ROTATIVIDADE DE PESSOAL NO SERVIÇO PÚBLICO: um estudo das universidades federais do Nordeste brasileiro.
Gestão de Pessoas. Rotatividade de Pessoal. Teoria das Expectativas. Administração Pública
Esse estudo objetivou a realização de um exame empírico quanto aos principais aspectos da rotatividade de pessoal nas universidades federais do Nordeste brasileiro, refletindo os possíveis motivos que a proporciona. Desse modo, o trabalho desenvolveu-se inicialmente por meio de pesquisa bibliográfica, buscando explorar as principais contribuições teóricas existentes sobre o assunto e, posteriormente, por meio de pesquisa junto às universidades federais do Nordeste do Brasil. Após o estabelecimento das variáveis e da coleta de dados, foram estabelecidas as relações entre as variáveis dependentes (índice de rotatividade, número de provimentos e números de vacâncias) e as variáveis independentes (variáveis institucionais e municipais), utilizando uma regressão múltipla para indicar como as variáveis independentes afetam o índice de rotatividade dos Órgãos estudados. Os provimentos na Administração Pública Federal são, em sua maioria, estáveis e com vínculos duradouros. Contudo, apesar dos relativos padrões remuneratórios e das distintas condições de trabalho, servidores públicos têm abandonado seus cargos em busca de outras Carreiras ou instituições. Por conseguinte, reconhecer as possíveis causas e motivações para a saída desses servidores pode promover uma revisão nos processos e políticas de gestão das Instituições, de modo a identificar e desenvolver estratégias de combate à rotatividade e aos custos organizacionais dela decorrentes. A partir dos dados obtidos, tem-se que somente uma instituição, das que compõem a amostra estudada, realiza acompanhamento periódico dos índices de rotatividade de pessoal efetivo e que nenhuma informou possuir estratégias de combate à essa ocorrência. Com a análise dos dados, reconhece-se que a principal forma de ingresso de servidores efetivos, no período considerado, é a Nomeação. Em relação à principal movimentação de desligamento voluntário, no ano de 2017, temos a Vacância por posse em outro cargo inacumulável. Ante o exposto, tem-se que na maioria das ocorrências no período, sejam de ingresso ou saída de servidores, observa-se a superioridade das movimentações ocorrida entre os servidores técnico-administrativos. Buscando-se identificar quais variáveis impactaram, positiva ou negativamente, no desligamento voluntário dos servidores das universidades públicas federais no Nordeste, percebe-se que a maioria das variáveis municipais influencia negativamente o Índice de Rotatividade. No número de provimentos e saídas, destaca-se a influência da distância entre o município e a capital da Unidade da Federação. Assim, os resultados podem evidenciar a relação das expectativas do servidor quando da opção por uma instituição, observada sua localização municipal. Logo, a escolha por ingressar ou sair de um determinado campus de uma instituição pode estar relacionada às expectativas pessoais quanto a possibilidade do município poder ofertar bem estar social e econômico ao servidor e seus familiares, evidenciando que a rotatividade de pessoal pode estar mais relacionada aos interesses pessoais e familiares do que à uma provável projeção profissional. Destarte, apesar da importância de identificar os fatores influenciadores da rotatividade e considerando a relevância e os principais efeitos desta no processo organizacional, é possível constatar a carência de estudos e políticas de gestão inerentes ao turnover na gestão de pessoas no setor público. Essa carência de estudos e de estratégias organizacionais é, portanto, uma questão crítica.