DE CARVALHO
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 29/02/2024

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  • A atividade dos influenciadores digitais não é uma novidade para a sociedade, mas ainda não é regulamentada. Desde que a internet passou a ter ampla acessibilidade, pessoas angariam espaços individualizados, páginas virtuais onde são capazes de elaborar e divulgar conteúdos sobre os mais diversos assuntos. Isso influencia outras pessoas a consumirem conteúdos virtualmente e a consumirem produtos e serviços comentados nesses conteúdos. Esse é o poder da influência, representado pelos influenciadores digitais. O objetivo desta dissertação é analisar a possibilidade de regulamentar a atividade dos influenciadores digitais no Brasil. Para isso, recorreu-se a uma pesquisa qualitativa e interdisciplinar, fixando os aspectos jurídicos como foco, mas trazendo conceitos da sociologia, da comunicação e dos estudos tecnológicos sobre internet e ferramentas virtuais. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, com fontes formais, incluindo documentos elaborados pela sociedade
    civil e oriundos do direito estrangeiro, e informais, como notícias jornalísticas e dados observados em perfis de redes sociais. Também foi realizada uma pesquisa empírica na jurisprudência nacional que trata sobre os influenciadores digitais e em relação ao esforço legislativo em prol da regulamentação da atividade de influência digital. Observa-se que a atividade oferece riscos aos usuários de internet, com frequentes golpes de autoria dos influenciadores digitais, bem como publicidades prejudiciais e ataques à democracia nacional. O trabalho está dividido em seis itens, contando com a introdução e a conclusão, sendo, portanto quatro capítulos. O primeiro é voltado para o contexto histórico e social dos influenciadores digitais, com o objetivo de conhecer os termos e conceitos referentes à atividade. O segundo demonstra os resultados alcançados com a pesquisa empírica na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho e Tribunal Superior Eleitoral, complementando com a apresentação e análise dos projetos de lei sobre influenciadores digitais. O terceiro traz a análise dos documentos da sociedade civil brasileira e do direito estrangeiro. O quarto faz uma ponte entre os influenciadores digitais e os artistas e os jornalistas, analisa os riscos à sociedade por meio de dois exemplos nacionais e, por fim, apresenta o projeto de lei nº 2.630/2020, demonstrando pontos que são aplicáveis aos influenciadores digitais. Na conclusão, confirma-se a necessidade de regulamentação, equilibrando os direitos dos influenciadores digitais como profissionais e a proteção dos consumidores de seus conteúdos.


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  • O uso da internet modificou as relações e o estilo de vida dos indivíduos, revolucionou a forma de comunicação e de entretenimento. Neste processo, novas atividades laborais surgiram na prática, mas ainda não tiveram a regulamentação legal que necessitam. O destaque deste estudo recai nos Influenciadores Digitais, por ser esta a principal atividade laboral surgida pelo uso e difusão da internet, mas que ainda se encontra vulnerável. Portanto, pergunta-se: A atividade dos Influenciadores Digitais é passível de regulamentação jurídica? Caso seja, quais os modelos regulatórios que melhor se encaixam nas necessidades destes profissionais de fato? Para responder estas indagações são analisados os termos e conceitos que giram em torno desta atividade, o cenário de seu surgimento e o cenário jurídico no qual se encontram.

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  • IVANEIDE PAULINA DO NASCIMENTO
  • A POLÍTICA DE COTAS ÉTNICO-RACIAIS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UFERSA: PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO JURÍDICA PELO INGRESSO DE ESTUDANTES NEGRAS E NEGROS

  • Orientador : RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LOUSSIA PENHA MUSSE FELIX
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MARIA IVONETE SOARES COELHO
  • RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • Data: 29/02/2024

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  • A presente pesquisa buscou investigar como vem se desenvolvendo os processos educacionais do curso de graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), a partir da inserção dos novos saberes e práticas culturais inseridas a partir da ampliação da presença de estudantes negros e negras no espaço acadêmico. Levando em conta o caráter elitista e dogmático que os cursos jurídicos desempenharam historicamente no Brasil, a investigação abordou os aspectos da aprendizagem em um novo contexto, cujo cenário, heterogêneo e intercultural, reflete um ambiente fundado na diversidade étnico-racial, tendo em vista a ampliação do ingresso desses novos sujeitos. Assim, considerando essa composição heterogênea no ambiente acadêmico com o advento da Lei nº 12.711/2012, a hipótese foi de que as práticas pedagógicas implementadas ainda deixam muito a desejar para uma transformação na educação jurídica, na perspectiva de uma efetiva inclusão da população negra no processo educacional. O objetivo geral da pesquisa busca compreender como vem se desenvolvendo os processos educacionais no curso de Direito da UFERSA, no cenário de implementação da política de cotas étnico-raciais. A metodologia da pesquisa consistiu em revisão bibliográfica e pesquisa documental com consulta nos sítios dos órgãos governamentais para a análise de relatórios de pesquisa sobre os impactos das ações afirmativas, bem como em uma pesquisa empírica, feita por meio de grupos focais com estudantes cotistas negros e negras e com entrevistas semiestruturadas com o corpo docente do curso. A pesquisa concluiu que a ampliação do ingresso de estudantes negros e negras na UFERSA trouxe inflexões potentes e importantes que impactaram os espaços de aprendizagem na educação jurídica, no tripé ensino-pesquisa-extensão, dando início à inserção de um pensamento crítico sobre o papel do Direito em uma sociedade capitalista, caracterizada pelas desigualdades de classe, de gênero e de raça. Entretanto, medidas institucionais ainda são necessárias para as melhorias nas políticas de permanência estudantil, que contemplem os estudantes nas vivências das práticas pedagógicas, que tenham o potencial de incluir no ensino-aprendizagem a diversidade e a interculturalidade existente no espaço acadêmico da UFERSA, para promover a transformação nos processos de formação dos discentes. E, por fim, observou-se que as práticas pedagógicas inovadoras acontecem por iniciativas de alguns membros do corpo docente e que essas práticas isoladas, embora importantes, não refletem uma política sistemática da instituição.


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  • A presente pesquisa abordou a implementação da política de cotas raciais nas Instituições do Ensino Superior, para avaliar se foi proporcionada uma aprendizagem qualitativa, que considere a inserção e construção dos novos saberes que adentraram no espaço acadêmico, por meio do cenário emergente da diversidade étnico-racial. O objeto de estudo terá como recorte os estudantes negros e negras e focalizará na educação jurídica. Considerando essa composição heterogênea, intercultural e democrática no ambiente acadêmico, pretende-se responder o problema em torno da perspectiva de transformação da educação jurídica frente as inovações pedagógicas que possam trazer aos cursos de Direito um diálogo mais estreito com a realidade social. A delimitação temporal terá como referência os dez anos que se seguem a partir da vigência do diploma legal que normatizou o programa especial de cotas - 2012 a 2022. A hipótese a ser enfrentada é que a falta ou insuficiência de políticas públicas para proporcionar a permanência dos alunos e alunas cotistas nas universidades, articulada com a falta de acompanhamento e monitoramento do programa de cotas pelo Estado, dificultou a realização da avaliação necessária para melhorar a qualidade do ensino, em especial ao público beneficiário e, não refletiu o novo momento de uma movimentação importante para a redução da desigualdade racial a partir da educação. Nesse sentido o objetivo geral da pesquisa busca identificar em que medida a política de cotas, estabelecida pela Lei 12.711 de 2012, cumpriu seu objetivo de democratizar o ensino, a partir de uma perspectiva qualitativa da educação pautada na construção de novos saberes, no ensino jurídico, trazidas pela inclusão das pessoas negras no ambiente acadêmico. Os objetivos específicos consistem em: compreender os objetivos da política afirmativa do sistema de cotas a partir da contextualização da Lei 12711 de 29 de agosto de 2012 no cenário histórico das lutas dos movimentos sociais negros; identificar o nível de participação no processo educativo dos estudantes cotistas negros e negras no ensino jurídico a partir de uma análise de sua permanência e a prática da aprendizagem; avaliar o impacto da inclusão dos novos saberes na atuação educacional dos discentes ingressos pela reserva de vagas e sua repercussão no ambiente acadêmico; analisar a atuação do Estado, como ente mediador em uma sociedade de conflitos, na implementação do sistema de cotas. A metodologia da pesquisa, consistirá em revisão bibliográfica, consulta nos sítios dos órgãos governamentais e análise de relatórios de pesquisa sobre os impactos das ações afirmativas. Serão trabalhadas entrevistas semiestruturadas, focalizando as principais universidades públicas do Rio Grande do Norte -UFERSA, UFRN E UERN. A pesquisa constatou que para promover a inclusão efetiva dos estudantes negros e negras ingressos pelo sistema de cotas, os parâmetros avaliativos necessários à eficiente implementação da política deverão considerar uma prática de ensino que leve em conta os saberes produzidos na realidade vivida pelos novos sujeitos, fundada no diálogo entre docentes e discentes e a inserção de teorias étnico-raciais, valorizando as autorias negras, capazes de impulsionar a transformação dos cursos jurídicos na sua função social.

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  • HENRIQUE FERREIRA DUARTE
  • Entre a Greve e a Insurreição, entre a Ordem Política e a Ordem Social: as disputas jurídicas sobre o direito de greve no caso dos ferroviários da Great Western (1935).

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • MARIA PIA DOS SANTOS LIMA GUERRA
  • Data: 01/03/2024

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  • O direito de greve é o resultado de um processo histórico de lutas e violações, transitando entre os mundos do direito e da política, das ordens políticas e social, do trabalho e do crime, com avanços e regressos numa dinâmica complexa. A década de 1930 é um cenário turbulento e repleto de acontecimentos históricos e políticos de grande importância para a construção do país e dos direitos sociais, em especial dos trabalhistas. Nesta época, o direito de greve tinha seu reconhecimento jurídico desafiado e era tratado com violência pelas forças estatais e pelo capital. Utilizando como parâmetro a greve dos ferroviários da Great Western em novembro de 1935, a presente pesquisa discute quais eram as razões jurídicas sobre as disputas do direito de greve dentro das ordens política e social durante o Governo Constitucional de Getúlio Vargas (1934-1937). A pesquisa tem o objetivo problematizar as disputas jurídicas sobre o direito de greve e seu posicionamento entre as ordens política e social como forma de controle e retaliação sobre os movimentos de trabalhadores, utilizando a greve dos ferroviários da Great Western de novembro de 1935 como uma experiência limite entre direito e política. Para tanto, se analisou 10 inquéritos administrativos para apuração de falta grave submetidos à apreciação do Conselho Nacional do Trabalho (CNT) pela companhia férrea; e 01 processo submetido ao Tribunal de Segurança Nacional (TSN) que tem entre os réus alguns dos ferroviários participantes da greve estudada. A análise contextuada desses processos permitiu acessar pontos de interesse e relevância para a história constitucional brasileira e sobre a repressão do direito de greve dentro da difusão dos conceitos de ordens política e social, considerando as Leis de Segurança Nacional, nº 38/1935 e 136/1935. As informações e fontes foram trianguladas, problematizadas e contraditadas para a formulação das conclusões acerca das questões abordadas. Ao final, se pôde identificar a desnaturalização da greve dos ferroviários para ampliar a repressão, igualando grevistas a rebeldes comunistas através da instrumentalização e da conveniência das motivações do evento, tanto por parte da Great Western, como pelo CNT, TSN e forças de segurança pública. O percurso dos processos, se iniciando no CNT nos termos do Decreto nº 20.465/1931, passando ao Ministério do Trabalho pela Lei nº 136/1935 e terminando no TSN, demonstra a concepção dada ao direito de greve Pelo Poder Executivo como uma conduta antissocial na experiência limite trabalhada.


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  • Não disponível.

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  • MONA REGALADO ABOU CHAKRA
  • FEDERALISMO FISCAL E REFORMA TRIBUTÁRIA: ANÁLISE DA EMENDA CONSTITUCIONAL 132 DE 2023.

  • Orientador : VALTER MOURA DO CARMO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE ALBENES BEZERRA JUNIOR
  • VALTER MOURA DO CARMO
  • Yuri Nathan da Costa Lannes
  • Data: 14/03/2024

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  • A dissertação aborda o tema do federalismo fiscal e a reforma tributária, com foco na análise Emenda Constitucional 132 promulgada no dia 20 de dezembro de 2023. O contexto que envolve a pesquisa é a situação problemática do federalismo fiscal brasileiro, caracterizada por questões como altas cargas tributárias, desatualização, e concentração de receitas na União, situação narrada por inúmeros autores tributaristas. Diante disso, várias propostas de reforma tributária estavam em debate até a promulgação da referida Emenda Constitucional, proveniente da PEC 45/2019, que foi aprovada com emendas pela Câmara dos Deputados e posteriormente também foi aprovada com emendas pelo Senado Federal. O problema da pesquisa é avaliar se a Emenda Constitucional 132 de 2023, ao instituir um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios e uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) de competência da União, viola a forma federativa do Estado brasileiro, a qual é considerada cláusula pétrea no ordenamento jurídico (art. 60, § 4°, I CF), limitando as possibilidades de reforma constitucional. As hipóteses levantadas são que a Emeda Constitucional 132 de 2023 não viola a forma federativa do Estado e que podem existir emendas constitucionais que modifiquem o modelo tradicional de competência tributária privativa para cada ente federativo, permitindo a criação de impostos comuns a múltiplos entes. A metodologia adotada para esta pesquisa é baseada em uma abordagem de pesquisa bibliográfica detalhada e analítica e a pesquisa quantitativa, através da análise arrecadação tributária da União, Estados, Distrito Federal e dos dez Municípios mais populosos do Brasil, bem como dos recursos transferidos para cada Estado e Distrito Federal. Com essa análise de dados fiscais se pretende aferir se a centralização de recursos tributários está na União, qual o tributo do ente central que arrecada mais receita e se os entes subnacionais possuem recursos financeiros provenientes de sua arrecadação tributária própria para custear suas despesas, ou se dependem da União através do mecanismo de repartição de receitas ou até das transferências voluntárias. A pesquisa se apoia na análise crítica e na síntese de fontes acadêmicas, literatura especializada, leis e documentos normativos relevantes sobre federalismo fiscal, reforma tributária e, especificamente, a Emenda Constitucional 132 de 2023.


  • Mostrar Abstract
  • A dissertação aborda o tema do federalismo fiscal e a reforma tributária, com foco na análise da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/2019. O contexto que envolve a pesquisa é a situação problemática do federalismo fiscal brasileiro, caracterizada por questões como altas cargas tributárias, desatualização, e concentração de receitas na União. Diante disso, várias propostas de reforma tributária estão em debate, incluindo a PEC 45/2019, que foi aprovada com emendas pela Câmara dos Deputados. O objetivo principal da dissertação é avaliar se a PEC 45/2019, ao instituir um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios e uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) de competência da União, viola a forma federativa do Estado brasileiro, a qual é considerada cláusula pétrea no ordenamento jurídico (art. 60, § 4°, I CF), limitando as possibilidades de reforma constitucional. As hipóteses levantadas são que a PEC 45/2019 não viola a forma federativa do Estado e que podem existir emendas constitucionais que modifiquem o modelo tradicional de competência tributária privativa para cada ente federativo, permitindo a criação de impostos comuns a múltiplos entes. A metodologia adotada para esta pesquisa é baseada em uma abordagem de pesquisa bibliográfica detalhada e analítica. A pesquisa se apoia na análise crítica e na síntese de fontes acadêmicas, literatura especializada, leis e documentos normativos relevantes sobre federalismo fiscal, reforma tributária e, especificamente, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/2019.

2023
Dissertações
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  • RAISSA PAULA MARTINS
  • Entre teorias e dados:o debate sobre a desinformação no parlamento brasileiro sob a ótica da liberdade de expressão

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • Data: 31/01/2023

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  • A presente pesquisa se volta para os debates parlamentares brasileiros sobre a desinformação e a liberdade de expressão. Seu objetivo geral é fornecer um quadro teórico que demonstre como esse direito tem influenciado a construção de medidas legislativas para combater a disseminação de conteúdo desinformativo. Este trabalho conta com uma pesquisa bibliográfica, por meio da qual se debruça sobre contribuições teóricas relativas à desinformação e à liberdade de expressão, e uma pesquisa documental, abrangendo discursos, projetos de lei e emendas dos parlamentares brasileiros sobre a temática. Trata-se de pesquisa empírica, desenvolvendo-se a partir da observação do contexto parlamentar. Tem caráter prevalentemente indutivo, fornecendo um quadro teórico após a observação dos dados coletados. Utiliza o ferramental da Teoria Fundamentada nos Dados, que orienta a coleta e a análise de dados a fim de construir explicações teóricas para fenômenos observados. É exploratória, coletando dados sobre as medidas sugeridas pelos parlamentares; descritiva, apresentando o cenário localizado nos documentos públicos; e explicativa, construindo conexões entre a coleta de dados e as bases teóricas introduzidas na pesquisa sobre a liberdade de expressão. Ao final, a pesquisa concluiu que a liberdade de expressão influenciou o enfrentamento da desinformação, primeiramente, ao erguer limites contrários a uma regulação focada no conteúdo, que poderia gerar censura, e, em segundo lugar, ao dirigir o olhar dos parlamentares para outras vias, menos danosas ao referido direito: o cenário e a estrutura.


  • Mostrar Abstract
  • Nos últimos anos, a temática da desinformação passou a ser debatida, com frequência, na esfera pública, principalmente, em razão de seus efeitos nos campos da política e da saúde. Com isso, surgiu a preocupação de que importantes debates e decisões sejam orientados por conteúdos falsos, resultando em prejuízos para a sociedade. Por consequência, começou-se a falar na adoção de medidas legais para enfrentar a desinformação. Um desafio, nesse cenário, é o de lidar com a problemática sem restringir, indevidamente, direitos fundamentais. Neste trabalho, a ênfase recairá na liberdade de expressão, propondo-se uma análise a respeito de como a proteção ao referido direito vem influenciando a construção de mecanismos legais de combate à desinformação. Para isso, será utilizada a literatura especializada para abordar os eixos centrais do trabalho, isto é, a desinformação e a liberdade de expressão. Ademais, serão consultados documentos públicos com informações sobre os mecanismos legais relacionados ao combate da desinformação, especialmente aqueles relacionados ao Projeto de Lei n. 2630/2020, proposta de regulação vinculada à temática que se encontra em estado mais avançado. Desse modo, a pesquisa terá caráter eminentemente teórico e qualitativo. Por meio dos aportes teóricos citados, espera-se avaliar a seguinte hipótese: a construção de mecanismos legais de combate à desinformação é afetada pela preocupação com a tutela da liberdade de expressão.

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  • ALCIVAN SANTOS DE MEDEIROS
  • PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE DADOS: REGIMES JURÍDICOS DE OBTENÇÃO DE DADOS À LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE HENRIQUE TAVARES SALDANHA
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 15/02/2023

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  • Os avanços tecnológicos trouxeram grande prosperidade para a humanidade, ao passo que também consagraram uma série de novas responsabilidades. Tal realidade não seria diferente com a Internet e o advento dos dispositivos informáticos, os quais viabilizam a interconexão em nível global e a difusão de informações em tempo recorde. Nesse sentido, nota-se o aumento da geração de dados e informações, os quais podem ser utilizados para os mais variados fins. Diante disso, surgem indagações de como viabilizar o uso desses dados sem ferir os direitos fundamentais dos titulares. Seguindo essa linha, para fins de delimitação da pesquisa, este estudo se debruça sobre os regimes jurídicos de obtenção desses dados gerados pelos indivíduos. Pode-se definir como objetivo geral de estudo: compreender os regimes jurídicos de obtenção de dados à luz da atual realidade jurídica brasileira em torno dos direitos à privacidade e à proteção de dados. Já no que se referem aos objetivos específicos, eles giram em torno dos seguintes aspectos: diferenciar os direitos à privacidade digital e à proteção de dados; analisar os dados gerados pelos usuários e como eles se vinculam ao indivíduo dentro do microssistema de proteção de dados; compreender quais são os regimes jurídicos admitidos para obtenção desses dados e a possibilidade de unificação. Já o caminho metodológico perpassa pelo método de pesquisa teórico dedutivo, com o enfoque qualitativo, tendo em vista que o estudo se sustenta nas ideias presentes em pesquisas formuladas anteriormente, para então construir a fundamentação específica pertinente aos assuntos abordados. Soma-se a isso o emprego da técnica de pesquisa bibliográfica, uma vez que a pesquisa se debruça sobre a leitura e análise de obras teóricas sobre a privacidade no ambiente digital e a proteção de dados na atualidade. Registre-se que a principal hipótese que a pesquisa espera testar é a de que subsistem no sistema jurídico brasileiro regimes jurídicos de obtenção de dados, os quais tendem a ser unificados à luz das recentes mudanças em torno da privacidade e da proteção de dados, haja vista a grande importância que os dados assumem na atualidade. Finalmente, o estudo resulta na constatação de diferenças marcantes entre privacidade e proteção de dados, o que justifica o reconhecimento de um novo direito fundamental autônomo; na demonstração dos vários tipos de dados existentes e seus riscos; e na apresentação dos regimes jurídicos de obtenção de dados admitidos, os quais tendem a ser uniformizados.


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  • Os avanços tecnológicos trouxeram grande prosperidade para a humanidade, ao passo que também consagraram uma série de novas responsabilidades. Tal realidade não seria diferente com a Internet, a qual viabilizou a interconexão em nível global e a difusão de informações em tempo recorde, em que pese não limitar adequadamente os seus usos. Nessa perspectiva, pode-se imaginar os mais variados usos abusivos da rede, como a propagação de fake news, revenge porn, discursos de ódio e de ofensas a direitos de terceiros, como em casos de calúnia e difamação, os quais apresentam uma potencialidade lesiva muito acentuada, haja vista, dentre outras coisas, a dificuldade de identificação na rede. Desse modo, a presente pesquisa se preocupa em estudar, justamente, as formas jurídicas de conseguir a individualização de uma pessoa que comete ilícitos na Internet. Para tanto, analisa-se os dados gerados pelos usuários durante sua interação no mundo virtual, dentre os quais ganham destaque os dados de conexão e os dados cadastrais, enquanto possíveis instrumentos de identificação, o que suscita o debate em torno de temas ligados à privacidade e à proteção de dados na rede. Portanto, a principal hipótese que a pesquisa espera testar é a de que os dados de conexão e os dados cadastrais, por mais que protegidos pelos direitos à privacidade e à proteção de dados, podem ser requisitados para identificar os autores de ilícitos cometidos no ambiente digital, haja vista a necessidade de compatibilização desses direitos com outros direitos conflitantes, ao passo que um direito não pode ser usado como subterfúgio para a violação de outros interesses jurídicos.

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  • NATÁLIA VIANA NOGUEIRA
  • INTERAÇÕES E TEATRALIDADES: O DESENHO DAS AUDIÊNCIAS VIRTUAIS DE CONCILIAÇÃO NA REGIÃO DO CRAJUBAR

  • Orientador : MARCUS PINTO AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Marília Passos Apoliano Gomes
  • Data: 15/02/2023

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  • A audiência de conciliação, mecanismo evidenciado pelo Código de Processo Civil de 2015, suscitou debates acerca de sua implementação, em que pese a forte cultura brasileira de judicialização e litigiosidade, intensificada diante do cenário atípico da pandemia da COVID-19. Assim, a ferramenta que atuava na realidade presencial, por intermédio dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, ganhou nova forma e delineamentos, quando da sua inserção no meio virtual. Nesse sentido, de forma geral, o presente estudo realiza uma análise das interações e teatralidades apresentadas nas conciliações, que juntas, desenham o novo formato da conciliação. Como objetivos específicos, primeiramente, apresentar conceitos teóricos e metodológicos sobre a natureza da observação, bem como os principais referenciais utilizados; segundo, identificar o panorama traçado pelo chamado “dever ser” no Direito, com base em suas principais normativas sobre audiência conciliatória; e por último, analisar os elementos originados da aproximação e interações que traçam a realidade cotidiana desse fazer judicial. Assim, resultante de uma observação participante de inspiração etnográfica, a presente pesquisa retrata cenas capturadas pelo acompanhamento denso e direto de quinze das audiências realizadas no período de novembro de 2021 até fevereiro de 2022, pelos CEJUSCs das cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, no Ceará, que formam a região do Crajubar. Através dessa aproximação, foi possível identificar características interacionais que, ao menos na localidade estudada, constroem a nova formatação da audiência de conciliação virtual, além de reconhecer e perceber como os atores se apresentam e se representam nesse cotidiano, tudo isso em diálogo com fontes socioantropológicas. Como síntese dos resultados, confirmou-se a hipótese de que a prática conciliatória possui complexidades e enfrentamentos na estrutura institucional próprios da realidade virtualizada, bem como a observação e interpretação das interações entre os participantes possibilitou o reconhecimento de diversas formas de compreensão sobre um mesmo fenômeno, extração de vulnerabilidades sociais cotidianas acentuadas pela conjuntura virtual e verificação de dissonâncias profundas entre a prática e a perspectiva dogmática da conciliação.


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  • O presente estudo busca realizar uma análise do instrumento processual denominado “audiência de conciliação”, previsto no ordenamento jurídico brasileiro e ainda mais evidente a partir do Código de Processo Civil de 2015. Diversos debates sobre a melhor forma de manejo, implementação e institucionalização desse mecanismo foram intensificados, que pese a forte cultura brasileira de judicialização e litigiosidade dos conflitos, sobretudo quando considerado o cenário atípico de virtualização da audiência enfrentado durante a pandemia da COVID-19. Não obstante, diversas compreensões se dispõem a observar esse instituto a partir de uma perspectiva apenas legalista. Abordagens que proporcionam questionamentos e discussões quanto ao “fazer judicial” em si, sendo realizadas pelos próprios membros do meio jurídico, ou seja, a ausência da aplicação de um caminho científico sociojuridico e socioantropológico para compreensão desse recurso pode constituir uma falha limitadora quanto sua identificação e melhor entendimento. Por esta razão, o objetivo é identificar qual é o desenho que o meio conciliatório da audiência ganha durante sua realização por intermédio do meio virtual, através da perspectiva de seus atores participantes. O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Barbalha - CE é o campo para essa execução. É necessário, portanto, destacar as especificidades, individualidades e visões que esses membros possuem sobre eles e sobre o instrumento jurídico que estão utilizando, movimento essencial para repensar esse fazer judicial a partir de uma perspectiva que considere não apenas o “dever ser”, mas também o “ser”. Busca-se destacar as trajetórias e experiências que fazem com que cada agente desse ritual tenha uma identidade e não seja referenciado apenas por um número processual em busca do acesso à justiça. Nesse sentido, além de uma explanação de como a conciliação é retratada por meio de obras jurídicas dogmáticas, também é feito uso do entendimento sociojurídico e socioantropológico do instituto processual. Diante da aplicação metodológica de uma observação participante de cunho etnográfico será possível perceber circunstâncias, atos e espaços que permeiam a sua realização e que não são identificados pelo “dever ser”. Esses pontos dialogam e interferem na construção e na forma de identificação da audiência diante de seus interlocutores, evidenciando, além de uma análise estritamente normativa, problemas e questões estruturais desse fazer. Por meio da observação participante e da aplicação de entrevistas não diretivas, busca-se permear e vivenciar o espaço em que a audiência se insere e ganha vida. Dentro desta dinâmica, pretende-se também, compreender quem são estes interlocutores, como interpretam este recurso conciliador dentro de uma ótica virtual por meio de uma perspectiva itinerante, dando espaço às diferentes perspectivas. Os resultados dessas percepções possibilitam a identificação de marcadores culturais, sociais e políticos que interferem diretamente na dinâmica de aplicação dessa ferramenta de construção de verdades e decisões que é amplamente vista como veículo de garantia de direitos e acesso à justiça.

