FILMES MISTOS DE POLPA DE JUÁ (Ziziphus joazeiro Mart.), ALGINATO DE SÓDIO E CERA DE ABELHA: PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
bioplástico; biopolímero; materiais sustentáveis; plásticos ecológicos
Os biopolímeros têm sido estudados como matéria-prima para a fabricação de bioplásticos e apresentados como uma alternativa inovadora e ecológica ao uso dos plásticos convencionais em embalagens. Porém, uma limitação ao uso dos biopolímeros na fabricação de embalagens é proveniente de sua alta hidrofilia. A adição de substâncias hidrófobas, como a cera de abelha, na matriz biopolimérica dos bioplásticos pode reduzir sua hidrofilia. No entanto, no mais das vezes, a mistura de substâncias hidrófobas em uma matriz hidrofílica necessita de uma redução da tensão interfacial entre ambas. Essa redução pode ser alcançada com o emprego de surfactantes. Neste trabalho, objetivou-se demonstrar a possibilidade de utilização da polpa do fruto do juazeiro como surfactante natural e oriundo da flora da caatinga encontrada no PARNA Furna Feia -Baraúna/RN - para a compatibilização de uma matriz de alginato de sódio com a cera de abelha. Os ensaios para a obtenção dos filmes foram realizados segundo um Planejamento Experimental de Mistura do tipo rede simplexe a Metodologia de Superfícies de Resposta foi utilizada para a análise dos resultados. As seguintes propriedades físico-químicas, ópticas, mecânicas e de barreira dos filmes foram determinadas: permeabilidade ao vapor de água, cor e opacidade, solubilidade em água, resistência à tração, alongamento na ruptura e módulo de elasticidade. A micro morfologia dos filmes foi analisada através de micrografias eletrônicas de varredura. Os resultados apontaram que o juá possibilita melhor interação entre polímero e lipídio. Filmes com adição de juá apresentaram melhores valores de solubilidade e resistência à tração. Filmes ricos em cera e sem tensoativo, apresentaram baixa resistência a tração, taxa de elongação e modulo de Young. Os parâmetros de cor e opacidade não variaram significativamente.