Caracterização genotípica de Staphylococcus aureus e Salmonella sp isoladas de linguiça artesanal
Doenças transmitidas por alimentos; Staphylococcus aureus; Salmonella sp; Genótipo; Linguiça artesanal.
Doenças transmitidas por alimentos são doenças causadas ao indivíduo pela ingestão de alimentos contaminados com microrganismos patogênicos, estão associadas a problemas de saúde pública no mundo inteiro e cada vez mais faz-se necessário reduzi-la. As DTA’s causadas por microrganismos patogênicos estão diretamente associadas a qualidade higiênico sanitárias do processamento de alimentos de origem animal, essa qualidade pode variar de acordo com a forma de manipulação dos alimentos. Staphylococcus aureus e Salmonella sp são bactérias envolvidas em surtos de doenças transmitidas por alimentos por causarem desde gastroenterites como infecções sistêmicas no mundo. A presença desses microrganismos nos últimos anos está associada a carnes e produtos cárneos. O Brasil está entre um dos maiores exportadores de carnes e diante do exporto e pensando na saúde dos consumidores o objetivo do trabalho é identificar a presença de cepas de Staphylococcus aureus e Salmonella sp, bem como caracterizar esses microrganismos quanto aos seus genes de virulência e resistência em isolados de linguiça artesanal no estado do Rio Grande do Norte. Para o trabalho foram coletadas um total de 50 amostras (30 da empresa A e 20 da empresa B) e realizado analise microbiológica no Laboratório de Produtos de Origem Animal (LIPOA) para S.aureus e Salmonella sp. Depois de realizado provas bioquímicas e feito isolamento das cepas, as amostras seguiram para o Laboratório de Toxinas Bacterianas na Universidade Estadual de Campinas. Lá, foi realizado PCR para identificação de espécies (Staphylococcus aureus e Salmonella sp), presença de enterotoxinas, genes de resistência a antibióticos, genes de virulência, genes de resistência a sanitizantes, formação de biofilmes e antibiograma para as duas espécies. Para Staphylococcus aureus das 16 cepas que apresentaram coagulase positiva, 8 cepas foram positivas para o gene nuc. Dessas 8 cepas, 3 isolados apresentaram genes de enterotoxinas (sea, seg, sei), já para os genes de resistência apenas uma cepa apresentou o gene mecA. Os genes regulatórios agr no presente estudo obteve 6 cepas com agrI e 2 cepas com o agrIII, as cepas de S.aures não apresentaram genes de resistência a sanitizantes e apresentaram os genes icaA e icaD para formação de biofilme. No antibiograma 88% dos isolados de S.aureus apresentaram resistência a oxacilina. Para Salmonella sp, das 75 cepas analisadas, 49 apresentaram sorologia e coloração positiva para a espécie. Destas, 34 isolados obtiveram o gene invA. As 34 foram submetidas a presença de genes de virulência, como: ssaR, sipB, sipA, sifA, sopB, sipD, sopD. As cepas de Salmonella isoladas apresentaram, pelo menos, dois genes de virulência dos testados no estudo. Essas cepas eram provenientes da mistura antes de embutir e da linguiça pronta o que nos indica que a manipulação foi feita de forma inadequada. Para o antibiograma, 35% das cepas de Salmonella apresentaram resistência a tetraciclina. Conclui-se que há necessidade de mais atenção para segurança de alimentos, visto que foi constatado uma grande quantidade de microrganismos patogênicos e de genes de virulência e resistência dos mesmos que influenciam na presença de doenças transmitidas por alimentos, bem como medidas nas empresas e no Estado para realizar adequações que garantam um produto com boa qualidade ao consumidor.