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  • ÍTALO PRUDENTE RIBEIRO
  • ENTRE O AUTORITARISMO E A LEGALIDADE: uso das medidas provisórias na governabilidade do presidencialismo à Bolsonaro

  • Orientador : ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAONI MACEDO BIELSCHOWSKY
  • Data: 15/02/2023

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  • A medida provisória se trata de um instrumento legislativo privativo do Presidente da República para, urgentemente, alterar o ordenamento jurídico desde sua edição. Previsto na Constituição de 1988, é considerada um ato político. Tais aspectos levantam críticas sobre a possibilidade de um uso autoritário por parte do Executivo. A recente experiência ditatorial brasileira deixou marcas traumáticas pelo abuso dos decretos-leis, instituto de natureza jurídica semelhante à medida provisória. A relação entre o Legislativo e o Executivo proporcionou alterações formais e informais na medida provisória, sempre em busca de equalizar os poderes e ser mais democrática. Assim como toda ferramenta democrática, a medida provisória pode ser usurpada por um agente autoritário. Contemporaneamente, existe um movimento global de decadência democrática, muitas vezes por meio de um Executivo que degrada, incrementalmente, as instituições democráticas liberais. O Brasil não é exceção, mas é mais complexo do que o manual autoritário comporta: há uma decadência democrática multidimensional, envolvendo várias instituições, acarretando no que se classifica como erosão constitucional. Este movimento foi fundamental para a eleição do agente antissistema Bolsonaro. Ele pode ser classificado como um autoritário neoliberal que atua em busca de degradar a democracia e a Constituição. A medida provisória pode ser uma ferramenta fundamental na sua busca de desconstitucionalizar direitos, concentrar poderes e se perpetuar no poder. A pesquisa demonstra a relevância e importância de compreender o uso da medida provisória no Governo Bolsonaro, do começo de seu mandato até o dia 31/07/2022. Para tanto, partindo da teoria da ação unilateral e da delegação, pergunta-se: como o uso da medida provisória pelo Governo Bolsonaro atua para sua governabilidade no processo de erosão constitucional brasileiro? Para auxiliar na resposta, elenca-se o seguinte objetivo principal: examinar o processo de erosão constitucional brasileiro e seu reflexo no comportamento de Bolsonaro para com as instituições, inclusive com o uso da medida provisória. Os objetivos específicos são: demonstrar importância teórica da medida provisória para o Presidencialismo brasileiro marcado pelo multipartidarismo e fragmentação; entender a dinâmica que a medida provisória gera entre os Governos e Parlamentos, focando no Governo Bolsonaro; verificar o que os números podem revelar sobre o uso da medida provisória pelo Presidente Bolsonaro e sua relação com o Legislativo em um comparativo com demais Governos pós EC 32/2001. A pesquisa contará com uma abordagem dedutiva, pela qual, por meio de análise de fontes bibliográficas da literatura jurídica, legislativas, jurisprudenciais e base de dados explorou-se o tema. Ademais, destaca-se a necessidade de um procedimento quantitativo, em termos de catalogar as medidas provisórias, verificando, então, os temas editados desde a Emenda Constitucional n. 32/2001. Conclui-se que o Governo Bolsonaro é o Executivo que mais editou medidas provisórias, mas não em uma tentativa de aumentar sua governabilidade. Priorizou a busca de conflitos com o Legislativo, que, nesta disputa, saiu fortalecido, detendo primazia legislativa e cooptando o orçamento do Executivo. Entende-se que a agenda de Governo se encaixa nos ditames neoliberais, destacando-se por tentar desconstitucionalizar direitos sociais. No presidencialismo à Bolsonaro, tem-se um Presidente legalista autocrata que não governa.


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  • A medida provisória é um instrumento legislativo privativo do Presidente da República para, urgentemente, alterar o ordenamento jurídico desde sua edição. Previsto na Constituição de 1988, o ato é considerado político, tendo em vista que os elementos formais de relevância e urgência não são objetivos. Tais aspectos levantam críticas sobre a possibilidade de um uso autoritário por parte do governo. A recente experiência ditatorial brasileira deixou marcas traumáticas pelo uso e abuso dos decretos-leis, instituto de natureza jurídica semelhante à medida provisória. O texto constitucional original permitiu uma releitura diversa da medida provisória idealizada pelo constituinte. A possibilidade de reedições converteu um instrumento transitório em permanente. A permissividade institucional encontra amparo em teorias que compreendem a delegação do Poder Legislativo como algo benéfico para a governabilidade do Executivo e os interesses do Parlamento, bem como a cautela do Judiciário de evitar confrontos diretos quando o Legislativo e Executivo estão em sintonia. De todo modo, a situação de reedições durou até a promulgação da Emenda Constitucional 32/2001, que modificou o instituto, mas não alterou a subjetividade da relevância e urgência, delegando para o Presidente atuar conforme sua discricionaridade. Neste contexto, esta pesquisa se debruçou na literatura disponível, bem como na jurisprudência, nos dados legislativos e nos materiais jornalísticos para compreender o comportamento do Supremo Tribunal Federal no controle por possíveis excessos do Executivo no ato de legislar. Estabelece-se como problema a seguinte questão: o que o Supremo Tribunal Federal compreende como relevância e urgência desde de 1988 até o ano de 2021? Caso sua postura tenha se alterado com o tempo, verifica-se um fortalecimento do STF? Para responder, a primeira seção abordou a genealogia da medida provisória; buscou-se um esclarecimento sobre o que se consiste e como foi utilizada pelo Legislativo e Executivo. A segunda seção buscou entender a posição do Supremo Tribunal Federal na Constituição e sua relação entre os demais poderes, investigando e interpretando, então, as decisões proferidas, quando provocado para analisar a suposta relevância e urgência das medidas provisórias. A terceira seção possuiu um caráter mais conclusivo, e que buscou-se entender como a relação entre Executivo e Legislativo interferiu, na prática, no processo decisório do Judiciário. A hipótese estabelecida é que o STF apresenta uma visão ampla do que se compreende como relevante e urgente. Tal perspectiva se insere em uma intenção de dar margem para decisões omissas ou ativistas. A subjetividade é conveniente para que o STF atue de acordo com o contexto político, da relação entre Executivo e Legislativo, bem como para busque se fortalecer como instituição.

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  • MARIANA IASMIM BEZERRA SOARES
  • LICITAÇÃO E POLÍTICA PÚBLICA DE GÊNERO: PROPOSTAS PARA O RIO GRANDE DO NORTE.

  • Orientador : MARCELO LAUAR LEITE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO LAUAR LEITE
  • MARIANA DE SIQUEIRA
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 24/02/2023

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  • A partir do reconhecimento da função extraeconômica da licitação, a pesquisa propõe verificar a aplicação das Leis Estaduais nº 9.968 de 2015 e nº 10.171 de 2017 no processamento das compras públicas do Rio Grande do Norte. As leis regulamentam uma política pública de inclusão e manutenção da mulher potiguar no mercado de trabalho e, diante das condições sociais e características geolocais do estado do Rio Grande do Norte, servem de modelo para a crítica ampliada a outras organizações administrativas a partir da compreensão de desenvolvimento regional. O estudo se justifica pela necessidade de se compreender a função extraeconômica da licitação, organizando o processamento das compras públicas em favor de um desenvolvimento econômico e social que respeite as particularidades de cada local, podendo, assim, ser objeto de implementação de políticas públicas de discriminação positiva. Os objetivos desejados são de analisar, reconhecendo a função extraeconômica da licitação e pelo exemplo do estado do Rio Grande do Norte, como implementar políticas públicas de inclusão através do processamento das compras públicas governamentais; organizar bases teóricas para o desenvolvimento da ideia de direito administrativo social, da função extraeconômica da licitação e dos conceitos de desenvolvimento, gênero e justiça social; verificar a aplicação das legislações estaduais nº 9.968 de 2015 e nº 10.171 de 2017 dentro do sistema de compras públicas do Estado do Rio Grande do Norte; avaliar a possibilidade de ampliação do público-alvo da medida de discriminação positiva diante de suas características de identidades específicas. A metodologia utilizada é a de análise documental e bibliográfica de conceitos inerentes ao Direito Administrativo, à regulação e ao Direito Antidiscriminatório, além da utilização transversal das ciências sociais aplicadas para auxiliar na compreensão dos conceitos de gênero. Ainda, foi realizado estudo empírico com coleta de dados sobre a organização administrativa das compras públicas do Rio Grande do Norte, cumulado com a busca de informações para sondagem sobre seu processamento através de requerimento de informação. Também se buscou a legislação específica pertinente ao tema das licitações e das políticas públicas estaduais e nacionais que pudessem ser acrescidas durante o percurso. Por fim, constatou-se que, apesar de reconhecida a política pública pelas Leis Estaduais nº 9.968 de 2015 e nº 10.171 de 2017, o estado do Rio Grande do Norte ainda não utiliza o procedimento licitatório como forma de

    implementação de ação em favor das mulheres de forma satisfatória. A falha está, especialmente, na valorização do formalismo técnico e na ausência de fiscalização. Por meio dessa conclusão, pode-se sugerir alteração na estrutura administrativa de processamento das compras governamentais do Estado. Posteriormente, baseando-se no Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, a mesma sugestão é adaptada para outras estruturas administrativas.

     

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  • Texto de Qualificação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito parcial para obtenção do título de Mestra em Direito.

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  • LARISSA FERNANDES DE OLIVEIRA
  • OS INCENTIVOS FISCAIS À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL: uma análise da Lei nº 11.196/2005 à luz da teoria da tributação indutora.

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KAROLINE LINS CAMARA MARINHO DE SOUZA
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • PABLO GEORGES CICERO FRAGA LEURQUIN
  • Data: 27/02/2023

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  • Desde muitos séculos a tributação indutora é utilizada para direcionar as condutas desejadas e desestimular as indesejadas, revelando o caráter extrafiscal dos tributos. No contexto da inovação tecnológica, a tributação indutora (em especial os incentivos fiscais) é utilizada para estimular projetos de inovação, mola propulsora do desenvolvimento econômico, para os defensores da teoria da Economia da Inovação. Como um dos principais mecanismos de indução à inovação, foi instituída a Lei nº 11.196/2005 (“Lei do Bem”), que permite a concessão de incentivos fiscais a partir da dedução direta dos dispêndios em pesquisa e desenvolvimento do lucro de empresas, alterando o custo de uso do capital orientado a esse investimento. Com isso, o objetivo geral deste trabalho é analisar se os incentivos fiscais previstos na Lei do Bem impulsionam a inovação das empresas brasileiras e, consequentemente, promovem o desenvolvimento econômico. Como objetivos específicos, destacam-se: conhecer a evolução histórica das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e à inovação no Brasil, em especial, a Lei do Bem; descrever o papel dos incentivos fiscais como instrumento de indução econômica na área da inovação; investigar quais empresas brasileiras fazem uso dos benefícios previstos na Lei do Bem e se esses benefícios se refletem em ganhos de bem-estar à população; compreender as barreiras que impedem o uso do incentivo à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação tecnológica por parte de empresas de médio e pequeno porte; e, por fim, propor modificações legislativas que permitam o uso dos benefícios fiscais por parte de empresas de pequeno e médio porte, otimizando o instrumento regulatório. A pesquisa justifica-se diante da necessidade de compreender o papel da Lei nº 11.196/2005 no cenário nacional no que tange ao desenvolvimento da sociedade e da economia. Em termos metodológicos, foram adotados o método dedutivo, com abordagem quali-quantitativa, já que pretende o levantamento de dados ente 2014 e 2020 e sua respectiva análise. Foi dividida em 3 capítulos nucleares, sendo que o primeiro discute aspectos conceituais da tributação indutora e sua relação com o desenvolvimento econômico; o segundo busca traçar um panorama geral da evolução dos incentivos fiscais no decorrer da história brasileira, bem como abordar, de maneira mais específica, os benefícios fiscais atualmente existentes no contexto nacional; o terceiro apresenta os dados coletados do site do MCTI e realiza uma análise crítica da Lei do Bem a partir da teoria da tributação indutora, utilizando, para tanto, o número de empresas beneficiadas, a renúncia fiscal e o valor investido. Ainda no terceiro capítulo nuclear são apresentadas propostas de aperfeiçoamento dos incentivos fiscais. Em termos de considerações finais, revela-se uma conclusão positiva da Lei no Bem como instrumento de indução à inovação e, consequentemente, ao desenvolvimento. No entanto, são necessárias adequações para que a lei possa atingir uma maior quantidade de beneficiários e eficiência em relação aos objetivos previstos na Constituição de 1988.


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  • O presente trabalho possui o intuito de analisar os incentivos fiscais voltados à inovação tecnológica, precisamente a Lei do Bem, a luz da Teoria da Tributação Indutora. Para tanto, é feito um levantamento histórico das políticas públicas voltadas ao incentivo da inovação, bem como uma análise da Lei n.º 11.196/2005. Em seguida são analisados relatórios do MCTI e, por fim, são propostas modificações legislativas com o intuito de aprimorar os incentivos à inovação para que atinjam os fins almejados pela constituição.

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  • VINÍCIUS EFRAYM SIQUEIRA LOPES SOARES
  • “MELHOR TÁ AQUI QUE MATAR E ROUBAR” – DISCURSOS E TENSÕES DO PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO.

  • Orientador : FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • GILMARA JOANE MACEDO DE MEDEIROS
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • PEDRO GRAVATA NICOLIS
  • Data: 27/02/2023

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  • A presente pesquisa propõe-se a apreender e analisar os diversos discursos sobre a regulamentação da prostituição, tendo como ponto central as narrativas produzidas pelas próprias profissionais – aqui nomeadas putas - e baseando-se no contexto sociojurídico que envolve as diversas tentativas de regulamentar e criminalização da atividade prostitucional. O estudo se justifica pela necessidade de demonstrar como as ações estatais e os modelos jurídicos estão distantes de reunir todas as necessidades advindas das vivências das putas, as principais sujeitas políticas da questão. Buscando vociferar estas sujeitas, primeiramente nos valemos de bibliografia construída por mulheres putas, especialmente as putafeministas - prostitutas ativistas - tais como Gabriela Leite, Monique Prada e Melissa Grant, sem, contudo, esquecer das vozes contrárias à prostituição como Andrea Dworkin, Alessandra Kollontai e Simone de Beauvouir. As putafeministas buscam aproximar as demandas prostitucionais do conceito de cidadania, através da concessão dos direitos trabalhistas, previdenciários e da segurança laboral, distanciando-a do discurso higienista, sanitário e policial oficial. Logo após, utilizamos a análise de conteúdo a fim de interpretar os embates no Legislativo, permeado por argumentações de cunho moral e religioso. Finalmente, a fim de constatar nossa hipótese, a de que as putas não participam na formação das políticas estatais, entrevistamos trabalhadoras sexuais atuantes em 5 bordéis de Iguatu-CE sobre 4 eixos temáticos: a auto percepção como profissional do sexo, a dinâmica do contrato prostitucional, as políticas públicas que as abrangem e a opinião sobre as propostas legislativas que visam ampliar direitos e as que objetivam criminalizar a clientela. De posse destes, através da análise dos discursos, constatamos como as prostitutas estão segregadas dos espaços de debate e poder, excluídas das narrativas, tanto no meio acadêmico, como no Legislativo nacional.


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  • Texto de Qualificação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semiárido como pré-requisito para obtenção do grau de Mestre em Direito.

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  • THALIA FERREIRA CIRILO
  • REGULAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NACIONAIS: A FORMAÇÃO DO AGROHIDRONEGÓCIO COMO ELEMENTO ANALÍTICO DA EFICIÊNCIA REGULATÓRIA

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • Patrícia Borba Vilar Guimarães
  • Data: 27/02/2023

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  • Não obstante as vantagens econômicas proporcionadas pelo agronegócio, setor que gera resultados positivos para a balança comercial brasileira e contribui para a manutenção do país em posição de destaque no comércio internacional de commodities agrícolas, identifica-se, em torno dele, uma série de adversidades socioambientais que desafiam sua capacidade de contribuir para o efetivo desenvolvimento nacional. Tais adversidades se referem tanto a questões sociais estruturais, como desigualdades de renda e de acesso à terra, quanto a problemas de ordem ambiental que afetam a qualidade de vida da população e o equilíbrio ecossistêmico, como contaminação do solo e do ar, perda de biodiversidade e redução da disponibilidade hídrica quanti e qualitativa. Nesse ponto, ganham relevo as discussões sobre a formação do agrohidronegócio no Brasil, que pode ser compreendido como um fenômeno capitaneado pelo arranjo institucional do Estado, o qual garante ao setor agrícola a infraestrutura e o acesso às fontes hídricas necessários para o desempenho de suas atividades, privando, em contrapartida, parcela da população e outros setores da economia, especialmente os menos capitalizados, de acesso a condições suficientes para o atendimento de suas necessidades. Desse contexto, extrai-se a seguinte pergunta-problema: de que maneira as disfuncionalidades dos instrumentos de regulação e gestão de recursos hídricos acarretam priorização de uso pelo agronegócio em detrimento da garantia legal de usos múltiplos? Elege-se, assim, como objetivo geral: identificar as principais deficiências enfrentadas pelo marco regulatório delineado pela Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) quanto à implementação de mecanismos efetivos de garantia do uso multissetorial de recursos hídricos. Como objetivos específicos, trabalhados nas três seções nucleares desta pesquisa, pretende-se: elaborar um panorama sobre as principais consequências socioambientais decorrentes da expansão do setor agroexportador brasileiro, dando-se ênfase aos impactos sobre a disponibilidade quanti e qualitativa dos recursos hídricos domésticos; avaliar a eficiência do marco normativo dos recursos hídricos e os órgãos responsáveis pela gestão hídrica no país, salientando algumas das principais deficiências quanto à materialização dos fundamentos, objetivos e diretrizes traçados pela PNRH; e, por último, investigar a associação entre o arranjo institucional do Estado e os agentes do agronegócio e como ela conforma o cenário crescente de desigualdade de acesso à água no país. Para alcançar os objetivos traçados, explorou-se, principalmente, o aporte teórico institucionalista, que atribui às instituições do Estado, como o Direito, funções essenciais ao desenho e à implementação de políticas de desenvolvimento. Foram empregados os métodos de abordagem dedutivo, os procedimentos bibliográfico e documental e a técnica de documentação indireta. Como conclusões, foi possível verificar, de maneira geral, que a gestão hídrica é permeada por disfuncionalidades que evidenciam a intensa apropriação dos recursos hídricos por determinados setores econômicos. De forma específica, confirma-se a hipótese de que a ausência de fiscalização dos termos de outorga, a inoperância do instrumento de cobrança e a pouca assertividade dos planejamentos locais, aliadas às políticas estatais de incentivo à expansão do agronegócio, resultam no favorecimento desse segmento em prejuízo ao atendimento das demandas de outros usuários e da população, o que macula a equanimidade do acesso à água.


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  • Texto de Qualificação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito parcial para obtenção do título de Mestra em Direito.

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  • ROMMEL COSTA FURTADO
  • O processo jurídico do combate à seca na década de 1930: uma análise da constitucionalização da seca na assembleia constituinte de 1933-1934.

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • Mariana Barbosa Cirne
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 27/02/2023

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  • Fenômeno típico das regiões áridas e semiáridas do mundo, a seca, no nosso país, se encontra presente em praticamente todos os Estados da Região Nordeste, além de parte do extremo-norte de Minas Gerais. Muito mais que um longo período de estiagem, essa condição cíclica e recorrente transpassa questões meramente climáticas e geográficas, chegando a desemborcar nas esferas sociais, políticas e econômicas ligadas a Região, além de ser responsável por toda a criação da imagética brasileira sobre o sertão nordestino e o povo que ali reside. Condições como essa são descritas desde o ano de 1583, contudo, apenas com o advento da Lei 886, de 1856, houve o ensejo para criação de dispositivos normativos que abordassem a temática em questão. A despeito de possuir uma periodicidade já naturalizada pelo povo nordestino, foi somente 78 anos depois do advento desta lei que o combate à seca e a ajuda aos Estados por ela assolados passa a ser incorporado em uma Constituição (em 1934), por meio do artigo 5º, XV e artigo 177, caput, com seu parágrafo 3º. A junção desse fato com a verificação de uma ausência de estudos sobre como ocorreu o debate parlamentar durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1933-1934 sobre a incorporação desse direito, desenvolvemos a problemática: “Como ocorreu o processo de constitucionalização do combate à seca durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1933-1934?”. Visando responder essa questão, desenvolvemos como objetivo geral analisar o percurso da seca para sua constitucionalização durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1933-1934. Como objetivo específico analisamos os decretos-leis emitidos por Vargas entre 1930-1934 que possuíam como foco o combate à seca. Analisamos a seca de 1932, no Ceará, nas perspectivas histórica, econômica e política. Por último, demonstramos como se deram os debates referentes ao combate à seca durante a ANC de 1933-1934. Para realização desta pesquisa, utilizamos o método histórico, com os ensinamentos de Bloch e Hespanha sobre um olhar múltiplo e problematizador do passado. Utilizamos como fontes primárias os relatórios produzidos pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, pela Subcomissão do Itamaraty, que preparou um anteprojeto de Constituição, com os Anais da Assembleia Nacional Constituinte de 1933-34. Portanto, ao pesquisar essas fontes, percebemos que a defesa pela incorporação do combate à seca na Constituição de 1934, mesmo sendo feita por discursos humanitários, visava o fortalecimento das elites nordestinas da época. Mesmo assim, a introdução desse direito se revela como um marco simbólico para o amadurecimento do combate à seca no país, visto que, até o presente, essa questão se apresenta como pauta em determinadas políticas públicas voltadas para o Nordeste.


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  • Fenômeno típico das regiões áridas e semiáridas do mundo, a estiagem, no nosso país, se encontra presente em praticamente todos os Estados da Região Nordeste, além de parte do extremo-norte de Minas Gerais. Muito mais que um longo período de estiagem, essa condição cíclica e recorrente transpassa questões meramente climáticas e geográficas, chegando a desemborcar nas esferas sociais, políticas e econômicas ligadas a Região, além de ser responsável por toda a criação da imagética brasileira sobre o sertão nordestino e o povo que ali reside. Talvez maior expoente disso seja a figura dos retirantes que, ao se verem envoltos por um longo período de ausência de chuvas, acabam migrando para o litoral ou outras regiões do país, muitas vezes em grande número de pessoas, a procura de melhores condições de vida. Condições semelhantes a essa são descritas desde o ano de 1583, contudo, apenas com o advento da Lei 886, de 1856, houve o ensejo para criação de dispositivos normativos que abordassem a temática em questão. Contudo, mesmo possuindo uma periodicidade já naturalizada pelo povo nordestino, foi somente 78 anos depois do advento desta lei que o combate à seca e a ajuda aos Estados por ela assolados passa a ser incorporado em uma Constituição (em 1934), por meio do artigo 5º, XV e artigo 177, caput, juntamente com seu parágrafo 3º. O objetivo desta pesquisa busca problematizar a seguinte questão: qual foi o percurso do tema seca até a sua constitucionalização em 1934? Para que o objetivo seja alcançado, promover-se-á, a partir de fontes bibliográficas e jornalísticas, uma contextualização sobre os conflitos sócio-econômicos e políticos causados pela seca entre 1930 e 1934, com destaque para a grande seca de 1932. Na sequência, as fontes primárias produzidas pelo Governo Provisório, a partir do Ministério da Viação e Obras Públicas, e da Subcomissão do Itamaraty, que preparou um anteprojeto de Constituição, também serão utilizadas para problematizar as discussões constituintes promovidas na Assembleia Nacional Constituinte de 1933-34.

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  • THALLYS EMANOELL PIMENTA DE FREITAS
  • REGULAÇÃO POR INCENTIVOS E EDUCAÇÃO FISCAL: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA FISCAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • Data: 28/02/2023

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  • Para compreender a sociedade em que vivemos, buscar a garantia e a efetivação dos direitos fundamentais previstos constitucionalmente e fortalecer a democracia é imprescindível que sejam formados cidadãos conscientes, éticos, probos e instruídos quanto aos elementos que compõem o Estado, seus deveres, direitos e sua relação com os particulares. Apesar da complexidade do sistema tributário nacional, é preciso compreender que a receita do Estado para custear serviços públicos como saúde, educação, segurança, entre outros, é oriunda, de forma majoritária, do pagamento de tributos. Assim, manobras fraudulentas para diminuir ou omitir o pagamento de algum tributo interferem diretamente na receita estatal e, consequentemente, na qualidade dos serviços públicos. Acredita-se que é possível desenvolver a consciência fiscal e a moralidade tributária nos cidadãos por meio da educação fiscal, que consiste em um conjunto de ações educativas de caráter permanente visando à conscientização do cidadão sobre a importância e a função socioeconômica dos tributos, bem como, sobre fiscalização e o acompanhamento da aplicação dos recursos públicos. Diante do papel regulador do Estado ao intervir sobre a economia, a pesquisa propõe-se analisar o Programa Estadual de Educação e Cidadania Fiscal do Rio Grande do Norte na perspectiva da regulação por incentivos. O objetivo é compreender se as ações estão sendo adotadas de maneira pontual, com fins meramente arrecadatórios, ou se a estratégia seguida tem o caráter educativo, objetivando a conscientização da população sobre a importância dos tributos e sua função socioeconômica. Utilizou-se como método de pesquisa a revisão bibliográfica e documental, analisando a literatura especializada sobre o tema, abrangendo não somente conteúdos da área jurídica, mas também discussões e estudos sobre educação fiscal, cidadania, economia comportamental e gestão pública. No decorrer da pesquisa foi explorada a legislação pertinente ao tema, assim como, foram analisados dados do Programa. Dividido em três capítulos nucleares, o estudo iniciou-se abordando os aspectos da intervenção do estado sobre a economia, educação fiscal e regulação por incentivos; em seguida, o segundo capítulo tratou-se do Programa Nacional de Educação Fiscal como instrumento de promoção da cidadania tributária; e no capítulo terceiro analisou-se o Programa Estadual de Educação e Cidadania Fiscal do RN sob o viés da regulação por incentivos. Ao final, verificou-se que o Programa se resume a sua única campanha denominada “Nota Potiguar”, que tem como foco principal o aumento da emissão de nota fiscal na expectativa de um incremento na arrecadação. Concluiu-se que o Estado do RN, através da Nota Potiguar, utiliza a “Regulação Baseada em Incentivos” visando uma mudança de comportamento do cidadão (hábito de pedir a nota fiscal no ato da compra de bens e mercadorias) mediante incentivos tributários, financeiros e não financeiros. Constatou-se ainda que as ações educativas do Programa de Educação Fiscal são tímidas e pontuais, sem campanha permanente, reforçando a finalidade arrecadatória do Programa. Por fim, sem pretender esgotar o debate e outras contribuições, foram sugeridas medidas propositivas para o aperfeiçoamento do Programa de Educação Fiscal e da campanha Nota Potiguar.


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  • Texto de Qualificação apresentado ao
    Programa de Pós-Graduação em Direito da
    Universidade Federal Rural do Semi-Árido
    como requisito parcial para obtenção do título
    de Mestre em Direito.

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  • ADSON KEPLER MONTEIRO MAIA
  • A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA NO BRASIL: UMA PERSPECTIVA DA ETNOGRAFIA CRÍTICA PARA A CONCRETIZAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • FLÁVIO RODRIGO FREIRE FERREIRA
  • Data: 01/03/2023

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  • A presente dissertação tem como objeto a análise etnográfica do espaço digital de hipertextos presentes na web sobre a audiência de custódia no Brasil, após a sua positivação na legislação processual penal. A perspectiva deste estudo é a concretização dessa norma internacional de direitos humanos sob o método de análise da etnografia crítica assim garantindo uma pesquisa formativa, implicada e reflexiva tanto no ponto de vista do pesquisador como das pessoas e estrutura pesquisada. Este objeto tem como propósito compreender se a implantação da audiência de custódia foi capaz de eliminar ou de reduzir os problemas relacionados à tortura e às deficiências de acesso à Justiça, bem como comparar a realidade etnografada nos espaços digitais perante a realidade prática vivida pelo pesquisador em delegacias de plantão em Mossoró e Natal, como observador participante, para ao fim sugerir-se alternativas para a solução dos problemas relacionados.


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  • A presente dissertação tem por objeto analisar a implantação da audiência de custódia no Brasil na perspectiva da concretização de uma norma internacional de direitos humanos sob o referencial da crítica dos direitos humanos contida na teoria marxiana. Este objeto tem por fim concluir se a implantação da audiência de custódia foi capaz de eliminar ou reduzir os problemas relacionados à tortura e às deficiências de acesso à Justiça que vitimizam as pessoas presas ou detidas pelo Estado brasileiro. No caso negativo acrescentar alternativas para a solução dos problemas relacionados. Delimita-se a pesquisa no âmbito dos direitos humanos de liberdade negativa, especificamente analisando-se o cumprimento do art. 7º, item 5, da Convenção Americana de Direitos Humanos e o art. 9º, item 3, do Pacto pelos Direitos Civis e Políticos, dois tratados que se constituem em normas vigentes incorporadas no ordenamento jurídico brasileiro. O método de pesquisa é a exploração bibliográfica e de dados empíricos de dois relatórios recentes do Conselho Nacional de Justiça e do Instituto de Defesa do Direito de Defesa. A partir deles se pretende confrontar as contradições das intepretações das informações coletadas dentro sob a perspectiva do método materialista-histórico e dialético proposto por Marx.

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  • JOSÉ SARTO FULGÊNCIO DE LIMA FILHO
  • TEORIA E PRÁTICA CORPORATIVA: A ARTICULAÇÃO DAS IDEIAS DE OLIVEIRA VIANNA NO BOLETIM DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO (1934-1940).

