NARRATIVAS DA INFÂNCIA: PRÁTICAS DE ENSINO SOB O OLHAR O DA CRIANÇA
Narrativas com crianças. Pesquisa autobiográfica com crianças. Práticas de ensino.
Esta pesquisa visa identificar posicionamentos de estudantes do Ensino Fundamental acerca das práticas pedagógicas em salas de aula regular. Nos debruçamos sobre os seguintes questionamentos: que valores são atribuídos pelas crianças às ações de ensino? O que as inquietam durante o processo de ensino e aprendizagem? Suas vozes são escutadas e levadas em consideração no ambiente escolar? O objetivo situa-se em torno de compreender, nas narrativas de crianças do Ensino Fundamental, quais os sentidos atribuídos às práticas de ensino em salas de aulas regulares. A abordagem da pesquisa é de cunho qualitativo (BOGDAN & BIKLEN, 1994), na qual ancora-se a pesquisa com narrativas autobiográficas que nortearam a construção desta dissertação. Colaboraram crianças entre 8 e 12 anos de idade, alunos do 3º ,4º e 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, localizada na cidade de Apodi, estado do Rio Grande do Norte. Os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos em quatro momentos que se interrelacionaram. Para a coleta de dados realizamos as atividades em formato de cirandas, em três encontros com duração de tempo previsto entre quarenta minutos até uma hora. As cirandas foram criadas no intuito de atender cada objetivo traçado, as temáticas e práticas executadas nas mesmas foram pautadas da ludicidade afim de adentrar no mundo real e imaginário das crianças. Com base nos referenciais estudados antes e no decurso da pesquisa, bem como nos elementos teórico-metodológicos elencados, a análise dos dados centraram-se nas contribuições teóricas de Passeggi (2016), Rocha (2014), Alves (2008), Freire (2013), Josso (2010), Morin (2010), Jovchelovitch; Bauer (2002), dentre outros. Como achados, destacamos a possibilidade e necessidade, cada vez mais emergente, de olhares sensíveis para as falas das crianças. Afinal, é, no mínimo contraditório pensar numa escola para crianças onde nela suas vozes não tenham visibilidade, onde muitos têm dificuldades de percebê-las como sujeitos ativos e protagonistas do seu processo de ensino. As vozes das crianças nos levaram, ainda, a problematizar o silenciamento das crianças ao longo de sua vida escolar, bem como, intentar compreender o modo como elas percebem as práticas de ensino, a partir de suas próprias vivências e de suas narrativas.