TRANSMASCULINIDADES, ENSINO E BNCC: REFLEXÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DE SI E O ENSINO SOBRE DIVERSIDADE DE GÊNERO.
Transmasculinidades. Ensino. BNCC. Ciências Humanas.
Esta dissertação apresenta a proposta de analisar as relações existentes entre as transmasculinidades, o ensino sobre gênero e sexualidade e as Competências presentes na Base Nacional Comum Curricular, para Ciências Humanas no ensino Fundamental e Médio. Este é um estudo qualitativo, de cunho exploratório e interpretativo, que dialoga as narrativas dos três interlocutores, transmasculinos licenciados em ciências humanas, com as diretrizes da BNCC, a fim de (1) conhecer os significados das vivências que têm tido pré-profissionalmente, enquanto transmasculinos licenciados em humanidades; (2) Examinar as interseções entre as experiências pré-profissionais e suas constituições, enquanto transmasculinos e docentes em formação; (3) Analisar a BNCC, com enfoque na Área de Ciências Humanas dos ensinos Fundamental e Médio, a partir das análises das narrativas dos interlocutores, visando “brechas” para o ensino sobre gênero e sexualidade. Como resultados observou-se que o ensino sobre gênero e sexualidade nas Ciências Humanas depende de quatro Categorias interdependentes, que se unificam no Ciclo Interdisciplinar de Ensino, sendo estas: Formação Acadêmica (FA), Desnaturalização das Normatividades (DN), Normatização da Temática (NT) e a aplicação das Metodologias Possíveis (MP). A (FA) voltada para o ensino de gênero e sexualidade deve ser ofertada pela Universidade mas, percebe-se que quem tem acesso à temática, na graduação, é a própria comunidade LGBT+, que a busca para tentar compreender a si mesmo dentro da sociedade, a partir do adquirir de saberes científicos na educação de nível superior. Contudo, é preciso que essa (FA) extrapole os limites da população LGBT+, sobretudo a temática do gênero, consequentemente das transexualidades, e atinja a população cisgênera, que precisa se empenhar em, para além de “entender o assunto”, promover a luta contra a transfobia. Somente a partir disso, e da interpretação nas “brechas” presentes na BNCC, é possível aplicar efetivamente as (MP) em busca da (DN) e (NT).