O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN: ENTRE SABERES E PRÁTICAS.
Atendimento Educacional Especializado. Inclusão. Práticas pedagógicas. Narrativas de professoras do AEE.
Esta dissertação tem por objetivo analisar saberes e práticas que são mobilizados pelos(as) professores(as) que atuam no Atendimento Educacional Especializado no município de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. Partimos dos seguintes questionamentos: que saberes e práticas são mobilizados pelos(as) professores(as) que atuam no Atendimento Educacional Especializado neste município? O que podemos identificar e refletir sobre eles? O que os(as) professores(as) narram nos ajuda entender o ensino no AEE? Trata-se de uma pesquisa autobiográfica em educação (PASSEGGI, 2011; SOUZA, 2006), ramo da pesquisa qualitativa (MINAYO, 2008; BOGDAN e BIKLEN, 1994). Participaram do estudo três professoras que trabalham nas salas de recursos multifuncionais e uma professora que coordena a educação especial no município. O corpus utilizado para análise constitui-se de três narrativas orais e uma escrita, além de imagens de materiais pedagógicos produzidos no serviço de AEE. As fontes foram recolhidas ao longo do ano de 2019, através da realização de entrevistas narrativas (JOVCHELOVICTH e BAUER, 2002). Para a fundamentação teórica sobre a educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, consideramos as legislações vigentes (BRASIL, 2008) e estudiosos da área (MANTOAN, 2003; 2006; MAZZOTTA, 2006). As narrativas revelaram que o AEE provê acessibilidade nas escolas pesquisadas, percebe o(a) estudante com deficiência como um ser capaz e com potencial, que precisa de pontes, de possibilidades acessíveis para aprender. Mostram que as práticas colaborativas é uma interação significativa entre os sujeitos, que se estabelece numa relação de respeito mútuo entre os saberes e práticas pedagógicas. As articulações interdisciplinares e transdisciplinares são estratégias ou atitudes interativas que dão acessibilidade aos estudantes com deficiência na sala regular e mobilizam os demais estudantes a ter empatia no processo de aprendizagem com a diferença humana. Os materiais pedagógicos são construídos de acordo com as necessidades e interesses dos(as) alunos(as), configurando-se um olhar muito singular, que dá sentido e significado as diferentes aprendizagens. A partir da construção de quatro eixos de análises, a saber: Ensino especializado: prover acessibilidade a aprendizagem; utilização e a construção de recursos pedagógicos nas salas de recursos multifuncional; avaliação da aprendizagem no AEE e imagens e narrativas ver, sentir e transformar. Tivemos a possibilidade de analisar aspectos importantes do ensino no AEE, no município de Mossoró/RN. Por fim, aprendemos com as professoras colaboradoras que ouvir, ver e sentir as necessidades dos(as) estudantes da Educação Especial deve ser um compromisso político de todos os educadores.