Banca de DEFESA: JOÉLITON JOSÉ DA SILVA PESSOA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOÉLITON JOSÉ DA SILVA PESSOA
DATA : 30/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 24 no Prédio da PROPPG
TÍTULO:

DIETA DA CORUJA SUINDARA Tyto furcata NA REGIÃO CARIRI, SEMIÁRIDO BRASILEIRO.


PALAVRAS-CHAVES:

ave de rapina; Brasil; ecologia alimentar; América do Sul; Strigiform.


PÁGINAS: 61
RESUMO:

Corujas regurgitam massas compactas de suas presas não digeríveis, especialmente exoesqueletos de insetos, ossos, pelos e penas. A análise de egagrópilas, também conhecidas como regurgitos, possibilita a descrição da dieta dessas aves, de suas relações tróficas e dos serviços ecossistêmicos que realizam. A suindara Tyto furcata habita a região Neotropical, sendo encontrada em grande parte do território brasileiro, em áreas naturais, urbanas e rurais. Embora seja uma das espécies de corujas mais comuns do Brasil, estudos sobre sua biologia e ecologia, na região semiárida brasileira, Caatinga, ainda são escassos, considerando a grande dimensão desta região. Os objetivos deste estudo foram: (i) investigar a dieta de suindaras em área rural e urbana na região Cariri, semiárido brasileiro, por meio de análise de egagrópilas; (ii) realizar uma pesquisa científica sobre a dieta de suindaras nos biomas brasileiros, a partir dos dados disponíveis na literatura científica, comparando com os resultados encontrados em área rural e urbana da região do Cariri. A coleta de amostras de egagrópilas ocorreu em nove locais de pouso de suindaras, em área rural (n=7) e em área urbana (n=2). Foram coletadas 790 amostras de egagrópilas, sendo 408 coletadas em área urbana e 382 em área rural. Além dessas amostras, foram coletados 142 crânios de presas encontrados adjacentes às egagrópilas na área rural. Para a realização da pesquisa bibliográfica sobre dieta de suindaras nos biomas brasileiros, foi realizada uma revisão bibliográfica em portais de busca científicas, dentro do período de 1900 e 2021. A partir da análise dos dados das publicações científicas encontradas foi construída uma tabela contendo a frequência relativa da presença dos grupos taxonômicos Rodentia, Chiroptera, Didelphimorphia, Reptilia, Anfíbia, Aves e Invertebrata, registrados em egagrópilas da suindara por bioma brasileiro. A triagem das amostras de egagrópilas coletadas na área de estudo resultou em 515 crânios individuais, sendo 113 crânios da área urbana e 260 da área rural. Mais da metade dos crânios encontrados em egagrópilas na área urbana foram da Ordem Rodentia. Crânios da Ordem Chiroptera e da Classe Aves representaram juntas 44% dos crânios encontrados na área urbana. Menos de 10% dos crânios encontrados em egagrópilas dessa área pertenceram aos táxons Anura e Didelphimorphia. Na área rural, mais da metade dos crânios de presas de suindaras foram de indivíduos pertencentes à Ordem Rodentia. Aves foi o segundo grupo taxonômico mais representativo, com frequência de ocorrência de mais de 30% dos crânios. Outros táxons com frequência de ocorrência menor que 10% dos crânios encontrados na área rural foram: Chiroptera (4,98%), Anura (0,75%) e Carnivora (0,25%). Os resultados da segunda parte deste estudo, pesquisa bibliográfica, foram a identificação de 28 publicações científicas sobre dieta de suindaras no território brasileiro, sendo nove na Mata Atlântica, quatro no Pampa, sete no Cerrado, cinco na Caatinga e no Pantanal. A análise destas publicações possibilitou a verificação que as dietas de suindaras que habitam os diferentes biomas brasileiros são semelhantes. Rodentia foi o grupo mais frequente na dieta de suindaras em todos os biomas brasileiros, sendo 99,6% das presas na Mata Atlântica, 87,34% no Pampa, 88,43% no Cerrado, 64,14% na Caatinga e 86,72% no Pantanal. Dados discrepantes foram a alta frequência relativa de Chiroptera na dieta de suindaras na Caatinga (30,16%) e de Didelphimorphia no Pantanal (10,45%). A análise comparativa dos dados da pesquisa bibliográfica sobre dieta desta espécie publicadas para os biomas brasileiros com os dados obtidos neste estudo, em área antrópica da região do Cariri, diferenciaram principalmente na frequência de presas Aves, ~38% das presas nesta região. Este valor é aproximadamente dez vezes maior que o encontrado em outra localidade nos biomas brasileiros. Os resultados deste estudo, além de apresentarem informações detalhadas sobre a dieta de suindaras em área antrópica na Caatinga, semiárido brasileiro, sugerem uma alta flexibilidade desta espécie em se adaptar às condições rural e urbana neste bioma.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DARIUS PUKENIS TUBELIS - UFERSA
Externa ao Programa - 2882034 - DIANA GONCALVES LUNARDI
Externa à Instituição - PATRÍCIA HADLER RODRIGUES
Presidente - 2778720 - VITOR DE OLIVEIRA LUNARDI
Notícia cadastrada em: 17/08/2022 12:36
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