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARGEMIRO CARDOSO MOREIRA MARTINS
  • FRANCISCO ROGÉRIO MADEIRA PINTO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 01/03/2023

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  • Este trabalho aborda a articulação das ideias corporativas de organização sindical no trabalho
    de Oliveira Vianna enquanto consultor jurídico do Ministério do Trabalho, Indústria e
    Comércio. O objetivo geral é investigar a maneira como o conceito de corporativismo foi
    articulado na obra de Oliveira Vianna e como se projeta em atuação no Ministério do Trabalho,
    Indústria e Comércio, entre 1934 e 1940. Para tanto, traz os seguintes objetivos específicos: i)
    Apresentar as leituras e projeções das ideias de corporativismo no Brasil durante a década de
    1930; ii) Analisar a maneira como Oliveira Vianna articula o conceito de corporativismo na sua
    produção teórica; e, por fim, iii) Identificar a presença das ideias corporativas de Oliveira
    Vianna nas edições do Boletim do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio publicadas
    entre 1934 e 1940. A pesquisa se justifica pela necessidade de compreender como as ideias
    corporativas de Oliveira Vianna embasaram o processo de organização sindical durante o
    Governo Vargas, desmistificando narrativas que reduzem essa experiência a uma mera cópia
    dos acontecimentos na Itália fascista e compreendendo o real alcance da sua produção teórica
    na sua práxis enquanto consultor jurídico do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A
    metodologia utiliza da revisão da literatura e da investigação bibliográfica-documental para
    realizar uma análise a partir da História das Ideias, discutindo o problema de forma qualitativa,
    a partir da investigação direta dos livros desenvolvidos por Oliveira Vianna, bem como das
    pesquisas atuais desenvolvidas na academia em áreas relacionadas à sua trajetória intelectual.
    A partir da investigação, é possível concluir que Oliveira Vianna articula suas ideias
    corporativas de forma inovadora, defendendo uma análise “científica” da realidade social
    brasileira para fundamentar a ampliação do controle do Estado sobre as classes trabalhadora e
    patronal. Essas premissas norteiam os seus pareceres jurídicos junto ao Ministério do Trabalho,
    Indústria e Comércio, que buscam retirar do sindicato o papel de reivindicação e luta em defesa
    dos interesses da classe trabalhadora para a atuação em colaboração com o Estado, entidade
    vista pelo autor como a verdadeira responsável por anular o conflito social entre capital e
    trabalho e trazer melhorias nas condições de vida da população. A análise da produção de
    Vianna enquanto intelectual e da sua atuação na condição de consultor jurídico permite verificar
    a existência de influências recíprocas entre ambas, que se refletem não somente na elaboração
    de artigos, livros e pareceres, mas também influem na produção de normas jurídicas relevantes,
    como os Decretos-lei nº 1.237 e 1.402 de 1939.


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  • A pesquisa se propõe a compreender os usos da categoria “corporativismo” na obra de Oliveira Vianna. Para tanto, se debruçará sobre os livros publicados pelo autor do período compreendido entre 1927 e 1949. A delimitação temporal descrita foi escolhida por serem os anos de publicação das primeiras edições de dois trabalhos de grande relevância e que marcam os principais momentos de uso dessa categoria na produção do autor: O idealismo na constituição e Instituições políticas brasileiras. Entre os anos de 1927 a 1949, o autor chegou a passar do status de um intelectual nacionalmente reconhecido, como também pela posição de um burocrata importante para a organização do Estado regido por Getúlio Vargas no período em que esteve como consultor jurídico do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). A compreensão de como a sua trajetória foi marcada durante esse período pode ser uma chave importante para compreender que usos Vianna faz da categoria “corporativismo” ao longo dos trabalhos publicados nesse período e, sobretudo, quais circunstâncias foram importantes para essas transformações. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é investigar como a categoria “corporativismo” é articulada na obra de Oliveira Vianna durante o período de 1927 a 1949. Para tanto, os objetivos específicos que busco desenvolver são: i) identificar as principais influências do autor nos campos pessoal, político e profissional; ii) analisar como o pensamento de Oliveira Vianna se situa historiograficamente no pensamento político brasileiro; e, por fim, iii) compreender a inserção do “corporativismo” enquanto categoria na obra do autor escrita entre 1927 a 1949. A pesquisa consistirá em uma análise na História das Ideias, discutindo o problema de forma qualitativa, a partir da investigação direta dos trabalhos desenvolvidos por Vianna, bem como das pesquisas atuais desenvolvidas na academia em áreas relacionadas à sua trajetória intelectual. Optei por fazer uma revisão narrativa da literatura, tendo em vista a dificuldade de encontrar fontes que situem o pensamento do autor no âmbito do Direito, sendo a maior parte dos trabalhos encontrados, dentre o que já foi escrito, relacionados à produção intelectual voltada para os campos da Política e da Sociologia. O trabalho será estruturado em três capítulos, os quais coincidem com as três etapas a serem desenvolvidas na pesquisa. Os resultados preliminares da pesquisa apontam para uma trajetória de forte envolvimento com atores políticos engajados na defesa de uma suposta realidade orgânica nacional e de uma estruturação de Estado com características autoritárias. Esse engajamento ajuda a compreender como Vianna articula os seus conceitos.

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  • ANA KARLA DE SOUSA SEVERO
  • A OUVIDORIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO DE PARTICIPAÇÃO CIDADÃ E DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA: A análise da sua atuação no Hospital Universitário Onofre Lopes.

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIANA DE SIQUEIRA
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 17/05/2023

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  • A presente pesquisa tem como referência a Constituição Federal de 1988 que consagra o Estado Democrático de Direito, por meio da qual sustenta-se o arcabouço normativo que confere legitimidade formal e efetividade à democracia. As ouvidorias como espaço de participação cidadã e de controle social encontram base jurídica na Lei nº 13.460/2017, que dispõe sobre a defesa de direitos e de participação dos usuários da Administração Pública; e na Lei nº 12.527/2012, que trata do direito de Acesso às Informações públicas, delineado pelas transparências passiva e ativa. Esse estudo tem como propósito analisar a atuação e o desempenho da Ouvidoria do Hospital Universitário Onofre Lopes, instituição pública vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, responsável pela formação de profissionais da área da saúde e de prestação de serviços à população usuária do Sistema Único de Saúde nesse Estado. A metodologia compreende a abordagem quanti-qualitativa, sendo a pesquisa de natureza exploratória e empírica, utilizando-se quanto ao procedimento, investigações bibliográfica e documental com a análise de legislações, artigos e demais obras científicas relativas ao tema. Com base no aporte teórico levantado e, através de uma perspectiva crítico-reflexiva, tece considerações sobre a atuação e o desempenho dessa ouvidoria hospitalar, tendo como referência as informações e indicadores coletados no site do Hospital e nos painéis públicos de monitoramento “Resolveu?” e “LAI”. Os resultados obtidos demonstram que a Ouvidoria apresenta bons indicadores quanto à sua atuação e desempenho, sendo importante para efetivação da participação cidadã, entretanto, evidenciam também lacunas que ensejam melhorias especialmente relativas à transparência ativa. À guisa de conclusão, entende que a Ouvidoria cumpre parcialmente o papel e atribuições previstos em dispositivos legislativos e orientações administrativas e destaca a possibilidade de utilização desse estudo para aperfeiçoamento desse órgão e, consequentemente, no fortalecimento do exercício da cidadania e de promoção da transparência.


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  • A presente pesquisa tem como referência a Constituição Federal de 1988 que consagra o Estado Democrático de Direito, por meio da qual sustenta-se o arcabouço normativo que confere legitimidade formal e efetividade à democracia. Tem como campo de estudo as ouvidorias enquanto instâncias de mediação de conflitos na esfera pública, cuja base jurídica encontra-se na Lei 13.460/2017. O estudo tem como propósito desenvolver um levantamento e análise sobre as ouvidorias públicas enquanto instâncias mediadoras de conflitos entre usuários e os órgãos ou entidades, tendo como foco os procedimentos existentes e a atuação de uma ouvidoria vinculada à principal instituição de ensino, pesquisa e assistência pública à saúde do Rio Grande do Norte. Quanto aos aspectos metodológicos, se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória e analítica, na qual se realiza uma revisão da legislação e publicações científicas existentes acerca da temática. Trata-se de um estudo integrado que articula teoria e pesquisa empírica com ênfase nos direitos administrativo e constitucional, no âmbito da Administração Pública e suas interfaces com as ouvidorias públicas, sobretudo no contexto da saúde.

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  • GRASIELLE FERNANDA FREIRE CABRAL
  • “PONDO OS FLAGELADOS NO LUGAR”: COMBATE À SECA E INTERVENÇÃO SEGREGADORA NO CEARÁ (1915-1932)

  • Orientador : RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA PIA DOS SANTOS LIMA GUERRA
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 31/05/2023

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  • Esta pesquisa investiga a interação entre o estado brasileiro e a questão da seca. A problemática principal deste trabalho questiona como se deu a política de combate à seca de 1932, no Ceará. A pesquisa é importante por conferir à seca uma perspectiva do Direito, relacionando a história constitucional do Estado brasileiro às políticas de combate à seca. Para tanto, foram traçados como objetivos específicos a apresentação de como se deu a intervenção estatal no tocante a essa questão; a investigação da gestão da seca pelo Governo Provisório (1930-1934); e, por fim, a análise da institucionalização dos campos de concentração em 1932. O trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo é dedicado ao estudo da seca enquanto questão merecedora da intervenção estatal. O segundo observa como a temática foi tratada pelo Governo Provisório de Getúlio Vargas. Por fim, o terceiro capítulo analisa o caráter segregador dos campos de concentração institucionalizados em 1932. A pesquisa é do tipo exploratória e analisa o objeto de estudo de forma qualitativa a partir de uma abordagem dialética dos acontecimentos. A investigação se dá a partir da análise de documentos históricos e atos normativos da época, com apoio na bibliografia secundária disponível. Como resultado, os campos de concentração de 1932 serviram para segregar pessoas, colocando os flagelados no lugar que foi determinado pelo Estado.


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  • A pesquisa investiga a interação entre o estado brasileiro e a questão da seca, levando em consideração as políticas de combate à seca implementadas no final do século XIX e início do século XX. Será levado em consideração as políticas de combate à seca utilizadas antes de depois do governo provisório de Getúlio Vargas, com o objetivo de analisar se houve continuidade, descontinuidade ou reformulação das estratégias de atuação estatal. O resultado dessa investigação terá a importância de conferir à seca uma perspectiva do Direito, relacionando a história do Estado brasileiro às políticas de combate à seca. Para tanto, foram traçados como objetivos específicos a apresentação da questão da seca no contexto da Primeira República; a investigação da gestão da seca pelo Governo Provisório (1930-1934); e, por fim, a análise da institucionalização dos concentração na seca de 1932. A pesquisa é do tipo explicativa e analisa o objeto de estudo de forma qualitativa, a partir de uma abordagem dialética dos acontecimentos. A investigação histórica se dá de maneira teórica, através da revisão bibliográfica do material disponível. Os resultados parciais indicam que houve continuidade de algumas polícias de combate à seca na passagem do Império para a República, no tocante à distribuição de socorros públicos para os “desvalidos da seca” como forma de retribuição pela força de trabalho empregada nas obras públicas.

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  • JAMILLY BELIZA BEZERRA FERNANDES
  • TERRA INDÍGENA: A CONSTRUÇÃO CONSTITUCIONAL DO CONCEITO NA CONSTITUINTE DE 1987-1988

  • Orientador : MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ MELO GOMES PEREIRA
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 20/06/2023

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  • Conhecida como Constituição Cidadã, a Constituição Federal de 1988 reconheceu direitos individuais e coletivos, num contexto de abertura do país a um regime democrático. O processo constituinte permitiu a participação direta e ampla de diversos setores da sociedade civil, inclusive, atores invisibilizados, como os povos indígenas. Desde o início da década de 70, quando o movimento indígena começou a ser gestado, que havia o anseio por participar das decisões políticas do país, e este pôde ser concretizado através da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988. Entre as principais pautas do movimento estavam a demarcação das terras indígenas e o reconhecimento pela sua autodeterminação. As reivindicações pelo reconhecimento de seus territórios como direito originário e a delimitação das áreas que englobassem as relações das comunidades com seus espaços esbaravam nos critérios e limites impostos pela legislação ordinária que regulava o procedimento administrativo de demarcação. Assim, as tensões na relação dos indígenas com o Estado, causadas pela morosidade dos processos, eram intensificadas pela indefinição de um conceito constitucional que fosse suficiente para dirimir conflitos interpretativos. Desta forma o presente trabalho busca resgatar os debates político-jurídico que se deram na ANC de 1987-1988 sobre a construção do art. 231 da Constituição Federal de 1988, com o seguinte problema de pesquisa: Como se deu a tematização do conceito de terra indígena na constituinte de 1987-1988? Para trazer estas reflexões a pesquisa buscou no primeiro momento discorrer sobre o contexto pré-constituinte, trazendo considerações sobre a mobilização do movimento indígena, a partir da sua formação, discutindo as propostas enviadas a Constituinte, como a encaminhada a Comissão Provisória de Estudos Constitucionais, assim como, a sua participação no processo de elaboração do novo texto constitucional, e as sugestões dos cidadãos aos constituintes. Em seguida, abordou-se a atuação dos atores parlamentares e extraparlamentares distinguindo as bancadas próindígena e antiindígena, nos debates, presentes nas Atas das audiências públicas da Subcomissão dos Negros, Populações Indígenas, Pessoas Deficientes e Minorias; da Comissão de Ordem Social e Comissão de Sistematização, bem como no Plenário até a promulgação do texto final. A pesquisa predominantemente documental e bibliográfica, está baseada nos fundamentos do contextualismo histórico de Quentin Skinner e na metodologia historiográfica de Pietro Costa. Através do estudo, percebeu-se os desafios enfrentados pelo avanço da temática que entre emendas supressivas, aditivas e modificativas de dispositivos, conseguiu alcançar o status constitucional inédito. Contudo, apesar de representar uma vitória para o movimento, não encerrou os debates sobre a questão conceitual do termo que permanece como objeto de discussões atuais, e segue na fase constante de efetivo reconhecimento.


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  • Link para acesso a reunião https://meet.google.com/bqp-jtjp-rgn

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  • CAROLINA ROSADO DE SOUSA COSTA
  • "Alistai-vos eleitoras": O debate sobre o voto feminino no Rio Grande do Norte (1891-1928)

  • Orientador : RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA COUTO PEREIRA PINTO BARBOSA
  • CLAUDIA PAIVA CARVALHO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 25/08/2023

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  • Em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, o nome de Celina Guimarães Viana foi incluído na lista de eleitores do Rio Grande do Norte (RN). Quase cinco anos depois, em fevereiro de 1932, Getúlio Vargas assinou o decreto nº 21.076, expandindo o colégio eleitoral, conferindo às mulheres o direito ao voto, e após dois anos, ele é confirmado pela Constituição de 1934. O RN, contudo, se adiantou com a Lei nº 660 de 25 de outubro de 1927, prevendo que em seu território não haveria distinção de sexo para o exercício do sufrágio. Mas, para compreender o que de fato aconteceu no estado do Rio Grande do Norte, é necessário mais do que esquematizar alterações legislativas, é preciso situá-las em um campo de disputas por direitos e narrativas. Os constituintes de 1891 deixaram as mulheres de fora em seus apelos por igualdade, mas, ao se perceberem sem identidade constitucional, elas se insurgiram e se apresentaram como um subproduto da interpretação das normas constitucionais, na busca de se firmarem como sujeitos. A construção de fatos sociais relevantes como a concessão do direito ao voto precisa expor criticamente a complexidade dos processos histórico-jurídicos, analisando as dinâmicas sociais, econômicas, políticas dos quais o direito constitucional foi parte dentro de cada momento histórico. Essa pesquisa surge da inquietação de apresentar outro olhar para o voto feminino no Brasil, por meio de uma análise histórico-jurídica, comprometida, sobretudo, com o papel regional e local na formação de uma história mais ampla. Isso porque, muito embora se perceba um elevado número de produções acadêmicas sobre os direitos políticos da mulher, são poucas produções com um recorte regional, especialmente numa perspectiva histórico-constitucional. Considerando o foco do estudo e para responder ao problema levantado, foram coletados dados em pesquisa bibliográfica e documental, no período correspondente entre 1891 a 1928, em fontes ligadas tanto ao Executivo, Legislativo e Judiciário, de modo a ampliar nossa percepção sobre como foi traçado o percurso das reivindicações feministas, levando em conta as articulações da FBFP nas construções políticas que culminaram com a concessão do voto feminino no Rio Grande do Norte, e o papel desenvolvido pelas personagens potiguares que participaram do movimento articulado junto a FBFP.


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  • Em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, o nome de Celina Guimarães Vianna foi
    incluído na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte (RN). Cinco anos depois, precisamente
    em fevereiro de 1932, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 21.076,
    expandindo o colégio eleitoral, conferindo a todas as mulheres o direito ao sufrágio. O RN,
    contudo, largou à frente, com a Lei nº 660 de 25 de outubro de 1927. Para entender a trajetória
    da conquista do sufrágio feminino em terras potiguares, é importante assimilar o
    desenvolvimento dos movimentos sufragistas ao redor do mundo, o processo de adaptação de
    suas ideias pela campanha feminista brasileira e a maneira como esses ideiais foram
    apropriados à realidade potiguar. É de igual importância recuperar o debate legislativo no
    entorno da lei nº 660/27 que permitiu o alistamento das mulheres e entender como esse debate
    repercutiu na sociedade norteriograndense, além de observar como se comportava o Judiciário
    potiguar diante dos sucessivos pedidos de alistamento eleitoral, o que será feito por meio da
    análise dos processos judiciais, para resgatar ao final quem foram essas mulheres pioneiras e
    o papel que desempenharam na institucionalização do voto feminino.

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  • FILIPE ROCHA ANDRADE
  • O RECONHECIMENTO ENQUANTO DIMENSÃO DO ACESSO À JUSTIÇA: UMA INVESTIGAÇÃO DA ATUAÇÃO COMO AMICUS COMMUNITATIS A PARTIR DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Orientador : RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS ANDRÉ MACIEL PINHEIRO PEREIRA
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MAURILIO CASAS MAIA
  • RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • Data: 25/08/2023

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  • Esta pesquisa foi realizada em um contexto marcado por desigualdades socioeconômicas, dificuldade de concretização de direitos fundamentais e marginalização de indivíduos e grupos minoritários. Considerando o cenário apontado e o múnus constitucional atribuído à Defensoria Pública, pretendemos responder, a partir das falas do Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, se a instituição tem atuado como amicus communitatis e custos vulnerabilis, contribuindo para o reconhecimento de indivíduos e grupos sociais vulneráveis. Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é responder se a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, de acordo com seus membros, atua como amicus communitatis e custos vulnerabilis e, consequentemente, contribui para o reconhecimento de seus assistidos. Os objetivos específicos são: a) descrever a relação existente entre reconhecimento e justiça, a partir da teoria filosófica desenvolvida por Axel Honneth; b) compreender a Defensoria Pública enquanto mediadora institucional, levando em conta sua atuação como custos vulnerabilis e amicus communitatis, no contexto de luta por reconhecimento enquanto indicador de acesso à justiça; e c) mapear, no âmbito da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, percepções sobre as práticas e concepções acerca do papel daquela instituição. Para cumprir tais objetivos, utilizamos do método dedutivo, com aplicação de pesquisa bibliográfica, quando dos capítulos teóricos, e do método indutivo, quando do levantamento de dados, por meio de aplicação de questionário com os Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, tudo com o intuito de formar um estudo qualitativo, explicativo e exploratório. Para o tratamento dos dados coletados, empregamos o método da análise de conteúdo e, para nortear a análise, traçamos as seguintes hipóteses: a) a Defensoria Pública do Rio Grande do Norte não tem assumido ainda um papel institucional de amicus communitatis e custos vulnerabilis; b) existem práticas isoladas, no âmbito da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, que se aproximam aos conceitos de amicus communitatis e custos vulnerabilis; c) o atual modelo do sistema de justiça, incluindo a Defensoria Pública, na percepção dos Defensores Públicos, é insuficiente à concretização do acesso à justiça. Quanto aos resultados, temos que: a) o reconhecimento é uma dimensão do conceito de justiça (social); b) a falta de acesso à justiça (qualitativa) é uma patologia social a ser combatida por meio de mediações institucionais; c) a Defensoria Pública, por meio de sua atuação enquanto custos vulnerabilis e amicus communnitatis, tem vocação a realizar mediações institucionais direcionadas às parcelas populacionais que mais sofrem com a falta de reconhecimento; d) existem práticas isoladas, no âmbito da Defensoria Pública do Rio Grande do Norte, que se aproximam aos conceitos de amicus communitatis e custos vulnerabilis; e) há uma percepção negativa quanto ao desenho atual do sistema de justiça brasileiro, mas positiva quanto à Defensoria Pública e sua atuação como custos vulnerabilis e amicus communitatis; e f) a Defensoria Pública, ao menos no recorte norte-rio-grandense, contribui ao reconhecimento dos indivíduos e grupos sociais em situação de vulnerabilidade, mas ainda carece de investimentos para ter melhores condições de desenvolver tal missão constitucional.


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  • A presente pesquisa foi realizada em um contexto social marcado por desigualdades acentuadas, pela dificuldade de concretização dos direitos fundamentais positivados pelo ordenamento jurídico e pela marginalização de indivíduos e grupos minoritários. Teve por objetivo geral analisar as contribuições da Defensoria Pública, enquanto custos vulnerabilis e amicus communitas, para a superação dos problemas originados pela falta de acesso à justiça, considerando a concepção de luta por reconhecimento da filosofia de Axel Honneth. Quanto aos objetivos específicos, tem-se: a) investigar o reconhecimento enquanto dimensão do acesso à justiça, a partir da teoria desenvolvida por Axel Honneth; b) compreender a Defensoria Pública enquanto mediadora institucional na luta por reconhecimento de seus assistidos, levando em conta sua atuação como custos vulnerabilis e amicus communitas; e c) mapear a atuação das Escolas Superiores das Defensorias Públicas, sob a perspectiva da formação continuada e comunitária dos Defensores Públicos. Para tanto, utiliza-se do método dedutivo, com aplicação de pesquisa bibliográfica e documental; do método indutivo, quando do levantamento de campo; e do método dialético, tendo em vista a contraposição de ideias acerca do fenômeno social estudado, com intuito de formar um estudo qualitativo, explicativo e exploratório. Por fim, quanto aos resultados: a) demonstrou-se que o reconhecimento é uma dimensão da justiça, a ser considerada quando se discute as questões de acesso – ou seja, as instituições do sistema de justiça devem atuar de forma a possibilitar aos cidadãos se reconhecerem enquanto sujeitos portadores de direitos, relevantes à vida em sociedade; b) compreendeu-se que a Defensoria Pública, pelo exercício do seu múnus enquanto custos vulnerabilis, e do desdobramento enquanto amicus communitas, poderá exercer o papel de mediadora institucional dos interesses de seus assistidos na luta por reconhecimento; e c) Por meio do mapeamento das ações promovidas no âmbito das Escolas Superiores das Defensorias Públicas, nos últimos cinco anos, percebeu-se que (não) há uma preocupação institucional com a formação continuada e comunitária dos membros daquela instituição.

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  • MARCIEL ANTONIO DE SALES
  • GESTÃO DA PRÓPRIA SORTE: A REGULAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR NO SEGMENTO ECONÔMICO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • PABLO GEORGES CICERO FRAGA LEURQUIN
  • FÁBIO ZAMBITTE IBRAHIM
  • Data: 07/12/2023

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  • A previdência aberta, um dos segmentos econômicos da previdência complementar nacional, é essencialmente formada por planos de benefícios de natureza previdenciária, com cobertura por sobrevivência, de caráter facultativo, revestindo-se de relevante importância econômica e social. Subjuga-se a regulação estatal realizada pela Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Os recursos dos participantes dos planos de benefícios instituídos e executados por Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC), constituídas sob a forma de sociedades anônimas, são aplicados no mercado financeiro, objetivando sua atualização e sua capitalização para fazer jus aos compromissos futuros contratados. Além da sujeição ao disciplinamento regulatório específico, principalmente decorrente da Lei Complementar n.º 109/2001, promovido pela SUSEP, devem observância à regulação econômica aplicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BCB). Ademais, considerando a atuação lucrativa das EAPC, a prestação do serviço previdenciário, caracterizado pela oferta de produtos típicos, aplicam-se as normas contidas no Código de Defesa do Consumidor (CDC) à relação contratual estabelecida, conforme prenota a Súmula n.º 563 do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A SUSEP, por ser uma autarquia generalista, atuando no mercado geral de seguros de pessoas e de bens, e previdência aberta, exerce de forma ampla a regulação estatal desse mercado, que cresce significativamente e reveste-se anualmente de grande importância. No âmbito do mercado de previdência aberta, a SUSEP lida diretamente com as EAPC, promovendo principalmente a regulação repressiva, conforme previsto no Decreto-Lei n.º 73/1966. A atuação repressiva, fora objeto de estudo quantitativo, uma vez que se mensurou os procedimentos alusivos ao interregno compreendido de 2017 a 2022, evidenciando-se majoritariamente a aplicação de penalidades circunscritas à lavratura de multas. Também não se pode olvidar da elevada morosidade para conclusão das autuações, sinalizando evidente prejuízo aos consumidores dos planos autuados por violações legais, contratuais, contábeis e técnicas. A frágil atuação regulatória repressiva demanda a necessidade de aperfeiçoamento de instrumentos regulatórios preventivos, transvestidos do caráter protetivo reivindicado pela relação consumerista ante a volúpia dos agentes econômicos, das assimetrias informacionais, das falhas e da elevada concentração do mercado. A atuação regulatória preventiva, sem incorrer em abusos, objetiva a defesa do consumidor, baseando-se na preservação dos interesses previdenciários contratados, erigindo a segurança econômico-financeira e atuarial como instrumentos fundamentais da proteção do consumidor e do mercado.


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  • O presente trabalho se lastreia metodologicamente no estudar da regulação estatal aplicada ao segmento de mercado constituído pela previdência privada aberta no Brasil, a partir das análises dos pressupostos legais, inclusive de cunho constitucional, e avaliando-se a atual estruturação e dinâmica regulatória existentes. A proteção social deferida à perspectiva previdenciária consubstanciada nos planos abertos de previdência complementar, não se dissocia da importância ao respectivo nicho econômico, exigindo do Estado a modelação da ação privada adstrita aos fins sociais prospectos contatados, efetivamente promovida através de regulação específica, especializada, econômica consumerista. A atuação regulatória do Estado no âmbito da previdência privada aberta deve consorciar os paradigmas da ordem econômica aplicáveis às Entidades Abertas de Previdência Complementar, entidades componentes do mercado financeiro, não permitindo a sobreposição deste viés lucrativo à expectativa previdenciária que norteia as relações contratuais celebradas entre os participantes, pessoais físicas, e as EAPC.

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  • BRENA CHRISTINA FERNANDES DOS SANTOS
  • DOS BASTIDORES AO PROTAGONISMO: A ASCENSÃO DO “SUPERMINISTRO” E A INFLUÊNCIA DAS EMENDAS DE RELATOR NA DINÂMICA ENTRE OS PODERES (2020-2022).

  • Orientador : ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSÉ MÁRIO WANDERLEY GOMES NETO
  • LIZZIANE SOUZA QUEIROZ FRANCO DE OLIVEIRA
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 21/12/2023

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  •  orçamento público desempenha um papel importante na consolidação do regime democrático, impulsionando a participação cidadã e garantindo a transparência na gestão dos recursos públicos. Este estudo empreende uma análise das modificações instigadas pela Emenda Constitucional nº 86/2015 e pela subsequente reintrodução das emendas de relator em 2020, examinando de que maneira tais transformações reconfiguraram as relações e competências entre os Poderes Executivo e Legislativo no contexto orçamentário brasileiro. O estudo tem como problema a seguinte indagação: de que modo a implementação das emendas de relator alterou a distribuição de competências entre os Poderes Executivo e Legislativo na elaboração e execução do orçamento da União, ao longo do período 2020-2022? A pesquisa se justifica pela relevância temática do orçamento público no âmbito do Direito, da Democracia e dos Conflitos Socioeconômicos, a partir da execução das emendas de relator e as consequentes alterações provocadas nas relações e competências dos Poderes Executivo e Legislativo. Entender as implicações das emendas de relator é crucial para avaliar se tais mudanças promovem ou comprometem a eficácia e a equidade na alocação de recursos públicos. A metodologia adotada é quantitativa e exploratória, fundamentada em dados da plataforma Siga Brasil do Senado Federal, concentrando-se nas emendas de relator e no Orçamento da União no período de 2020 a 2022. Esta abordagem permite uma análise aprofundada das mudanças ocorridas, destacando padrões e tendências relevantes. O desenvolvimento do trabalho se desdobrou em três capítulos: o primeiro consistiu em uma revisão de literatura sobre orçamento, planejamento e as alterações promovidas pela impositividade das emendas parlamentares e reintrodução das emendas de relator; o segundo abordou o percurso metodológico da pesquisa adotado na construção da base de dados, bem como a sua sistematização; e o terceiro compreendeu análises do banco de dados, considerando aspectos relacionados à distribuição de competências entre os Poderes Executivo e Legislativo. Os resultados revelam que as emendas de relator conferiram fortalecimento a grupos específicos de congressistas, facultando-lhes exercer influência expressiva sobre a execução orçamentária, em descompasso com os preceitos constitucionais. Tal desdobramento culminou em uma perturbação na separação de poderes e propiciou uma dominância orçamentária em detrimento dos ministérios do Poder Executivo.


