O Protagonismo Estudantil Por Meio Do Letramento Histórico Digital, No Novo Ensino Médio, Partindo De Uma Experiência Local
Letramento Digital; Ensino de História; Ensino Médio
O ensino de história e a historiografia escolar possuem especificidades que nos
permitem refletir sobre a sociedade que as produz e a sociedade que se produz a
partir delas, sendo um campo propício à análise dialética da memória coletiva, das
identidades, práticas e saberes de um povo e nação. Entendemos a escola como um
reflexo da sociedade que permite um referencial prático às meditações teóricas. Neste
artigo pensaremos o ensino-aprendizagem a partir da prática do ensino no Ceará,
analisando três livros didáticos utilizados na educação pública do estado. Ao usar os
manuais escolares como fonte no auxílio analisaremos a realidade educacional que
os encerra já que essas produções precisam ser localizadas no contexto mais amplo
do projeto educacional de um país e refletem o que se pretende ante a História como
disciplina escolar. Estes documentos serão um parâmetro, mas também um campo
de possibilidades de investigação e questionamento sobre a história ensinada,
pretendida, produzida e exercida em ambiente escolar, buscando nos aproximar das
propostas e modelos de formação dos “sujeitos escolares”. Refletiremos os silêncios,
esquecimentos e esteriotipações na historiografia nos textos verbais e não verbais
das três obras partindo da ideia de que se o livro didático pode ser o instrumento de
uma pedagogia do silenciamento e da opressão, ele também pode servir ao projeto
do que Paulo Freire chamou de educação libertadora.