CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO E TOLERÂNCIA AO ESTRESSE SALINO EM SEMENTES DE COENTRO (Coriandrum sativum L.)
Hortaliça, Salinidade, priming.
O coentro (Coriandrum sativum L.) é amplamente cultivado na região do Nordeste brasileiro, principalmente pela agricultura familiar, no entanto, a salinização dos solos e das águas constitui um dos principais problemas ambientais enfrentados por essa região, podendo comprometer o desenvolvimento da cultura. Neste sentido, o condicionamento fisiológico pode ser uma alternativa promissora para minimizar tais efeitos negativos. Sendo assim, objetivou-se avaliar métodos para o condicionamento fisiológico, verificar o desempenho de três lotes de coentro e os efeitos do condicionamento osmótico na germinação e vigor das sementes, sob condições de estresse salino. Para isto, utilizou-se três lotes de sementes de coentro, cultivar SF Verdão 177, adquiridos no comércio local. O estudo foi dividido em três etapas, sendo na primeira avaliado métodos para o condicionamento fisiológico das sementes, na segunda avaliou-se o desempenho de lotes com diferentes níveis de vigor sob estresse salino, e na terceira, verificou-se os efeitos condicionamento dessas sementes em condições de estresse salino. A caracterização da qualidade inicial dos três lotes foi feita através da avaliação do grau de umidade, primeira contagem, germinação, comprimento total de plântulas, massa seca total de plântulas, envelhecimento acelerado e condutividade elétrica. Os métodos testados para o condicionamento foram: hidrocondicionamento por 1, 2 e 3 dias; osmocondicionamento em solução de PEG nas concentrações de -0,2 e -0,4 MPa por 1, 2 e 3 dias e a testemunha. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes. Na segunda etapa, primeiramente avaliou-se o desempenho de três lotes de coentro com diferentes níveis de vigor sob condições de estresse salino simulado com cloreto de sódio (NaCl) nos níveis 0, 2, 4, 6 e 8 dS. m-1. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 3x5, com quatro repetições de 25 sementes. Na terceira etapa, estes mesmos lotes foram condicionados em solução de PEG -0,2 MPa, por 1, 2 e 3 dias a 20 °C, para os lotes 2, 3 e 5, respectivamente. Em seguida, sementes condicionadas e sem o condicionamento foram colocadas para germinar sob estresse salino nos níveis 2, 4, 6 e 8 dS.m-1 a 20-30 °C. O delineamento experimental foi o DIC, em esquema fatorial 2x4 (sementes condicionadas e sem condicionamento e quatro níveis de salinidade), com quatro repetições de 25 sementes. As variáveis analisadas nas três etapas foram: primeira contagem, germinação, comprimento total de plântulas e massa seca total de plântulas. Verificou-se que osmocondicionamento em papel embebido com solução de PEG -0,2 MPa é benéfico ao desempenho de sementes de coentro, favorecendo principalmente o crescimento radicular e a massa seca de plântulas. No entanto cada lote obteve uma resposta diferente com relação ao tempo de condicionamento, sendo recomendado o período de 1, 2 e 3 dias para os lotes 3, 5 e 2, respectivamente. A salinidade reduziu a germinação e vigor de sementes de coentro, diminuindo consideravelmente a partir de 6 dS.m-1 em todos os lotes, no entanto, o lote 5 mostrou-se mais tolerante. O condicionamento osmótico favoreceu a germinação e vigor das sementes sob estresse salino, com exceção da massa seca total de plântulas.