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  • O resumo será feito após a qualificação, conforme acordado previamente com o orientador. Será utilizado para qualificação: introdução, primeiro capítulo e base de dados.

2022
Dissertações
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  • AMANDA OLIVEIRA DE SOUSA
  • A TRAJETÓRIA DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA PELO PROGRESSO FEMININO (FBPF) NO PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO DAS MULHERES (1930-1934)

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA PIA DOS SANTOS LIMA GUERRA
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 18/02/2022

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  • Apesar dos avanços na produção acadêmica, permanece nas pesquisas sobre a história social do trabalho na década de 1930 o desafio de recuperar as vivências femininas. Nos estudos em história constitucional, a realidade não é diferente. Mais do que mapear a existência de uma legislação social do trabalho feminino no período e identificar toda uma teia de exploração da mão de obra de mulheres, situá-las em suas reivindicações e lutas por direitos coloca-se também como um problema de pesquisa. Partindo dessa perspectiva, o presente estudo investiga a atuação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) no processo de regulamentação do trabalho feminino entre 1930 e 1934. O período elencado compreende a implementação do Decreto nº 21.417-A/1932 (Decreto do Trabalho Feminino) e a promulgação da Constituição de 1934. Para que seja possível viabilizar a pesquisa, empreende-se uma análise histórico-jurídica, que se utiliza do instrumental teórico-metodológico da história constitucional para promover o diálogo entre fontes primárias e secundárias que permitam averiguar o objeto de estudo. Nesse sentido, além de explorar a literatura sobre o tema por via de uma pesquisa bibliográfica, são coletados dados documentais relacionados ao período em questão. Por intermédio dessa análise, percorreu-se o percurso de reivindicações feministas do período no campo trabalhista, levantando-se as estratégias de militância utilizadas pelas mulheres da FBPF para elevar suas pautas sobre o tema à atenção nacional. Essas táticas que foram usadas tanto nas mobilizações em torno do estabelecimento do Decreto 21.417-A, como ao redor da Constituinte de 1933-1934, quando pautas ligadas ao trabalho feminino e à proteção à maternidade foram prioritárias na agenda de direitos da organização. Com a focalização no ativismo da FBPF , foi possível demarcar a atuação de organizações como essa enquanto uma das expressões da importância de recuperar a presença feminina no contexto da regulamentação das condições de trabalho das mulheres. Foram abarcadas também as tensões, conflitos e contradições que circunscreveram esse cenário, o que constitui um importante prisma de investigação para que as narrativas em história constitucional possam incorporar a história das lutas femininas.


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  • Apesar de avanços, ainda permanece o desafio de recuperar as vivências femininas nas pesquisas sobre a história social do trabalho da década de 1930. Nos estudos em história constitucional, a realidade não é diferente. Mais do que mapear a existência de uma legislação social do trabalho feminino no período e identificar toda uma teia de exploração da mão de obra de mulheres, situá-las em suas reivindicações e lutas por direitos vem se colocando também como um problema de pesquisa importante para a historiografia. Trabalhando com essa perspectiva, o estudo busca investigar a atuação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) no processo de regulamentação do trabalho feminino ocorrido entre 1930 e 1934. O período elencado compreende a implementação do Decreto nº 21.417-A/1932 (Decreto do Trabalho Feminino) e a promulgação da Constituição de 1934. Para que seja possível viabilizar a pesquisa, empreende-se uma análise histórico-sociológica, que se utiliza do instrumental teórico-metodológico da história constitucional para promover o diálogo entre fontes primárias e secundárias que permitam averiguar a regulamentação constitucional do trabalho feminino. Nesse sentido, além de explorar a literatura sobre o tema por via de uma pesquisa bibliográfica, são coletados dados documentais relacionados ao período em questão, formando um conjunto de documentos constituídos, em síntese, por fontes oficiais e não oficiais. Pretende-se, a partir disso, avaliar o percurso de reivindicações e as estratégias de militância utilizadas pelas mulheres do movimento feminista da época, representadas pela FBPF. A partir da focalização do ativismo do grupo, acredita-se ser possível demarcar a atuação de organizações como essa como uma das expressões da importância da presença feminina no contexto da regulamentação das condições de trabalho das mulheres, abarcando as tensões, conflitos e contradições que circunscreveram esse cenário.

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  • VANESSA MONTEIRO LIMA
  • O DIREITO FORA DO SEU “MUNDO”: O IMPEACHMENT NA TV

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • RAMON REBOUCAS NOLASCO DE OLIVEIRA
  • Data: 30/03/2022

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  • Essa pesquisa lança o olhar compreensivo sobre a expansão do “mundo” do direito por meio da observação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na televisão. Analisamos como a linguagem jurídica e os recursos televisivos foram utilizados por um programa telejornalístico de âmbito nacional. Para isso, recorremos principalmente à observação multimodal, que interpreta vários elementos da linguagem como o discurso, os signos e a captação descritiva de um fato cotidiano. Percebemos que o expert do direito e a sua linguagem (verbal e não verbal) foi apropriada e adaptada ao campo telejornalístico por meio de recursos televisivos, que foram utilizados pelo telejornal para se comunicar com o telespectador.


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  • Essa pesquisa lança o olhar compreensivo sobre a expansão do direito e da sua linguagem para outros campos da vida social. Especificamente, buscou-se descrever e analisar o discurso jurídico-político do processo de impeachment (2016) no Jornal Nacional, ou seja, o objeto de análise da pesquisa é a fala “jurídica” por parte de agentes não profissionais [do direito]. O Jornal Nacional (JN) da rede Globo é veículo discursivo de abrangência nacional. Analisamos as falas jornalísticas sobre o processo de impeachment de Dilma a partir de dezembro de 2015 até agosto de 2016 focando em duas fases: o julgamento do rito do processo de impeachment pelo Supremo Tribunal Federal e a votação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Para a análise das falas jornalísticas recorremos à observação multimodal que interpreta vários elementos da linguagem: o discurso, os signos e a captação descritiva de um fato cotidiano. Além disso, utilizamos de elementos de netnografia, tendo em vista que ela se propõe a estudar comunidades que não apresentam uma localização física determinada, por estarem presentes no espaço virtual. Até o momento, a pesquisa foi estruturada a partir da observação das matérias jornalísticas sobre o impeachment no JN sob um prisma triádico: (1ª) a fala da “dimensão democrática” em geral apresentada jornalisticamente a partir do recorte das falas dos agentes “políticos” (2ª) A fala dos “facilitadores/tradutores sociais” composto pela síntese dos apresentadores e repórteres e (3ª) a fala dos “especialistas legitimadores”, na maioria das vezes juristas, responsáveis por dar ao discurso jornalístico a ideia de imparcialidade.

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  • CLARA KARLYANNY LOPES COSTA
  • OS DIREITOS DE TRANSIÇÃO ACHADOS NA RUA: UM ESTUDO SOBRE AS MOBILIZAÇÕES EM TORNO DO CASO DA GUERRILHA DO ARAGUAIA

  • Orientador : MARCUS PINTO AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE MARIA CAMPOS VASCONCELOS CHEHAB
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 31/03/2022

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  • Num contexto em que há disputas reais e simbólicas acerca dos significados e consequências da ditadura civil-militar, faz-se necessário realizar um estudo sobre a justiça de transição. Trata-se de um conjunto de mecanismos idealizados para combater as injustiças ocasionadas por um regime de exceção. No caso brasileiro, observa-se o protagonismo dos familiares de perseguidos políticos, movimentos sociais e outros setores da sociedade civil, na luta por uma justiça transicional efetiva. Assim, é essencial desenvolver o estudo acerca da justiça de transição que contemple estes atores sociais, isto é, a partir do olhar do Direito Achado na Rua, manifestado por meio de uma teoria humanista e emancipatória do Direito, num âmbito de reformulação das categorias jurídicas a partir da análise e aprendizado com as experiências dos denominados novos movimentos sociais. Desta forma, a pesquisa tem por objetivo geral discutir as lutas da justiça de transição sob o olhar do Direito Achado na Rua, a partir do recorte das mobilizações relativas ao caso da Guerrilha do Araguaia, que envolveu a atuação de 22 famílias de desaparecidos políticos, no âmbito da jurisdição nacional e internacional. Assim, num primeiro momento, realizou-se o estudo das principais nuances, importâncias e obstáculos acerca da justiça de transição, abordando o modelo brasileiro. Após, foram examinados os principais aspectos teóricos e metodológicos do Direito Achado na Rua, bem como suas contribuições para a atualização do Direito construído não apenas pelo Estado, mas também a partir dos sujeitos historicamente marginalizados. Por fim, desenvolveu-se a análise acerca dos sujeitos protagonistas das lutas referentes ao caso da Guerrilha do Araguaia, bem como suas práticas, na enunciação dos direitos de transição construídos a partir da “rua”. Em termos metodológicos, a pesquisa se desenvolve com um caráter explicativo, com o procedimento de estudo de caso, a partir da pesquisa bibliográfica crítica e específica em torno principalmente das temáticas do Direito Achado na Rua, justiça de transição e do caso Guerrilha do Araguaia, além da análise de documentos, vídeos e do processo internacional no âmbito da Comissão e da Corte Interamericana. Esta análise é associada ao objetivo metodológico do Direito Achado na Rua, ou seja, com o estudo dos sujeitos, suas práticas de luta e os resultados das mobilizações, na criação de direitos. Ao final do trabalho, concluiu-se que é possível analisar as lutas pela justiça de transição, em torno do caso da Guerrilha do Araguaia, a partir da ótica do Direito Achado na Rua, uma vez que: identifica-se os atores envolvidos no caso da Guerrilha do Araguaia como sujeitos coletivos de direito; determina-se o espaço político das mobilizações protagonizados por tais atores; e se enquadram os resultados destas práticas na enunciação de direitos de transição, ainda que precários, como a verdade, memória e reparação civil.


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  • Em um contexto em que há disputas reais e simbólicas acerca dos significados e consequências da Ditadura Civil-Militar, faz-se necessário realizar um estudo sobre a justiça de transição, a qual representa um conjunto de mecanismos idealizados para combater as injustiças ocasionadas por um regime de exceção. No caso brasileiro, observa-se que esta categoria é atravessada por pontos de avanços e dificuldade, por meio dos quais percebe-se o protagonismo de sujeitos como familiares de perseguidos políticos, movimentos sociais, advogados de direitos humanos e outros setores da sociedade civil. Assim, é essencial desenvolver o estudo acerca da justiça de transição que contemple estes atores sociais, isto é, a partir do olhar do Direito Achado na Rua, manifestado por meio de uma teoria humanista e emancipatória do Direito, num âmbito de reformulação das categorias jurídicas a partir da análise e aprendizado com as experiências dos denominados novos movimentos sociais. Neste contexto, o caso da Guerrilha do Araguaia representa um importante paradigma para se discutir estas questões, uma vez envolveu a atuação de 22 famílias de desaparecidos políticos, bem como o Centro de Justiça e Direito Internacional, Human Rights Watch/Americas, o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, no âmbito da jurisdição nacional e internacional. Desta forma, a pesquisa tem por objetivo geral discutir as lutas da justiça de transição sob o olhar do Direito Achado na Rua, a partir do recorte acerca das mobilizações relativas ao caso da Guerrilha do Araguaia. Assim, num primeiro momento, realizou-se o estudo das principais nuances, importâncias e obstáculos acerca da justiça de transição, abordando como o Brasil a acolhe enquanto forma de desenvolvimento democrático. Após, foram examinados os principais aspectos teóricos e metodológicos do Direito Achado na Rua, bem como suas contribuições para a atualização do Direito construído não apenas do Estado, mas também a partir dos sujeitos historicamente marginalizados. Por fim, desenvolveu-se a análise acerca dos sujeitos protagonistas das lutas referentes ao caso da Guerrilha do Araguaia, bem como suas práticas, na enunciação dos direitos de transição construídos a partir da “rua”.

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  • ISAMARA DA SILVA MARINHO
  • DESIGUALDADE E LUTA POR DIREITOS QUILOMBOLA: OS LIMITES DAS CONQUISTAS CONSTITUCIONAIS

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MARCÍLIO LIMA FALCÃO
  • Data: 04/04/2022
    Ata de defesa assinada:

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  • A pesquisa aborda a luta quilombola sob a perspectiva histórica de continuidade, considerando que mesmo quando ausente a intenção de mudança radical na sociedade, consciente ou inconscientemente, os quilombos são polos de resistência à marginalização do negro e das camadas proletarizadas a eles ligadas (MOURA, 1981). O problema da pesquisa surge da percepção que, mesmo após anos de reconhecimento dos direitos dos povos quilombolas na Constituição Federal de 1988, essa parte da população brasileira permanece em um contexto de extrema desigualdade socioeconômica, experimentando avanços e retrocessos no acesso aos seus direitos. De forma geral, objetivou-se analisar os limites das conquistas constitucionais e a manutenção das desigualdades em relação aos povos quilombolas, incorporando-se a experiência da comunidade quilombola do Arrojado, Portalegre – RN, ao debate proposto. Especificamente, buscou-se: a) em um primeiro momento, estudar a experiência quilombola sob o viés marxista, considerando o quilombo enquanto experiência prática e contínua da luta empreendida por trabalhadores negros; b) na segunda sessão, compreender o cenário de políticas públicas para os quilombolas, seus limites, contradições e retrocessos; c) por fim, observar as condições de vida das pessoas do Arrojado e analisar os aspectos da luta por direitos nesse cenário, considerando a sua inserção no contexto geral dos quilombos brasileiros na atualidade. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de obras e trabalhos desenvolvidos no campo da pesquisa e a análise de documentos relacionados ao tema. Como resultado, tem-se que a as comunidades quilombolas no Brasil, de forma geral, ainda vivenciam o contexto de desigualdade socioeconômica e falta de acesso a direitos básicos, limitações insuperáveis pela via institucional, sendo a Comunidade do Arrojado um exemplo prático das dificuldades da luta coletiva por direitos nesse cenário de vulnerabilidades.


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  • O trabalho compreende a luta quilombola sob a perspectiva histórica de continuidade, considerando que mesmo quando ausente uma perspectiva de mudança radical na sociedade, consciente ou inconscientemente, os quilombos são polos de resistência à marginalização do negro e das camadas proletarizadas a ele ligada, sendo a luta por direitos parte de um processo enfrentamento com a ordem social que legitima a ideologia dominante opressora. Desse modo, o problema da pesquisa surge a partir do questionamento se a luta por direitos desempenha um papel mobilizador, ainda que limitado, nas comunidades quilombolas e no Arrojado – RN. De forma geral, objetivou-se compreender o processo de articulação política quilombola numa perspectiva materialista histórica de continuidade, analisando o processo de luta por direitos dos quilombolas no Brasil, suas limitações e estratégias, situando a comunidade quilombola do Arrojado-RN nesse contexto. Especificamente, buscou-se: a) em um primeiro momento, analisar a experiência quilombola sob o viés marxista, considerando o quilombo enquanto experiência prática da luta antirracista e de classes; b) na segunda parte, compreender o cenário de políticas públicas para os quilombolas, seus avanços e retrocessos; c) por fim, compreender: a forma de organização política do Arrojado-RN; o papel das mulheres na luta enquanto lideranças da associação comunitária; as reivindicações, desafios e estratégias de luta observadas. O trabalho foi construído a partir do diálogo com a comunidade na extensão universitária, através do projeto Direito e História: comunidades quilombolas. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de obras e trabalhos desenvolvidos no campo da pesquisa, bem como documentos disponíveis na página eletrônica do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Como resultados parciais, inicialmente, nota-se que a comunidade do Arrojado possui uma associação formada por moradores da comunidade, mas que ainda está em processo de consolidação e enfrenta dificuldades no processo de luta por direitos, o que será melhor compreendido no decorrer da pesquisa.

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  • GIORDANNO NEVES MARINHO
  • MST, OCUPAÇÃO DE TERRAS E DESOBEDIÊNCIA CIVIL: ANÁLISE DAS DECISÕES JUDICIAIS ACERCA DA POSSE DA TERRA NOS CONFLITOS AGRÁRIOS COLETIVOS EM MOSSORÓ

  • Orientador : ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • Data: 21/06/2022

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  • O trabalho propõe uma reflexão sobre como a desobediência civil pode se constituir
    em uma forma de efetivação da função social da propriedade. O questionamento central é se
    há por partes dos órgãos judiciais, alguma espécie de reconhecimento da função social da
    propriedade e da prática de desobediência civil como possibilidade de reivindicação dessa
    função. Nesse sentido o objetivo geral deste trabalho é averiguar como os atos de ocupação
    praticados pelo MST são interpretados pelo Poder Judiciário na esfera civil (Judiciário
    Estadual na Comarca de Mossoró). Num primeiro momento, partindo do marco teórico da
    desobediência civil e do estudo bibliográfico sobre o tema, pretendeu-se observar se as ações
    de ocupação de terras realizadas pelo MST podem ser consideradas atos de desobediência
    civil, averiguando a natureza jurídica deste tipo de ação política e questionando se a sua
    utilização tem fundamento no ordenamento constitucional brasileiro. Num segundo momento,
    foram analisadas 20 ações possessórias que envolveram o MST, as quais tramitaram na
    Comarca de Mossoró entre os anos de 2000 e 2020, no intuito de averiguar como o judiciário
    local decide nos processos que envolvem conflitos coletivos pela posse, especialmente no
    tocante à análise da função social da propriedade, que constitui o objeto principal do ato de
    reivindicação política, e da ocupação como instrumento de exercício de participação política
    por meio do uso da desobediência civil. Os resultados do estudo indicam que o ato de
    ocupação de propriedade se caracteriza como uma ação política coletiva, que exerce pressão
    para a consecução da desapropriação de imóveis que descumprem a função social da
    propriedade. O judiciário estatual, ao julgar as demandas possessórias, orienta-se por uma
    ótica privatista. Evidenciou-se que há por parte do Estado uma confusão entre domínio e
    posse da propriedade. O Ministério Público tem uma atuação reduzida em tais processos. Tal
    cenário revela aparente falta de conhecimento do Poder Judiciário Estadual das regras
    aplicáveis em litígios coletivos possessórios, como também não analisam a dimensão política
    das ocupações. A desobediência civil não é reconhecida pelo judiciário, embora fique claro
    que o foco dos movimentos sociais não seja o embate jurídico, mas trazer para o debate
    público a questão da desigualdade no campo da ocupação de terra no país.


  • Mostrar Abstract
  • O estudo dissertativo desenvolvido objetiva compreender como o Judiciário Estadual da Comarca de Mossoró/RN reage as ações de ocupações de propriedades realizadas pelo MST nos processos de reintegração de posse. Dessa forma em um primeiro momento, analisa se as ações de ocupação de terras realizadas pelo MST podem ser consideradas atos de desobediência civil, averiguando a natureza jurídica deste tipo de ação política e questionando se a sua utilização tem fundamentação no ordenamento constitucional brasileiro. E em um segundo momento do estudo busca compreender como o poder judiciário estadual da comarca de Mossoró interpreta as ações de ocupação de propriedades realizadas pelo MST nas ações de reintegração de posse, observando em especial, se é possível perceber nos argumentos dos atos decisórios se o caráter político de tal ação é sopesado no ato de decidir. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa com abordagem documental descritiva. Serão analisados vinte e um processos disponíveis digitalmente.

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  • FERNANDO AFONSO MARQUES DE MELO
  • A CONTRIBUIÇÃO DE JOÃO MANGABEIRA PARA A REFORMULAÇÃO DO ESTADO FEDERAL (1930-1934)

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUIS ROSENFIELD
  • GUSTAVO CESAR MACHADO CABRAL
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • Data: 21/06/2022

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  • Na história constitucional, a contribuição de juristas é um ponto relevante, na medida em que permite identificar certas perspectivas e como estas influenciaram o contexto, os conceitos e fórmulas jurídicas. João Mangabeira atuou em diversas etapas do processo de elaboração constitucional de 1933-1934, seja integrando a subcomissão do Itamaraty ou em debates indiretos no âmbito da Assembleia Nacional Constituinte. Dentre as inúmeras questões evidenciadas pelo jurista, destaca-se a forma como defendia a organização do Estado federal brasileiro, a partir de uma linha de pensamento sustentada pela articulação dos atores políticos e a consolidação de interesses nacionais. Assim, o trabalho contribui para ampliar as análises sobre os processos constituintes e os temas correlatos, a partir do trabalho dos juristas. Tal perspectiva garante não apenas uma problematização das questões ligadas ao direito constitucional, mas amplia e valoriza as contribuições de atores que participaram de momentos decisivos da história constitucional brasileira. Partindo de tais elementos, pode se questionar como as contribuições de João Mangabeira influenciaram o modelo de federalismo implantado com a Constituição de 1934? Para tanto, o trabalho se volta para a participação de João Mangabeira na subcomissão do Itamaraty, bem como para a defesa do anteprojeto por meio de escritos jornalísticos que, publicados paralelamente às votações na Assembleia Nacional Constituinte, defendiam o anteprojeto das críticas parlamentares. Durante os anos de 1930 e 1934, desenvolveu-se no Brasil um espaço de debate fértil quanto à reivindicação constitucional e ao modelo de Estado federal, sendo que foi nesse contexto que as posições de João Mangabeira enquanto comissário se tornaram conhecidas e difundidas perante os demais membros da subcomissão do Itamaraty e em relação aos parlamentares que analisaram o anteprojeto. Assim, objetivou-se trazer as contribuições de João Mangabeira em dois recortes específicos: no ambiente institucionalizado do anteprojeto e na defesa pública das teses oriundas da subcomissão perante a imprensa. Com tal análise, o trabalho permite conhecer a forma como o federalismo foi um tema de importante debate na década de 1930, constituindo um foco de preocupação para João Mangabeira. Para cumprir com os objetivos, a metodologia empregada no trabalho se utilizou de elementos da história constitucional, com a finalidade de permitir um estudo de fontes primárias e secundárias em diálogo com o texto jurídico, contexto sociopolítico e econômico e doutrina jurídica. Além da pesquisa de cunho bibliográfico, realizada por meio do estudo e análise da literatura existente, o trabalho se debruçou sobre documentos do período. Ao final, o estudo identificou as linhas de pensamento de João Mangabeira dentro da temática do federalismo e como estas foram defendidas. Ademais, analisou-se como suas teses para o Estado federal contribuíram para o modelo que surgiu com a Constituição de 1934. O trabalho identificou que as ideias de João Mangabeira no processo constituinte de 1933-1934 influenciaram inúmeras questões ligadas ao Estado federal, e como este deveria se reorganizar diante da experiência da Primeira República, permitindo uma nova articulação de forças entre o poder central e os estados baseada na cooperação.


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  • As discussões em torno do federalismo acompanham a história brasileira. Na atualidade, repercutem como centro de um debate em torno das funções estatais e do papel que entes federados devem exercer no contexto de crises. O que a história oferece para a compreensão desses diversos momentos é a existência de uma série de contingências que moldam as ações e discursos dos atores diretamente envolvidos. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar o processo de construção do federalismo na Constituição de 1934. A escolha pelo texto constitucional anteriormente referido se dá pela expressiva atuação de atores políticos em promoverem uma mudança no paradigma até então existente, qual seja, o modelo de federalismo instituído pela Constituição de 1891. Além disso, as ideias federativas desenvolvidas nos debates institucionais que antecedem a Constituição de 1934 permitem reconhecer um conjunto de disputas conceituais, voltadas para a uma maior centralização ou autonomia dos governos regionais. Assim, o processo de elaboração constitucional é problematizado, com o intuito de identificar que o texto consolidado traz consigo uma série de elementos e articulações, que buscaram adequar posicionamentos e tendências teóricas a projetos individuais de federalismo. O procedimento metodológico utilizado se volta para o método dedutivo, sendo a pesquisa também bibliográfica e documental. Ademais, são utilizados os conceitos de análise de conteúdo e a dimensão ilocucionária do discurso, com a finalidade de se entender a fala de determinados atores e o contexto relacionado a esta. Propõe-se assim, reconstruir os fragmentos do período e aqueles que o antecedem, como forma de perceber as contingências inerentes à reformulação do federalismo na Constituição de 1934.

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  • REGINA COELI SOARES OLIVEIRA VELOSO
  • EXTRAFISCALIDADE DO ICMS: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE COMO INSTRUMENTO DE TRIBUTAÇÃO INDUTORA MOSSORÓ 2022

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • Data: 22/06/2022

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar aspectos teóricos e práticos que envolvem a estrutura da tributação indutora no Rio Grande do Norte, em especial se o programa de incentivo à indústria denominado PROADI constitui um meio eficiente de tributação indutora, considerando os mecanismos legais na respectiva lei de criação, de forma a reduzir as desigualdades socioeconômicas no Rio Grande do Norte. Inicialmente será realizado um estudo sobre a teoria do desenvolvimento de Celso Furtado, contextualizando-a com a realidade socioeconômica do Nordeste. Também serão traçados aspectos conceituais da tributação indutora e de como ela pode ser usada na promoção do desenvolvimento. Em seguida, será feita uma análise do ICMS e de como a extrafiscalidade pode ser empregada no tocante a esse tributo. Por fim, é feito um exame do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio Grande do Norte (PROADI) a partir do momento da sua criação, considerando seus elementos teóricos e práticos com o intuito de avaliar a sua eficiência com o objetivo proposto. São ainda apresentadas algumas propostas de melhorias.


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  • A origem dos tributos remonta à Antiguidade, havendo relatos de que em tal período a tributação já era usados com finalidade diversa da arrecadar receita. Contudo, foi no Estado Moderno que se intensificou a percepção de que, por meio de estímulos fiscais, o poder público pode intervir na economia, conduzindo o mercado e a sociedade a adotarem determinados comportamentos econômicos, condição essa que representa a finalidade extrafiscal do tributo. Considerando a utilização do tributo com a finalidade de promoção do desenvolvimento econômico, o trabalho pretende averiguar os aspectos teóricos e práticos que envolvem a estrutura da tributação indutora no Rio Grande do Norte, em especial se o programa de incentivo a indústria denominado PROADI constitui um meio eficiente de tributação indutora, de forma a reduzir as desigualdades econômicas no Rio Grande do Norte.

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  • LUIZ GUILHERME SOARES CRUZ
  • AS COMPRAS PÚBLICAS E A FASE PREPARATÓRIA DO PROCESSO LICITATÓRIO DA LEI Nº 14.133/2021: UMA ABORDAGEM À LUZ DA TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO.

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VALTER MOURA DO CARMO
  • LIZZIANE SOUZA QUEIROZ FRANCO DE OLIVEIRA
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • Data: 24/06/2022

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  • Ao passo que as compras públicas se constituem um componente essencial para garantir o funcionamento e eficiência da máquina pública, o procedimento licitatório representa o esforço normativo de resguardar o interesse coletivo evitando condutas que colocam em risco o desperdício ou desvio de orçamentos públicos. Todavia, tem-se discutido sobre o caráter analítico, burocrático e moroso da licitação, cujos contornos procedimentais recaem em custos de transação que oneram os contratos e podem prejudicar, por consequência, o princípio da eficiência esperada para as contratações públicas. Nesse sentido, a publicação da nova lei de licitações, Lei nº 14.133/2021, desperta interesse em investigar se as alterações promovidas, especialmente na fase preparatória, promoverão um procedimento mais célere, eficiente e menos custoso para a administração pública, tomando por base a Teoria dos Custos de Transação. Com escopo argumentativo embasado em pesquisa bibliográfica englobando doutrina, legislação e literatura correlatas, viu-se que na Lei nº 8.666/1993 havia omissão em regular o procedimento de planejamento, enquanto que na Lei nº 14.133/2021 foi prescrito em acentuado formalismo, uma maior quantidade de passos de planejamento, que a depender da cultura institucional e do treinamento implementado nos órgãos públicos, poderá ocasionar disfunções burocráticas, prejudicando a eficiência nos certames. Concluiu-se, portanto, que ao exigir uma maior quantidade de passos formais na fase preparatória, a nova lei acaba potencializando o aumento nos custos de transação, o que exigirá o contraponto do formalismo moderado para interpretar tais passos de forma instrumental, de acordo com a necessidade e com a especificidade e complexidade dos objetos a serem licitados, otimizando assim os procedimentos.


