FOREGROUNDS E BACKGROUNDS NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE ALUNOS DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE SERRA DO MEL/RN
Educação Matemática Crítica. Narrativas. Subjetividade. Significado.
A presente pesquisa, inserida no âmbito da Educação Matemática, busca refletir sobre a aprendizagem matemática e a sua relação com os aspectos sociais de crianças da zona rural. Como problema de pesquisa apresentamos: Qual a relação entre as histórias de vida até então (backgrounds) e as expectativas de futuro (foregrounds) dos alunos do campo com a aprendizagem matemática? Aponta como objetivo geral compreender como os backgrounds e foregrounds dos alunos do campo estão relacionados com a intenção de aprendizagem matemática. No que se refere aos objetivos específicos destacamos: (a) investigar ligações dos backgrounds dos alunos com os significados atribuídos à aprendizagem dos conteúdos matemáticos; (b) compreender as implicações existentes entre o ensino de matemática e a formação dos foregrounds dos alunos; e (c) entender as relações do espaço campesino com as formações dos backgrounds e foregrounds dos alunos. Utilizamos a abordagem qualitativa e ancora-se na metodologia da História Oral, com uso de um roteiro de entrevista como técnica de levantamento de dados realizado com nove crianças regularmente matriculadas no 4º e 5º anos na rede municipal da cidade de Serra do Mel/RN localizada no interior do Rio Grande do Norte. Nosso aporte teórico fundamenta-se em autores que discutem a Educação Matemática Crítica, Foreground e Backgrounds, aprendizagem significativa, subjetividade e saberes sociais, a saber: Skovsmose (2008) e (2018), Moreira (2011) e Freire (1996), entre outros. Como técnica para análise de dados destacamos a análise temática. Compreendemos, até então, que os aspectos sociais, culturais e financeiros presentes na vida das crianças da zona rural de Serra do Mel/RN influencia diretamente nos seus foregrounds, bem como no seu interesse e desempenho na disciplina de matemática. Com a realização da pesquisa com os participantes, constatamos que eles não associam a matemática estudada na escola com suas experiências sociais, causando uma falta de contextualização na aprendizagem matemática.