ENSINO BILÍNGUE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: O CASO DE UM ESTUDANTE SURDO EM CARAÚBAS/RN
Ensino Bilíngue; Estudante Surdo; EJA.
A educação sempre foi marcada por embates e disputas por efetivação de direitos em favor de uma educação de qualidade, principalmente no que tange às pessoas socialmente marginalizadas. Nesse contexto, se insere o ensino voltado à pessoa surda, que por muito tempo esteve excluso do sistema escolar. Hoje, com a aprovação da Lei de Libras, 10.436/2002, fica assegurado ao surdo um ensino de qualidade, com a presença de um intérprete de Libras no âmbito escolar e um ensino bilíngue. Com essa nova perspectiva, muitos surdos que antes foram exclusos desse espaço, têm retornado à escola, desejosos de vivenciarem esse novo tempo. Em sua maioria, esses estudantes estão inseridos na Educação de Jovens e Adultos e têm experenciado um novo modelo de ensino. Nessa realidade se insere a EJA da cidade de Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte, onde com a chegada do curso de Licenciatura em Letras/Libras, muitos surdos têm voltado para a escola. Diante disso, nos questionamos quanto a este “estar na escola” e por isso nos propomos às seguintes investigações nesta pesquisa, objetivo geral: Analisar que práticas de ensino contribuem para a inclusão e permanência de alunos surdos na EJA e como objetivos específicos: identificar que práticas são realizadas na EJA para o ensino de estudantes surdos e compreender como essas práticas favorecem a inclusão e permanência dos estudantes surdos na EJA. Para tanto, optamos pela pesquisa qualitativa em educação (Ludke e André, 2015). Quanto ao tipo de pesquisa, realizamos um estudo de caso (Yin, 2001) com um estudante surdo, a quem chamaremos pelo nome fictício de Thales. No que se refere aos procedimentos metodológicos, realizamos uma entrevista narrativa, a partir dos pressupostos de Jovchelovitch e Bauer (2002) com mediação a partir de fichas temáticas (Morais, 2012) e análise documental, comum à pesquisa com estudo de caso. Esta pesquisa está ancorada nas discussões de Goldfeld (2002) e Sacks (1990) dentre outros, para um resgate histórico da educação de surdos; Brasil (2014); Brasil (2020); Ramos (2016), dentre outros, que nos ajudam a compreender como tem se desenhado o ensino inclusivo a partir das políticas educacionais; Tardif e Raymound (2000) e Freire (2018) que nos norteiam a uma reflexão acerca das práticas de ensino; Gadotti (2000), Fávero e Freitas (2011), dentre outros, para tratar da Educação de Jovens e Adultos enquanto modalidade de ensino; Brasil (2000) e Brasil (2010) que trazem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. Quanto aos achados até aqui, a entrevista narrativa com Thales está em período de tradução Libras/Português para posterior análise, já que esta foi realizada em Língua de Sinais.