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  • Uma questão que ganha notoriedade ao analisar a eficiência das licitações no Brasil é o alto custo de transação incorrido, devido, entre alguns fatores, ao elevado teor burocrático e formal delineado e exigido pela legislação, que produz um modelo procedimental no qual este custo transacional burocrático consome recursos superiores aos despendidos para a futura contratação. Essa evidência e a ansiedade pelo aperfeiçoamento e simplificação do processo licitatório que promova o alcance de melhores resultados, justifica a expectativa generalizada da sociedade civil quanto ao novo marco legal para as licitações, Lei nº 14.133/2021. Espelhada nessas premissas, essa pesquisa se interessa em especial pela fase preparatória (ou interna) do procedimento licitatório, que se passa exclusivamente dentro da Administração pública, objetivando examinar se referida fase, conforme previsto na Nova Lei de Licitações, é/será mais célere, ou mais custoso e burocrático, quando comparada com a lei anterior, tomando por base a Teoria dos Custos de Transação.

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  • BENNY GRENNE COSTA E SILVA
  • DAS INSTITUIÇÕES ÀS IDEIAS EM CIRCULAÇÃO: O UNIVERSO DOS CURSOS PREPARATÓRIOS PARA CONCURSOS PÚBLICOS.

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MÔNICA ANSELMO DE AMORIM
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 27/06/2022

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  • O fenômeno do concurso público tem causado grande impacto no Brasil de maneira geral, mas principalmente no campo da educação jurídica, sendo ele a principal forma de adentrar aos quadros da administração pública. Por ter essa importância, em virtude da sua institucionalização e obrigatoriedade, a partir de 1988, com o advento da Constituição Federal, o concurso público é o responsável pelo surgimento de uma série de serviços, instituições e agentes em sua órbita. Nesse contexto e com base na teoria do campos e do habitus de Pierre Bourdieu, por meio de pesquisa bibliográfica e de entrevistas com professores, proprietários e alunos de cursos preparatórios, esta dissertação, que trata sobre o ramo dos concursos, objetiva demonstrar se os cursos preparatórios para concursos públicos estão em um universo à parte do ensino jurídico, se fazem parte de um mundo autônomo deste ensino.


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  • O processo de construção da identidade policial ocorre antes mesmo do indivíduo ser aprovado no concurso público. A descrição de como se dá o processo de incorporação do habitus policial e a formação identitária de um ethos protetor da coletividade que é visto no concurseiro que estuda para área de segurança pública é a gama desse trabalho. No percurso para se tornar um integrante da polícia o sujeito passa por um processo de socialização no intuito de adquirir as disposições necessárias para assumir este novo papel. Como fundamento para esta observação, a dissertação partindo dos conceitos referentes ao habitus e a identidade buscará as respostas necessárias. O estudo está sendo realizado através da análise de três vertentes – o concurseiro da área de segurança pública sendo observado pelas redes sociais, via whatsapp, o concurseiro visto do prisma das aulas remotas e através de encontros cotidianos que o escritor têm com sujeitos que almejam adentrar aos quadros do serviço público pela área de segurança. A pesquisa foi definida como qualiquantitativa e para alcançar o objetivo proposto, foi utilizado o método etnográfico, por meio da observação participante, já que o escritor é docente de um curso preparatório para concursos públicos na cidade em que reside. O trabalho irá descrever como se comporta esse concurseiro em quatro grupos de whatsapp, através das aulas em que o escritor participante leciona nas turmas de concursos para carreira policial e pela descrição de encontros casuais com indivíduos que são estudantes e buscam uma vaga nos quadros policiais. Pelos dados coletados até o momento é possível chegar a uma conclusão preliminar que a formação identitária policial do concurseiro, inicia-se quando o sujeito começa a incorporar e encarnar o habitus policial, por meio do desenvolvimento de uma socialização que já se inicia quando ele (a) decide estudar para um concurso da carreira policial. O gesticular, o comportamento, a fala e o corpo são dispositivos para que esta compreensão seja manifestada. Este habitus será lapidado no decorrer da caminhada, no cotidiano desses sujeitos a partir de mutualidades que irão se formando e também, mais ainda, a partir da aprovação no concurso almejado.

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  • JEFERSON SANTOS TEIXEIRA DA SILVA
  • LEGISLE O POVO PARA SI: REGISTROS, RECORTES E REMINISCÊNCIAS DA IDEALIZAÇÃO, INSTRUMENTALIZAÇÃO E SUBVERSÃO DO DIREITO NUMA CIDADE LIVRE DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL IMPERIAL

  • Orientador : MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • SAMUEL RODRIGUES BARBOSA
  • Data: 27/06/2022

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  • No início de uma tarde de domingo do trigésimo dia do mês de setembro de 1883, no Palácio da Câmara Municipal da cidade de Mossoró, situada na então província do Rio Grande do Norte, uma associação da sociedade civil realizou uma pomposa cerimônia, na qual, diante de vários cidadãos e de diversas autoridades públicas, proclamou a abolição da escravidão naquela circunscrição; quatro anos, sete meses e treze dias antes da sanção da Lei Áurea. No entanto, a proclamação da abolição da escravidão na cidade de Mossoró não pode ser entendida como um acontecimento de mera relevância local. Na verdade, integra um complexo fenômeno social voltado ao destravamento das estruturas escravistas brasileiras, que se desenrolou por toda a extensão do Império. Enxergar o caso abolicionista mossoroense desperta inevitáveis questionamentos: quais os instrumentos utilizados no processo abolicionista mossoroense? Sob qual autoridade os abolicionistas proclamaram a abolição da escravidão nos limites do município? Quais os conflitos econômicos, sociais, políticos e jurídicos decorrentes desta pretensão? Como garantiram a efetividade da declaração abolicionista local até sua abolição formal em 1888? Neste trabalho, portanto, por meio do método historiográfico contextualista, aplicado em uma pesquisa documental e bibliográfica sobre fato histórico da abolição da escravidão em Mossoró, apresento como o movimento abolicionista brasileiro idealizou, instrumentalizou e subverteu o direito para constituir e manter territórios livres da escravidão, antes mesmo da Lei Áurea. Especificamente, (1) contextualizo a abolição da escravidão em Mossoró, por meio da exposição: (a) dos aspectos históricos, econômicos e sociais da cidade; (b) da composição da sua escravaria; (c) das relações senhoriais nela desenvolvidas; e (d) da sua inserção na mobilização abolicionista nacional. A partir destes elementos, (2) proponho uma nova historiografia da abolição em Mossoró, evidenciando: (a) a pluralidade de sujeitos envolvidos em todas as fases de seu desenvolvimento, identificando a participação negra como chave interpretativa de uma natureza sociojurídica do fenômeno abolicionista estudado; (b) os enfrentamentos sociais e institucionais dela decorrentes; e (c) as estratégias de idealização, instrumentalização e subversão do direito empregadas na constituição e manutenção de um território livre da escravidão. Por fim, (3) discorro sobre a coadjuvação do povo negro na luta abolicionista, sustentando uma compreensão plurisubjetiva do resultado histórico da abolição formal da escravidão. Concluo qualificando a abolição da escravidão mossoroense como um complexo processo plurisubjetivo que idealizou, instrumentalizou e subverteu o direito imperial vigente, com o propósito de forçar sua modificação na direção dos ideais de liberdade, dentro de uma mobilização abolicionista nacionalmente organizada e regionalmente articulada, por meio de uma missão clandestina para efetivar a liberdade como um postulado supralegal.


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  • No início de uma tarde de domingo do trigésimo dia do mês de setembro de 1883, no Palácio da Câmara Municipal da cidade de Mossoró, situada na então Província do Rio Grande do Norte, realizou-se uma pomposa sessão solene da Sociedade Libertadora Mossoroense na qual, na presença de diversas autoridades públicas e de cidadãos dos municípios vizinhos e da mesma urbe, foi proclamada, em caráter declaratório e proibitivo, a abolição da escravidão naquela circunscrição, antes da sanção da Lei Áurea. Sob a égide de um postulado de supralegalidade dos propósitos libertários, o movimento atuou por pouco mais de cinco anos para abolir a escravidão de pessoas negras na circunscrição de Mossoró e mantê-la livre até a extinção formal em 1888. Para isso, adotou, dentre outras estratégias, a instituição de uma milícia, constituída majoritariamente por ex-escravos, para assegurar a efetividade do ato declaratório abolicionista. Daí se extrai que a história da abolição mossoroense não se resume à mera reunião de recursos para aquisição de alforria, tampouco ao esforço persuasivo acerca dos ideais de liberdade. Não se limita a uma mera certidão negativa de registro de escravos em uma data-base, tampouco se desenvolveu a exclusivo mérito das elites locais. Antes compreende um complexo e estruturado processo multissubjetivo ocorrido à margem da estatalidade, mas com sua ciência e parcial aquiescência. Nesta obra, por meio do método historiográfico contextualista e sob o paradigma teórico do pluralismo jurídico, analiso o fato histórico da abolição da escravidão em Mossoró enquanto fenômeno sociojurídico, composto de complexos processos sociais, por meio dos quais diversos sujeitos históricos instrumentalizaram e subverteram o direito vigente no propósito de superar as próprias estruturas culturais e jurídicas que ainda legitimavam a servidão de pessoas negras.

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  • MAGNA RODRIGUES OLIVEIRA
  • O TRABALHO INFANTIL ARTÍSTICO NAS PLATAFORMAS DIGITAIS: Por uma proteção integral dos influenciadores mirins

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • RENATA CRISTINA DE OLIVEIRA TOMAZ
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 28/06/2022

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  • Com a difusão em massa das novas tecnologias da comunicação e informação, as relações de trabalho e produção sofreram uma significativa alteração em sua estrutura, à medida em que as performances do “eu” nas mídias digitais ganharam espaço como trabalho imaterial do capitalismo informacional. Com isso, as crianças e adolescentes passaram cada vez mais a ocupar espaços de visibilidade midiática na Internet, através da exposição da própria imagem, tornando-se, além de expectadores, produtores de conteúdo. Tal fato deu origem ao novo segmento de entretenimento infanto-juvenil: os influenciadores digitais mirins. Contudo, o que aparentemente pode iniciar apenas pela mera expressão do direito à manifestação artística, pode se tornar lucrativa, através de exploração econômica advinda da comunicação mercadológica, tornando-se palco para publicidade abusiva. Diante disso, este trabalho visa demonstrar a configuração da atividade dos influenciadores mirins como trabalho infantil artístico, discutindo os possíveis danos aos seus direitos fundamentais, como a preservação da imagem, privacidade, segurança e desenvolvimento saudável. Por consequência, será proposto como deve ser a sua regulamentação específica, tendo como base a doutrina da proteção integral, atribuindo-se aos pais, empresas, plataformas digitais e ao Estado a sua devida responsabilidade na adoção de medidas de proteção. No tocante ao procedimento metodológico, a pesquisa é interdisciplinar, com um estudo de caso da atividade realizada pelos influenciadores mirins nas plataformas YouTube e Instagram, a partir
    da análise e coleta de dados acerca da publicidade, tempo de produção e natureza do conteúdo. Além disso, a pesquisa se valerá da técnica documental e bibliográfica para investigar e fundamentar os desdobramentos do objeto de pesquisa, analisando
    a legislação e documentos nacionais e internacionais, matérias jornalísticas, pesquisas estatísticas e entendimentos jurisprudenciais. Por fim, percebe-se que a ausência do reconhecimento legal de que os influenciadores mirins realizam trabalho
    artístico chancela medidas abusivas por parte daqueles que se apropriam economicamente da exposição da imagem dos infantes. Contudo, o caminho para a regulamentação e efetivo enquadramento da atividade como trabalho não é simples,
    encontrando entraves na fluidez e dinamicidade da internet, na facilidade de acesso e produção de conteúdo online, na dificuldade de identificar o conteúdo mercadológico, bem como na dominância das plataformas digitais quanto ao seu sistema de
    algoritmos, os quais regem as relações sociais e produtivas desse novo modelo de entretenimento e negócio.


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  • Com a difusão em massa das novas tecnologias da comunicação e informação, as relações de trabalho e produção sofreram uma significativa alteração em sua estrutura, à medida em que as performances do “eu” nas mídias digitais ganharam espaço como trabalho imaterial do capitalismo informacional. Com isso, as crianças e adolescentes passaram cada vez mais a ocupar espaços de visibilidade midiática na Internet, através da exposição da própria imagem, tornando-se, além de expectadores, produtores de conteúdo. Tal fato deu origem ao novo segmento de entretenimento infanto-juvenil: os influenciadores digitais mirins, os quais produzem padrões comportamentais e de consumo aos seus pares. Contudo, o que aparentemente pode iniciar apenas pela mera expressão do direito à manifestação artística, a atividade do influenciador mirim pode se tornar lucrativa, através de exploração econômica advinda da comunicação mercadológica. Diante disso, este trabalho visa investigar a configuração da atividade como trabalho infantil artístico, discutindo os possíveis danos do seu exercício aos direitos fundamentais das crianças e adolescentes que a protagonizam e, por consequência, analisar a necessidade de sua regulamentação específica, em conformidade com a doutrina da proteção integral. No tocante a metodologia, a pesquisa se classifica como interdisciplinar, tendo em vista a necessidade de dialogar com a comunicação social, psicologia e sociologia, para compreender a ocupação dos influenciadores mirins nesses espaços de superexposição digital, bem como dos impactos da atividade ao seu desenvolvimento integral. Nesta senda, escolheu-se realizar uma análise etnográfica aplicada ao campo virtual, através da observação-participante do conteúdo digital escolhido, além da realização de entrevistas com os pais/responsáveis e com agências de marketing de influência infanto-juvenil. Com a coleta dos dados empíricos, a análise destes será realizada com base nos parâmetros jurídicos sobre o trabalho infantil artístico e a participação infanto-juvenil na Internet, através da técnica bibliográfica e documental, onde será analisada a jurisprudência e a legislação nacional e internacional, a fim de avaliar como deve ser tutelada a atividade dos influenciadores mirins, de modo que a proteção integral seja garantida.

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  • JULIUS VICTORIUS DIOGENES PAIVA
  • A REPRESENTAÇÃO PROFISSIONAL DOS TRABALHADORES NA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE DE 1933 1934 E A LUTA PELA CONSTITUCIONALIZAÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • GUSTAVO SILVEIRA SIQUEIRA
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • THIAGO CAVALIERE MOURELLE
  • Data: 28/06/2022

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  • A Constituição de 1934 se diferenciou da sua antecessora de 1891, dentre outras coisas, por trazer consigo disposições de caráter social, aí inclusos alguns preceitos sobre a legislação trabalhista. Todavia, o seu ineditismo não repousa apenas em sua redação final, mas também em seu processo de confecção, que contou com a participação de deputados representantes de associações profissionais (empregados, empregadores, profissionais liberais e servidores públicos). Essa participação deu-se em um contexto no qual o Governo Provisório liderado por Getúlio Vargas (1930 – 1934), instituído após a Revolução de 1930, intentava promover uma mudança de paradigmas em relação ao liberalismo político praticado durante a Primeira República (1891 – 1930). Um dos motivos alegados para essa mudança era a necessidade de que as forças produtivas da nação, em um esforço coordenado, integrassem as instâncias decisórias do Estado como forma de colaborar no enfrentamento dos desafios políticos, sociais e econômicos que o Brasil atravessava. Nesse sentido, o Governo Provisório empreendeu, a partir de 1931, uma política de incorporação das categorias profissionais sob estrita intervenção estatal, de tal modo que, considerando que esses grupos elegeriam representantes para a futura Assembleia Nacional Constituinte (1933 – 1934), havia a perspectiva de que tais representantes ali atuariam apenas de forma a satisfazer os interesses do Governo. Dessa forma, o presente trabalho tratou de analisar como se deu a atuação dos deputados que compunham a bancada dos empregados na Constituinte com relação à constitucionalização de direitos trabalhistas. O resultado da pesquisa demonstrou que, ao contrário do que se supunha, esses deputados pautaram a sua atuação a fim de resguardar os interesses dos trabalhadores, ainda que tal comportamento destoasse da posição oficial do Governo Provisório. Para a consecução deste objetivo principal fez-se uma contextualização histórica da representação profissional e de sua recepção no Brasil, evidenciando seus aspectos políticos e doutrinários. Em seguida, tratou-se de abordar o percurso institucional da representação profissional no Brasil, desde o Código Eleitoral de 1932 até os decretos que regulamentaram o processo de escolha dos deputados da bancada dos trabalhadores. Por último, analisou-se como esses deputados atuaram na Assembleia Nacional Constituinte na luta pela constitucionalização de direitos trabalhistas, selecionando-se quatro institutos (salário-mínimo; jornada de trabalho de 8 horas; férias; e greve) cujo reconhecimento formal há muito eram reivindicados pelos movimentos operários em atividade no país. Em todas essas etapas, a pesquisa realizada foi essencialmente bibliográfica e documental, ora utilizando-se documentos oficiais como leis, decretos, atas e os anais da Constituinte, e não oficiais, como alguns periódicos com grande circulação na época. Além disso, como forma de auxiliar no tratamento dessas fontes primárias, recorreu-se também à literatura de referência já produzida sobre o assunto.


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  • Introduzida na Constituição Federal de 1934, como forma de albergar as categorias econômicas nas instâncias decisórias do Estado, a representação profissional no Parlamento foi uma das principais inovações apresentadas nesse texto constitucional. Todavia, o texto, por si só, não tem o condão de esclarecer as circunstâncias que permearam a introdução desse instituto na nova ordem jurídica, tampouco a intenção com que foi concebido e a correlação de forças existente entre os principais atores políticos que se mobilizaram em torno deste assunto, elementos que, sem dúvida, também fazem parte da história constitucional do período. Assim, o presente trabalho tem como propósito analisar, em um primeiro momento, a implementação da representação profissional no Brasil, destacando seus fundamentos teóricos e o seu percurso institucional conduzido pelo Governo Provisório de Getúlio Vargas, no início dos anos 1930. Em seguida, considerando que o Código Eleitoral de 1932 previu a representação profissional já para a Assembleia Nacional Constituinte – ANC de 1933-1934, a ideia é avaliar a atuação da bancada dos empregados no que diz respeito à regulamentação do mundo do trabalho durante as atividades da Assembleia. Para tanto, a presente pesquisa realizará um trabalho bibliográfico e documental, ora em análise direta sobre as fontes primárias (documentos oficiais e não-oficiais), ora recorrendo às fontes secundárias, a partir de outros pesquisadores que já se debruçaram sobre o tema. Com isso, espera-se que seja possível traçar um panorama do período investigado, a fim de analisar a atuação da bancada dos empregados na ANC, tendo em perspectiva o contexto externo que condicionou a essa atuação no ambiente parlamentar.

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  • LUIS EDUARDO VIANA FERNANDES
  • O DEBATE SOBRE O PAPEL CONSTITUCIONAL DAS FORÇAS ARMADAS NA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE (1987-1988)

  • Orientador : RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • CRISTIANO OTÁVIO PAIXÃO ARAÚJO PINTO
  • Data: 29/06/2022

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  • A presente pesquisa tem como objetivo estudar a definição da destinação constitucional das Forças Armadas na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), o que tanto abrange as discussões sobre intervenção militar na política, a tese de poder moderador das Forças Armadas, bem como a possibilidade de emprego da força militar nas hipóteses de crise de ordem pública e ataques às instituições democráticas. O trabalho também se preocupa com a definição sobre o arranjo institucional entre a figura política do presidente e os ministros militares subordinados, a possibilidade de criação do Ministério da Defesa comandado por um civil, bem como a permanência ou extinção do Conselho de Segurança Nacional. A pesquisa está inserida no campo da história constitucional, sobretudo numa perspectiva doutrinal, focada nos desdobramentos do processo constituinte e como estiveram inseridos não somente os interesses militares naquele contexto, mas ponderando as repercussões das demandas sociais naquele momento, o que requer uma análise empírica forte não somente ao que ocorria dentro dos espaços de deliberação, mas também os movimentos nas ruas, dentro dos quartéis e as manifestações dos ministros militares no período, debruçando-se tanto sobre fontes documentais e jornalísticas da época, bem como valendo-se de fontes de história oral em que foram colhidos os depoimentos dos generais com papel relevante na Nova República. É possível concluir que o texto promulgado na Constituição de 1988 estabeleceu uma destinação constitucional para as Forças Armadas que difere da tradição constitucional brasileira, prevendo mais claramente a subordinação dos militares aos poderes constitucionais. Entretanto, ao explorar os debates nas diferentes subcomissões, observa-se que o problema da intervenção militar na política era algo difuso nos diversos espaços de deliberação. Além disso, o processo constituinte foi eminentemente vigiado no que diz respeito aos temas de interesse militar, havendo forte acompanhamento pelo Centro de Informações do Exército e Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. A partir das diversas fontes disponíveis, sobretudo as de história oral em conjunto com as matérias jornalísticas, é possível problematizar a noção de coesão total das forças singulares quanto aos interesses deduzidos no processo constituinte, uma vez que, em determinados casos, como foi a possibilidade de criação do Ministério da Defesa, a posição em comum poderia ter justificativas diversas entre as forças singulares. Enfim, o estudo do processo constituinte permite extrair uma nova abordagem sobre a relação estabelecida entre militares e constituição, que se afasta de uma perspectiva de que os quartéis tiveram sucesso em garantir uma função de poder moderador na nova Constituição, mas empreenderam diversos esforços para ter algum papel a ser desempenhado na segurança interna, especialmente, em hipóteses de crises de ordem pública de grande envergadura. Por um lado, a constatação anterior afasta as leituras de legitimidade para intervenção militar constitucional, mas por outro, repercute em problemas que lhes são próprios, principalmente a vulgarização do emprego militar para garantia da lei e da ordem, o que já se observava durante o processo constituinte, no contexto de greves durante a Nova República.


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  • O estudo pretende explorar como se deram os debates em torno do intervencionismo militar na política durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988, cujo principal objetivo está na apresentação do percurso de construção do artigo 142 da Constituição Brasileira de 1988. O primeiro momento procura apresentar as discussões doutrinárias e políticas durante as audiências públicas da Subcomissão de Defesa do Estado, da Sociedade e de sua Segurança, compreendendo o papel constitucional das Forças Armadas, intervencionismo militar, subordinação do poder militar ao civil, além de eventuais mecanismos de controle social sobre as Três Armas. A segunda parte cuida da inserção da questão do militarismo dentro dos diálogos sobre sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo), cujo desenvolvimento se deu nas Subcomissões do Poder Executivo e Legislativo, oportunidade em que é problematizada a relação entre poder moderador e Forças Armadas. Enfim, o terceiro momento é voltado à observância do percurso das votações sobre a destinação constitucional das Forças Armadas nos diversos espaços de deliberação ao longo da constituinte, destacando como a mudança de estratégia pelo grupo progressista diante do fracasso inicial nas votações por pouco não implicou na inserção no texto constitucional da proposta da Comissão Afonso Arinos sobre Forças Armadas.

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  • PÂMELA HARIHANA MAIA FERNANDES
  • ANÁLISE DO INSTITUTO DA MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL NO ÂMBITO DA ATIVIDADE NOTARIAL E REGISTRAL: ESTUDO SOBRE A EFETIVIDADE DO PROVIMENTO Nº 67/2018 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

  • Orientador : MARCUS PINTO AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INESSA DA MOTA LINHARES VASCONCELOS
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 29/06/2022

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  • O estudo dissertativo desenvolvido tem por objetivo pesquisar o instituto da mediação extrajudicial no âmbito dos Cartórios Extrajudiciais, o qual foi devidamente institucionalizado pelo Provimento nº 67/2018 do Conselho Nacional de Justiça. A questão central orbita na análise da efetividade desse provimento, em especial verificando se essa regulamentação infralegal é capaz de alçar os cartórios à condição de nova “porta” de acesso a uma justiça célere e desburocratizada. De início, o trabalho busca discutir a fundamentação e a construção teórica acerca da temática do acesso à justiça, investigando-a sob a perspectiva de acesso à ordem jurídica justa. Em seguida analisa-se a fundamentação doutrinária sobre o Sistema Múltiplas Portas, responsável por identificar outros instrumentos e meios aptos a tratar o conflito, apontando novas “portas” de acesso à justiça, e não somente por meio do Judiciário, uma vez que este se mostra, de certa forma, ineficiente. Em seguida, analisa-se a força normativa da Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, a qual elevou o instituto da mediação à condição de instrumento eficaz para pacificação social, tratamento e prevenção de litígios. Por meio de pesquisa bibliográfica, análise de documentos normativos e, especialmente, de pesquisa empírica nas serventias extrajudiciais de alguns estados do Nordeste, foram coletados dados com o objetivo de verificar a concretude do Provimento nº 67/2018 do Conselho Nacional de Justiça, os quais orientaram a reflexão do presente trabalho, em especial no apontamento das dificuldades e propostas para a efetividade. Por fim, constatou-se que a institucionalização da mediação nos Cartórios Extrajudiciais é positiva, enquanto vista como uma nova porta de acesso à justiça, sobretudo porque viabiliza e disponibiliza opções de tratamento do conflito, além dos já conhecidos instrumentos jurisdicionais, notadamente porque usa da ampla disponibilidade do serviço notarial e registral para alcançar e atingir o maior número de pessoas, evitando-se, dessa forma, a judicialização dos conflitos sociais. Contudo, no que diz respeito à efetividade do Provimento nº 67/2018 do Conselho Nacional de Justiça, foi observado que, ainda que represente importante avanço teórico no que se refere à oferta de novas “portas” para efetivação do acesso à justiça e desjudicialização dos conflitos sociais, faz-se necessário que novas alterações ao texto infralegal sejam realizadas para que os tabeliães e registradores disponibilizem e realizem, de maneira plena, as mediações extrajudiciais em seus respectivos cartórios extrajudiciais.


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  • A atual crise do Poder Judiciário está centrada, primordialmente, na não eficiência do Estado-Juiz em solucionar os inúmeros conflitos sociais, o que inevitavelmente tem estimulado o (re) surgimento de métodos alternativos de tratamento de conflitos. Nesta perspectiva, o Conselho Nacional de Justiça se viu instigado a consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução de conflitos (Resolução CNJ n. 125, de 29 de novembro de 2010), uma vez que erigiu a conciliação e a mediação como instrumentos efetivos de pacificação social, tratamento e prevenção de litígios. O estudo dissertativo desenvolvido objetiva analisar se os cartórios extrajudiciais podem ser considerados “porta” de acesso à justiça, aptos a desjudicializar e tratar adequadamente os conflitos sociais, sobretudo após edição do Provimento nº 67/2018 do Conselho Nacional de Justiça. Para alcançar o objeto proposto será utilizado como método de exploração a pesquisa bibliográfica, investigando-se a literatura e legislação vigente no país que versa sobre o tema. Para corroborar a discussão teórica, a pesquisa desenvolver-se-á através da análise empírica, a qual será realizada na sede das serventias extrajudiciais da Comarca de Mossoró, Feira de Santana e Brasília, a fim de observar, se é possível afirmar a concretude do acesso à justiça através dos serviços prestados pelos cartórios extrajudiciais.

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  • MYRLLA ARIELLE FERNANDES SAMPAIO DE MELO
  • O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL NO BRASIL: UM PANORAMA SOBRE OS EFEITOS GERADOS PELA ADPF Nº 347 NO PERÍODO DE 2015 A 2020

  • Orientador : MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GLAUCO SALOMÃO LEITE
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • ULISSES LEVY SILVERIO DOS REIS
  • Data: 30/06/2022

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  • O Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) através da Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 347. A ação trata da deplorável situação do sistema penitenciário brasileiro demonstrando a necessidade de transformações estruturais da atuação do Poder Público para modificar tal situação. Com a declaração do mencionado instituto, a Corte se afirma legitimada a interferir na formulação e implementação de políticas públicas, em alocações de recursos orçamentários e a coordenação as medidas concretas necessárias para a superação do estado de inconstitucionalidade. No julgamento da medida cautelar foram deferidos dois pedidos, entretanto a ação possui outros fatores a serem analisados no tocante até mesmo à funcionalidade do Estado de Coisas Inconstitucional no sistema jurídico brasileiro, proporcionando uma visão mais ampliada dessa técnica de decisão no país. A intenção da presente pesquisa é verificar o possível progresso da execução das medidas cautelares deferidas desde o julgamento até o ano de 2020, como também verificar os possíveis efeitos instrumentais e simbólicos gerados desde a declaração do ECI, buscando avaliar se após esse período da decisão da medida cautelar da ADPF nº 347, com base nos referidos, se há justificativa para a introdução da mencionada técnica de decisão no sistema jurídico brasileiro. O trabalho utilizou a abordagem: a) da pesquisa bibliográfica, fazendo o apanhado doutrinário acerca do Estado de Coisas Inconstitucional, litigâncias estruturais, fundamentação dos efeitos instrumentais e simbólicos da decisão judicial; e b) do estudo de caso, a partir da análise da decisão da ADPF nº 347 e suas implicações práticas para realizar uma análise qualitativa acerca do tema estudado. Conclui-se que há argumentos contundentes para a continuidade do ECI no sistema normativo brasileiro, desde que haja mudanças significativas por parte do Supremo Tribunal Federal.


