A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DA ORALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
ORALIDADE. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. GÊNEROS ORAIS
A sistematização do ensino da oralidade na Educação Básica está prevista em vários documentos oficiais que orientam e normatizam o ensino brasileiro. Dentre eles, destacamos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), recentemente aprovada e publicada pelo Ministério da Educação, um documento que tem como proposta promover um redesenho da educação brasileira, reforçando as concepções teóricas já propostas em outros documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados na década de 1998. Nesse contexto, o ensino da oralidade ganha destaque em virtude da sua relevância para o desenvolvimento sociocomunicativo do sujeito, sendo a escola a principal responsável por desenvolver as habilidades e competências necessárias para a atuação do sujeito numa sociedade letrada que requer do usuário da língua o pleno domínio da oralidade e da escrita em situações diversas do cotidiano. Desse modo, a presente pesquisa, de cunho qualitativo e de natureza documental, tem como principal objetivo analisar as habilidades voltadas para o ensino da oralidade na BNCC com o intuito de realizar o mapeamento e a descrição das categorias da oralidade que devem ser ensinadas por meio de gêneros orais. Logo, a BNCC constitui o universo desta pesquisa. Partimos da concepção de língua como interação (BAKHTIN, 2007) e de escola, enquanto agência de letramento que precisa preparar o aluno para o domínio da língua em situações mais formais. A base teórica do nosso trabalho é constituída por autores que discutem a relevância do ensino da língua portuguesa como língua materna em nossas escolas, tendo como foco principal a língua oral. Assim, nos apoiamos em Bakhtin (2016), Bezerra (2017), Marcuschi e Dionísio (2007), Schneuwly e Dolz (2011), Forte-Ferreira; Noronha e Soares, (2017), Brun (2017) dentre outros autores que discutem a temática em questão. Para fundamentar o nosso processo metodológico, recorremos a Gil (2002; 2008), Fonseca (2002) e Ludke e André (2014). Os resultados apontam que o documento reforça a importância de se ampliar o trabalho com gêneros textuais/discursivos observando os tipos de gêneros já contemplados nos anos iniciais, apesar de haver, em alguns momentos, certa confusão no que diz respeito às atividades relacionadas à prática de ensino da oralidade, tendo em vista o documento considerar a prática de oralização da escrita como categoria da oralidade.