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  • O Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) através da Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 347. A ação trata da deplorável situação do sistema penitenciário brasileiro demonstrando a necessidade de transformações estruturais da atuação do Poder Público para modificar tal situação. Com a declaração do mencionado instituto, a Corte se afirma legitimada a interferir na formulação e implementação de políticas públicas, em alocações de recursos orçamentários e a coordenação as medidas concretas necessárias para a superação do estado de inconstitucionalidade. No ano de 2020, se passou cinco anos do julgamento da medida cautelar e a presente pesquisa visa analisar se após esse período da decisão da medida cautelar da ADPF nº 347, com base nos efeitos instrumentais e simbólicos gerados, se há justificativa para a introdução do referido instituto no sistema jurídico brasileiro.

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  • SÉRGIO RAFAEL NASCIMENTO E BOUÇAS
  • O DIREITO À ACESSIBILIDADE NA CONSTITUINTE DE 1987-1988: A PEDRA ANGULAR DA PROMOÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

  • Orientador : RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO AUGUSTO DE ANDRADE BARBOSA
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 30/06/2022

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  • Os idos da década de 1980 proporcionaram às pessoas com deficiência novos contornos sociais. Além das já existentes associações que prestavam serviços às pessoas com deficiência, consolidam-se os movimentos de pessoa com deficiência e, com eles, novas perspectivas de direito. Mais de trinta ano depois, a acessibilidade é clamada a solucionar inúmeros problemas relacionados às pessoas com deficiência, sendo inclusive reivindicação constante nas formações de agenda de políticas públicas e reconhecida como direito nas leis nº 10.098/2000, 10.741/2003 e 13.146/2015, Decreto nº 5.296/2004, NBR nº 9.050/2004, dentre outras. Todavia, basta um simples transitar pelas ruas e calçadas para verificar sua falta, seja arquitetônica, seja atitudinal. Resgatar o debate constituinte torna-se, portando, imperioso, por trazer fortalecimento às reivindicações das pessoas com deficiência. Em razão das disparidades percebidas, pretende-se realizar uma análise dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 a fim de responder à seguinte pergunta: de que modo ocorreu a tematização da acessibilidade na Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988? Para tanto, buscar-se-á uma abordagem do contexto pré-constituinte, com foco nas demandas por direito constitucionais das/para as pessoas com deficiência; em seguida, abordar-se-á como se deu a organização da ANC e, por fim, de que forma ocorreu a discussão sobre acessibilidade na ANC. A pesquisa em desenvolvimento é documental e bibliográfica.


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  • Os idos da década de 1980 proporcionaram às pessoas com deficiência novos contornos sociais. Além das já existentes associações que prestavam serviços às pessoas com deficiência, se consolidam os movimentos de pessoa com deficiência e com eles, novas perspectivas de direito. Mais de trinta ano depois, a acessibilidade é clamada a solucionar inúmeros problemas relacionados às pessoas com deficiência, sendo inclusive reivindicação constante nas formações de agenda de políticas públicas e reconhecida como direito nas leis nº 10.098/2000, 10.741/2003 e 13.146/2015, Decreto nº 5.296/2004, NBR nº 9.050/2004, dentre outras. Todavia, basta um simples transitar pelas ruas e calçadas para verificar sua falta, seja arquitetônica, seja atitudinal. Resgatar o debate constituinte torna-se, portando, imperioso, por trazer fortalecimento às reivindicações das pessoas com deficiência. Em razão das disparidades percebidas, pretende-se realizar uma análise dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 a fim de responder à seguinte pergunta: de que modo ocorreu a tematização da acessibilidade na Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988? Para tanto, buscar-se-á uma abordagem do contexto pre-constituinte, com foco nas demandas por direito constitucionais das/para as pessoas com deficiência; em seguida, abordar-se-á como se deu a organização da ANC e, por fim, de que forma ocorreu a discussão sobre acessibilidade na ANC. A pesquisa em desenvolvimento é documental e bibliográfica.

2021
Dissertações
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  • VLÁDIA MARQUES MONTEIRO
  • PROPRIEDADE, CIDADE E PROTEÇÃO JURÍDICO-URBANÍSTICA DO PATRIMÔNIO CULTURAL: ESTUDO DE CASO SOBRE O TOMBAMENTO DO EDIFÍCIO SÃO PEDRO NA CIDADE DE FORTALEZA

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 10/02/2021

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  • O presente trabalho tem por escopo analisar o caso da tutela jurídico-urbanística do Edifício São Pedro, que se trata de uma edificação situada na cidade de Fortaleza-CE e considerada patrimônio cultural local. O prédio está atualmente em estado de abandono, sofre com descompromissos a deveres de conservação, possui um projeto de requalificação cuja adequação jurídica pretende-se investigar, além de representar uma edificação com importância para a memória coletiva da cidade. Para o cumprimento desse intento, o primeiro capítulo aborda uma das categorias jurídicas mais marcantes para o presente caso que é o direito de propriedade, mais precisamente o direito de propriedade a ser exercido em um meio urbano e suas respectivas obrigações para com a sociabilidade. Perquire ainda qual a intelegibilidade oriunda do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para casos análogos, especialmente com relação ao dever de conservar imóveis de relevância cultural. O segundo capítulo, por sua vez, traz uma abordagem interdisciplinar sobre o direito à cidade, o processo de fixação e criação dos núcleos urbanos no Brasil, seu diálogo com processos de globalização além da investigação que se debruça sobre a tutela da vida urbana, desde o panorama nacional, estadual e municipal adentrando inclusive, a inutilização de instrumentos que visem arrefecer a especulação imobiliária na cidade de Fortaleza, como foi o caso do IPTU progressivo no tempo. Para os dois capítulos iniciais foi utilizado o método qualitativo e técnica de revisão bibliográfica. Por fim, no terceiro e último capítulo, analisou-se as especificidades do caso propriamente dito. Aplicouse técnicas de pesquisas como entrevistas realizadas com vozes sociais, acadêmicas e institucionais sobre o tombamento do Edifício, questionários estruturados aplicados a uma amostragem de fortalezenses transeuntes do entorno do prédio e análise documental dos processos administrativos e judicial relativos ao caso. O terceiro capítulo busca responder às perguntas sobre relevância para a comunidade da existência de um bem cultural, se houve inoperância do Poder Público no transcurso administrativo de declaração de importância cultural, quais os valores que se agridem no caso do Edifício São Pedro e se há supedâneo na legislação urbanística para a requalificação requerida pelos proprietários.


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  • O presente trabalho tem por escopo analisar o caso da tutela jurídico-urbanística do Edifício São Pedro, que se trata de uma edificação situada na cidade de Fortaleza-CE e considerada patrimônio cultural local. O prédio está atualmente em estado de abandono, sofre com descompromissos a deveres de conservação, possui um projeto de requalificação cuja adequação jurídica pretende-se investigar, além de representar uma edificação com importância para a memória coletiva da cidade. Para o cumprimento desse intento, o primeiro capítulo aborda uma das categorias jurídicas mais marcantes para o presente caso que é o direito de propriedade, mais precisamente o direito de propriedade a ser exercido em um meio urbano e suas respectivas obrigações para com a sociabilidade. Perquire ainda qual a intelegibilidade oriunda do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para casos análogos, especialmente com relação ao dever de conservar imóveis de relevância cultural. O segundo capítulo, por sua vez, traz uma abordagem interdisciplinar sobre o direito à cidade, o processo de fixação e criação dos núcleos urbanos no Brasil, seu diálogo com processos de globalização além da investigação que se debruça sobre a tutela da vida urbana, desde o panorama nacional, estadual e municipal adentrando inclusive, a inutilização de instrumentos que visem arrefecer a especulação imobiliária na cidade de Fortaleza, como foi o caso do IPTU progressivo no tempo. Para os dois capítulos iniciais foi utilizado o método qualitativo e técnica de revisão bibliográfica. Por fim, no terceiro e último capítulo, analisou-se as especificidades do caso propriamente dito. Aplicouse técnicas de pesquisas como entrevistas realizadas com vozes sociais, acadêmicas e institucionais sobre o tombamento do Edifício, questionários estruturados aplicados a uma amostragem de fortalezenses transeuntes do entorno do prédio e análise documental dos processos administrativos e judicial relativos ao caso. O terceiro capítulo busca responder às perguntas sobre relevância para a comunidade da existência de um bem cultural, se houve inoperância do Poder Público no transcurso administrativo de declaração de importância cultural, quais os valores que se agridem no caso do Edifício São Pedro e se há supedâneo na legislação urbanística para a requalificação requerida pelos proprietários.

2
  • EDUARDA SHIRLEY FERNANDES DE OLIVEIRA VALE
  • O CONTROLE DAS COMISSÕES ADMINISTRATIVAS SOBRE O CRITÉRIO DA AUTODECLARAÇÃO DOS PRETOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COTAS RACIAIS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR NO NORDESTE

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 22/02/2021

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  • As políticas afirmativas de cotas raciais previstas na Lei nº 12.711/2012 contribuíram para inserção dos sujeitos que se declaram pretos no ensino superior público. O critério para defini-los enquanto pretos é a autodeclaração. Em virtude de fraudes ao autorreconhecimento, as universidades públicas têm, observadas as fronteiras legais e constitucionais, constituído Comissões Administrativas de Heteroidentificação. Dessa forma, esta dissertação teve como objetivo investigar as possibilidades e limites do controle administrativo sobre o critério de autodeclaração dos pretos na política de cotas raciais de acesso ao ensino superior no Nordeste. Nesse sentido, desenvolveu-se pesquisa qualitativa, descritiva e explicativa, com a utilização do método dedutivo. Como instrumentos metodológicos, a dissertação, dividida em quatro capítulos, se utilizou da pesquisa de natureza documental e bibliográfica. Nos três primeiros estabeleceram-se as premissas teóricas a partir de revisão interdisciplinar de literatura tendo como ponto de partida os conceitos de raça e identidade étnico-racial no Brasil, sua aplicação demográfica, e a aplicação do princípio jurídico da isonomia na Constituição Federal de 1988, na legislação federal sobre ações afirmativas no ensino superior enquanto política pública e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Além disso, analisou-se as normas de instituição, funcionamento e competências das Comissões de Heteroidentificação das universidades públicas nordestinas estaduais e federais, de acordo com o levantamento documental realizado no ano de 2020. Ao fim, concluiu-se que autodeclaração e heteroidentificação são procedimentos complementares que asseguram a efetividade das cotas étnico-raciais nas universidades. As Comissões Administrativas de Heteroidentificação devem observar em sua atuação os limites constitucionais (direito ao autorreconhecimento, contraditório, ampla defesa e igualdade) e as concepções socioculturais de raça, promovendo, em simultâneo, o impedimento da usurpação de vagas das cotas e uma política universitária antirracista.


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  • As políticas afirmativas de cotas raciais previstas na Lei nº 12.711/2012 contribuíram para inserção dos sujeitos que se declaram pretos no ensino superior público. O critério para defini-los enquanto pretos é a autodeclaração. Em virtude de fraudes ao autorreconhecimento, as universidades públicas têm, observadas as fronteiras legais e constitucionais, constituído Comissões Administrativas de Heteroidentificação. Dessa forma, esta dissertação teve como objetivo investigar as possibilidades e limites do controle administrativo sobre o critério de autodeclaração dos pretos na política de cotas raciais de acesso ao ensino superior no Nordeste. Nesse sentido, desenvolveu-se pesquisa qualitativa, descritiva e explicativa, com a utilização do método dedutivo. Como instrumentos metodológicos, a dissertação, dividida em quatro capítulos, se utilizou da pesquisa de natureza documental e bibliográfica. Nos três primeiros estabeleceram-se as premissas teóricas a partir de revisão interdisciplinar de literatura tendo como ponto de partida os conceitos de raça e identidade étnico-racial no Brasil, sua aplicação demográfica, e a aplicação do princípio jurídico da isonomia na Constituição Federal de 1988, na legislação federal sobre ações afirmativas no ensino superior enquanto política pública e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Além disso, analisou-se as normas de instituição, funcionamento e competências das Comissões de Heteroidentificação das universidades públicas nordestinas estaduais e federais, de acordo com o levantamento documental realizado no ano de 2020. Ao fim, concluiu-se que autodeclaração e heteroidentificação são procedimentos complementares que asseguram a efetividade das cotas étnico-raciais nas universidades. As Comissões Administrativas de Heteroidentificação devem observar em sua atuação os limites constitucionais (direito ao autorreconhecimento, contraditório, ampla defesa e igualdade) e as concepções socioculturais de raça, promovendo, em simultâneo, o impedimento da usurpação de vagas das cotas e uma política universitária antirracista.

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  • GUSTAVO HENRIQUE DE SÁ HONORATO
  • A CONSTRUÇÃO INSTITUCIONAL DO DIREITO “OFICIAL”: FLUXOS E CONTRAFLUXOS NA TV JUSTIÇA POTIGUAR

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAVID BARBOSA DE OLIVEIRA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 15/03/2021

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  • O Direito instrucional, dogmático, é visto como um dado posto da realidade cultural, sendo que aos magistrados incumbiria a mera aplicação das normas constantes dos dispositivos legais, sem haver muito espaço para as pessoalidades e intervenções dos elementos particularizados dos julgadores. Contudo, filiado à corrente dos retóricos, este trabalho enxerga o Direito, sob a perspectiva da construção decisória, na qual as pessoas dos julgadores influenciam na forma como os pronunciamentos jurisdicionais. Destarte, num ambiente de uma massificação social, as decisões judiciais são, igualmente, massificadas, tomadas em fluxo. Entretanto, justamente a autenticidade e inventividade dos agentes inseridos no campo jurídico podem ser determinantes para a quebra desse padrão de funcionamento dos órgãos encarregados da tomada das decisões, estabelecendo os chamados contrafluxos. Esta pesquisa visa compreender esse processo de tomada de decisão, identificando as estratégias retóricas utilizadas pelos agentes no sentido de estabelecer esses contrafluxos. Para tal, foi aplicada a etnografia do discurso jurídico e a análise multimodal das sessões do TJ/RN, televisionadas pela TV Justiça Potiguar. A descrição das cenas compreendidas como fluxo e as que demonstram a quebra desses padrões, contrafluxo, contribuíram para o alcance dos resultados que apontam serem a intervenção dos agentes humanos o elemento fundamental na construção do Direito.


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  • O Direito instrucional, dogmático, é visto como um dado posto da realidade cultural, sendo que aos magistrados incumbiria a mera aplicação das normas constantes dos dispositivos legais, sem haver muito espaço para as pessoalidades e intervenções dos elementos particularizados dos julgadores. Contudo, filiado à corrente dos retóricos, este trabalho enxerga o Direito, sob a perspectiva da construção decisória, na qual as pessoas dos julgadores influenciam na forma como os pronunciamentos jurisdicionais. Destarte, num ambiente de uma massificação social, as decisões judiciais são, igualmente, massificadas, tomadas em fluxo. Entretanto, justamente a autenticidade e inventividade dos agentes inseridos no campo jurídico podem ser determinantes para a quebra desse padrão de funcionamento dos órgãos encarregados da tomada das decisões, estabelecendo os chamados contrafluxos. Esta pesquisa visa compreender esse processo de tomada de decisão, identificando as estratégias retóricas utilizadas pelos agentes no sentido de estabelecer esses contrafluxos. Para tal, foi aplicada a etnografia do discurso jurídico e a análise multimodal das sessões do TJ/RN, televisionadas pela TV Justiça Potiguar. A descrição das cenas compreendidas como fluxo e as que demonstram a quebra desses padrões, contrafluxo, contribuíram para o alcance dos resultados que apontam serem a intervenção dos agentes humanos o elemento fundamental na construção do Direito.

4
  • THOMAS BLACKSTONE DE MEDEIROS
  • JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CONFLITOS EXEMPLARES NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • LAURO GURGEL DE BRITO
  • Data: 30/03/2021

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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o fenômeno da judicialização da saúde no Município de Mossoró/RN, especialmente a partir do exame dos processos judiciais que envolvem o fornecimento de prestações materiais em saúde aos usuários locais do Sistema Único de Saúde. De início, o trabalho buscou discutir a fundamentação e a construção teórica do direito à saúde, bem como os principais argumentos doutrinários e jurisprudenciais, favoráveis e desfavoráveis, em relação à efetivação do direito à saúde pela via judicial. Em seguida, foram levantados dados, na Justiça Federal, dos processos judiciais pleiteando a concessão de insumos, medicamentos e procedimentos cirúrgicos de interesse à saúde, que têm como réu o Município de Mossoró/RN, sendo discutidos os impactos e consequências dessa prática. Por fim, constatou-se a necessidade de definição de critérios e parâmetros nas decisões judiciais envolvendo o direito à saúde, bem como o fortalecimento das políticas públicas envolvendo a efetivação desse direito, a partir da atuação integrada dos entes e da própria sociedade civil, de modo a evitar que o Poder Judiciário seja utilizado como principal via para acesso aos serviços de saúde, o que acaba por gerar diversos conflitos e iniquidades no próprio sistema.


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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o fenômeno da judicialização da saúde no Município de Mossoró/RN, especialmente a partir do exame dos processos judiciais que envolvem o fornecimento de prestações materiais em saúde aos usuários locais do Sistema Único de Saúde. De início, o trabalho buscou discutir a fundamentação e a construção teórica do direito à saúde, bem como os principais argumentos doutrinários e jurisprudenciais, favoráveis e desfavoráveis, em relação à efetivação do direito à saúde pela via judicial. Em seguida, foram levantados dados, na Justiça Federal, dos processos judiciais pleiteando a concessão de insumos, medicamentos e procedimentos cirúrgicos de interesse à saúde, que têm como réu o Município de Mossoró/RN, sendo discutidos os impactos e consequências dessa prática. Por fim, constatou-se a necessidade de definição de critérios e parâmetros nas decisões judiciais envolvendo o direito à saúde, bem como o fortalecimento das políticas públicas envolvendo a efetivação desse direito, a partir da atuação integrada dos entes e da própria sociedade civil, de modo a evitar que o Poder Judiciário seja utilizado como principal via para acesso aos serviços de saúde, o que acaba por gerar diversos conflitos e iniquidades no próprio sistema.

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  • DANILLO LIMA DA SILVA
  • TRABALHADORES, EMPREGADORES E ESTADO: REVISITANDO OS CONFLITOS DE GREVE NA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA ENTRE 1935 E 1937

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO SILVEIRA SIQUEIRA
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • Data: 08/09/2021

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  • O instituto da greve é fruto de um processo histórico, não linear, resultado dos embates que permeiam a relação entre Direito e Política, disputas de classes e o papel do Estado. Como fenômeno jurídico e social, constrói-se de forma complexa e diferida, sendo, sem dúvidas, elemento-chave para a compreensão das experiências constitucionais brasileiras. Durante o governo Vargas, foi especialmente pautada a regulação dos direitos trabalhistas, dos sindicatos e das questões sociais. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar, de um ponto de vista histórico, como a greve foi reformulada dentro da prática de institucionalidade anterior à criminalização que se concretizou em 1937. Isso é feito a partir das narrativas construídas nos julgados do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), no período entre 1935 – especialmente da Lei de Segurança Nacional nº 38, de 04 de abril de 1935, passando pela Intentona Comunista – e 1937, quando fora outorgada a Constituição Federal. Metodologicamente, o estudo teve como objeto fontes primárias, selecionadas a partir do mapeamento de processos no fundo de arquivo do CNT, tendo como critérios de inclusão a temática greve e o recorte temporal, em que foi possível identificar um total de onze processos. A análise concentrou-se sobre os discursos dos atores envolvidos e as decisões produzidas pelo CNT, comparando-as com o contexto, a legislação e a doutrina e bibliografia sobre a época. Foi possível concluir que o período é notadamente marcado por tensões políticas e sociais, de intensa produção legislativa com a regulação do mundo do trabalho e que os movimentos grevistas receberam, por parte do Poder Executivo, tratamento policialesco. Já CNT assumiu uma postura eminentemente formalista, limitando-se, muitas vezes, aos aspectos formais do processo. No entanto, após a Intentona Comunista, passou-se a considerar o movimento grevista como um crime de natureza política e que gerava desordem social, devendo ser enfrentado sob a ótica da então Lei de Segurança Nacional. A greve é, portanto, uma chave de leitura da história constitucional brasileira, especialmente porque permite, em certa medida, compreender como os governos, os textos jurídicos e as instituições dialogavam com as expectativas do povo e de como se inseriam socialmente.


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  • O instituto da greve é fruto de um processo histórico, não linear, resultado dos embates que permeiam a relação entre Direito e Política, disputas de classes e o papel do Estado. Como fenômeno jurídico e social, constrói-se de forma complexa e diferida, sendo, sem dúvidas, elemento-chave para a compreensão das experiências constitucionais brasileiras. Durante o governo Vargas, foi especialmente pautada a regulação dos direitos trabalhistas, dos sindicatos e das questões sociais. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar, de um ponto de vista histórico, como a greve foi reformulada dentro da prática de institucionalidade anterior à criminalização que se concretizou em 1937. Isso é feito a partir das narrativas construídas nos julgados do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), no período entre 1935 – especialmente da Lei de Segurança Nacional nº 38, de 04 de abril de 1935, passando pela Intentona Comunista – e 1937, quando fora outorgada a Constituição Federal. Metodologicamente, o estudo teve como objeto fontes primárias, selecionadas a partir do mapeamento de processos no fundo de arquivo do CNT, tendo como critérios de inclusão a temática greve e o recorte temporal, em que foi possível identificar um total de onze processos. A análise concentrou-se sobre os discursos dos atores envolvidos e as decisões produzidas pelo CNT, comparando-as com o contexto, a legislação e a doutrina e bibliografia sobre a época. Foi possível concluir que o período é notadamente marcado por tensões políticas e sociais, de intensa produção legislativa com a regulação do mundo do trabalho e que os movimentos grevistas receberam, por parte do Poder Executivo, tratamento policialesco. Já CNT assumiu uma postura eminentemente formalista, limitando-se, muitas vezes, aos aspectos formais do processo. No entanto, após a Intentona Comunista, passou-se a considerar o movimento grevista como um crime de natureza política e que gerava desordem social, devendo ser enfrentado sob a ótica da então Lei de Segurança Nacional. A greve é, portanto, uma chave de leitura da história constitucional brasileira, especialmente porque permite, em certa medida, compreender como os governos, os textos jurídicos e as instituições dialogavam com as expectativas do povo e de como se inseriam socialmente.

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  • GERMANNA GABRIELLA AMORIM FERREIRA
  • UMA LUTA DE GIGANTES? JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO NO TRATAMENTO INSTITUCIONAL DA UNIÃO HOMOAFETIVA

  • Orientador : MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MÔNICA ANSELMO DE AMORIM
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 16/09/2021

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  • O fenômeno do ativismo judicial se alicerça no fato de que o Judiciário deve garantir a efetivação dos direitos fundamentais, todavia, perpassa pela probemática que considera a ultrapassagem dos limites de atuação dos Poderes, conforme assente pelo ordenamento jurídico. A discussão gira em torno do locus adequado para discernir a matéria, tendo de um lado o Poder Legislativo, espaço democrático legitimado para discutir e criar o direito, e de outro, o Poder Judiciário, incumbido na missão de garantir direitos fundamentais. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva verificar a existência de tensão insterinstitucional entre os Poderes, tomando como objeto de análise o caso da união homoafetiva reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, e as respostas institucionais que se articulam no Congresso Nacional. Nesse aspecto, desenvolve-se pesquisa qualitativa, quantitativa e descritiva, adotando-se a metodologia dedutiva, por meio da análise bibliográfica e documental, através da jurisprudência, legislação e propostas de lei que foram apresentadas no Congresso Nacional. A temática é desenvolvida em duas partes. A primeira é destinada ao estudo teórico do ativismo judicial, na qual se aborda também sobre a tutela jurídica da união estável, tendo como ponto culminante a decisão da ADI 4.277 e ADPF 132. Na segunda parte são apresentados e analisados quantitativamente e qualitativamente os dados levantados pela pesquisa, para em seguida apresentar a sistematização e análise das propostas. Ao fim, concluiu-se que não se pode afirmar que há tensão significativa entre os Poderes, restando claro que a temática da união homoafetiva é marcada pela expressão ideológica, cultural e religiosa, bem como por nítidas posições político-partidárias por parte dos representantes do povo no Congresso Nacional. Esse cenário certamente resulta numa polarização de posições que não converge para um desfecho final, prevalecendo por enquanto, a palavra do STF.


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  • O fenômeno do ativismo judicial se alicerça no fato de que o Judiciário deve garantir a efetivação dos direitos fundamentais, todavia, perpassa pela probemática que considera a ultrapassagem dos limites de atuação dos Poderes, conforme assente pelo ordenamento jurídico. A discussão gira em torno do locus adequado para discernir a matéria, tendo de um lado o Poder Legislativo, espaço democrático legitimado para discutir e criar o direito, e de outro, o Poder Judiciário, incumbido na missão de garantir direitos fundamentais. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva verificar a existência de tensão insterinstitucional entre os Poderes, tomando como objeto de análise o caso da união homoafetiva reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, e as respostas institucionais que se articulam no Congresso Nacional. Nesse aspecto, desenvolve-se pesquisa qualitativa, quantitativa e descritiva, adotando-se a metodologia dedutiva, por meio da análise bibliográfica e documental, através da jurisprudência, legislação e propostas de lei que foram apresentadas no Congresso Nacional. A temática é desenvolvida em duas partes. A primeira é destinada ao estudo teórico do ativismo judicial, na qual se aborda também sobre a tutela jurídica da união estável, tendo como ponto culminante a decisão da ADI 4.277 e ADPF 132. Na segunda parte são apresentados e analisados quantitativamente e qualitativamente os dados levantados pela pesquisa, para em seguida apresentar a sistematização e análise das propostas. Ao fim, concluiu-se que não se pode afirmar que há tensão significativa entre os Poderes, restando claro que a temática da união homoafetiva é marcada pela expressão ideológica, cultural e religiosa, bem como por nítidas posições político-partidárias por parte dos representantes do povo no Congresso Nacional. Esse cenário certamente resulta numa polarização de posições que não converge para um desfecho final, prevalecendo por enquanto, a palavra do STF.

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  • IANARA MARESSA MACEDO DA ROCHA
  • DIREITO À EDUCAÇÃO, GASTO PÚBLICO E DESENVOLVIMENTO: um exame do cenário brasileiro a partir da teoria do desenvolvimento de Amartya Sen

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO CESAR MACHADO CABRAL
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • PABLO GEORGES CICERO FRAGA LEURQUIN
  • Data: 17/09/2021

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  • A educação é um direito historicamente relacionado com o desenvolvimento de um país, se caracterizando como uma liberdade instrumental (oportunidade social), na abordagem das capacitações de Amartya Sen. No Brasil, a educação possui previsão desde a Constituição de 1824, só atingindo a universalidade na Constituição de 1988. Esse avanço demonstra uma mudança de postura estatal, que precisou alinhar suas políticas públicas para atender o anseio constitucional. Com isso, tem-se como objetivo geral a discussão da necessidade de um projeto social de desenvolvimento com base nas capacidades senianas voltadas à educação, verificando a relação entre educação e desenvolvimento a partir do recorte normativo da Constituição de 1988 e os efeitos dos investimentos públicos em educação. Como objetivos específicos, destacam-se: verificar a relação entre gasto público e desenvolvimento no Brasil; analisar como se pode promover desenvolvimento em situações de escassez de recursos públicos, partindo da abordagem de Amartya Sen e da análise da relação entre desenvolvimento e política pública educacional; desenvolver uma pesquisa com recorte temporal dos dados disponíveis e da legislação brasileira a partir de 1988 para verificar a relação entre a norma jurídica de imposição do gasto público educacional e quais os efeitos provocados na população. Se justifica a pesquisa na busca pela relação entre educação, desenvolvimento e gasto público, sendo esse último critério o ponto de partida para verificar sua influência nos demais fatores. Em termos metodológicos, foram adotados o método de pesquisa dedutivo, com abordagem quali-quantitativa, já que pretende o levantamento dos dados orçamentários pós-1988 e 2004 até 2018. Possui natureza básica e como objetivo ela é explicativa e bibliográfica, já que parte de dados orçamentários, relatórios e estudos para compreender e vislumbrar uma possível relação de causa e efeito entre gasto público com educação e desenvolvimento. Está dividida em 3 capítulos nucleares, sendo que o primeiro discute os aspectos conceituais, qualificadores, jurídicos, políticos e econômicos do gasto público, com vistas a identificar um marco jurídico do gasto público no Brasil; o segundo debate o desenvolvimento em situações de crise fiscal, discute a teoria das capacitações de Amartya Sen, relacionando desenvolvimento e política pública educacional; e o terceiro capítulo analisou os dados coletados, bem como o recorte jurídico-temporal escolhido e suas justificativas, além de discutir os efeitos da execução orçamentária para a sociedade brasileira, dentro da perspectiva do desenvolvimento. Em termos de considerações finais, revela-se uma conclusão positiva de aumento de investimentos em educação dentro do recorte, bem como um aumento positivo dos números educacionais, como taxa de frequência escolar e conclusão, porém, ainda há intersseccionalidades regional e étnico-racial que precisam ser observadas e terem investimentos direcionados para quebrar os ciclos de pobreza, consequentemente reduzir a desigualdade e estimular o desenvolvimento pleno.


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  • A educação é um direito historicamente relacionado com o desenvolvimento de um país, se caracterizando como uma liberdade instrumental (oportunidade social), na abordagem das capacitações de Amartya Sen. No Brasil, a educação possui previsão desde a Constituição de 1824, só atingindo a universalidade na Constituição de 1988. Esse avanço demonstra uma mudança de postura estatal, que precisou alinhar suas políticas públicas para atender o anseio constitucional. Com isso, tem-se como objetivo geral a discussão da necessidade de um projeto social de desenvolvimento com base nas capacidades senianas voltadas à educação, verificando a relação entre educação e desenvolvimento a partir do recorte normativo da Constituição de 1988 e os efeitos dos investimentos públicos em educação. Como objetivos específicos, destacam-se: verificar a relação entre gasto público e desenvolvimento no Brasil; analisar como se pode promover desenvolvimento em situações de escassez de recursos públicos, partindo da abordagem de Amartya Sen e da análise da relação entre desenvolvimento e política pública educacional; desenvolver uma pesquisa com recorte temporal dos dados disponíveis e da legislação brasileira a partir de 1988 para verificar a relação entre a norma jurídica de imposição do gasto público educacional e quais os efeitos provocados na população. Se justifica a pesquisa na busca pela relação entre educação, desenvolvimento e gasto público, sendo esse último critério o ponto de partida para verificar sua influência nos demais fatores. Em termos metodológicos, foram adotados o método de pesquisa dedutivo, com abordagem quali-quantitativa, já que pretende o levantamento dos dados orçamentários pós-1988 e 2004 até 2018. Possui natureza básica e como objetivo ela é explicativa e bibliográfica, já que parte de dados orçamentários, relatórios e estudos para compreender e vislumbrar uma possível relação de causa e efeito entre gasto público com educação e desenvolvimento. Está dividida em 3 capítulos nucleares, sendo que o primeiro discute os aspectos conceituais, qualificadores, jurídicos, políticos e econômicos do gasto público, com vistas a identificar um marco jurídico do gasto público no Brasil; o segundo debate o desenvolvimento em situações de crise fiscal, discute a teoria das capacitações de Amartya Sen, relacionando desenvolvimento e política pública educacional; e o terceiro capítulo analisou os dados coletados, bem como o recorte jurídico-temporal escolhido e suas justificativas, além de discutir os efeitos da execução orçamentária para a sociedade brasileira, dentro da perspectiva do desenvolvimento. Em termos de considerações finais, revela-se uma conclusão positiva de aumento de investimentos em educação dentro do recorte, bem como um aumento positivo dos números educacionais, como taxa de frequência escolar e conclusão, porém, ainda há intersseccionalidades regional e étnico-racial que precisam ser observadas e terem investimentos direcionados para quebrar os ciclos de pobreza, consequentemente reduzir a desigualdade e estimular o desenvolvimento pleno.

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  • ADRIANA DIAS MOREIRA PIRES
  • PROTEÇÃO JURÍDICO-AMBIENTAL VERSUS DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE PELO SETOR SALINEIRO NA COSTA OESTE POTIGUAR: UMA ABORDAGEM MARXISTA

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MARIA BEATRIZ OLIVEIRA DA SILVA
  • Data: 23/09/2021

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  • A presente dissertação tem por objetivo contribuir com a reflexão crítica acerca do conflito existente entre o desenvolvimento econômico da atividade salineira e a proteção ambiental das Áreas de Preservação Permanente – APP situadas no estuário Apodi-Mossoró, a partir de um referencial teórico marxista e marxiano. Para tanto, utiliza-se as categorias marxianas do trabalho, valor e mercadoria a fim de possibilitar a compreensão das contradições envoltas no conflito instaurado no contexto de produção de sal norte-rio-grandense. A pesquisa foi desenvolvida a partir do método materialista histórico-dialético, construído pela teoria social marxiana, posto que para atingir o objetivo proposto se impôs a utilização de um método de interpretação dinâmico e totalizante da realidade, de modo que o conflito instaurado pudesse ser visto como parte do desenvolvimento histórico. O aprofundamento da abordagem crítica promovida pelo pensamento de Marx e Engels permite situar o direito enquanto forma jurídica vinculada à forma mercadoria, destacando-se seus limites estruturais para a efetivação da preservação do meio ambiente. A crítica que se desenvolve a partir daí admite uma demonstração de como a degradação ambiental, advinda da crise do capitalismo, se legitima a partir de representações jurídicas inseridas no campo da política através do Estado, sendo a decretação de interesse social da atividade salineira no Oeste Potiguar exemplar neste sentido. A crise ecológica como crise advinda do capitalismo não pode ser compreendida fora das relações de produção e de propriedade que o fundam e, dessa forma, compreende-se que a ideia de sustentabilidade não é conciliável com a economia de mercado capitalista, na qual tanto o ser humano quanto a natureza estão submetidos à condição de mercadorias. Embora a problemática ambiental não possa ser eliminada através do direito, não nos é dado abolir ou não usar o direito. Por isso, se apresenta a judicialização como tática possível para preservação das APP do estuário Apodi-Mossoró. Porém, não há como se falar em desenvolvimento sustentável sem que haja a transformação das relações de produção e a superação do capitalismo.


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  • A presente dissertação tem por objetivo contribuir com a reflexão crítica acerca do conflito existente entre o desenvolvimento econômico da atividade salineira e a proteção ambiental das Áreas de Preservação Permanente – APP situadas no estuário Apodi-Mossoró, a partir de um referencial teórico marxista e marxiano. Para tanto, utiliza-se as categorias marxianas do trabalho, valor e mercadoria a fim de possibilitar a compreensão das contradições envoltas no conflito instaurado no contexto de produção de sal norte-rio-grandense. A pesquisa foi desenvolvida a partir do método materialista histórico-dialético, construído pela teoria social marxiana, posto que para atingir o objetivo proposto se impôs a utilização de um método de interpretação dinâmico e totalizante da realidade, de modo que o conflito instaurado pudesse ser visto como parte do desenvolvimento histórico. O aprofundamento da abordagem crítica promovida pelo pensamento de Marx e Engels permite situar o direito enquanto forma jurídica vinculada à forma mercadoria, destacando-se seus limites estruturais para a efetivação da preservação do meio ambiente. A crítica que se desenvolve a partir daí admite uma demonstração de como a degradação ambiental, advinda da crise do capitalismo, se legitima a partir de representações jurídicas inseridas no campo da política através do Estado, sendo a decretação de interesse social da atividade salineira no Oeste Potiguar exemplar neste sentido. A crise ecológica como crise advinda do capitalismo não pode ser compreendida fora das relações de produção e de propriedade que o fundam e, dessa forma, compreende-se que a ideia de sustentabilidade não é conciliável com a economia de mercado capitalista, na qual tanto o ser humano quanto a natureza estão submetidos à condição de mercadorias. Embora a problemática ambiental não possa ser eliminada através do direito, não nos é dado abolir ou não usar o direito. Por isso, se apresenta a judicialização como tática possível para preservação das APP do estuário Apodi-Mossoró. Porém, não há como se falar em desenvolvimento sustentável sem que haja a transformação das relações de produção e a superação do capitalismo.

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  • VICTOR DOS SANTOS MAIA MATOS
  • RECALL POLÍTICO: A REVOGAÇÃO DE MANDATO COMO POSSÍVEL INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL, NA DEMOCRACIA BRASILEIRA PÓS-1988

  • Orientador : MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LAURO GURGEL DE BRITO
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • Data: 27/09/2021

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  • O recall político, enquanto mecanismo que analisa a confiança entre os mandatários e o eleitorado, será abordado como possível instrumento de controle social, a ratificar ou revogar os mandatos eletivos. Objetiva-se: a) conceituar o instituto, a partir da abordagem acerca de sua origem e previsões nos Estados Unidos, Venezuela, Equador e Bolívia, além das experiências brasileiras nas Constituições Estaduais da Primeira República; b) verificar a discussão na Assembleia Nacional Constituinte quanto à proposição de inclusão do recall político e ainda das Propostas de Emendas Constituintes que trataram da temática; c) propor uma análise crítica acerca da coexistência do recall político com o atual sistema eleitoral brasileiro e dos moldes de conquista da cidadania, por meio do controle social. O presente trabalho realizar-se-á por meio de pesquisa documental e bibliográfica, concentrada em obras jurídicas, artigos científicos, textos normativos, dados contidos em sítios eletrônicos governamentais e em meios de comunicação, com a utilização do método hipotético-dedutivo. Conclui-se que o recall político, no Brasil, detém de potencial capacidade de controle social, exigindo-se mecanismos legais que reduzam os riscos de sua malversação, sem distanciar a possibilidade de seu manejo, que pode ser estendido a quaisquer cargos eletivos, inclusive, do Poder Legislativo, resguardada a representatividade das minorias.


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  • O recall político, enquanto mecanismo que analisa a confiança entre os mandatários e o eleitorado, será abordado como possível instrumento de controle social, a ratificar ou revogar os mandatos eletivos. Objetiva-se: a) conceituar o instituto, a partir da abordagem acerca de sua origem e previsões nos Estados Unidos, Venezuela, Equador e Bolívia, além das experiências brasileiras nas Constituições Estaduais da Primeira República; b) verificar a discussão na Assembleia Nacional Constituinte quanto à proposição de inclusão do recall político e ainda das Propostas de Emendas Constituintes que trataram da temática; c) propor uma análise crítica acerca da coexistência do recall político com o atual sistema eleitoral brasileiro e dos moldes de conquista da cidadania, por meio do controle social. O presente trabalho realizar-se-á por meio de pesquisa documental e bibliográfica, concentrada em obras jurídicas, artigos científicos, textos normativos, dados contidos em sítios eletrônicos governamentais e em meios de comunicação, com a utilização do método hipotético-dedutivo. Conclui-se que o recall político, no Brasil, detém de potencial capacidade de controle social, exigindo-se mecanismos legais que reduzam os riscos de sua malversação, sem distanciar a possibilidade de seu manejo, que pode ser estendido a quaisquer cargos eletivos, inclusive, do Poder Legislativo, resguardada a representatividade das minorias.

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  • MAITÊ FERREIRA NOBRE
  • OS ARTÍFICES DA REPÚBLICA: CONTRIBUIÇÃO PARA UMA PROSOPOGRAFIA DAS INTERVENÇÕES MILITARES NO BRASIL (1922-1930)

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • FRANCISCO LINHARES FONTELES NETO
  • Data: 29/09/2021

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  • A presente pesquisa é uma prosopografia de catorze militares que possuíram
    uma trajetória destacada de engajamento político, marcada também por conspirações,
    rebeliões armadas, golpes de estado, ocupação de cargos públicos e repressão às
    dissidências. Compõem o grupo pesquisado Albuquerque Lima, Castelo Branco,
    Cordeiro de Farias, Costa e Silva, Eduardo Gomes, Emílio Médici, Ernesto e Orlando
    Geisel, Idálio Sardenberg, Juarez Távora, Juracy Magalhães, Odylio Denys, Peri
    Bevilacqua e Siseno Sarmento. Por sua vez, os futuros generais de 1964 forjaram seu
    futuro a partir de uma longa trajetória de intervenções militares desde sua juventude.
    Mediante a atuação decisiva em eventos cruciais para o desenrolar da história
    constitucional e política brasileira nas décadas de 1920 e 1930, estes militares passaram
    a criar em torno de si uma aura de influência e posteriormente viriam a ocupar
    importantes cargos de poder no Estado. Este trabalho pretende reconstruir a trajetória
    compartilhada dos catorze militares pesquisados analisando sua atuação no decurso do
    período entre 1922 e 1930 – que corresponde à fase de decadência da Primeira
    República. Neste período, tanto os futuros interventores foram forjados em suas
    trajetórias de participação política, quanto a teoria militarista, que viria a legitimar a
    intervenção das Forças Armadas como mecanismo legítimo de resoluções dos conflitos
    políticos, ganhou elaboração teórica e aplicação prática. Através de uma análise coletiva
    das vivências destes catorzes militares pesquisados - como um fio condutor que percorre
    a pesquisa - é possível revisitar e permear a grande crise constitucional da Primeira
    República, bem como mensurar a influência dos militares pesquisados no
    aprofundamento dessa crise. Com este estudo, pretendemos contribuir para construir
    uma prosopografia das intervenções militares no Brasil mediante o estudo coletivo dos
    interventores durante sua juventude. Além disso, de maneira correlata, pretendemos
    contribuir também para uma prosopografia da própria ideologia intervencionista no seio
    do Exército Brasileiro dentro do movimento tenentista, que viria a apresentar uma longa
    influência em todo o desenvolvimento posterior da nação brasileira, bem como em sua
    vida constitucional e política.


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  • A presente pesquisa é uma prosopografia de catorze militares que possuíram
    uma trajetória destacada de engajamento político, marcada também por conspirações,
    rebeliões armadas, golpes de estado, ocupação de cargos públicos e repressão às
    dissidências. Compõem o grupo pesquisado Albuquerque Lima, Castelo Branco,
    Cordeiro de Farias, Costa e Silva, Eduardo Gomes, Emílio Médici, Ernesto e Orlando
    Geisel, Idálio Sardenberg, Juarez Távora, Juracy Magalhães, Odylio Denys, Peri
    Bevilacqua e Siseno Sarmento. Por sua vez, os futuros generais de 1964 forjaram seu
    futuro a partir de uma longa trajetória de intervenções militares desde sua juventude.
    Mediante a atuação decisiva em eventos cruciais para o desenrolar da história
    constitucional e política brasileira nas décadas de 1920 e 1930, estes militares passaram
    a criar em torno de si uma aura de influência e posteriormente viriam a ocupar
    importantes cargos de poder no Estado. Este trabalho pretende reconstruir a trajetória
    compartilhada dos catorze militares pesquisados analisando sua atuação no decurso do
    período entre 1922 e 1930 – que corresponde à fase de decadência da Primeira
    República. Neste período, tanto os futuros interventores foram forjados em suas
    trajetórias de participação política, quanto a teoria militarista, que viria a legitimar a
    intervenção das Forças Armadas como mecanismo legítimo de resoluções dos conflitos
    políticos, ganhou elaboração teórica e aplicação prática. Através de uma análise coletiva
    das vivências destes catorzes militares pesquisados - como um fio condutor que percorre
    a pesquisa - é possível revisitar e permear a grande crise constitucional da Primeira
    República, bem como mensurar a influência dos militares pesquisados no
    aprofundamento dessa crise. Com este estudo, pretendemos contribuir para construir
    uma prosopografia das intervenções militares no Brasil mediante o estudo coletivo dos
    interventores durante sua juventude. Além disso, de maneira correlata, pretendemos
    contribuir também para uma prosopografia da própria ideologia intervencionista no seio
    do Exército Brasileiro dentro do movimento tenentista, que viria a apresentar uma longa
    influência em todo o desenvolvimento posterior da nação brasileira, bem como em sua
    vida constitucional e política.

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  • THARINY TEIXEIRA LIRA
  • Mulheres bolivianas na política: limites e possibilidades da Constituição Plurinacional

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • ILANA LEMOS DE PAIVA
  • Data: 30/09/2021

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  • A presenta pesquisa tem como objetivo analisar, sob uma perspectiva feminista marxista, os limites e possibilidades das transformações constitucionais bolivianas no tema da participação das mulheres na política institucional. Para tanto, discorremos sobre as múltiplas vertentes feministas e qual será nossa ênfase teórica para fazer a análise pretendida. Nos debruçamos sobre os processos de lutas que levaram à conquista da paridade entre homens e mulheres nos espaços estatais bolivianos, especialmente no parlamento. Apresentamos um panorama da pluralidade de organizações femininas na Bolívia, destacando a atuação das camponesas-indígenas Bartolinas Sisa, organização determinante para a elevação da equidade de gênero como um dos valores fundantes do Estado Plurinacional Apresentamos as inovações constitucionais do Estado Plurinacional de Bolivia sobre o tema da equidade de gênero, direito das mulheres e a igualdade entre homens e mulheres na institucionalidade, analisando e interpretando estes dispositivos hermeneuticamente e historicamente. Do ponto de vista teórico, nos filiamos a compreensão de que o fenômeno jurídico e político que envolve o tema das mulheres bolivianas na institucionalidade prescinde de uma leitura totalizante. Assim, a abordagem marxista se impõe como ferramenta analítica mais adequada. O estudo é de caráter qualitativo e teórico, utilizando como procedimentos metodológicos a revisão bibliográfica sobre o tema, além da análise documental da Constituição do Estado Plurinacional da Bolívia, bem como a mobilização de outros dados que deem suporte à argumentação pretendida. Por fim, concluímos que as mudanças constitucionais, apesar de importantes, não têm o condão de garantir a emancipação humana às mulheres bolivianas, em virtude da própria natureza da forma jurídica.


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  • A presenta pesquisa tem como objetivo analisar, sob uma perspectiva feminista marxista, os limites e possibilidades das transformações constitucionais bolivianas no tema da participação das mulheres na política institucional. Para tanto, discorremos sobre as múltiplas vertentes feministas e qual será nossa ênfase teórica para fazer a análise pretendida. Nos debruçamos sobre os processos de lutas que levaram à conquista da paridade entre homens e mulheres nos espaços estatais bolivianos, especialmente no parlamento. Apresentamos um panorama da pluralidade de organizações femininas na Bolívia, destacando a atuação das camponesas-indígenas Bartolinas Sisa, organização determinante para a elevação da equidade de gênero como um dos valores fundantes do Estado Plurinacional Apresentamos as inovações constitucionais do Estado Plurinacional de Bolivia sobre o tema da equidade de gênero, direito das mulheres e a igualdade entre homens e mulheres na institucionalidade, analisando e interpretando estes dispositivos hermeneuticamente e historicamente. Do ponto de vista teórico, nos filiamos a compreensão de que o fenômeno jurídico e político que envolve o tema das mulheres bolivianas na institucionalidade prescinde de uma leitura totalizante. Assim, a abordagem marxista se impõe como ferramenta analítica mais adequada. O estudo é de caráter qualitativo e teórico, utilizando como procedimentos metodológicos a revisão bibliográfica sobre o tema, além da análise documental da Constituição do Estado Plurinacional da Bolívia, bem como a mobilização de outros dados que deem suporte à argumentação pretendida. Por fim, concluímos que as mudanças constitucionais, apesar de importantes, não têm o condão de garantir a emancipação humana às mulheres bolivianas, em virtude da própria natureza da forma jurídica.

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  • MARIA TAYNARA FERREIRA BEZERRA
  • EMPRESAS RECUPERADAS POR TRABALHADORES: limites à consolidação das ERTs na experiência brasileira e argentina

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA BEZERRA LUCAS
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • Data: 30/09/2021

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  • A presente dissertação tem por objetivo analisar comparativamente as experiências das empresas recuperadas por trabalhadores (ERTs) argentinas e brasileiras, a fim de identificar os limites à consolidação dessas iniciativas enquanto alternativa ao fechamento de empresas, tendo em vista se tratar de um fenômeno social, jurídico, político e econômico, que ocorre em momentos de crise, e que tem por base a subversão do direito de propriedade privada e a autogestão como modelo de organização e trabalho. A crise do neoliberalismo dos anos 90, atravessada pela dependência econômica, desindustrialização, reestruturação produtiva e financeirização da economia na América Latina, levou à falência e endividamento muitos empresários da região, provocando o abandono e fechamento de inúmeras empresas. Inconformados pela perda de seus postos de trabalho e inviabilização das condições materiais de sobrevivência, trabalhadores promoveram greves de ocupação e, através destas, iniciaram um processo de recuperação produtiva desses empreendimentos, caracterizando o fenômeno denominado de Empresas Recuperadas por Trabalhadores. Utilizou-se o método materialista histórico dialético, tendo em vista que a análise partiu da realidade material das ERTs, considerando as suas contradições e limites dentro do processo histórico e da totalidade social na qual se encontram inseridas, compreendendo que não se trata de um fenômeno isolado com fim em si mesmo, mas de uma resposta às transformações políticas e econômicas experienciadas pela sociedade. No que diz respeito à metodologia procedimental, utilizou-se pesquisa bibliográfica e documental. Concluiu-se que as ERTs, além de figurarem como alternativa às falências e aos processos de crise, apontam, ainda que como consequência do processo, para um outro modo de sociabilidade possível. Por isto encontram-se, na realidade concreta, limitadas pelas estruturas legislativa e jurídica, que servem à manutenção do sistema produtivo vigente. Apesar disto, não se pode abrir mão da utilização das ferramentas jurídicas disponíveis, como a forma cooperativa, que mesmo de maneira limitada, servem à legalização desses empreendimentos autogestionados. As recuperadas também enfrentam limites do ponto de vista da autogestão, visto que essas iniciativas por vezes reproduzem, no seu interior, estruturas hierárquicas das empresas convencionais, bem como o problema do acesso ao crédito e do apoio institucional e popular.


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  • A presente dissertação tem por objetivo analisar comparativamente as experiências das empresas recuperadas por trabalhadores (ERTs) argentinas e brasileiras, a fim de identificar os limites à consolidação dessas iniciativas enquanto alternativa ao fechamento de empresas, tendo em vista se tratar de um fenômeno social, jurídico, político e econômico, que ocorre em momentos de crise, e que tem por base a subversão do direito de propriedade privada e a autogestão como modelo de organização e trabalho. A crise do neoliberalismo dos anos 90, atravessada pela dependência econômica, desindustrialização, reestruturação produtiva e financeirização da economia na América Latina, levou à falência e endividamento muitos empresários da região, provocando o abandono e fechamento de inúmeras empresas. Inconformados pela perda de seus postos de trabalho e inviabilização das condições materiais de sobrevivência, trabalhadores promoveram greves de ocupação e, através destas, iniciaram um processo de recuperação produtiva desses empreendimentos, caracterizando o fenômeno denominado de Empresas Recuperadas por Trabalhadores. Utilizou-se o método materialista histórico dialético, tendo em vista que a análise partiu da realidade material das ERTs, considerando as suas contradições e limites dentro do processo histórico e da totalidade social na qual se encontram inseridas, compreendendo que não se trata de um fenômeno isolado com fim em si mesmo, mas de uma resposta às transformações políticas e econômicas experienciadas pela sociedade. No que diz respeito à metodologia procedimental, utilizou-se pesquisa bibliográfica e documental. Concluiu-se que as ERTs, além de figurarem como alternativa às falências e aos processos de crise, apontam, ainda que como consequência do processo, para um outro modo de sociabilidade possível. Por isto encontram-se, na realidade concreta, limitadas pelas estruturas legislativa e jurídica, que servem à manutenção do sistema produtivo vigente. Apesar disto, não se pode abrir mão da utilização das ferramentas jurídicas disponíveis, como a forma cooperativa, que mesmo de maneira limitada, servem à legalização desses empreendimentos autogestionados. As recuperadas também enfrentam limites do ponto de vista da autogestão, visto que essas iniciativas por vezes reproduzem, no seu interior, estruturas hierárquicas das empresas convencionais, bem como o problema do acesso ao crédito e do apoio institucional e popular.

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  • DIANA MELISSA FERREIRA ALVES DINIZ
  • ENTRE O JURÍDICO-INSTITUCIONAL E A ESTRATÉGIA DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA: UMA ANÁLISE MATERIALISTA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N° 95/2016

  • Orientador : DANIEL ARAUJO VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL ARAUJO VALENCA
  • FELIPE ARAUJO CASTRO
  • MARTONIO MONTALVERNE BARRETO LIMA
  • Data: 03/11/2021

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  • Este estudo trata da Emenda Constitucional n° 95 de 2016, o “Novo Regime Fiscal”, confrontada entre duas perspectivas: a análise de seu ambiente jurídico-institucional de aprovação, tendo-se restringido à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, e a materialidade das relações concretas sobre as quais ela se estabeleceu, notadamente, a luta de classes. Seu objetivo consiste em compreender, por meio de uma análise dialética, como a Emenda do Teto dos Gastos se insere no contexto de uma nova estratégia de acumulação capitalista. Para tanto, a pesquisa se utiliza do ferramental teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético, a partir das categorias da totalidade, da historicidade e da dialética. Busca-se promover um diálogo entre fontes primárias e secundárias que permitam averiguar o objeto de estudo. Nesse sentido, além de explorar a literatura sobre o tema por via de uma pesquisa bibliográfica, são coletados dados documentais por meios institucionais, como legislações e debates legislativos, e não-institucionais, em especial, a produção da mídia jornalística. Como síntese dos resultados, confirmou-se a hipótese de que a medida inaugurou juridicamente uma nova estratégia de acumulação capitalista, que reposicionou as frações da burguesia nacional e internacional, tendo culminado na intensificação da superexploração das classes trabalhadoras.


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  • Este estudo trata da Emenda Constitucional n° 95 de 2016, o “Novo Regime Fiscal”, confrontada entre duas perspectivas: a análise de seu ambiente jurídico-institucional de aprovação, tendo-se restringido à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, e a materialidade das relações concretas sobre as quais ela se estabeleceu, notadamente, a luta de classes. Seu objetivo consiste em compreender, por meio de uma análise dialética, como a Emenda do Teto dos Gastos se insere no contexto de uma nova estratégia de acumulação capitalista. Para tanto, a pesquisa se utiliza do ferramental teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético, a partir das categorias da totalidade, da historicidade e da dialética. Busca-se promover um diálogo entre fontes primárias e secundárias que permitam averiguar o objeto de estudo. Nesse sentido, além de explorar a literatura sobre o tema por via de uma pesquisa bibliográfica, são coletados dados documentais por meios institucionais, como legislações e debates legislativos, e não-institucionais, em especial, a produção da mídia jornalística. Como síntese dos resultados, confirmou-se a hipótese de que a medida inaugurou juridicamente uma nova estratégia de acumulação capitalista, que reposicionou as frações da burguesia nacional e internacional, tendo culminado na intensificação da superexploração das classes trabalhadoras.

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  • BRUNO FELIPE BARBOZA DE PAIVA
  • PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL: ANÁLISE DE SUA SALVAGUARDA A PARTIR DA LEGISLAÇÃO MOSSOROENSE

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO HUMBERTO CUNHA FILHO
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 09/12/2021

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  • Os diplomas internacionais sobre direitos humanos, o texto constitucional brasileiro e a legislação infraconstitucional do país trazem diversas disposições para promoção da cultura, por meio de garantias dos direitos culturais, além de prever deveres associativos e cooperativos entre Estado e comunidade a fim de assegurar sua efetividade. Uma de suas facetas é representada através do patrimônio cultural imaterial, o qual apresenta íntima relação com a preservação da memória de um povo, direito cultural esse também assegurado na Constituição Federal de 1988. Esta dissertação apresenta como problema central de sua pesquisa a análise dos efeitos provenientes do reconhecimento de bens como constituintes do patrimônio cultural imaterial da cidade de Mossoró/RN. Partindo dessa problemática, possui como objetivos analisar a patrimonialização da cultura por meio dos bens de natureza imaterial; examinar o processo de salvaguarda do imaterial na perspectiva da federação brasileira, abordando as diretrizes expostas no Decreto nº 3.551/2000, assim como a divisão de competências entre os entes e poderes estatais para a sua proteção; e, por fim, analisar a efetividade da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial mossoroense, tendo como base a legislação específica produzida no âmbito local. Para tanto, metodologicamente, utilizando-se do método dedutivo, realizou-se pesquisa bibliográfica e documental a partir dos principais referenciais teóricos dos campos dos direitos culturais e do patrimônio cultural, assim como da legislação pertinente, nas esferas internacional, constitucional e local, especialmente as relacionadas aos direitos culturais e ao patrimônio cultural imaterial. O estudo aponta para a conclusão de que o patrimônio cultural imaterial da cidade de Mossoró/RN vem sofrendo com a atuação indevida do Poder Legislativo local, o qual, ao reconhecer, indistintamente e sem quaisquer estudos técnicos prévios, diversos bens culturais imateriais locais, acaba gerando normativas sem eficácia jurídica e em dissonância com os procedimentos adequados de identificação, reconhecimento e valorização dos bens intangíveis, estabelecidos de acordo com as normas federais de salvaguarda.


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  • Os diplomas internacionais sobre direitos humanos, o texto constitucional brasileiro e a legislação infraconstitucional do país trazem diversas disposições para promoção da cultura, por meio de garantias dos direitos culturais, além de prever deveres associativos e cooperativos entre Estado e comunidade a fim de assegurar sua efetividade. Uma de suas facetas é representada através do patrimônio cultural imaterial, o qual apresenta íntima relação com a preservação da memória de um povo, direito cultural esse também assegurado na Constituição Federal de 1988. Esta dissertação apresenta como problema central de sua pesquisa a análise dos efeitos provenientes do reconhecimento de bens como constituintes do patrimônio cultural imaterial da cidade de Mossoró/RN. Partindo dessa problemática, possui como objetivos analisar a patrimonialização da cultura por meio dos bens de natureza imaterial; examinar o processo de salvaguarda do imaterial na perspectiva da federação brasileira, abordando as diretrizes expostas no Decreto nº 3.551/2000, assim como a divisão de competências entre os entes e poderes estatais para a sua proteção; e, por fim, analisar a efetividade da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial mossoroense, tendo como base a legislação específica produzida no âmbito local. Para tanto, metodologicamente, utilizando-se do método dedutivo, realizou-se pesquisa bibliográfica e documental a partir dos principais referenciais teóricos dos campos dos direitos culturais e do patrimônio cultural, assim como da legislação pertinente, nas esferas internacional, constitucional e local, especialmente as relacionadas aos direitos culturais e ao patrimônio cultural imaterial. O estudo aponta para a conclusão de que o patrimônio cultural imaterial da cidade de Mossoró/RN vem sofrendo com a atuação indevida do Poder Legislativo local, o qual, ao reconhecer, indistintamente e sem quaisquer estudos técnicos prévios, diversos bens culturais imateriais locais, acaba gerando normativas sem eficácia jurídica e em dissonância com os procedimentos adequados de identificação, reconhecimento e valorização dos bens intangíveis, estabelecidos de acordo com as normas federais de salvaguarda.

2020
Dissertações
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  • AUGUSTO DE FRANÇA MAIA
  • DO TRONO À MASMORRA, UM PRÍNCIPE QUE NÃO VIROU REI: UMA ANÁLISE JURÍDICA DA PRISÃO CAUTELAR E DA COLABORAÇÃO PREMIADA DE MARCELO ODEBRECHT NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO LAVA JATO

  • Orientador : MARCUS PINTO AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ MELO GOMES PEREIRA
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 16/12/2020

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  • A Operação Lava Jato, maior iniciativa de combate à corrupção da história do Brasil, revelou uma série de práticas ilícitas em diversos setores do Estado, principalmente em empresas controladas pelo Poder Público, como a Petrobras, envolvendo políticos, funcionários públicos, doleiros e empresários. As organizações criminosas, acusadas de corrupção, formação de cartel, fraude a licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, atuavam de maneira habitual e profissional por meio de um cartel de empresas que simulava concorrência em licitações públicas e superfaturava contratos com lucros exorbitantes, pagando propinas a agentes públicos com a intermediação de doleiros e depósito de valores em contas bancárias principalmente no exterior, para garantia da perpetuação do esquema. Na lista dos envolvidos, algumas das principais personalidades políticas e empresariais brasileiras, a exemplo de Marcelo Odebrecht, herdeiro e presidente do maior grupo empresarial envolvido na Operação. Após ter decretada a sua prisão cautelar em junho de 2015, o empresário viu surgir contra si outros decretos prisionais ao longo do tempo, mantidos pelas instâncias superiores, tendo decidido, em dezembro de 2016, firmar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Nesse contexto, o trabalho promove uma análise da legalidade das prisões cautelares de Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, sob a ótica dos direitos fundamentais, e suas repercussões na realização de confissões ou acordos de colaboração premiada. Ao longo do estudo, são analisadas as decisões judiciais que decretaram as prisões provisórias do acusado, examinando-se os fundamentos utilizados pelos juízes, bem como se as colaborações premiadas celebradas foram influenciadas pelas custódias cautelares. Para tanto, são apresentados, inicialmente, os principais fatos e características da Operação, assim também as bases doutrinárias e jurisprudenciais que guiam o estudo das prisões cautelares no Brasil. Por último, são analisadas as decisões judiciais que decretaram as medidas cautelares extremas, a fim de concluir se possuem conformidade legal, jurisprudencial e doutrinária. A metodologia utilizada contemplou uma ampla pesquisa bibliográfica e documental, sobretudo em livros, legislações, decisões judiciais e matérias na imprensa, utilizada em seguida num processo de análise e interpretação, efetuando-se as conclusões acerca da conformidade jurídica das prisões cautelares objeto do estudo.


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  • A Operação Lava Jato, maior iniciativa de combate à corrupção da história do Brasil, revelou uma série de práticas ilícitas em diversos setores do Estado, principalmente em empresas controladas pelo Poder Público, como a Petrobras, envolvendo políticos, funcionários públicos, doleiros e empresários. As organizações criminosas, acusadas de corrupção, formação de cartel, fraude a licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, atuavam de maneira habitual e profissional por meio de um cartel de empresas que simulava concorrência em licitações públicas e superfaturava contratos com lucros exorbitantes, pagando propinas a agentes públicos com a intermediação de doleiros e depósito de valores em contas bancárias principalmente no exterior, para garantia da perpetuação do esquema. Na lista dos envolvidos, algumas das principais personalidades políticas e empresariais brasileiras, a exemplo de Marcelo Odebrecht, herdeiro e presidente do maior grupo empresarial envolvido na Operação. Após ter decretada a sua prisão cautelar em junho de 2015, o empresário viu surgir contra si outros decretos prisionais ao longo do tempo, mantidos pelas instâncias superiores, tendo decidido, em dezembro de 2016, firmar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Nesse contexto, o trabalho promove uma análise da legalidade das prisões cautelares de Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, sob a ótica dos direitos fundamentais, e suas repercussões na realização de confissões ou acordos de colaboração premiada. Ao longo do estudo, são analisadas as decisões judiciais que decretaram as prisões provisórias do acusado, examinando-se os fundamentos utilizados pelos juízes, bem como se as colaborações premiadas celebradas foram influenciadas pelas custódias cautelares. Para tanto, são apresentados, inicialmente, os principais fatos e características da Operação, assim também as bases doutrinárias e jurisprudenciais que guiam o estudo das prisões cautelares no Brasil. Por último, são analisadas as decisões judiciais que decretaram as medidas cautelares extremas, a fim de concluir se possuem conformidade legal, jurisprudencial e doutrinária. A metodologia utilizada contemplou uma ampla pesquisa bibliográfica e documental, sobretudo em livros, legislações, decisões judiciais e matérias na imprensa, utilizada em seguida num processo de análise e interpretação, efetuando-se as conclusões acerca da conformidade jurídica das prisões cautelares objeto do estudo.

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  • FERNANDA LUCENA DE ALBUQUERQUE
  • LIMITES E CONSEQUÊNCIAS DA POLÍTICA DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS TRIBUTÁRIOS EM UM CONTEXTO DE CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ

  • Orientador : LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • ROBERTO GOMES DE ALBUQUERQUE MELO JÚNIOR
  • Data: 16/12/2020

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  • A pesquisa propõe-se a analisar os limites jurídicos e financeiros, bem como as consequências da política de concessão de incentivos tributários no município de Mossoró relativos ao IPTU e ISS, principais impostos municipais, durante o período de 2009 a 2019, em meio a um contexto de crise econômico-financeira. O estudo justifica-se pela necessidade de averiguar a legitimidade da conduta de gestores municipais que adotam com frequência a alternativa de conceder incentivos tributários, de maneira indiscriminada, comprometendo por vezes a sustentabilidade fiscal do ente federativo, além de conferir cientificidade à política fiscal adotada em Mossoró/RN nos últimos 10 anos. Entre os seus objetivos estão o de aprofundar o referencial teórico a respeito da extrafiscalidade e das modalidades de renúncia de receita; abordar a política dos incentivos sob a perspectiva da teoria do tax expenditure; verificar de forma esmiuçada a legislação municipal concessiva dos gastos tributários; discutir a (in) existência de repercussão arrecadatória em face das renúncias de receita realizadas e avaliar demais consequências oriundas do comportamento dos contribuintes e que afetem o desenvolvimento econômico da cidade. A metodologia empregada no trabalho foi desenvolvida a partir da pesquisa de cunho bibliográfico e documental, com análise da literatura especializada abrangendo o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, o Direito Econômico e o Direito Administrativo. Também foi explorada a legislação pertinente ao tema, em especial, a Constituição Federal de 1988, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF e as diversas normas municipais aplicáveis. Foram utilizados ainda os dados arrecadatórios contidos na base do Sistema Integrado de Administração Tributária - SIAT, de responsabilidade da Secretaria Municipal da Fazenda de Mossoró/RN, como forma de avaliar os efeitos consequenciais, impactos ocorridos com as desonerações tributárias e comprovar as hipóteses levantadas no decorrer da dissertação. Ao final, chegou-se à conclusão de que os gestores que administraram a cidade durante a última década descumpriram de forma reiterada as normas jurídicas e financeiras atinentes aos gastos tributários, o que ocasionou inúmeros prejuízos aos cofres públicos municipais e, consequentemente, à sociedade. Demonstraram-se também contundentes omissões por parte dos órgãos fiscalizadores, no sentido de concretizar ações de controle, preservar o interesse público e o ordenamento jurídico aplicável, principalmente a CF/88 e a LRF, tendo a política tributária concessiva dos incentivos evidenciado que elementos básicos necessários a qualquer gestão fiscal estão sendo rotineiramente inobservados, a exemplo da transparência, planejamento, equilíbrio, participação social, controle e responsabilidade com as contas públicas.


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  • A pesquisa propõe-se a analisar os limites jurídicos e financeiros, bem como as consequências da política de concessão de incentivos tributários no município de Mossoró relativos ao IPTU e ISS, principais impostos municipais, durante o período de 2009 a 2019, em meio a um contexto de crise econômico-financeira. O estudo justifica-se pela necessidade de averiguar a legitimidade da conduta de gestores municipais que adotam com frequência a alternativa de conceder incentivos tributários, de maneira indiscriminada, comprometendo por vezes a sustentabilidade fiscal do ente federativo, além de conferir cientificidade à política fiscal adotada em Mossoró/RN nos últimos 10 anos. Entre os seus objetivos estão o de aprofundar o referencial teórico a respeito da extrafiscalidade e das modalidades de renúncia de receita; abordar a política dos incentivos sob a perspectiva da teoria do tax expenditure; verificar de forma esmiuçada a legislação municipal concessiva dos gastos tributários; discutir a (in) existência de repercussão arrecadatória em face das renúncias de receita realizadas e avaliar demais consequências oriundas do comportamento dos contribuintes e que afetem o desenvolvimento econômico da cidade. A metodologia empregada no trabalho foi desenvolvida a partir da pesquisa de cunho bibliográfico e documental, com análise da literatura especializada abrangendo o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, o Direito Econômico e o Direito Administrativo. Também foi explorada a legislação pertinente ao tema, em especial, a Constituição Federal de 1988, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF e as diversas normas municipais aplicáveis. Foram utilizados ainda os dados arrecadatórios contidos na base do Sistema Integrado de Administração Tributária - SIAT, de responsabilidade da Secretaria Municipal da Fazenda de Mossoró/RN, como forma de avaliar os efeitos consequenciais, impactos ocorridos com as desonerações tributárias e comprovar as hipóteses levantadas no decorrer da dissertação. Ao final, chegou-se à conclusão de que os gestores que administraram a cidade durante a última década descumpriram de forma reiterada as normas jurídicas e financeiras atinentes aos gastos tributários, o que ocasionou inúmeros prejuízos aos cofres públicos municipais e, consequentemente, à sociedade. Demonstraram-se também contundentes omissões por parte dos órgãos fiscalizadores, no sentido de concretizar ações de controle, preservar o interesse público e o ordenamento jurídico aplicável, principalmente a CF/88 e a LRF, tendo a política tributária concessiva dos incentivos evidenciado que elementos básicos necessários a qualquer gestão fiscal estão sendo rotineiramente inobservados, a exemplo da transparência, planejamento, equilíbrio, participação social, controle e responsabilidade com as contas públicas.

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  • LUIZA BEATTRYS PEREIRA DOS SANTOS LIMA
  • PRESERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS E A EXPLORAÇÃO SALINEIRA NO ESTUÁRIO APODI-MOSSORÓ: O CONFLITO JURÍDICO SOB A ÓTICA DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO

  • Orientador : ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDDLA KARINA GOMES PEREIRA
  • ELISABETE STRADIOTTO SIQUEIRA
  • ISABELLE MARIA CAMPOS VASCONCELOS CHEHAB
  • MARCUS PINTO AGUIAR
  • Data: 18/12/2020

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  • Considerando os conflitos jurídicos relativos da exploração econômica realizada pelas empresas salineiras em Áreas de Preservação Permanente (APPs) no Estado do Rio Grande do Norte, a presente dissertação questiona se a exploração econômica das salinas em ecossistemas de manguezais no estuário Apodi-Mossoró está sendo fomentada em harmonia com o direito ao desenvolvimento enquanto um direito humano integrador. Como objetivo principal, pretende-se apresentar perspectivas teóricas que se insiram na possibilidade de contribuir na administração ou gerenciamento do conflito. A pesquisa está estruturada em quatro capítulos conforme os objetivos específicos propostos, no primeiro momento, objetiva-se estudar sobre os ecossistemas de manguezais e regime jurídico; em sequência, apresentar um breve panorama da exploração das salinas no Estado do Rio Grande do Norte; posteriormente, compreender o conflito jurídico na relação entre preservação ambiental dos manguezais e o funcionamento do setor salineiro no Apodi-Mossoró; para finalmente, confrontar e analisar os achados sob a mediação do direito ao desenvolvimento humano integrador. A pesquisa se justifica pelo nítido conflito que se agudiza a cada dia entre Estado, mercado e sociedade com vistas a discutir a eventual ocupação irregular de empreendimentos salineiros em APPs; pela superveniência do recente Decreto Presidencial de nº 9824/2019 que a enquadrou como atividade de interesse social, sendo necessário qualificar as implicações jurídicas; e, pela emergência de discutir um plexo de desenvolvimento humano justo e adequado que venha a possibilitar diretrizes e bases para um crescimento econômico, sem, contudo, colocar em risco o equilíbrio ambiental. Para tanto, foram utilizados como procedimentos metodológicos: a pesquisa documental, de caráter descritivo, cuja natureza do estudo, do ponto de vista da investigação do problema, será especialmente qualitativa. Do ponto de vista das técnicas de pesquisa, de documentação direta e indireta, serão notadamente as bibliográficas e a documental. Os dados revelam que as empresas salineiras têm uma presença histórica na região que legitima sua permanência, contudo, nos últimos anos a produção do sal aumentou exponencialmente e tal expansão ocorreu de forma desregulada, avançando insustentavelmente nos manguezais. Verificou-se que as salinas que mais degradam o complexo estuarino possuíam pendências de regularização ambiental; a inexistência do dever legal do mapeamento sistemático de áreas de apicuns e salgados ocupadas pelas salinas; o viés economicista que predomina nas exposições das motivações interministeriais no processo administrativo do Decreto; a urgente necessidade de planos de recuperação e conservação para as áreas de mangues, bem como para o rio Mossoró que são os ecossistemas mais afetados pela exponente atividade. A dimensão ambiental é gravemente desrespeitada, e consequentemente as outras, pois segue um modelo de desenvolvimento econômico reducionista enquanto sinônimo de crescimento econômico, pautado muito mais na busca pela maximização dos lucros e aos níveis de produção do que com a preservação e recuperação dos complexos estuarinos. Defende-se como parâmetro o Direito ao Desenvolvimento enquanto um direito humano integrador, que aborda os aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais e a variável da sustentabilidade forte. Tal abordagem tem efetivamente potencial emancipador frente ao viés economicista que tem sido privilegiado pelos poderes públicos e privados. Para tanto, é preciso implementá-las numa governança para a sustentabilidade por meio de políticas públicas apropriadas que requer a mobilização de todos os atores enquanto agentes de mudança em um papel de curadoria.


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  • Considerando os conflitos jurídicos relativos da exploração econômica realizada pelas empresas salineiras em Áreas de Preservação Permanente (APPs) no Estado do Rio Grande do Norte, a presente dissertação questiona se a exploração econômica das salinas em ecossistemas de manguezais no estuário Apodi-Mossoró está sendo fomentada em harmonia com o direito ao desenvolvimento enquanto um direito humano integrador. Como objetivo principal, pretende-se apresentar perspectivas teóricas que se insiram na possibilidade de contribuir na administração ou gerenciamento do conflito. A pesquisa está estruturada em quatro capítulos conforme os objetivos específicos propostos, no primeiro momento, objetiva-se estudar sobre os ecossistemas de manguezais e regime jurídico; em sequência, apresentar um breve panorama da exploração das salinas no Estado do Rio Grande do Norte; posteriormente, compreender o conflito jurídico na relação entre preservação ambiental dos manguezais e o funcionamento do setor salineiro no Apodi-Mossoró; para finalmente, confrontar e analisar os achados sob a mediação do direito ao desenvolvimento humano integrador. A pesquisa se justifica pelo nítido conflito que se agudiza a cada dia entre Estado, mercado e sociedade com vistas a discutir a eventual ocupação irregular de empreendimentos salineiros em APPs; pela superveniência do recente Decreto Presidencial de nº 9824/2019 que a enquadrou como atividade de interesse social, sendo necessário qualificar as implicações jurídicas; e, pela emergência de discutir um plexo de desenvolvimento humano justo e adequado que venha a possibilitar diretrizes e bases para um crescimento econômico, sem, contudo, colocar em risco o equilíbrio ambiental. Para tanto, foram utilizados como procedimentos metodológicos: a pesquisa documental, de caráter descritivo, cuja natureza do estudo, do ponto de vista da investigação do problema, será especialmente qualitativa. Do ponto de vista das técnicas de pesquisa, de documentação direta e indireta, serão notadamente as bibliográficas e a documental. Os dados revelam que as empresas salineiras têm uma presença histórica na região que legitima sua permanência, contudo, nos últimos anos a produção do sal aumentou exponencialmente e tal expansão ocorreu de forma desregulada, avançando insustentavelmente nos manguezais. Verificou-se que as salinas que mais degradam o complexo estuarino possuíam pendências de regularização ambiental; a inexistência do dever legal do mapeamento sistemático de áreas de apicuns e salgados ocupadas pelas salinas; o viés economicista que predomina nas exposições das motivações interministeriais no processo administrativo do Decreto; a urgente necessidade de planos de recuperação e conservação para as áreas de mangues, bem como para o rio Mossoró que são os ecossistemas mais afetados pela exponente atividade. A dimensão ambiental é gravemente desrespeitada, e consequentemente as outras, pois segue um modelo de desenvolvimento econômico reducionista enquanto sinônimo de crescimento econômico, pautado muito mais na busca pela maximização dos lucros e aos níveis de produção do que com a preservação e recuperação dos complexos estuarinos. Defende-se como parâmetro o Direito ao Desenvolvimento enquanto um direito humano integrador, que aborda os aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais e a variável da sustentabilidade forte. Tal abordagem tem efetivamente potencial emancipador frente ao viés economicista que tem sido privilegiado pelos poderes públicos e privados. Para tanto, é preciso implementá-las numa governança para a sustentabilidade por meio de políticas públicas apropriadas que requer a mobilização de todos os atores enquanto agentes de mudança em um papel de curadoria.

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  • IURY ALVES DE SOUSA
  • A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA À LUZ DA CRISE CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

  • Orientador : RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANO OTÁVIO PAIXÃO ARAÚJO PINTO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • RAPHAEL PEIXOTO DE PAULA MARQUES
  • Data: 22/12/2020

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  • O objetivo desta pesquisa é analisar o cenário da crise constitucional brasileira sob o enfoque dos seus efeitos no combate ao trabalho escravo contemporâneo. Inicialmente demonstra-se o processo histórico de transformação do conceito da escravidão contemporânea para sustentar os critérios para a consideração de uma definição condizente com os preceitos constitucionais de valorização do trabalho decente. Na sequência, este estudo aprecia a influência da política na (in)efetividade das normas de proteção ao trabalho, e como o contexto de precarização dos direitos trabalhistas está inserto na conjuntura de um movimento desconstituinte. Por fim, há o levantamento das discussões parlamentares sobre o Projeto de Lei do Senado nº 432, de 2013, que, sob a justificativa de regulamentar uma medida de punição aos que submetem trabalhadores a condições análogas à de escravo, acaba por visar, de forma prioritária, a supressão do conceito legal da escravidão contemporânea. Metodologicamente, o raciocínio adotado para o desenvolvimento da pesquisa é o dialético, pois considera que a problemática brasileira da escravidão contemporânea no cenário de crise constitucional está inserta na lógica do conflito político. A técnica metodológica utilizada é a da pesquisa teórica a fim de realizar um estudo histórico dos discursos políticos, dos documentos, das matérias jornalísticas, dos atos administrativos e das legislações. A dissertação revela a conclusão que há um cenário de crise constitucional no Brasil, no qual a seara laboral é atingida, principalmente no tocante aos aspectos da escravidão contemporânea, conforme ilustrado nas discussões parlamentares que pretendiam regulamentar a Emenda Constitucional nº 81, de 2014.


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  • O objetivo desta pesquisa é analisar o cenário da crise constitucional brasileira sob o enfoque dos seus efeitos no combate ao trabalho escravo contemporâneo. Inicialmente demonstra-se o processo histórico de transformação do conceito da escravidão contemporânea para sustentar os critérios para a consideração de uma definição condizente com os preceitos constitucionais de valorização do trabalho decente. Na sequência, este estudo aprecia a influência da política na (in)efetividade das normas de proteção ao trabalho, e como o contexto de precarização dos direitos trabalhistas está inserto na conjuntura de um movimento desconstituinte. Por fim, há o levantamento das discussões parlamentares sobre o Projeto de Lei do Senado nº 432, de 2013, que, sob a justificativa de regulamentar uma medida de punição aos que submetem trabalhadores a condições análogas à de escravo, acaba por visar, de forma prioritária, a supressão do conceito legal da escravidão contemporânea. Metodologicamente, o raciocínio adotado para o desenvolvimento da pesquisa é o dialético, pois considera que a problemática brasileira da escravidão contemporânea no cenário de crise constitucional está inserta na lógica do conflito político. A técnica metodológica utilizada é a da pesquisa teórica a fim de realizar um estudo histórico dos discursos políticos, dos documentos, das matérias jornalísticas, dos atos administrativos e das legislações. A dissertação revela a conclusão que há um cenário de crise constitucional no Brasil, no qual a seara laboral é atingida, principalmente no tocante aos aspectos da escravidão contemporânea, conforme ilustrado nas discussões parlamentares que pretendiam regulamentar a Emenda Constitucional nº 81, de 2014.

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  • GEORGE LUCAS SOUZA DIÓGENES
  • OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA RESOLUÇÃO PRIVADA DE CONFLITOS: AS IMPLICAÇÕES JUSFILOSÓFICAS DO CONCEITO DE SOCIABILIDADE HUMANA ENTRE O CONTRATUALISMO CLÁSSICO E O ILUMINISMO ESCOCÊS

  • Orientador : RODRIGO VIEIRA COSTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE PANTE LEME DE CAMPOS
  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • RODRIGO VIEIRA COSTA
  • Data: 22/12/2020

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  • A presente investigação ocupa-se em precisar a relação entre o conceito central de sociabilidade humana e a estrutura de gerenciamento de conflitos – isto é, o conjunto de métodos, pessoas, instituições e mecanismos reputados como válidos para a prevenção e a resolução de conflitos de interesse – a partir do Contratualismo Clássico, representado nas filosofias de Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e John Locke, e do Iluminismo Escocês, delimitado no pensamento de Francis Hutcheson, Adam Ferguson e David Hume. Em ambos os casos, as respectivas teorias do conhecimento de cada autor constituem a principal fonte para o progresso da análise. Trata-se de pesquisa teórica e bibliográfica executada com auxílio de procedimento metodológico descritivo, comparativo e crítico, por meio dos quais se logrou à conclusão de que a concepção de uma sociabilidade humana originária emerge como fundamento teórico à descentralização daquela estrutura. Tal relação apresenta-se ultimamente sobre a oposição entre o voluntarismo e a herança da filosofia clássica, de maneira que a ampliação da natureza
    humana através da adição de atributos não-volitivos contribui para a formação da base da ordem jurídica, os seus limites e a sua descentralização.


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  • A presente investigação ocupa-se em precisar a relação entre o conceito central de sociabilidade humana e a estrutura de gerenciamento de conflitos – isto é, o conjunto de métodos, pessoas, instituições e mecanismos reputados como válidos para a prevenção e a resolução de conflitos de interesse – a partir do Contratualismo Clássico, representado nas filosofias de Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e John Locke, e do Iluminismo Escocês, delimitado no pensamento de Francis Hutcheson, Adam Ferguson e David Hume. Em ambos os casos, as respectivas teorias do conhecimento de cada autor constituem a principal fonte para o progresso da análise. Trata-se de pesquisa teórica e bibliográfica executada com auxílio de procedimento metodológico descritivo, comparativo e crítico, por meio dos quais se logrou à conclusão de que a concepção de uma sociabilidade humana originária emerge como fundamento teórico à descentralização daquela estrutura. Tal relação apresenta-se ultimamente sobre a oposição entre o voluntarismo e a herança da filosofia clássica, de maneira que a ampliação da natureza
    humana através da adição de atributos não-volitivos contribui para a formação da base da ordem jurídica, os seus limites e a sua descentralização.

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  • VITORIA LARISSA DANTAS DE MORAIS
  • VINHOS NOVOS EM ODRES VELHOS: A influência cristã nas discussões sobre o direito à proteção das religiões indígenas na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988)

  • Orientador : MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO CASSEB CONTINENTINO
  • RAFAEL LAMERA GIESTA CABRAL
  • ANDRÉ MELO GOMES PEREIRA
  • Data: 23/12/2020

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  • As relações entre nativos e igreja cristã remotam ao período do Brasil colonial e permanecem ativas até os dias atuais. Segundo os índices divulgados pelo IBGE acerca de uma pesquisa realizada entre os anos de 1991 a 2010, a população indígena brasileira ainda apresenta altos percentuais de convertidos à fé cristã e um número pouco expressivo em relação aos adeptos às religiões tradicionais. Apesar de ter sido conferida uma maior proteção cultural aos povos indígenas pela Constituição Federal de 1988, observa-se que o ordenamento jurídico não dispõe de normativas que disciplinem a entrada de organizações religiosas em terras indígenas, como há, por exemplo, para a entrada de pesquisadores. Em razão das lacunas percebidas e ciente de que a Constituição Federal vigente fundamenta todo o ordenamento jurídico pátrio, será feita uma análise dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) em busca de responder à seguinte pergunta: foi garantida a liberdade religiosa aos povos indígenas nesse evento democrático? Para enfrentar a problemática, a pesquisa será desenvolvida em três frentes: uma abordagem do contexto que antecedeu a Constituinte, uma análise da participação de representantes cristãos nas discussões sobre a temática indígena, em especial, a que envolvia a religião, e as perspectivas observadas pelos constituintes sobre as relações entre cristianismo e nativos. Por fim, será apresentada de que forma ocorreu a participação indígena na ANC. A pesquisa a ser desenvolvida será predominantemente documental e bibliográfica, tendo como base a concepção do contextualismo histórico de Quentin Skinner e as considerações entre teoria e historiografia de Pietro Costa. Por fim, espera-se concluir pela ausência de liberdade religiosa indígena durante a Assembleia Nacional Constituinte ante a sub-representação de seus líderes, bem como a priorização, pelo Estado, da participação de representantes cristãos.


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  • As relações entre nativos e igreja cristã remotam ao período do Brasil colonial e permanecem ativas até os dias atuais. Segundo os índices divulgados pelo IBGE acerca de uma pesquisa realizada entre os anos de 1991 a 2010, a população indígena brasileira ainda apresenta altos percentuais de convertidos à fé cristã e um número pouco expressivo em relação aos adeptos às religiões tradicionais. Apesar de ter sido conferida uma maior proteção cultural aos povos indígenas pela Constituição Federal de 1988, observa-se que o ordenamento jurídico não dispõe de normativas que disciplinem a entrada de organizações religiosas em terras indígenas, como há, por exemplo, para a entrada de pesquisadores. Em razão das lacunas percebidas e ciente de que a Constituição Federal vigente fundamenta todo o ordenamento jurídico pátrio, será feita uma análise dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) em busca de responder à seguinte pergunta: foi garantida a liberdade religiosa aos povos indígenas nesse evento democrático? Para enfrentar a problemática, a pesquisa será desenvolvida em três frentes: uma abordagem do contexto que antecedeu a Constituinte, uma análise da participação de representantes cristãos nas discussões sobre a temática indígena, em especial, a que envolvia a religião, e as perspectivas observadas pelos constituintes sobre as relações entre cristianismo e nativos. Por fim, será apresentada de que forma ocorreu a participação indígena na ANC. A pesquisa a ser desenvolvida será predominantemente documental e bibliográfica, tendo como base a concepção do contextualismo histórico de Quentin Skinner e as considerações entre teoria e historiografia de Pietro Costa. Por fim, espera-se concluir pela ausência de liberdade religiosa indígena durante a Assembleia Nacional Constituinte ante a sub-representação de seus líderes, bem como a priorização, pelo Estado, da participação de representantes cristãos.

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